terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Retrospectiva!


29 de dezembro de 2018
Domingo após natal
Salmo 111; Isaías 61.10-62.3; Gálatas 4.4-7; Lucas 2.22-40
Texto: Salmo 111
Tema: Retrospectiva

Ao final de cada ano é comum as retrospectivas!
Se você fizesse uma retrospectiva desse ano de 2018, como seria a mesma?
O salmista faz uma verdadeira retrospectiva das coisas maravilhosas de Deus. No entanto, não é uma retrospectiva de um ano, mas de muitos anos. No Salmo 111, observamos o salmista fazendo uma retrospectiva de tudo o que Deus fez por cada filho e filha.
Temos diante de nós um Salmo riquíssimo, no entanto, quero destacar apenas os versos 1 e 4 destacando o lembrar, ou melhor, a retrospectiva dos atos poderosos de Deus.
Lembrarrelembrar, rememorar as ações de Deus. Isso era o que Deus esperava de seu povo. Deus quer que seu povo mantenha viva na memória os grandes feitos de Deus.
Lembrar os feitos de Deus no passado, era viver na certeza do cuidado e da proteção de Deus no presente e a consequência disso conduzia ao louvor de todo o coração. Lembrar os feitos de Deus servia para evitar muitos erros e desvios da fé no futuro.
Os Salmos 111; 112; 113 iniciam com Aleluia. A expressão máxima da adoração à Deus.
Junto a expressão aleluia o salmista diz que “louvará a Deus...com todo o coração...junto com os que lhe obedecem” ou seja, junto aos que estão no culto, na reunião do povo de Deus. E depois traz a memória do povo tudo o que Deus fez e faz.
Antes de lembrar cada filho de Deus os motivos para o louvor, o salmista diz que louvará. Todo louvor se deve àquilo que Deus fez e faz em nosso favor, não é um louvor de barganha.
Recordar as ações de Deus, quer no passado, quer no presente, nos ajuda a louvá-lo, nos ajuda a nunca esquecer dos seus feitos maravilhosos. Recordar as ações de Deus nos ajuda a compartilhar essas maravilhas. Esse compartilhar pelo recordar as ações de Deus farão com que muitos se alegrem e venham dar graças a Deus junto conosco na casa de Deus. Recordar as ações de Deus nos leva a louvar a Deus de todo o coração e nunca nos esquecer dos seus feitos maravilhosos.
Deus nos abençoe a podermos recordar sempre as ações de Deus.
Edson Ronaldo Tressmann

sábado, 22 de dezembro de 2018

Somos benditos pelo “bendito fruto do teu ventre de Maria!” (Lc 1. 42).

4º Domingo Advento
Sl 80.1-7; Mq 5.2-5; Hb 10.5-10; Lc 1.39-45
Texto: Lucas 1.42
Tema: Somos benditos pelobendito fruto do teu ventre de Maria! (Lc 1. 42).

