domingo, 31 de maio de 2015

Deus mostra como viver após a queda em pecado

07 de junho de 2015
2º Domingos após Pentecostes
Sl 130; Gn 3.8-15; 2Co 4.13-5.1; Mc 3. 20-35
Tema: Deus mostra como viver após a queda em pecado

         A promessa de Deus no jardim no Éden destacada em Gn 3.15 é: “Ele ferirá a cabeça da serpente”. Essa promessa significa nada mais, nada menos, de que o reino do diabo será destruído. Esse primeiro evangelho (Gênesis 3.15) foi anunciado no paraíso para o homem que estava começando a viver uma nova situação, a situação do pecado, da separação de Deus. Essa promessa foi a fonte de consolo dos crentes em todo o Antigo Testamento.
         Mesmo diante do homem caído em pecado e afastado da comunhão com Deus, a promessa foi de resgate e não de um salvador que lhes diria o que fazer e deixar de fazer.
         A promessa de Deus é clara: “Ele ferirá a cabeça da serpente”, isso significa que não há mais nada a ser feito para se alcançar a salvação, tudo foi realizado por Cristo, que do alto da cruz exclamou: “Está Consumado!”. Por isso, as Escrituras afirmam: “Creia”, ou seja, “Declare seu o que Cristo adquiriu para você”. Como disse o apóstolo Paulo: “Pois sabemos que Deus, que ressuscitou o Senhor Jesus, também nos ressuscitará com ele e nos levará, junto com vocês, até a presença dele” (2Co 4.14).
         Quando um pecador recebe o perdão de Deus em Jesus, o diabo, de todas as maneiras busca atormentar o pecador perdoado culpando-o e colocando sobre ele o fardo da culpa e atingindo a sua consciência. Em muitas situações do dia-a-dia as pessoas nos apresentam pessoas sem vícios, cheias de boas ações, e assim, descrevem as mesmas como melhores cristãos do que aqueles que simplesmente se arrependem e recebem o perdão.
         Apesar de termos sentimentos amargos, somos aceitos por Deus em Cristo Jesus. Há verdadeiros cristãos que não conseguem se controlar e ficam irritados com facilidade. Outros tantos não controlam seu temperamento, e há também aqueles com dificuldade para perdoar. Só que, justamente são muitos desses irritadinhos, destemperados e os que não conseguem perdoar, muitas vezes, verdadeiramente dobram seus joelhos e suplicam dia após dia pelo perdão e forças para vencerem esses seus defeitos.
         O texto bíblico (Gn 1 a 3) mostra que Deus e o homem tinham uma relação de intimidade no paraíso. Deus caminhava no jardim e comunicava-se com o homem. Conversavam sobre o dia, sobre os eventos, etc. No entanto, a relação entre Deus e o homem foi abalada pela queda em pecado. A principal consequência da queda em pecado é a perda da comunhão com Deus. Por isso, Deus perguntou à Adão: Qual é a tua situação longe de mim? Essa pergunta continua sendo feita para cada um de nós: qual é a nossa situação longe de Deus?
         A resposta é simples e conhecida por todos: PERDIDOS!
         A perguntou: qual é a nossa situação longe de Deus? Mostra um detalhe muitas vezes esquecido por muitos. A pergunta, revela o desejo de Deus em ter o homem na sua comunhão. Deus não quer o homem longe dEle. Deus ama o homem.
         Deus sabe a terrível consequência do pecado, sendo essa a impossibilidade do homem voltar a comunhão com Deus. No Jardim do Éden, antes do homem conhecer as consequências da queda em pecado, as quais conhecemos muito bem, Deus fez a promessa: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15).
         Quando se fala sobre a queda em pecado (Gn 3), olha-se muito para as terríveis consequências do pecado, tais como, a dor, a violência, a morte, etc. No entanto, antes de anunciar as terríveis consequências do pecado, é necessário observar que Deus fez a promessa a respeito do salvador. O pecador não pode viver se lamentando das consequências do pecado, o pecador é convidado a louvar a Deus e viver na certeza da promessa de Deus e da sua salvação em Jesus.
         Quando diante da situação desesperadora do homem em não conseguir responder sobre a sua terrível situação longe da comunhão de Deus, Deus, através da promessa: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15) revela seu real interesse pelo ser humano. A promessa de Deus revela que não há desejo em condenar ou castigar com as duras consequências da queda em pecado, mas revela seu conforto e toda a iniciativa de Deus em ter o homem em sua comunhão novamente. Após a queda em pecado, Deus ensina que é preciso viver certo, consolado e confortado na promessa. Amém!

