segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Whatsapp do apóstolo Paulo

04 de setembro de 2016
16º Domingo após Pentecostes
Sl 1; Dt 30.15-20; Fm1-21; Lc 14.25-35
Tema: Whatsapp do apóstolo Paulo!

         Milhares de pessoas já se comunicaram por meio de bilhete. Esse era um meio de comunicação muito usado nas escolas. Os bilhetinhos se transformaram nas mensagens de whats.
         O apóstolo Paulo enviou um importante e necessário whats a Filemon através e não foi através de um celular de ultima geração. Foi através de uma breve bilhete, a carta a Filemom Qual motivo para o envio desse bilhete? Qual é o recado do whatsapp de Paulo a Filemom?
         Esse whatsapp é diferente de muitos que se recebe atualmente. Ele contêm uma saudação, um agradecimento, um pedido e uma conclusão. Esse whatsapp tem um recado profundo, importante e necessário.
         A saudação

         O apóstolo Paulo estava preso em Roma por confessar sua fé em Jesus Cristo. Enquanto estava na prisão o apóstolo recebeu uma visita surpreendente. Era um escravo fugitivo. Esse escravo fugitivo, Onésimo, foi aconselhado a voltar para seu senhor, Filemon, e junto dele entregar o whatsapp que Paulo estava lhe enviando.
Filemon era o líder leigo na congregação de Colosso. Durante os 3 anos em que Paulo esteve na cidade de Éfeso, Filemon foi convertido ao cristianismo. A casa de Filemon passou a servir de local de culto. Afia era a esposa de Filemon e Arquipo era o pastor da congregação, Cl 4.17.
         Agradecimento: 


O apóstolo Paulo agradece pela fé, amor e compaixão de Filemon.
Filemon era um líder leigo cheio de fé, amor e acima de tudo, cheio de “compaixão cristã”. Havia em Filemon uma característica muito especial, a empatia. Ou seja, sofria com quem sofria e se alegrava com quem estava alegre. Filemon era um líder leigo que amava sinceramente as pessoas, Paulo ressalta isso ao escrever, “...o coração dos santos tem sido reanimado...” (Fm 7). Essa compaixão de Filemon pelos outros tornou o evangelho conhecido naquela região.
         O agradecimento do apóstolo Paulo revela que a fé, o amor e a compaixão, animam as pessoas dentro e fora da igreja. Após saudar e agradecer, o apóstolo faz um pedido e esse é o objetivo principal do recado desse whatsapp.


          O apóstolo Paulo apela à sua autoridade apostólica para impor sua vontade. Ele apela para a fé, o amor e a compaixão de Filemon. O apóstolo solicita em nome do amor.
         O apóstolo não se refere a um amor humano, mas sim, ao amor de Deus pelo homem. Em nome do amor que levou Filemon a conversão, “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16), “Pois o amor de Cristo nos constrange,” (2Co 5.14).
Paulo, em nome do amor, pede em favor de Onésimo. Quem era Onésimo? Um escravo de Filemon. Agora um fugitivo.
O apóstolo Paulo faz algo revolucionário na época. No entanto, enquanto muitos, inclusive Filemon, pudessem pensar que o apóstolo estivesse pedindo pelo escravo, Paulo pedia pela pessoa de Onésimo, pelo homem amado por Deus.
Onésimo, mesmo escravo, havia sido transformado pelo evangelho. O evangelho o havia feito, mesmo como um escravo, um homem livre.
O apóstolo Paulo diz a respeito de Onésimo “que gerei entre algemas”. Isso significa dizer que Onésimo, pela pregação do evangelho, pela fé em Cristo, se tornou um filho espiritual do apóstolo e assim irmão de Filemon. No império romano, o professor do aluno, ou o guia espiritual, era considerado um pai.
         Onésimo, pela sua fuga, merecia ser punido junto com aquele que o havia recebido.
         Mesmo preso, o apóstolo Paulo sabia das consequências em ter recebido um escravo fugitivo. Não por isso, mas envia o escravo Onésimo de volta. No entanto, quer que o mesmo seja recebidopor Filemon assim como o evangelho o havia tornado, ou seja, “irmão caríssimo” (Fm 16).
O apóstolo Paulo quer que Filemon exerça apenas um direito: o direito do amor.
O apóstolo Paulo faz um pedido em nome do amor, mas, deixa claro que Filemon tem toda a liberdade cristã para decidir o que fazer nessa situação.
Por mais conflitante e prejudicial que tenha sido a fuga do escravo Onésimo, o apostolo Paulo ressalta o lado positivo de todo esse acontecimento. Onésimo teve a oportunidade de ouvir com clareza o amor de Deus em Jesus.
O apóstolo Paulo conclui enviando saudações de outros cooperadores que de fato acompanharam toda a instrução dada à Onésimo.
         Qual aprendizado nesse recado do whatsapp de Paulo a Filemon? Que tal pensar no mesmo através das seguintes perguntas:
1 - Quais atitudes de “em nome do amor” podem contagiar os outros?
2 – Você perdoaria “em nome do amor e de livre vontade” a quem lhe ofendeu profundamente? 2Co 5.14; Rm 5.8. Perdoe, mas faça isso “por livre vontade” (v.14) e que a pessoa que te ofendeu seja recebida “como irmão caríssimo” (v. 16). Fazendo isso, você estará não apenas “reanimando meu coração” (v. 20), mas principalmente o teu.
3 - Quantas coisas “inúteis” se tornaram “úteis” ao passar do tempo? Quero usar como exemplo os catadores de papéis. Por muitos, eles não era e vistos como úteis, mas atualmente por causa do aquecimento Global, estão sendo úteis e indispensáveis, afinal, catam material reciclável. Contribuem para o meio ambiente e sua preservação.
4 - O que é fazer algo “de livre e boa vontade”? No catecismo Menor, Dr. Martinho Lutero, a frase “boa vontade” aparece duas vezes. Primeiro: Na conclusão dos Dez Mandamentos, onde Deus quer nos animar a amar e confiar nele e de “boa vontade”, ou seja, por esse amor e confiança, cumprir tudo quanto nos ordena. Segundo: a expressão “de boa vontade” aparece na Quinta Petição do Pai Nosso. Em agradecimento ao perdão recebido por Deus em Jesus, queremos perdoar de coração, e de boa vontade fazer o bem aos que pecam contra nós.