Vivemos na sociedade do descartável!
Muitas instituições religiosas conduzem pessoas à viverem a vida cristã numa relação de consumo com Deus. O verdadeiro toma lá, dá cá, para com Deus. Dessa maneira, criam uma relação descartável com Deus, pois, quando Deus não as abençoa devido aos seus esforços, descartam Deus e o criticam de mercenário.
Entre os muitos bens descartáveis, a sociedade está descartando as crianças fruto de uma relação amorosa frustrada. E nessa sociedade do descartável, o aborto é sempre um tema recorrente.
Damares Alves, ao ser oficializada como Ministra da mulher, família e direitos humanos, em sua apresentação ressaltou que é contra o aborto e que o desejo é ter um Brasil sem aborto. Muitos criticaram a nova ministra. a sociedade do descartável não aceita que não seja possível descartar um feto, afinal, meu corpo, minhas regras.
No último dia 06 de dezembro de 2018 uma mãe foi condenada pela participação na morte da filha de 19 anos, levada por ela para realizar um aborto. O caso aconteceu em 2013.
No STF, um entre os vários assuntos debatidos, foi prorrogado sem data para novo debate a questão da descriminalização do aborto. Assunto controverso, tão controverso que alguém pode me questionar pelo fato de refletir sobre o assunto em pleno quarto domingo de advento. No entanto, quero refletir sobre, pois, Lucas narra que Isabel tendo ouvido Maria a saudar, “a criança (João Batista) estremeceu no ventre”.
Em torno desse tema, há uma grande discussão teológica, e sem maiores delongas, quero apenas destacar que João Batista, estremeceu na barriga da mãe, não por causa de Maria, mas pelo fruto, ou seja, pelo filho que Maria trazia em seu ventre (Jesus). Isabel exclamou dizendo: “bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1.42). Conforme o verso 41, essa saudação se deu estando Isabel “possuída do Espírito Santo” (Lc 1.41). Em outras palavras, poderia destacar que só é possível ver a bênção do fruto de Maria (Jesus), pelo poder do Espírito Santo. 
Será que Maria tinha motivos para realizar um aborto? 
Maria era jovem e vivia numa sociedade onde aparecer grávida sem estar casada era dramático. Está descrito na Bíblia (Números 5.11-31) a prova da água. Esse ritual era praticado de diversas formas no antigo Oriente e em outras regiões do mundo. Os heteus e babilônicos praticavam jogando a mulher num rio, e se a mesma saísse do rio, estaria inocentada do seu adultério. Há relatos num livro apócrifo (Proto evangelho de Tiago), largamente difundido na igreja primitiva, onde diz que Maria foi submetida a tal prova (Rops, 1999).
O que sabemos do texto bíblico é que antes que houvesse qualquer retaliação mais grave, ou até mesmo uma punição injusta, eis que um anjo do Senhor em sonho advertiu o noivo José que tinha direito garantido de punição com as seguintes palavras: “José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo” (Mt 1.20). O anjo disse para José que a gravidez de Maria era a maior bênção para a humanidade.
Ao dizer "não temas receber" (Mt 1.20), se deve ao fato de trazer a memória as palavras de Dt 20.7, onde narra que só era considerado casamento se o noivo recebesse a noiva, ou se houvesse a união.
Tanto Maria, quanto José, souberam pelo anjo que o fruto que estava sendo gestado era o fruto de Deus para dar vida ao mundo.
No entanto, como qualquer ser humano nessa situação, Maria se via pressionada pela incompreensão das pessoas, bem como com a vergonha diante dos incompreensíveis. Nessa situação onde havia muita pressão, e a solidão seria um solo fértil para a dúvida e o desânimo, Maria já sabedora da bênção que era o fruto do seu ventre, busca apoio humano e vai a casa de Isabel. Qual a razão para isso?
Maria foi até Isabel, pois o anjo disse que ela também estava vivenciando um maravilhoso milagre: ser mãe em idade avançada (Lc 1.36). Coisa que o povo de Deus ouviu dizer de Sara e Abraão. E naquelas montanhas de Judá, após uma caminhada de 30 km, ao chegar na casa de Isabel, ouviu sem ter comentado nenhuma palavra o que o anjo já havia anunciado: “bendito é o fruto do teu ventre!” (Lc 1. 42).
Isabel também era abençoada entre as mulheres, pois idosa, para muitos estéril, daria à luz à uma criança (aquele que prepararia o caminho do Senhor), exclama que Maria é a mais abençoada das mulheres, não por ser Maria, mas porque, o que nela estava sendo gerado, era o salvador do mundo.
Quando se fala em aborto é preciso buscar compreender toda e qualquer situação, no entanto, na maioria das vezes, os abortos acontecem tão somente por estarmos vivendo na sociedade do descartável. Mulheres se envolvem num relacionamento descartável, do usa e abusa, e depois, acaba descartando a criança que surge dessa relação.
A sociedade do descartável deixou de ver que seus filhos são benditos por causa do “bendito fruto do teu ventre de Maria!” (Lc 1. 42). Jesus, dá um novo sentido a nossa vida. Cada criança, colocada no reino de Deus pelo Batismo, pelo fruto abençoado - Jesus, se torna uma bênção para outras pessoas.
Louvemos a Deus, pois em meio a uma sociedade opressora e julgadora, Maria e José, orientados por um anjo assumiram todos os riscos e levaram adiante a gravidez. Jesus nasceu! Pelo “bendito fruto do teu ventre de Maria!” (Lc 1. 42), nós somos benditos. Abençoadores numa sociedade do descartável. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Belém - Padaria de Deus aberta para todos!


4º Domingo Advento
Sl 80.1-7; Mq 5.2-5; Hb 10.5-10; Lc 1.39-45
Texto: Mq 5.2
Tema: Belém: Padaria de Deus aberta para todos!

E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Miquéias 5.2)

Analisando a palavra Belém, vemos que a mesma significa “casa do pão”, ou seja, lugar de comida. E em Belém, nasceu aquele que anos mais tarde, em sua pregação, disse: “Eu sou o pão da vida” (Jo 6.48).
O profeta Miquéias, setecentos anos antes do nascimento de Jesus disse ao povo: “E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Miquéias 5.2).
Havia tantas cidades maiores, mais importantes, mais destacadas, mas, Deus resolve em seu preceito que Jesus nasceria em Belém, uma pequena e para muitos insignificante cidade. Na verdade, a pequena Belém era útil para o povo apenas para uma coisa. Belém é o ponto de partida para quem ia para o Egito (Jr 41.17). Foi daqui que iniciou-se a fuga do menino Jesus para o Egito (Mt 2.1-15; Lc 2.4-15; Jo 7.42).
Deus sai da sua terra para resgatar seu Filhos escravizados, assim como aconteceu nos dias de Moisés. Deus tirou do Egito o seu povo escravizado.
João Batista no deserto, é a mensagem de que Deus, se ausenta do Templo para buscar seu povo que estava vivendo no deserto da corrupção.
Jesus nasceu em Belém. Essa verdade, ocorreu por três motivos. Sendo eles:
1Profético: Para que se cumprisse a profecia (Mq 5.2). E, sendo o caminho para o Egito, conforme profetizado pelo profeta (Os 11.1).
2Simbólico: Belém, casa do pão. Jesus, o pão da vida (Jo 6.48).
3Histórico: O último filho de Jacó nasceu em Belém (Gn 35.16-19). Seu nome foi Benoni “filho da minha dor”. Jacó o chamou de Benjamim “filho da mão direita”. Jesus, o filho de Deus, que nasceu em Belém, nasceu para ser o homem das dores (Is 53.3) e filho da destra de Deus (At 7.55).
Ao observar que Boaz e Davi nasceram em Belém e, combinando as palavras do profeta que disse “... cujas origens são desde os tempos antigos...”, vemos Deus agindo na história. Como disse o apostolo Paulo: “... quando chegou o tempo certo...” (Gl 4.4).
Mais uma vez vamos festejar o segundo domingo de advento. De tudo o que ouvimos até o momento, quais lições podemos tirar?
- Deus, mesmo que no deserto, continua nos convidando ao arrependimento;
- A salvação é para todos – por isso, insiste e convida a todos ao arrependimento;
- Jesus não foi reconhecido por causa da corrupção reinante na igreja. Mas, Deus em amor e misericórdia, veio ao seu povo e pelo deserto, por João Batista, mostrou esse amor e misericórdia ao povo que veio salvar.
Querido e querida.
Não posso terminar essa mensagem sem alertar a todos.
É muito comum ouvir que há situações desastrosas em tal e tal instituição religiosa. No entanto, Deus não se cala. Ele continua anunciando seu amor. Ele continua preparando seu povo para o dia em que irá voltar para julgar os vivos e os mortos.
A todos nós, cabe a missão de permanecer com os olhos fixos em Jesus, tão somente em Jesus, o cordeiro de Deus, o pão da vida.
Deus, enviou da sua padaria, Belém, o pão que sacia a fome de toda a humanidade. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Alegrai-vos no Senhor, Perto está o Senhor!