M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

cristo_para_todos@hotmail.com

segunda-feira, 25 de maio de 2015

“eis-me aqui, envia-me a mim”

31/05/2015
Domingo da Santíssima Trindade (1º após pentecostes)
Sl 29; Is 6.1-8; At 2.14ª,22-36; Jo 3.1-17
Tema: eis-me aqui, envia-me a mim


         O texto de Isaías 6 recebe a referência dos estudiosos como "apelo de Isaías". Pode-se também descrever esse texto como uma atualização na atribuição de Isaías. Não há nenhum texto que comprove o chamado anterior a esse ao profeta Isaias, no entanto, o mesmo já estava servindo como profeta antes do capítulo 6, durante o reinado do Rei Uzias, de Judá.
         A morte de Uzias marca uma mudança. Ou seja, a segurança de Judá passa a ser ameaçada devido aumento do poder da Assíria, e principalmente porque as pessoas se recusam a ouvir os avisos dados por Deus através do profetas. “...ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais” (Is 6.9).
         Após o rei Uzias, foi entronado o rei Acaz, e esse se recusava a ouvir e confiar em Deus, na sua palavra e qualquer profeta. Ele preferia confiar numa aliança com Israel e a Assíria, ou seja, preferia confiar nas armas.
         Nesse contexto, o profeta Isaías tem a visão da glória do Senhor no seu trono. A glória do Senhor leva o profeta Isaias humildemente ao arrependimento. Isaias se vê como pecador que é na presença de um Deus santo. Esse Deus justo e santo purifica com seu perdão o pecador, (Is 6.6-7).
         Esse Deus justo e santo precisa de homens para comunicar a respeito da sua justiça e santidade. Deus busca enviar pecadores perdoados e justificados para a nobre missão da proclamação. O profeta Isaias ouviu o conselho administrativo de Deus dizendo que precisa de alguém para divulgar a mensagem do perdão, da restauração. “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?” (Is 6.8).
         Perdoado e justificado, o profeta Isaías responde: “eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6.8).
         O perdão ao qual cada pecador recebe pela graça de Deus é motivação para seguir a vocação como povo de Deus. Infelizmente, os muitos escanda-los acabam desmotivando cristãos a permanecerem na caminhada como povo de Deus. A situação do pecador já foi resolvido em Jesus Cristo. E em Jesus Cristo, cada pecador é feito amigo de Jesus. O pecador não é feito cristão por causa da sua própria piedade, da sua suposta mudança de vida, cada pecador é feito cristão pela graça de Deus, de maneira gratuita. “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designeis para que vades e deis fruto, ...” (Jo 15.16).
         Cada pecador foi e é feito filho de Deus pelo batismo, “porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes” (Gl 3.27).
         Cada filho de Deus, perdoado e justificado, pode responder: “eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6.8).
         O pecador perdoado em Cristo é enviado para atuar como filho de Deus no seu trabalho, estudo, lazer, família e na congregação. Cada pecador perdoado e justificado é enviado para usar seus dons, seus recursos para ajudar e servir a todos que vivem ao seu redor. Cada pecador perdoado e justificado é animado a continuar neste mundo, mesmo que mal, para que tantos outros recebam o perdão, a vida e a salvação.
         Lembre-se, não fomos chamados numa sarça ardente ou mesmo num templo cheio de fumaça, com anjos, ou com uma voz no meio da noite, no entanto, nosso chamado é um chamado enviado da parte de Deus. Assim, pode-se dizer: “eis-me aqui, envia-me a mim”.
         Enviados por Deus como filhos perdoados e justificados, levamos através do nosso servir, pela nossa ajuda, pelo nosso amor, a esse mundo mal, a mensagem da esperança. A esperança de que por mais pecador que seja em Jesus há vida e salvação.
             A santíssima trindade ainda deseja enviar o povo de Deus a esse mundo, mesmo que se julgue que não mereça por causa de sua maldade. O conselho administrativo de Deus, ou seja, a Trindade diz entre si: "A quem enviarei, e quem há de ir por nós?" (Is 9.8). Eis-me aqui, envia-me a mim”. 

M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Declaração de amor!

24/05/2015
Domingo de Pentecostes
Sl 139.1-12; Ez 37.1-14; At 2.1-21; Jo 15.25-26; 16.4b-15
Tema: Declaração de amor!