M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Cada tipo de gente!

28 de agosto de 2016
15º Domingo após Pentecostes
Sl 131; Pv 25.2-10; Hb 13.1-17; Lc 14.1-14
Tema: Cada tipo de gente!

     Ao caminhar pelas ruas, quer seja grande ou pequena cidade, observamos os vários estilos das pessoas. Quando se depara com alguém que não segue os mesmos costumes, se exclama: “cada tipo de gente”.
         Jesus se encontrou, conversou e lidou com “cada tipo de gente”. No relato de Lucas 14.1-14 é fácil observar que há alguns tipos de pessoas. Ao analisá-las vê-se que algumas se parecem conosco.
         O primeiro tipo de pessoa é tipo “um dos principais dos fariseus”.
     Esse tipo de gente é semelhante aqueles que vivem da aparência religiosa. Por essa aparência querem ser o centro das atenções.
        O segundo tipo de pessoa é o tipo observador. Esse tipo de pessoa analisa. Em suas observações ressaltam qualidades ou ensinam através do comportamento inadequado de alguém. O observador tanto atrapalha como ajuda.
         O terceiro tipo de pessoa é o tipo hidrópico.
     Conforme o relato sabe-se que hidrópico é aquele que sofre de hidropisia, ou seja, “barriga d’água”. Mas, ao analisar os vários tipos de pessoas, prefiro definir o hidrópico como alguém necessitado.
         Há muitos necessitados a nossa volta. Como cristãos somos enviados para socorrê-los, mas, há um tipo de gente que se apropria desses necessitados para se auto promover.
         Jesus estava respondendo a respeito de poder ou não curar no sábado (Lc 13.10-17; Lc 14.3-4). Enquanto os fariseus e o intérpretes da lei se auto promoviam pela sua aparência religiosa, os necessitados continuavam morrendo em suas necessidades.
      Um quarto tipo de pessoa é o tipo “intérprete da lei”. São conhecedores de causa. Buscam formar opinião sobre qualquer assunto. São pensadores e formadores de opinião.
         Esse tipo de gente ajuda e muito a muitas pessoas, outros, infelizmente, por serem considerados autoridades sobre certos assuntos acabam destruindo. Esse era o caso dos “intérpretes da lei” destacados no Novo Testamento.
         Os “fariseus” eram um tipo de pessoas que visavam apenas status por sua suposta religiosidade. Desejavam influenciar tanto na igreja como na sociedade.
         Um quinto tipo de pessoa pode ser denominada como “metida”, ou seja, “aquele que ao ser convidado para um festa escolhe o melhor lugar para se assentar”. O objetivo desse tipo de gente é buscar seu próprio interesse. Esse tipo de pessoa é na maioria das vezes, sem escrúpulo e calculista. Tudo o que querem é se dar bem.
         Todos esses tipos de pessoas estava presentes na multidão com a qual Jesus teve de lidar. É fácil nos encaixar em algum grupo. Há muitos que não gostam desse tipo de gente! Mas, o pior é saber que por me encaixar em um desses grupos, há alguém que não gosta de mim.
         De que adianta querer me exaltar, se na verdade, o pecado me rebaixa a ponto de me colocar junto com esse “tipo de gente”, afinal, “...todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23), “Todos se extraviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há nem sequer um” (Sl 53.3).
         A verdade é que o pecado me nivela por baixo com todo tipo de gente. O pecado me faz ser um “tipo de gente” desagradável.
         O que fazer? Nada!
         Essa é a maravilhosa notícia do evangelho: “...Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). Por isso, “...a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé” (Rm 1.17).
         Não há como retribuir todo esse amor de Deus por mim. O evangelho, o perdão, a fé, me torna um outro tipo de pessoa. Mesmo pecador nesse mundo, sou feito justo perante Deus na fé em Jesus. Como disse Lutero: “simultaneamente justo e pecador”.
         A parábola contada por Jesus e apresentada no evangelho de Lucas 14.8-14 conduz o leitor à conclusão de que eu sou um dos “pobres, ...aleijados, ... coxos e os cegos;” (Lc 14.13). Não tenho como retribuir pela honra de poder participar do banquete preparado por Deus em Jesus. Sou honrado pela graça de Deus em Jesus com a recompensa de participar do banquete celestial. Essa recompensa será recebida por ocasião da ressurreição, quando Jesus disser: “Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25.34). Amém!