3º Domingo de Advento
Sl 85; Sf 3.14-20; Fp 4.4-7; Lc 7.18-28
Texto: Fp 4.4-8
Tema: Alegrai-vos no Senhor, Perto está o Senhor!

A terceira vela acesa nos convida à alegria e ao júbilo pela aproximação da chegada de Jesus. Nosso coração transborda de alegria pela proximidade da chegada do Senhor. Por isso, podemos exclamar com júbilo as palavras do apostolo Paulo: Alegrai-vos no Senhor”, pois “Perto está o Senhor” (Fp 4.5).
Quando o apóstolo Paulo escreveu sua carta aos filipenses havia muita perseguição aos cristãos. Muitos eram açoitados, presos e mortos. E tendo recebido desses cristãos donativos para sua manutenção, preso em Roma, o apostolo Paulo, no ano de 61 AD. escreveu uma carta aos irmãos na fé.
Nessa epistola, o objetivo de Paulo é consolar a comunidade. Parece estranho, pois, em meio a perseguição, prisão, açoite e morte de muitos, não há muito o que escrever para consolar. No entanto, o Espírito Santo, autor dessas Palavras, conduziu as palavras empregadas para a composição dessas sagradas letras. Afinal, em situação tão deprimente, só pelo poder do Espírito Santo, Paulo pôde aconselhar: “Alegrai-vos”.
Como é possível alguém se alegrar numa situação em que sua própria vida está em risco?
O apostolo Paulo responde: “Alegrai-vos, sempre no Senhor, ...”.
Essa expressão sempre ressalta que Cristo é a fonte da alegria em todos os momentos e situações. Nada é capaz de roubar daquele que está em Cristo a certeza do amor, do perdão e a esperança (Rm 8.37).
Em situações difíceis, concluímos que estamos largados a própria sorte, mas, isso não é verdade aos olhos de Deus. Paulo aprendeu essa lição na prática, tanto que ao agradecer aos Filipenses pela ajuda, confessa que “com a força de Cristo, é capaz de enfrentar qualquer situação” (Fp 4.13).
Alegrai-vos, sempre no Senhor, ...”. Posso me alegrar sempre no Senhor, não importa a situação, pois, Cristo é a fonte da alegria em todos os momentos.
Paulo segue consolando a comunidade escrevendo: “Alegrai-vos, sempre no Senhor, ...O Senhor virá logo” (Fp 4.4,5)
Ao escrever que o Senhor virá logo (Fp 4.5), o apostolo ressalta que Jesus conhece os sofrimentos, que Jesus está pronto a amparar e fortalecer e que virá para julgar os vivos e os mortos.
Sendo Cristo a fonte de alegria, até nos piores momentos da vida. Estando Cristo a par dos nossos sofrimentos e pronto a nos amparar e fortalece a nossa fé, posso me alegrar no Senhor, afinal, “a paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus” (Fp 4.7).
O que é essa paz de Deus? É a salvação oferecida e dada em Cristo. Se devido à queda em pecado éramos inimigos de Deus. Em Cristo, agora estamos em paz com Deus.
Essa paz só acalma um tipo de pessoa. Àquela que reconhece o quanto era inimiga de Deus e crê na obra de Cristo. A paz que excede toda a razão humana está no perdão de Cristo.
Nenhum problema era maior do que a inimizade com Deus. Claro que ficamos perturbados com a violência, a injustiça social, o desmatamento desenfreado, a corrupção. No entanto, esses problemas não são nada, em comparação com a inimizade que tínhamos com Deus. E foi justamente essa situação que Deus em Cristo transformou. Agora, “unidos com Cristo Jesus” temos sempre alegria, pois, mesmo que as dificuldades e preocupações estejam presentes em nossa vida, a certeza do cuidado de Deus nos enche de alegria. Mesmo que a morte bata a nossa porta, temos a vida eterna.
Querido amigo e amiga, conhecemos e vivemos por essa paz com Deus. Vivemos na verdadeira alegria que é Cristo. No entanto, nesse tempo de advento, tempo de preparação, é preciso que àqueles que não conhecem essa paz e alegria, possam conhece-la e também estarem preparadas para o salvador que vem.
Não conhecer e não ter a paz é um drama presente na humanidade desde que Adão e Eva caíram em pecado. Mas, assim como a paz e alegria impactou a vida de milhares, o mesmo é hoje.
Pessoas estão carentes da paz e da alegria com Deus em Cristo, por isso, os exorto assim como exortou o apostolo Paulo: “meus irmãos, encham a mente de vocês com tudo o que é bom e merece elogios, isto é, tudo o que é verdadeiro, digno, correto, puro, agradável e decente” (Fp 4.8).
M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Obra iniciada e continuada: graças a Deus!