         Recebi essa carta:
         “Oi, te conheço melhor que você imagina. Sei o que está fazendo nesse momento. Sei teus pensamentos e planos, visitei a tua página no facebook e observei que tens bons planos para o futuro, espero que eu esteja incluído neles. Sei onde trabalha, passo por lá todos os dias só para te ver. Esses dias observei que estavas descansando, mas, havia outra pessoa cuidando de você. Gosto tanto de ouvir a sua voz, que bela voz a sua. Gostaria que estivesses em volta de mim todos os dias. Eu te conheço muito bem, pena que você não me conhece assim como eu te conheço. Te amo!
         Busquei descobrir quem escreveu essa carta, afinal, é uma verdadeira declaração de amor. Depois de procurar, achei o seu autor, Deus. Sim! Deus declara seu amor por mim através das palavras do Salmo 139. Ele nos conhece, ele visita nosso trabalho, nosso lazer. Sabe o que pensamos e falamos.
         Não é fácil dizer o que se passa dentro de nós. Por isso, os psicólogos marcam muitas consultas. Eles buscam através do nosso muito falar, descobrir o que se pensa e porque se pensa e porque se age de determinada maneira.
         Deus, aquele que se declara por e para nós nos conhece muito bem. Ele não é apenas o psicólogo! É o remédio! É a cura!
         Cada ser humano é composto por emoções e sentimentos. Oscilamos entre alegria e tristeza, amor e ódio, coragem e medo, confiança e dúvida. Nessas oscilações corre-se o risco de se perder, e assim não se entende e reconhece.
         Há dias e que terríveis são esses dias, em que nem mesmo eu me reconheço. Todos os sentimentos: alegria, tristeza, amor, ódio, coragem, medo, confiança e dúvida estão juntos e misturados e fazem uma tremenda bagunça no meu dia. Nesses dias, e em todos os outros, Deus me conhece e reconhece.          
         Semana passada destaquei que o segredo da oração é saber que não existe lugar onde Deus não está. Deus está presente ali onde eu estou e necessito dele.
         Deus faz parte de todos os meus momentos. Deus se relaciona comigo de maneira pessoal. Conhece meus pensamentos, minhas palavras e ações.
         O Salmo 139 é uma carta de Deus para mim. Deus me conhece e reconhece mesmo quando eu não me reconheço. Por me conhecer e saber a minha real situação, enviou seu Filho Jesus.
         Relembro a história da semana passada na qual disse que certa vez uma mãe levou seu filho a um rabino. Isso porque a mãe observou que o menino possuía extraordinários dons intelectuais. A mãe disse que não tinha mais como educar seu filho devido a sua sabedoria. Pediu que o rabino continuasse na educação. A mãe queria muito que o rabino aceitasse a tarefa e desafiou o rabino a fazer qualquer pergunta ao rapaz. O rabino então perguntou: “Meu filho, diga-me onde está Deus?” O rapaz respondeu: “Mestre, responderei sua pergunta se me disser onde Deus não está”.
         Onde Deus não está? O salmista Davi diz no Salmo 139 que Deus está em todos os lugares, em todos os momentos.
         É preciso orar para que Deus nos ajude a reconhecer a sua presença. Infelizmente, alguns vivem suas vidas como se pudessem se esconder de Deus, “Aonde posso ir a fim de escapar do teu Espírito? Para onde posso fugir da tua presença?” (Sl 139.7).
         Quando o salmista Davi diz que Deus conhece nossos caminhos, nossas palavras e nossos pensamentos, ele “não consegue entender como Deus o conheces tão bem; ...” (Sl 139.6). Todo esse conhecimento que Deus tem de cada um, dos nossos momentos, dos nossos pensamentos e das nossas ações, não objetiva assustar o ser humano. Esse conhecimento de Deus mostrar a expressão de sua graça, a expressão do seu amor. Só se preocupa com alguém quando se ama esse alguém. Disse Jesus, a expressão do amor de Deus por nós: “Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, ...” (Jo 3.16).
         O Salmo 139 é uma carta de amor dirigida a cada ser humano. Deus te ama desde quando nem sequer seus pais sabiam que você existia no ventre materno. Eles só descobriram a sua existência através dos sintomas, mas Deus, desde a sua concepção já te conhece e te ama. Amém!





M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Até quando orar?

17/05/2015 - 7º Domingo de páscoa
Sl 1; At 1.12-26; 1Jo 5.9-15; Jo 17.11b-19
Tema: Até quando orar?

