07 de abril de 2024
Segundo
Domingo de Páscoa
Salmo
148; Atos 4.32-35; 1João 1.1-2.2; João 20.19-31
Texto: João 20.19-31
Tema: Reencontrados em Jesus!
Reencontros trazem à tona muitas emoções, positivas ou
negativas.
Um reencontro marca a repetição de algo que anteriormente
foi interrompido. O reencontro é tão marcante, que a maioria deseja saber se
haverá reencontro no céu com um ente querido.
Por falar em reencontro, no domingo de Páscoa, Jesus
se reencontrou com seus discípulos. Discípulos que haviam fugido numa hora muito
angustiante; discípulo que havia negado; e ainda com outro que estava cheio de
dúvidas.
Esses discípulos haviam enfrentado muitas perturbações
nos últimos dias. Houve muitas emoções e frustrações e por isso, era preciso
haver um reencontro. E naquela Páscoa, Jesus vai ao reencontro dos seus e lhes
oferece a sua paz.
O ato de mostrar as mãos e o lado visava convencê-los
através dos olhos. Esse ato de Jesus trouxe alegria para os discípulos. E nesse
reencontro, Jesus soprou sobre eles (Jo
20.22), assim como Deus soprou o fôlego da vida no barro que havia formado o
homem (Gn 2.7) e assim o tornou um ser vivente e atuante.
Aqueles discípulos que, como um boneco de barro,
estavam sem ação e pelo poder do Espírito Santo estavam incumbidos de exercer o
ministério do perdão.
O perdão do pecado é o evangelho puro e claro. É a voz
do evangelho do eterno Pai (Apologia, XXVII, 13). A palavra da absolvição é o
próprio evangelho (Apologia XII, 39).
A missão de Deus, a qual Jesus foi enviado e para a
qual os discípulos foram enviados, é a de conceder perdão. A salvação consiste
em perdão dos pecados.
A expressão “perdão dos
pecados” ocorre somente aqui em João. João encerra o evento da cruz
como sendo a “remissão dos pecados”.
Naquele domingo de Páscoa, onde os discípulos já
haviam ouvido das mulheres que Jesus havia ressuscitado, precisavam desse
reencontro. O Reencontro do perdão. E a partir desse reencontro, outros
precisam ser encontrados com essa dádiva.
O perdão é essencial, pois uma vez afastado o pecado,
nada mais nos separa de Deus. Se caso um pecador não quer e nem deseja o
perdão, o pecado continua sendo veneno mortífero em suas vidas.
Nesse primeiro reencontro, um dos discípulos não
estava presente. Tomé, homem corajoso que quando Jesus retornou a Judéia quis
salvar Jesus de uma possível tentativa de assassinato e disposto a morrer com
Cristo (Jo 11.16; 14.5), estava enfrentando sua frustração sozinho. Seu coração
estava ferido, de luto.
Um ponto que pouco comentamos é após a morte de Jesus,
Tomé parece não querer mais estar em comunhão. Andava sozinho, desanimado, sem
esperança.
Longe do grupo, Tomé perdeu uma grande oportunidade. E
diante do testemunho dos demais, ignorando as evidências, diz que não deseja ser
vítima de uma ilusão. Ele diz precisar tocar em Jesus.
E passado uma semana após a Páscoa, Tomé se reencontra
com Jesus. E mesmo tendo a oportunidade que lhe foi dada por Jesus de tocá-lo,
só ao vê-lo e ouvir sua voz foi o suficiente.
Tomé não era infiel e nem traidor. Era fiel, dedicado,
consagrado, mas ferido não queria acreditar em nada. E foi quando se deu o
maravilhoso reencontro de Jesus com Tomé. Jesus não o recrimina, nem o rejeita.
Jesus lhe diz: não
sejas (grego ginou) – não te torna,
significando que Tomé não era incrédulo, mas estava na fronteira do não
total e do sim real.
Tomé é convidado por Jesus para tomar uma decisão. Na
perspectiva do Novo Testamento, a incredulidade não é ausência de fé, mas uma
rejeição consciente. E Tomé já tinha elementos para se decidir.
Jesus estava falando com ele, olhando para ele. E sua confissão
de fé composta de duas palavras é algo maravilhoso. Meu
Senhor e meu Deus. Essas palavras querem dizer: não tenho dúvidas. A
dúvida e a incerteza desapareceram!
Ao dizer Senhor meu e
Deus meu, Tomé exclamava, eu já não preciso te tocar. Afinal, não há
nenhum outro deus ao lado de Deus.
Daí Jesus afirma para Tomé, porque me viste, creste. Ou melhor, que maravilha Tomé que
você não precisou tocar para crer. E Jesus afirma: bem-aventurados
os que não viram e creram.
Esse reencontro de Jesus com Tomé tem muito a ensinar
para a igreja. É preciso ser paciente ao lidar com os duvidosos e os descrentes.
O apostolo João não disse tudo sobre Jesus, mas, o que
disse é o necessário para que se creia.
Havia outros evangelhos escritos, por isso destaca a
frase neste livro. E por esse
evangelho, onde havia registros de sinais realizados por Jesus, o apostolo João
deseja fortalecer e depurar a fé na igreja que estava cercada pela intelectualidade
de Éfeso. Jesus, somos reencontros. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
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