2º Domingo de Advento
Sl 66.1-12; Ml 3.1-7b; Fp 1.2-11; Lc 3.1-14
Texto: Fp 1.6
...Deus, que começou esse bom trabalho na vida de vocês, vai continuá-lo até que esteja completo no dia de Cristo Jesus
Tema: Obra iniciada e continuada: graças a Deus!

Oração: "Abra os meus olhos, para que eu possa contemplar as maravilhas da tua Palavra".

São muitas as situações em que reclamamos da igreja. Eu já reclamei! E você já reclamou? Por qual motivo?
As pessoas, mesmo sendo diferentes, acabam reclamando pelo mesmo motivo: Porque as pessoas não se envolvem mais na missão?
Paulo estava preso em Roma e recebeu a visita de um pastor, Epafrodito, que foi encarregado de levar à Paulo a ajuda dos cristãos da cidade de Filipos.
Depois de uns dias na companhia de Paulo e com informações sobre a vida daquela igreja, a qual havia se iniciado a beira de um rio, durante a 2º viagem missionária, Paulo escreve a carta na qual ele agradece a igreja e os cristãos de Filipos.
Essa já era a 3º vez que os filipenses socorriam as necessidades do apostolo Paulo. As outras duas ocasiões foi quando este estava em Tessalônica.
Entre as muitas notícias do pastor Epafrodito, uma gerou inquietação. A notícia de que aqueles cristãos estavam sendo atormentados por falsos ensinos. E, como todo falso ensino, também os que estavam adentrando na igreja em Filipos, estava causando confusão e muitos estavam começando a se desunir. A previsão era de um racha dentro de uma igreja. Não há mais terrível que as pessoas estarem desunidas e rachadas por suas opiniões ou até mesmo por falsos ensinos. Paulo trata o assunto nessa carta (Fp 2.1-2; 3.1; 4.1).
Para abordar o tema de uma maneira paulina de escrever, ou seja, primeiro passa a mão na cabeça e depois escorrega para a orelha, o apostolo agradece a Deus pela existência da igreja em Filipos. Mas, se está havendo problemas, será que havia motivos para gratidão? Sim. E a gratidão não é pelos mantimentos enviados a Paulo (Fp 4.11-13). A gratidão de Paulo é pela boa obra iniciado por Deus em Filipos e entre os filipenses e ainda mais, por tê-los honrado com a participação na missão de Deus. Por causa da obra de Deus, Paulo diz que ao se lembrar dos filipenses “agradece a Deus”, e todas as vezes que ora, “ora com alegria” (Fp 1.3).
Paulo recebe donativos e notícias. As mesmas não são animadoras, um perigo ronda àquela igreja, mas, Paulo trata o problema trazendo a mente deles que tanto o ser igreja quanto o estar envolvido na missão da igreja, PROCLAMAR CRISTO, é obra de Deus.
Não somos nós que mantemos a igreja de pé. É o evangelho! E esse precisa ser proclamado. Não somos nós que trabalhamos arduamente, é Deus que nos dá essa graça e honra.
Paulo escreve: “...Deus, que começou esse bom trabalho na vida de vocês, vai continuá-lo até que esteja completo no dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6). O próprio Jesus Cristo disse aos seus discípulos: “Não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, fui eu que os escolhi para que vão e deem fruto e que esse fruto não se perca. Isso a fim de que o Pai lhes dê tudo o que pedirem em meu nome” (Jo 15.16).
As pessoas reclamam da igreja – e muitos dos que reclamam são os agraciados por Deus. Àqueles que estão no fronte. Reclamam por se sentirem sozinhos. Outros, por que a carga está pesada. No entanto, precisamos aprender com as palavras do Espírito Santo, escritas por Paulo: “Sempre que penso em vocês, eu agradeço ao meu Deus. E, todas as vezes que oro em favor de vocês, oro com alegria por causa da maneira como vocês me ajudaram no trabalho de anunciar o evangelho, ...” (Fp 1.3-5). Deus seja louvado por ter e estar fazendo maravilhosa obra entre nós.
Não fui eu que me fiz cristão! Não fui eu que aceitei Jesus! Foi Deus em seu próprio coração, na sua misericórdia que veio a nós e nos presenteou com a fé: “Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus. A salvação não é resultado dos esforços de vocês; portanto, ninguém pode se orgulhar de tê-la” (Ef 2.8-9).
A maior de todas as obras realizadas por Deus em nossa vida foi nos colocar em seu reino e nos fazer servir em seu reino. Mas, nosso inimigo, o diabo, está nos conduzindo a reclamação. Reclamamos da igreja. Reclamamos por ter que trabalhar em prol da igreja.
Deus começou um bom trabalho em nós! E o que é também espetacular, é que Deus continua esse bom trabalho em nossa vida.
...Deus, que começou esse bom trabalho na vida de vocês, vai continuá-lo até que esteja completo no dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).