         Quantas emoções a igreja primitiva viveu. Viveu na intensidade do ministério de Jesus. Por 3 anos, Jesus conversou com pessoas, lidou com muitas situações, aconselhou, ensinou, curou, etc. Após esse período a igreja primitiva encarou todo o seu sofrimento o que causou enormes choques emocionais. Mas, teve o privilégio de viver a emoção da ressurreição. Além da ressurreição, quantas lições foram transmitidas por Jesus durante os 40 dias em que ficou com seus discípulos antes de subir ao céu? Pena, mas, sendo esse o plano de Deus, que conhecemos e sabemos tão pouco dos eventos desses 40 dias, (entre a ressurreição e ascensão).
         Depois da ascensão, tendo descido o monte das Oliveiras, lugar de onde Jesus ascendeu-se aos céus, os discípulos viveram a emoção da espera. Tiveram que esperar alguns dias para que o auxiliador viesse da parte de Deus para que os mesmos fossem testemunhas em todos os lugares habitáveis da terra.
         A igreja do século XXI também vive suas emoções. Talvez não sejam tão intensas como aquelas, mas, a igreja atual vive na expectativa da segunda vinda de Jesus. Não se sabe o momento, por isso, a expectativa é marcada pela ansiedade. No entanto, enquanto espera, assim como aconteceu com a igreja primitiva, todos são convidados a orar. Orar pelas mais variadas situações.
      Orar pelo grupo do qual o salmista fala, ou seja, pelo grupo dos felizes cristãos, que muitas vezes parecem estar sozinhos. Orar pela escolha do pastor, da diretoria, orar pelos projetos e por sua execução. Orar em favor do próximo. Orar para que os costumes desse mundo não nos afaste de Jesus, (Jo 17.11ss).
         Orar – você tem o hábito de orar? Porque e por quem você ora?
         Todo o ministério de Jesus, bem como o início da atuação da igreja primitiva foi marcado por oração. A primeira situação que motivou a oração dos discípulos foi a escolha de um substituto para Judas.
         Observe que Lucas em Atos 1.12-26 mostra o apóstolo Pedro respondendo as pessoas a respeito da situação de Judas. Mesmo que tenha cometido suicídio após ter traído Jesus, o apóstolo Pedro não visa julgar a pessoa e a situação de Judas. Não há motivo para se lamentar ou ficar remoendo a dor pela perda de Judas. Era necessário escolher alguém. E para que a escolha fosse a melhor possível, todos oram. Numa sala, com 120 pessoas reunidas, tudo foi resolvido sob oração, vv. 14, 24-25.
         O médico Lucas se preocupou sob orientação do Espírito Santo, ressaltar momentos de oração no livro de Atos. Para Lucas a oração era algo muito necessário e importante.
         Ao ressaltar a oração por ocasião da escolha de Mathias, Lucas mostra que toda oração sempre tem uma resposta. A oração sempre fez parte dos propósitos de Deus. Observamos grandes momentos da história da igreja marcada pela oração.
         Ao realizar algum planejamento você ora? Ao executar seu planejamento, você ora? Como IELB, o desafio foi fazer o planejamento IELB 2015 – 2018. Houve oração? Agora, com os planos no papel, é preciso orar para que o mesmo seja executado para honra e glória de Deus.
         Por vezes desligamos nossa vida diária da oração. Há aqueles que oram somente na dificuldade. Como dito: “quando a água bate no queixo, se grita por socorro”.