M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Entrando pela porta estreita!

21/08/2016
14º Domingo após Pentecostes
Sl 50.1-15; Is 66.18-23; Hb 12.4-24; Lc 13.22-30
Tema: Entrando pela porta estreita!

         Há perguntas impróprias. Imagine que você vá na festa de aniversário de uma mulher e diante do bolo faça a seguinte pergunta: porque não colocou as velinhas para sabermos a idade?
         Jesus também teve que lidar com perguntas impróprias. Uma delas é apresentada pelo evangelista Lucas (Lc 13.23), “...são poucos os que são salvos?” Jesus responde da seguinte maneira: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão” (Lc 13.23).
         O que a resposta de Jesus ensina?
      Bem, a julgar por todo o contexto bíblico, em resumo, Jesus quer ensinar o seguinte: “olhe para você mesmo. Tenha certeza da tua salvação”.
         O mais importante é a minha situação diante de Deus. O caminho é o arrependimento. Ao se arrepender, o pecador recebe o perdão da parte de Deus.
         São poucos os que são salvos?
         As pessoas falam sobre salvação. Quer seja num hospital diante de um amigo, ou com um ente querido gravemente doente. É muito comum falar sobre esse assunto num velório.
         São poucos os que são salvos?
         É maravilhoso, pois o que temos para hoje é um momento de reflexão! Essa é a proposta de Jesus (Lc 13.22-30). Por isso, vou reformular a pergunta de outra maneira: Você será salvo?
         Muitos dizem que estão se esforçando para tal. Mas, qual é o tamanho do esforço? Jesus contou a parábola sobre um fariseu e um publicano. Ambos foram ao templo orar. O fariseu era um homem esforçado e dedicado, assim como muitos entre nós. Esse homem ia ao templo e dizia: “Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, ...; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho” (Lc 18.11-12). O publicano era um daqueles que muitas vezes julgamos como relaxados. Esse, sem nenhum esforço para apresentar apenas orava: “Ó Deus, sê propício a mim, pecador!” (Lc 18.13).
         Jesus disse que quem saiu do templo justificado, ou seja, perdoado, foi o homem que não tinha nenhum esforço para apresentar a Deus. Ele apenas se apresentou arrependido. 
         Ao responder: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão” (Lc 13.23), Jesus ensina que a pergunta é imprópria. Afinal, ninguém deve colocar em dúvida o amor e a misericórdia de Deus. A pergunta: “São poucos os que serão salvos?” questiona a natureza de Deus. É pergunta imprópria que muitos fazem ainda hoje: “Se Deus é amor, porque não salva a todos?
         A Escritura aponta para o meio de salvação dos pecadores. Esse meio pode ser comparado a uma porta estreita que é desprezada por muitos.
         Quando Jesus proclama “Esforçai-vos”, deseja levar o pecador a olhar para si e se arrepender. Por mais que o homem faça, por mais que se esforce, sem fé não se salvará. “O justo viverá por fé” (Rm 1.17). Ao dizer: “Esforçai-vos” Jesus quer nos conduzir a ele, a porta estreita. Jesus disse: “quem não crer já está condenado”.
         Jesus morreu por todos, mas infelizmente, nem todos irão usufruir da dádiva da morte de Cristo. Porque? Jesus responde que “...não quisestes” (Mt 23.37). Deus responde por boca do profeta Oséias: “A tua ruina, ó Israel, vem de ti, e só de mim, o teu socorro” (Os 13.9). Lembre-se: o inferno não foi feito para os homens, mas, infelizmente por não crerem na obra redentora de Cristo, acabam sendo condenados ao inferno.
         Jesus é a porta estreita. Estreita porque o mistério da eleição e da salvação por graça é insondável a razão humana. Por isso, a pergunta, “serão poucos os que serão salvos?” é imprópria e inadequada. Deus elegeu e elege “por meio de Jesus Cristo” (Ef 1.3-6) cada pecador para a salvação.
         Jesus Cristo chama a si todos os pecadores e promete-lhes refrigério, e seriamente quer que todos os homens venham a ele e consintam que se lhes ajude, aos quais ele mesmo se oferece, na Palavra, e quer se que o escute e não tape os ouvidos ou despreze a Palavra. Além disto promete o poder e a operação do Espírito Santo, divina assistência para perseverança e salvação eterna. Amém!  