Deus não abandona a sua igreja a própria sorte. Ele sabe dos perigos, afinal, a igreja tem como inimigo o diabo. Os ataques do diabo visam nos afastar da luz que é Cristo. Ele tentou tirar Jesus do caminho da cruz e da cruz (Mt 4). Nesse sentido é que Paulo escreve que Jesus foi obediente, servo, até a morte de cruz (Fp 2.8).
Essa boa obra que Deus começou em nós, só não sucumbiu ainda por que a mesma está fundamentada em Jesus (Mt 16.16-18; Mt 7.25). No entanto, o evangelho só está escondido aos que estão se perdendo (2Co 4.3), e se perdem por que abandonaram o costume de assistir as reuniões (Hb 10.25). Se perdem por que caíram na tentação e a única coisa que fazem é reclamar da igreja. Reclamar da boa obra que Deus começou entre nós.
Ter e Ser uma igreja é motivo de sobra para dobrar o joelho e agradecer a Deus!
Estar envolvido no trabalho da missão da igreja, PROCLAMAÇÃO, é motivo de alegria e felicidade.
...Deus, que começou esse bom trabalho na vida de vocês, vai continuá-lo até que esteja completo no dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).
Maravilhoso ouvir a Palavra de Deus que nos anuncia em alto e bom som que a boa obra de Deus iniciou e continua entre nós e será assim até o dia da volta de Jesus. Aliás, Jesus, o ressuscitado, ao enviar sua igreja para que “enquanto estão nesse mundo fazerem discípulos” (Mt 28.19), proclamou a sua promessa de que “estaria todos os dias, até a consumação dos tempos, com os seus” (Mt 28.20).
Não estamos sozinhos!
A obra iniciada, é uma obra continuada. Tanto o seu início, quanto a sua continuação é graça de Deus.
Paulo, ouviu sobre os perigos que aquela congregação estava correndo, e como objetivo especifico, alertar, para resolver o problema, faz uso da única arma que se pode fazer, proclamou o evangelho escrevendo aos filipenses: “Pois eu estou certo de que Deus, que começou esse bom trabalho na vida de vocês, vai continuá-lo até que esteja completo no dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).
Quando as pessoas reclamam da igreja, por mais motivos que tenham, elas na verdade, reclamam da boa obra de Deus.
O maravilhoso é que Deus começou, continua e ainda mais surpreendente, oportuniza os resultados.
Depois de anunciar com todas as letras que o bom trabalho foi iniciado por Deus e que o mesmo continua esse trabalho, o apostolo leva os cristãos a refletir em torno do verdadeiro objetivo de sua epistola. Ou seja, Paulo quer que pela fé que foi iniciada pelo poder e obra de Deus e por ele continuada, que àqueles cristãos saibam discernir o que é bom (a obra de Deus) e não se deixem levar por qualquer vento de doutrina. Afinal, os outros deuses apenas querem nos tirar da espetacular obra de Deus.
Claro que, se uma congregação cristã, e essa já é a terceira vez, se preocupa com seu fundador e envia-lhe mantimentos, deve receber elogios, pois, vejam quanto amor estão demonstrando por Paulo. Claro que Paulo se alegra e agradece a Deus pelos frutos que eles estavam produzindo, mas, mesmo que estivessem preocupados com Paulo, deveriam cuidar da união, pois corriam perigo da separação e auto exclusão.
Pois eu estou certo de que Deus, que começou esse bom trabalho na vida de vocês, vai continuá-lo até que esteja completo no dia de Cristo Jesus”. A simples existência de uma igreja já é motivo para gratidão e alegria.
A Sagrada Escritura que Deus, o qual nos chamou, é tão fiel que, quando "começou boa obra em nós", há de conservá-la também até ao fim e completá-la, se nós mesmos não nos desviarmos dele, mas guardarmos firme, até o fim, a obra principiada, para o que ele prometeu sua graça, 1Co 1.8; Fp 1.6; 2Pe3.9; Hb 3.14,16. Mas a causa é: porque tornam a desviar-se voluntariosamente do santo preceito, entristecem e amarguram o Espírito Santo, enredam-se na imundície do mundo, voltam a ornamentar ao diabo a hospedaria do coração, e o último estado deles torna-se pior que o primeiro, 2Pe 2.10; Lc 11.24-26; Hb 10.26.
E Paulo, em Fp 2.13 Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade". Essa passagem amável é muito confortadora para todos os cristãos piedosos que sentem e experimentam no coração uma pequena centelha e anseio pela graça de Deus e a salvação eterna. Pois sabem que Deus acendeu esse princípio da verdadeira piedade em seus corações e que ele quer continuar a fortalecê-los e ajudar-lhes na grande fraqueza, para perseverarem na fé verdadeira até o fim. Amém!
Pastor Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Que cresça cada vez o amor que vocês têm uns pelos outros