         Certa vez uma mãe levou seu filho a um rabino, afinal, eram judeus, pois o mesmo possuía extraordinários dons intelectuais. A mãe disse que não tinha mais como educar seu filho, devido a sua sabedoria. Pediu que o rabino continuasse na educação. A mãe queria muito que o rabino aceitasse a tarefa e desafiou o rabino a fazer qualquer pergunta ao rapaz. O rabino então perguntou: “Meu filho, diga-me onde está Deus?” O rapaz respondeu: “Mestre, responderei sua pergunta se me disser onde Deus não está”. Esse é o segredo da oração: saber que não existe lugar onde Deus não está. Deus está presente ali onde eu estou e necessito dele. Por esse motivo pode-se perseverar na oração.   
         Há uma preciosa lição no ato da oração feita para a escolha de Mathias. “Senhor, tu conheces o coração de todos” (At 1.24). Isso mostra que Deus sabe o que é bom para seus filhos(as). Por isso, algumas orações não são atendidas por Deus. Muitos dos pedidos não são nem para a glória de Deus e nem para o bem do próximo.
         Não se pode ser incentivado a orar somente quando Deus atende os pedidos. Afinal, todas as nossas orações estão subordinadas a “vontade de Deus”. O fato de Deus atender algumas orações e outras não, não depende do cristão em si, mas da vontade misericordiosa de Deus. É um mistério de Deus. Infelizmente, está sendo impresso na cabeça de muitos cristãos que Deus atende as orações de acordo com o tamanho da fé, da piedade, dedicação e dízimo.
         Há pessoas que deixaram de orar por terem orado por longos anos, mas, segundo seu parecer Deus não lhes atendeu.
         Lembremos do exemplo de Mônica. Essa mulher nascida na Argélia no ano de 332, casou-se com um homem não cristão e teve dois filhos. Por longos anos orou pela conversão do marido e dos filhos. Suas orações foram atendidas por Deus e seu marido e dois filhos se tornaram cristãos. Um de seus filhos, Agostinho, por quem orou 30 anos, é um dos mais influentes teólogos na cristandade.
         Nossa vida, nossos afazeres, nossas decisões, são realizadas num mundo altamente tecnológico. Tudo acontecesse de maneira muito rápida. Tudo avança a passos largos. Assim, se deseja o mesmo na resposta as orações. A oração se tornou um whatsapp, enviou e já se recebe a resposta. Perdeu-se a perseverança na oração. Esquece-se de que Deus está em todos os lugares e em todas as situações.
         De acordo com o texto de Atos 1.12-26 parece de fato que a resposta ao nosso orar precisa ser rápido como foi na escolha de Mathias. No entanto, não é esse o objetivo do texto. Se é incentivado a orar nas mais variadas situações.
         Aprenda a lição com o salmista no salmo 1, para se alcançar a felicidade e ter êxito em tudo que faz, mantenha-se resistente à malvadeza e se apaixone pelo projeto de Deus. E no projeto de Deus, a oração é a transpiração no caminhar, no planejar, no executar, etc. Com Lutero, convém dizer: “Por isso é bom que a oração seja a primeira atividade da manhã e última noite”, pois, “É certo que podem surgir tarefas diferentes, tão boas ou até melhores do que a oração. Principalmente se houver necessidade”, por isso, “Precisamos cuidar para não nos desabituarmos da oração, ...ficando desse modo relaxados e preguiçosos, frios e enfastiados em relação a oração”. Amém!