M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Alimento para alimentar!

14/08/2016
13º Domingo após Pentecostes
Sl 119.81-88; Jr 23.16-29; Hb 11.17-31; Lc 12.49-53
Tema: Alimento para alimentar!

         O que me impressiona como pregador do evangelho é o fato de ser constantemente repreendido (“entre linhas”) pelas pessoas dizendo que não devo me preocupar tanto com o ensino errado de alguns pregadores. Será que a igreja que prega a Palavra corretamente não deve se opor ao falso ensino? Como ensinar a verdade, sem condenar o erro?
         Na Palavra de Deus há muitas admoestações contra os falsos mestres. A mais solene está nas palavras do profeta Jeremias: “Mas, se tivessem estado no meu conselho, então, teriam feito ouvir as minhas palavras ao meu povo e o teriam feito voltar do seu mau caminho e da maldade das suas ações” (Jr 23.22).
         Anos atrás, numa outra paróquia onde atuei, um idoso fez o seguinte comentário: “muitos desses falsos mestres fingem dizer a verdade e tem diante de si pessoas que fingem ouvir a verdade”. De fato, as pessoas se permitem ser levadas para o mau caminho através de ensinamentos falsos, e assim, perdem-se por culpa própria. A Palavra de Deus está recheada de conselhos e advertências contra os falsos mestres e falsos ensinos. Não é possível que alguém se digne a estar numa igreja, ler a Bíblia e alegar nunca ter ouvido ou lido exatamente essas advertências.
         No entanto, isso não serve para desculpar os falsos mestres que proclamam falsos ensinamentos. A verdade é que a culpa dos mesmos é bem maior, pois, além de escolherem o caminho errado para si mesmos, apontam esse caminho para outros. Nesse sentido, a exortação de Deus é clara: “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossas almas, como quem deve prestar conta” (Hb 13.17). A obediência e submissão não se deve a qualquer guia espiritual. Ela só é devida a quem de fato está preocupado em ensinar corretamente, justamente por saber que é responsável pela alma de cada um que lhe foi entregue pelo Senhor.
         Há muita responsabilidade para um pregador do evangelho! Não uma responsabilidade empresarial, ou seja, voltada aos resultados. Infelizmente, devido a pressões, muitos pregadores encararam a responsabilidade ministerial com crescimento. Assim, os Relatórios, Planos Estratégicos, Metas, Alvos, se tornaram o ponto principal do ministério.
         O pastor tornou-se sinônimo de faz tudo. E, muitos em muitas situações, não se dedicam ao estudo e a realização de um bom sermão, um bom estudo bíblico. Afinal, sua função como SEO da empresa “igreja” é preencher relatórios, pensar e executar estratégias, cumprir metas e alcançar os alvos.
         Lembre-se: a maior responsabilidade de um pastor é ser “apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que se contradizem” (Tt 1.9).
         Sou um grande defensor de que nossa igreja não apenas faça como muito bem faz, ou seja, forme bons pastores, mas que as paróquias permitam aos pastores que mais e mais estudem e ofereçam o melhor alimento as ovelhas.
         Talvez alguém pense: pastor, você tem o hábito de preparar as mensagens antes, tendo feita essas, um ano antes de pregá-las, (09/07/2015) quer mais tempo para estudar? SIM. Pois, quanto mais preparo houver, melhor vocês estarão alimentados. Quanto melhor uma ovelha estiver alimentada, melhor será seu testemunho, sua vida, seus direitos e deveres na igreja.
         Um bom alimento alimenta quem é alimentado por ele!
         No trecho bíblico aos Hebreus (Hb 11.17 – 31) relata-se a respeito de Abraão, Isaque, Jacó, José, Moisés, Raabe. Todos eles viveram e tem seus nomes lembrados até hoje por causa do verdadeiro alimento.
         Poderiam ter se perdido, afinal, havia falsos profetas naqueles dias, mas corretamente alimentados, permaneceram fiéis. Que corretamente alimentados possamos continuar firmes nutridos pela fé. Amém!