1º Advento
Sl 25.1-10; Jr 33. 14-16; 1Ts 3.9-13; Lc 19.28-40
Texto: 1Tessalonicenses 3.12

Que cresça cada vez o amor que vocês têm uns pelos outros”. (1Ts 3.12)

Você é individualista? Sim ou Não?
A sociedade como tal se encontra é em sua vivência diária INDIVIDUALISTA. Afinal, individualismo é um conceito moral, político e social que exprime a liberdade do indivíduo frente a um grupo, sociedade ou estado. Por esse motivo as palavras mais ouvidas e usadas são eu tenho direitos! O indivíduo sobressai ao grupo. Ele é mais importante que o grupo.
Ao falar sobre individualismo, é preciso que entender que mesmo que cada um tenha seus direitos, todos nós temos deveres. E o maior de todos, em minha modesta opinião é manter a unidade na diversidade.
Nesse sentido, Paulo orou pelos tessalonicenses: “Que cresça cada vez o amor que vocês têm uns pelos outros” (1Ts 3.12).
Lucas, no livro de Atos dos Apóstolos (At 17.2) relata que Paulo por 3 semanas fez um trabalho de evangelismo na cidade de Tessalônica. Uma cidade, na época muito muito importante, pois na mesma havia um porto que servia de rota para o tráfego comercial entre Roma, o Oriente e a Ásia Menor.
Em uma importante cidade, Paulo se ocupou em levar a mais importante mensagem: o evangelho. Sempre afirmo as pessoas que a pregação pela internet não afasta as pessoas da igreja, pelo contrário, faz com que o evangelho chegue em muitos lares, inclusive naqueles lares que não querem saber nada sobre o evangelho.
Diante da pregação do evangelho houve resultados positivos e também àqueles que não receberam bem o evangelho. Por causa desses, que não aceitaram bem a mensagem do evangelho, e movidos pela inveja de alguns judeus, Paulo obrigou-se a se retirar da cidade escondido.
Algum tempo depois disso, Paulo da cidade de Atenas, envia Timóteo para averiguar como estava a situação daquela igreja recém formada em Tessalônica. E Timóteo viu de perto a fé sincera dos tessalonicenses que receberam bem o evangelho, e a resposta verdadeira ao amor de Deus, afinal, muitos cristãos se mantinham firmes e inabaláveis na vida cristã.
Após essa visita, Timóteo viajou a Corinto para encontrar-se com o apostolo Paulo. Em Corinto, Timóteo relatou as boas notícias dos cristãos e da igreja de Tessalônica. A fidelidade dos tessalonicenses era exemplo para todos os cristãos da Macedônia. E da cidade de Corinto, Paulo escreve aos Tessalonicenses. Nessa breve carta, agradece a Deus pela fidelidade de cada cristão e aproveita para instruir sobre alguns assuntos, de maneira muitos especial sobre a segunda vinda de Cristo para julgar os vivos e os mortos.
Apesar de Timóteo trazer e relatar boas notícias da igreja em Tessalônica, não se pode esquecer que aquela congregação cristã era composta por pecadores. E onde se reúnem pecadores, o diabo por meio da carne e do mundo tenta e causa estragos. O diabo é o inimigo dos cristãos e da igreja e a todo momento buscar devorar os filhos de Deus. Já que o diabo não pode atingir a Deus, ele busca atingir os filhos de Deus para ofendê-lo. E por ser uma junção de pecadores e mesmo que haja boas notícias entre os cristãos de Tessalônica, Timóteo deve ter observado algo (pelo visto o individualismo, cada um pensando apenas em si mesmo) que levou Paulo a exortar a comunidade com as seguintes palavras: “dia e noite pedimos a ele (Deus) de todo o coração que nos deixe ir vê-los pessoalmente para podermos completar o que ainda falta na fé que vocês têm” (1Ts 3.10).
Completar o que ainda falta na fé? O que isso significa? O apostolo Paulo não se refere à fé que salva, mas a santificação, a fé prática. Como escreveu Tiago: “a fé sem obras é coisa morta” (Tg 2.17).
Paulo quer e ora para poder ir novamente à Tessalônica para com a pregação motivar as pessoas a uma prática constante. Enquanto ele Paulo não pode ir até àqueles cristãos por saber dos perigos que isso acarretava, ele orava: “Que cresça cada vez o amor que vocês têm uns pelos outros”. O apostolo sabia que o maior de todos os ataques para destruir aquela igreja era a falta de amor de uns para com os outros. Onde reina o individualismo, não há coletivo e o grupo não persiste.
A oração de Paulo: “Que cresça cada vez o amor que vocês têm uns pelos outros” é muito necessária em nossos dias.
A igreja de Tessalônica merecia elogios e esses foram apontados por Timóteo a Paulo. O apostolo Paulo agradece e enaltece as qualidades dos tessalonicenses, mas sabe que não dá para ficar inerte, assim escreve: “Finalmente, irmãos, vocês aprenderam de nós como devem viver para agradar a Deus; e é assim mesmo que vocês têm vivido. E agora pedimos e aconselhamos, em nome do Senhor Jesus, que façam ainda mais” (1Ts 4.1).
O apostolo Paulo pediu para que o amor entre os Tessalonicenses aumentasse cada vez mais. Entre nós existe amor fraternal? Se existe, louvemos a Deus. No entanto, é preciso orar e fazer com que o amor cresça cada vez mais. Afinal, estando na fé salvadora, a mesma nos conduz ao crescimento da fé praticante. Nesse sentido é salutar a recomendação de Judas: ““Porém vocês, meus amigos, continuem a progredir na sua fé, que é a fé mais sagrada que existe....” (Jd 20).
Qual é a importância do amor fraternal em nossas relações? No amor fraternal: o braço sempre está estendido ao irmão fraco na fé; os laços do perdão amarram um ao outro; o socorre nas dúvidas é certo; o apoio é mutuo. O próprio apóstolo escreveu aos Gálatas: “...que o amor faça com que vocês sirvam uns aos outros” (Gl 5.13b), e aos Romanos exortou: “Não fiquem devendo nada a ninguém. A única divida que vocês devem ter é a de amar uns aos outros....” (Rm 13.8a).
Que cresça cada vez o amor que vocês têm uns pelos outros”.
O amor de Deus, manifestado em Cristo, derramado sobre nós pelo batismo e Palavra, nos leva a agir em favor do nosso irmão. Aos Romanos, o apostolo escreveu: “Mas Deus nos mostrou o quanto nos ama: Cristo morreu por nós quando ainda vivíamos no pecado. E, agora que fomos aceitos por Deus por meio da morte de Cristo na cruz, é mais certo ainda que ficaremos livres, por meio dele, do castigo de Deus. nós éramos inimigos de Deus, mas ele nos tornou seus amigos por meio da morte de seu Filho. E, agora que somos amigos de Deus, é mais certo ainda que seremos salvos pela vida de Cristo. E não somente isso, mas também nós nos alegraremos por causa daquilo que Deus fez por meio do nosso Senhor Jesus Cristo, que agora nos tornou amigos de Deus” (Rm 5.8-11), por isso Pedro recomendou: “Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes” (1Pe 3.8) e ainda o apostolo João: “Queridos amigos, amemos uns aos outros porque o amor vem de Deus. Quem ama é filho de Deus e conhece a Deus” (1Jo 4.7). Mais uma recomendação: “Amem uns aos outros com o amor de irmãos em Cristo e se esforcem para tratar uns aos outros com respeito” (Rm 12.10).
Que cresça cada vez o amor que vocês têm uns pelos outros”.
O amor é um fruto do Espírito Santo. E o mesmo se manifesta em alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade, humildade, domínio próprio. “Que cresça cada vez o amor que vocês têm uns pelos outros”. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Os desafios para viver o fim dos tempos!