M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com


Bibliografia:
ROTTMANN, Johannes H. Atos dos Apóstolos. Vol. I (Atos 1-5). Ed. Concórdia, Porto Alegre, RS, 1997.


TRESSMANN, Edson Ronaldo. Lutero “entre aspas”. Editora Protexto, Quatro Barras, PR, 2014.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Deus não é bairrista

10/05/2015
6º Domingo de páscoa
Sl 98; At 10.34-48; 1Jo 5. 1-8; Jo 15.9-17
Tema: Deus não é bairrista.

         O bairrismo é muito forte em algumas culturas. Há famílias que se isolam e não se misturam com outras.
         É bom estar em nossa cultura, no meio dos nossos costumes, em nossas tradições. Aliás, essa é uma forte tendência entre muitas igrejas. Elas apostam e intensificam grupos homogêneos. Dizem que a igreja cresce mais quando os fiéis são semelhantes. No entanto, esse não era o pensamento e nem a prática da igreja primitiva e nem sequer o ensino e a prática de Jesus, “...Deus trata a todos de modo igual...” (At 10. 34) e “...é Senhor de todos” (At 10.36).
         O livro de Atos apresenta que pelo poder do Espírito Santo pessoas comuns seriam testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os lugares mais distantes da terra. O desejo de Deus é que haja uma interação harmoniosa de colaboradores de diferentes culturas e regiões.
         Deus não age como nós seres humanos. Deus não tem uma raça preferida. Escolheu uma raça (Gn 12.2,3) para através dela salvar todas as raças.
         A igreja primitiva teve que lidar com a difícil questão a respeito dos judeus e dos não judeus. Os judeus se consideravam uma raça superior a todas demais e com direito de bênçãos especiais por parte de Deus.
         O livro de Atos mostra em quatro momentos que o Espírito Santo fez testemunhas para todas as direções. Atos 2, mostra a atuação do Espírito Santo em Jerusalém. Atos 8, mostra a atuação do Espírito Santo na Samaria. Atos 10, mostra a atuação do Espírito Santo nos confins da terra, afinal, Cornélio era comandante do exército que governava todas as terras habitadas da época. Atos 19 mostra a atuação do Espírito Santo na Judéia. O Espírito Santo atua para que todas as raças sejam uma pela fé, “todos os profetas falaram a respeito de Jesus, dizendo que os que creem nele recebem, por meio dele, o perdão dos pecados” (Atos 10.43).
         Se na época da igreja primitiva havia dúvidas sobre a diferença de raças. Atualmente os cristãos do século XXI enfrentam a dúvida sobre a diferença dos cristãos. Devido algumas correntes eclesiásticas, parece haver duas classes de cristãos, os mais e os menos abençoados.
         Os mais abençoados são aqueles que temem a Deus, que oram com fervor, são dizimistas, etc. Os menos abençoados, o são por não estarem de acordo com alguma dessas situações, ou não oram com fervor e fé, ou não são dizimistas, ou estão na igreja errada, etc.
         Há cristãos mais e menos abençoados por Deus?
         “...Porque ele faz com que o sol brilhe sobre os bons e sobre os maus e dá chuva tanto para os que fazem o bem como para os que fazem o mal” (Mt 5.45).
         Se Deus abençoasse mais os cristãos pelos mesmos serem cristãos, a situação seria facilmente resolvida. Ou seja, todos os cristãos morariam num mesmo lugar. Somente nesse lugar choveria e produziria, etc.
         A igreja primitiva aprendeu a lição de que não havia uma raça privilegiada, conforme o apóstolo Pedro disse: “...Deus trata a todos de modo igual, pois ele aceita todos os que o temem e fazem o que é direito, seja qual for a sua raça” (Atos 10.35). Antes de qualquer conclusão equivocada, vale ressaltar que não é uma escolha a partir das obras, ou da piedade, afinal, os que temem e fazem o que é direito é aquele que vive pela fé. Testemunham a sua fé no Senhor Jesus através do seu viver diário (Tg 2.17). Não há uma primeira e uma segunda categoria de cristãos. Não é a vida cristã que me dá salvação ou aceitação da parte de Deus. Não é uma suposta vida piedosa ou dizimista que me garante as ricas bênçãos de Deus. Deus é Deus independente de minha atuação.
         O texto de estudo (Atos 10. 34-48) traz como tema a certeza de que Deus trata a todos de modo igual, ou seja, Deus não é bairrista. Para todos enviou e envia a mensagem de “...paz por meio de Jesus Cristo... (At 10.36). Todos “...os que creem nele recebem, por meio dele, o perdão dos pecados” (At 10.43).
         Toda a questão é de fé. Quem crê é cristão. Quem não crê não é cristão. E essa questão atinge no centro principal, a respeito da maior de todas as bênçãos, a salvação eterna.
         As pessoas estão tão presas aos bens materiais que encaram bênção de Deus apenas as riquezas desse mundo. Assim, os que possuem um carro melhor, uma casa melhor, etc, parece ser mais amado por Deus que o outro, é um cristão mais fervoroso, etc.
         Deus trata a todos de modo igualDeus não é bairrista. Jesus morreu por todos numa cruz. Essa é a manifestação suprema do amor de Deus pela humanidade. Para realizar essa obra, Deus escolheu uma raça, não superior, mas para através dela, enviar seu único filho para morrer por e para todas as raças.
         O Espírito Santo tem como tarefa e missão inteirar harmoniosamente as diferentes culturas e regiões. É como uma mãe que ao ter um filho em outra nação, não deixa de ser mãe por seu filho não ser de sua raça.
         O Espírito Santo tem como missão espalhar para todas as raças o evangelho que une raças, povos e nações, fazendo os irmãos, mesmo sendo de pais diferentes. “Todos os profetas falaram a respeito de Jesus, dizendo que os que creem nele recebem, por meio dele, o perdão dos pecados” (Atos 10.43).
         Deus trata a todos de modo igual – ou seja, todos somos um, possuímos o mesmo Espírito Santo. Não há espaço para o bairrismo. Recebemos pelo Espírito Santo, quer seja pelo batismo ou pela pregação da Palavra, o mesmo dom, a fé. Chega de bairrismo!
         Assim como na igreja primitiva, também temos dúvidas com respeito a um grupo de primeira e segunda classe. Graças a Deus que temos texto como o de Atos 10.34-48. Deus nos abençoe e nos guarde na certeza de que Deus trata a todos de modo igual, afinal, Deus não é bairrista. Amém!


M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

Não creia em todo espírito (1Jo 4.1)

  27 de abril de 2024 Salmo 150; Atos 8.26-40; 1João 4.1-21; João 15.1-8 Texto: 1João 4.1-21 Tema: Não creia em todo espírito (v.1) ...