M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Receita e Remédio para Ansiedade!

07 de agosto de 2016
12º Domingo após Pentecostes
Sl 33.12-22; Gn15.1-6; Hb 11.1-16; Lc 12.22-34
Tema: Receita e Remédio para Ansiedade!


         Ao longo dos séculos foi desenvolvida vacina contra muitos tipos de doenças. Algumas vacinas estão sendo desenvolvidas para o combater doenças que continuam a ameaçar a raça humana.
         Algumas doenças aparecem silenciosamente, mas, quando descobertas causam um enorme estrago, tanto no paciente quanto na família. Acredito até que alguém já tenha vivido essa situação.
         Independente da doença a qual tem pensado, sugiro que falemos da doença de todos os tempos: a ansiedade. Sim! A chamo de doença de todos os tempos, pois, essa doença não é exclusividade do nosso século. Jesus lidou com pessoas doentes desse mal.
         Certa vez, ao ensinar o povo, eis que um homem ansioso pelos bens materiais propôs a Jesus: “Mestre, ordena a meu irmão que reparta comigo a herança” (Lc 12.13). Jesus respondeu que não havia sido enviado e nem constituído rabino para resolver essa situação. No entanto, buscou ajudar mais pessoas que naquela multidão sofriam de ansiedade pelos bens materiais.
         É valido ressaltar que Jesus não se coloca contra direitos adquiridos, no entanto, quer mostrar a todos que a ansiedade pelos bens materiais inúmeras vezes faz com que a pessoa deixe de viver, afinal, “...a vida é mais que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes...” (Lc 12.23).
         Quão bela e profunda é a observação feita por Jesus: “a vida é mais importante que o alimento”. No entanto, tenho observado que as pessoas gastam a vida na busca de dinheiro, e ao final, gastam todo o dinheiro para tentar manter a vida. “Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?” (Lc 12.25).
         Jesus ao falar sobre a ansiedade, o faz para que as pessoas vivam. Muitos especialistas dizem que a ansiedade faz parte da vida moderna. Discordo! Na verdade, a ansiedade faz parte da morte, quer seja, pré-histórica, medieval, moderna e pós-moderna. A própria ansiedade impede que o ser humano descubra o remédio contra a ansiedade.
         Jesus tem o remédio, na verdade, Jesus é o remédio. Jesus receita o remédio, Jesus é o remédio. Mas, infelizmente, o “alimento”, “as vestes”, ou seja, os bens materiais se tornaram mais importantes que aquilo que deveriam beneficiar, a vida e o corpo.
         Disse Jesus, a receita e o remédio contra a ansiedade: “a vida é mais importante que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes”.
         Bem! Receita e Remédio só fazem efeito quando usados corretamente.
         De que adianta ter receita, se vou em busca do remédio numa loja de materiais de construção? De que adianta, comprar o remédio, mas não tomá-lo?
         Algumas doenças quando descobertas não trazem prejuízo apenas ao paciente, mas a toda a família. A ansiedade é uma dessas doenças. Ela traz prejuízos sociais e familiares. Na verdade, assim como disse o próprio Jesus, a ansiedade é uma resposta biológica do corpo a eventos que estão por acontecer, sejam esses reais ou imaginários. “Se, portanto, nada podeis fazer quanto às coisas mínimas, porque andais ansiosos pelas outras?” (Lc 12.26).
         Um levantamento feito na Inglaterra constatou que 4 entre 10 pessoas passam cerca de duas horas por dia se preocupando com acontecimentos futuros. Diariamente as pessoas vivem ansiosas por terem que pagar contas, problemas no trabalho, cuidado com os filhos, tarefas domésticas, cuidado com a aparência, responder e-mails, reuniões, planejamentos, atividades sociais, etc.