Ultimo Domingo da Igreja
Sl 93; Is 51.4-6; Jd 20-25 ou Ap 1.4-8; Mc 13.24-37 ou Jo 18.33-37
Texto: Judas 20-25
Tema: Os desafios para viver o fim dos tempos

As crianças e os jovens sempre dizem que os adultos não precisam se preocupar, afinal, eles sabem se cuidar. Os adultos, em muitas situações acham que os idosos se preocupam demais e até são chatos por causa dos seus conselhos.
Um senhor de 70 anos, tendo ouvido sobre um perigo eminente, resolveu escrever um panfleto para alertar os cristãos.
A carta de Judas é muito similar a 2Pedro 2 e o principal propósito é alertar sobre os falsos mestres que tentavam influenciar sorrateiramente e se infiltravam no seio da igreja (Jd 4-19).
Esse senhorzinho era irmão de Jesus, 4 anos mais novo. Mesmo que não tenha crido em Cristo quando ainda jovem (Jo 7.5), foi convertido após a ressurreição de Cristo (At 12.17; 15.13; 21.18).
Judas, era membro da igreja e viajou como missionário (At 1.14; 1Co 9.5). E como qualquer vovô, ouvindo notícias da infiltração de falsos mestres na igreja, escreve esse panfleto aconselhando os santos (a igreja) a edificarem sua vida sobre o evangelho de Jesus e faz um desafio missionário para os cristãos que estão fortes na fé, que os mesmos salvem o próximo.
Judas, sabe que os falsos mestres estão na igreja e os santos em perigo, por esse motivo, indica os desafios para viver o fim dos tempos. Quais?
1 - Progredir
Porém vocês, meus amigos, continuem a progredir na sua fé, que é a fé mais sagrada que existe. Orem guiados pelo Espírito Santo” (Jd 20)
Continuem a progredir na sua fé - εποικοδομουντες - Edificando-vos. Judas com isso quer dizer aos cristãos que os mesmos já estão edificados sobre uma fundação firme. E o desafio é continuar sobre a convicção da verdade de algo (1Co 3.10-15; Ef 2.19-22).
Judas começa a carta e a termina falando sobre fé. E já que os cristãos estão edificados sob a fé, a convocação é para que continuem a batalhar pela fé. A igreja precisa se ocupar das Escrituras e aproveitar todo o espaço que possui para levar as pessoas às Escrituras.
Ao escrever continuem a progredir na sua fé, Judas faz um contraste com os falsos mestres. Progresso quer dizer permanência em atividade na fé que receberam. Werner de Boor escreveu que a igreja não é lugar de visitas, mas de obra. Não dá para ser cristão, e apenas visitar a congregação de vez em quando, é preciso que os cristãos continuem a progredir na sua fé.
E para que haja progresso, Judas aconselha para que os cristãos: “Orem guiados pelo Espírito Santo” (Jd 20). Palavra e oração andam juntas (At 6.4).
O que é esse orar no Espírito? Alguns pregadores modernos respondem dizendo que é o mesmo que orar em línguas. No entanto, essa não é a intenção de Judas. Sua intenção é parecida com a de Paulo na carta aos Efésios e Romanos (Ef 6.18; Rm 8.26). Orar no Espírito é mesmo que nossas orações sejam imperfeitas, o Espirito a aperfeiçoa diante de Deus. Mathew Henry escreveu que a oração é a enfermeira da fé.
Matthew Henry explica que orar no Espírito – é o mesmo que saber que “... nossas orações só prevalecem quando oramos no Espírito Santo, ou seja, debaixo de sua orientação e influência” (Comentário Atos – Apocalipse, p.957). Os cristãos oram, não por obrigação, mas por força do Espírito que vive neles.
Judas, sabe que os falsos mestres estão na igreja e os santos em perigo, por esse motivo, indica os desafios para viver o fim dos tempos. Quais? Se o primeiro é progredir, o segundo é:
2 – Esperar
E continuem vivendo no amor de Deus, esperando que o nosso Senhor Jesus Cristo, na sua misericórdia, dê a vocês a vida eterna” (Jd 21)
O desafio é esperar, pois, muitos estão sendo afastados de Jesus. Pessoas já estão desconfiadas que Deus cumprirá as suas promessas. Já que as previsões humanas sobre a volta de Jesus foram falhas e sempre serão, pois é um assunto reservado ao Pai, pessoas são enganadas e passam a duvidar da promessa de Deus.
Ao expressar que o desafio dos cristãos nos tempos do fim é ficar: esperando que o nosso Senhor Jesus Cristo, na sua misericórdia dê a vocês a vida eterna, Judas não está apontando para a nossa espera como algo meritório.
Esperar significa receber algo oferecido. Ou seja, Judas está dizendo para os cristãos que podem esperar, pois receberão de Deus aquilo que ele oferece (Fp 4.13; Hb 12.2).
Judas indica que os falsos mestres estão na igreja e os santos correm perigo. Por esse motivo, indica os desafios para viver o fim dos tempos. 1 – Progredir; 2 – Esperar; e
3 – Compadecer-se
Tenham misericórdia dos que têm dúvidas;” (Jd 22).
Os cristãos vivem um enorme dilema. São chamados a testemunhar, defender a fé cristã, mas, parece que não conseguem fazê-lo com alguém que está em dúvida ou até mesmo com alguém que se decepcionou com a fé cristã.
Parece muito cômodo testemunhar para quem já é cristão convicto. A dificuldade é falar algo para quem está com dúvida, ou afastado do evangelho. Pior ainda é falar para àqueles que não tem conhecimento nenhum e se recusam a crer.
Judas escreve o panfleto sobre os desafios diante dos tempos do fim. E entre os mesmos, creio que esse é mais desafiador. Um desafio missionário. “Tenham misericórdia dos que têm dúvidas; salvem outros, tirando-os do fogo; e para com outros mostrem misericórdia com medo, odiando até as roupas deles, manchadas pelos seus desejos pecaminosos” (Jd 22-23).
Você já foi enganado por algum ensinamento errado? Ou, você já ficou balançado por algum ensinamento que se chocou com aquilo que você crê? Ninguém quer ficar com dúvida!
Você já teve ou tem alguma dúvida?
É bom quando alguém tira uma dúvida que temos. Dá um certo alívio. David Wheaton diz que as pessoas na época em que Judas escreveu a carta, transigiam com a verdade e consideravam todas as religiões igualmente válidas. Dessa maneira, sendo bem aceito todos os ensinamentos, os mesmos adentravam nas casas das pessoas, e essas ficavam cheias de dúvidas e acabavam se perdendo. Por essa razão, Judas recomenda os cristãos agirem missionariamente com essas pessoas: “Tenham misericórdia dos que têm dúvidas; salvem outros, tirando-os do fogo; ...”.
Judas fala da compaixão como uma atitude missionária. E essa compaixão é um desafio da igreja.
Compadecer é ajudar alguém que está aflito ou que busca ajuda. Nada aflige mais um ser humano do que uma dúvida. Uma pessoa com dúvida busca ajuda em qualquer lugar e com qualquer pessoa. E se a pessoa buscar sanar a dúvida contigo?
O que envolver ter misericórdia dos que estão em dúvida?
Judas usa o termo Αρπαζοντεςarrebatando-os, ou seja, Judas diz para que se pegue quem está com dúvida, leve-o pela força para fora do erro.
Os que estão com dúvida e causam polêmica na igreja, não devem ser excluídos da vida da congregação (Gl 6.1; Mt 18.15), na verdade, é preciso ir atrás dessa pessoa e ajudá-los e não deixá-los se perderem.
Que belo conselho a nós pastores, leigos e servas.
Judas nos transmite sua preocupação entre os criadores de problema. Judas fala sobre a missão interna.
Querido irmão e irmã em Jesus, não é preciso cuidar de si mesmo espiritualmente. Precisamos ter olhos e bocas atentos para ajudar os que estão sendo enganados por falsos ensinos. A recomendação é: ensine quem estão sendo desviado por falsos ensinos.
Judas diz: tire os do fogo (Jd 23).
Evangelizar quem está em dúvidas, devido as heresias, é como tirá-lo do fogo. Tirar do fogo é tirar de uma situação desastrosa (Am 4.11). Os cristãos são ministros de salvação.
Mesmo estando em missão, Judas adverte – cuidado para se chamuscarem com o fogo (Jd 23). Ame o pecador, mas, abomine o pecado. Pecamos por que somos pecadores e por ser pecador, cuidado! Muito cuidado!
É preciso ser um cristão canoa – navegar nas águas remotas, mas, não que um pequeno furo faça adentrar água e afunde a canoa.
Judas indica que os falsos mestres estão na igreja e os santos correm perigo. Por esse motivo, indica os desafios para viver o fim dos tempos. 1 – Progredir; 2 – Esperar; e 3 – Compadecer-se.
Esses desafios podem ser concretizados por um simples fato: “Deus pode evitar que vocês caiam e pode apresentá-los sem defeito e cheios de alegria na sua gloriosa presença. Por meio de Jesus Cristo, o nosso Senhor, louvemos o único Deus, o nosso Salvador, a quem pertencem a glória, a grandeza, o poder e a autoridade, desde todos os tempos, agora e para sempre! Amém!” (Jd 24-25).
Deus pode evitar que vocês caiamé o mesmo que guardar. Judas quer dizer que Deus mantêm seu olhar sobre. Ele cuida tanto para que não escape.
Por esse cuidado, pode apresentá-los ... ou seja, Deus os faz ficar em pé.
Judas diz que a igreja pode realizar os desafios nesses tempos do fim: Progredir, Esperar e Compadecer-se, pois assim como os pais seguram uma criancinha, Deus segura seus filhos. Ele faz tudo para manter a pessoa no seu lugar e ser de uma mente firme.
Jesus é poderoso para nos guardar dos tropeços e nos apresentar com exultação diante do Pai (Is 61.3; Hb 1.9; Sl 23.5).
Judas inicia falando sobre a proteção de Deus e termina louvando por essa proteção.
Qualquer pessoa que viaja sabe que precisa de proteção. Por isso, leva o carro para revisão, faz seguro para qualquer imprevisto. Assim é a na vida cristã. Muitas são as armadilhas. E Judas fala sobre as armadilhas dos falsos mestres. E por saber dos mesmos, Judas louva a Deus por sua proteção, pois só por ele chegaremos seguros ao final da jornada. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

Não creia em todo espírito (1Jo 4.1)

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