         De acordo com a pesquisa, pode-se concluir que 40% das pessoas estão morrendo por causa da ansiedade, ou melhor, estão deixando de viver a vida, por causa do alimento que não alimenta e das vestes que não vestem.
         Segundo o determinismo social, somos frutos do meio em que vivemos. Assim, somos influenciados pelas empresas e pelo comércio a consumir mediante as “maravilhosas” formas de pagamento, as fantásticas promoções e propagandas que aguçam nossa vontade de ter.
         Jesus disse: “a vida é mais importante que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes”. No entanto, em estado de ansiedade, deixa-se de “viver a vida e vestir o corpo” por causa da preocupação, da tensão exagerada, da sensação de que algo ruim está por acontecer, preocupação exagerada com dinheiro ou trabalho, etc. Todo ansioso tem algo em comum, ou seja, se preocupa com eventos que ainda não aconteceram.  
         Interessante notar no texto (Lc 12.22-34) que Jesus se dirige aos seus discípulos. Isso sugere que os discípulos também estavam sujeitos a doença da ansiedade, por isso, Jesus os adverti: “não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir” (Lc 12.22).
         Muitos, infelizmente, com base nesse versículo imaginam que Jesus está pedindo que não nos ocupemos, nem sequer planejemos o futuro. Mas, vale dizer que isso não é verdadeiro. Um exemplo simples, é que a Bíblia ressalta e valoriza o trabalho da formiga. Ela se prepara durante o verão para comer no inverno. Os pássaros migram para regiões quentes para não enfrentarem o rigoroso inverno de algumas regiões. Isso para se protegerem e preservarem a raça.
         O planejamento, a ocupação quanto ao futuro não é o problema, o que Jesus deseja é curar seus filhos e filhas da preocupação excessiva, ou seja, da ansiedade que paralisa as decisões e ações. As nossas ansiedades tem o destino certo: “Lançai sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1Pe 5.7).
         Deus continua provendo seus filhos de todo o necessário para o corpo e para a vida, através do trabalho, do estudo, da ciência, etc. Não queiramos receber as coisas de braços cruzados, afinal, Deus não aprova a preguiça como desculpa de fé.
         Quando Jesus diz: “não andeis ansiosos...” está transmitindo a mensagem de que assim como um navio surrado pelo vento e pelas ondas não naufraga, pois está suspenso sob as águas, “Não andar ansiosos...” é encarar o dia sabendo que se está suspenso e protegido, pois, por mais que os ventos e as ondas agitem, não será naufragado.
         Quando Jesus disse: “a vida é mais importante que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes”, está ensinando que a vida e o corpo são importantes e se os mesmos foram dados, criados por Deus, muito mais nos dará das outras coisas, ou seja, não deixará nada faltar para que a vida e o corpo sejam preservados. Nesse sentido Martinho Lutero disse que os passarinhos e as aves são nossos professores e mestres, afinal, não vivem preocupados, não deixam de cantar, pois estão certos de que o suficiente sempre terão. Vivemos nesse mundo, como estando na cozinha de Deus, pois, o mesmo sabe das minhas necessidades e me sustenta com todo o necessário para o corpo e a vida.
         O problema da ansiedade está no diagnóstico feito por Jesus: “pequenos na fé” (Lc 12.28). Estar, permanecer na fé é o antídoto para vencer a ansiedade. Pois na fé, olhamos a vida e o mundo de outra perspectiva. Pela fé somos guardados em paz, e nessa paz descansamos e vivemos tranquilamente (Fp 4.6-7). Amém!

M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

Não creia em todo espírito (1Jo 4.1)

  27 de abril de 2024 Salmo 150; Atos 8.26-40; 1João 4.1-21; João 15.1-8 Texto: 1João 4.1-21 Tema: Não creia em todo espírito (v.1) ...