domingo, 24 de março de 2024

Saindo ileso da cova!

30 de março de 2024

Salmo 16; Daniel 6.1-28; 1Pedro 4.1-8; Mateus 28.1-20

Texto: Daniel 6.1-24

Tema: Saindo ileso da cova!

 

Texto: Dn 6.26-27 e Sl 16.9-10

Tema: Saindo ileso da cova!

 

...Pois ele é o Deus vivo, que vive para sempre. O seu reino nunca será destruído; o seu poder nunca terá fim. Ele socorre e salva; no céu e na terra, ele faz milagres e maravilhas” (Dn 6.26-27).

...o meu coração está feliz e alegre, e eu, um ser mortal, me sinto bem seguro, porque tu, ó Deus, me proteges do poder da morte. ... por isso não deixarás que eu desça ao mundo dos mortos” (Sl 16.9-10).

 

 

Acompanhamos na história bíblica que Jacó teve seu nome modificado para Israel (Gn 32.28). As 12 tribos de Israel são os 12 filhos de Jacó. Durante os reinados de Saul, Davi e Salomão, essas tribos permaneceram unidas.

Após a morte de Salomão houve ruptura. Assim, passou a ter o Reino do Norte (10 tribos do Norte, cuja capital era a Samaria) e o Reino de Judá (2 tribos do Sul).

O povo de Deus passou por três cativeiros. O Egípcio (perdurou 430 anos. Esse se deu 1450 anos antes de Jesus Cristo nascer). O segundo cativeiro foi o Assírio em 722 a.C. (o reino do Norte, as 10 tribos foram misturadas com outras pessoas. São os samaritanos do Novo Testamento).

O povo de Deus agora estava recluso a ser somente duas tribos (Judá e Benjamim). E essas duas tribos foi se desviando de Deus e no ano 605 a.C. ocorre o terceiro cativeiro, o Babilônico. Nabucodonosor toma Jerusalém. O povo de Deus fica 70 anos na Babilônia.

A Babilônia foi levando cativos para Babilônia aos poucos. Na primeira leva, levou apenas príncipes e pessoas nobres. Entre esses estava Daniel e seus 3 amigos. Ao ser levado, Daniel tinha 18 anos.

A primeira providência foi modificar o nome desses. Daniel (Beltessazar), Hananias (Sadraque), Misael (Mesaque) e Azarias (Abede-Nego).

A mudança dos nomes era para exaltar os deuses pagãos, que os havia conquistado. Apesar de ter seus nomes alterados, não houve mudança em seu caráter cristão.

O livro de Daniel tem 12 capítulos divididos em 2 partes.

Primeira parte: capítulo 1 até o 6 – seção histórica;

Segunda Parte: capítulo 7 a 12, seção profética.

Esse livro foi escrito em duas línguas: hebraico e aramaico (Dn 2.4 até o cap 7 é em aramaico). O hebraico era voltado ao povo de Deus e a parte aramaica era voltada aos gentios. O capítulo 6 é escrito em aramaico. Assim, temos um relato histórico voltado a todos os povos.

Enquanto Daniel estava na Babilônia, outros judeus foram levados à Babilônia (na segunda leva o profeta Ezequiel que ficou junto ao povo). Em 597 a.C. o Templo foi destruído, ou seja, o que identificava o povo de Deus caiu por terra. Muitos diziam ser judeus e terem o templo, pouco se importando como viviam.

O povo de Deus, reduzido a duas tribos estava em terra pagã, com seu templo destruído. Pareciam estar reduzidos a cinzas.

A Babilônia foi vencida e os medo-persas se tornaram o maior império da história antiga. Ciro foi o conquistador, mas, por ter apenas 25 anos permitiu seu tio Dario com 62 anos reinar em seu lugar.

Dario reinou por dois anos. E nesse intervalo de conquista da Babilônia por parte de Ciro e os dois anos de governo de Dario que aconteceu o evento Daniel na cova dos leões.

Interessante notar que Daniel permaneceu ocupando um cargo importante, chegando, por pensamento e desejo de Dario a quase ocupar o mais alto cargo no governo.

Deus usou Daniel, que fez bom uso da sua inteligência e capacidade para glorificar a Deus.

Daniel era exemplar em todos os sentidos.

Levado aos 18 anos de idade para a Babilônia e agora nos seus 80 anos, já residia nessas terras 62 anos. Daniel já havia presenciado muitos feitos de Deus, entre eles o livramento dos seus amigos Sadraque, Mesaque e Abede-Nego da fornalha ardente.

Esse homem, nos seus 80 anos, enfrentou com fé, é assim que está descrito na carta aos Hebreus 11.

Daniel pela graça de Deus tinha um espírito excelente (Dn 6.3). E por isso, fazia tudo muito bem-feito.

Anote a frase: fazer as coisas bem-feitas é a prática da doutrina teórica. Como escreveu o apostolo Tiago: “a fé sem obras é coisa morta” (Tg 2.17).

Os cidadãos do império medo-persa não conseguiam compreender como era possível um homem judeu, que havia sido trazido cativo pelos Babilônios, estava por ocupar um cargo de alto escalão e poderia se tornar o primeiro-ministro.

Querendo prejudicá-lo, passam uma lupa em sua vida. Fizeram auditoria, afinal, nesses cerca de 60 anos de funcionalismo público, deveria ter algum desvio moral. Mas, nada foi encontrado.

O desejo em querer obstruir os servos que servem a Deus, é um desejo aguçado pelo inimigo dos filhos de Deus. Dessa forma, não havendo impedimento moral, tiveram a ideia e traçaram a estratégia de colocar Daniel numa encruzilhada: o Reino Medo-Persa ou Deus! (Dn 6.5).

A ideia era fazer Daniel ter que decidir. O rei Dario estava disposto a dar todo poder para Daniel.

Observe o detalhe do texto: “foram todos juntos” (Dn 6.6). Se uniram contra Daniel. Observe a mentira: “Todos nós que ocupamos posições de autoridade no reino, ...” (Dn 6.7). Todos? Daniel não foi consultado.

Estavam unidos para destruir Daniel. A inveja os levou a querer prejudicar o servo de Deus.

Até hoje é assim – há muita união e aparência de unanimidade para destruir os servos e as coisas de Deus.

Os que estavam unidos num plano apresentaram um projeto que a primeira vista foi agradável ao rei Dario (Dn 6.7-8). Trocando em miúdos, a proposta era: Dario, você será deus por 30 dias.

Para prejudicar Daniel, estavam passando até mesmo por cima das suas crenças. Estavam dispostos a ignorar seus deuses.

O rei Dario caiu na cilada. Acabou assinando uma lei que não podia ser revogada (Et 8.8). Revogar a lei era como assinar atestado de incapacidade de ser rei.

Eles conseguiram uma única coisa que poderia destruir Daniel dentro do reino: algo contra sua fé.

Agora, tudo estava preparado. Só restava Daniel cair na cilada aramada por eles (Dn 6.9). E, ao saber da ordem, Daniel sabendo que nada mudaria refugiou-se na única coisa que poderia se refugiar – em Deus.

Ser humano nenhum era capaz de libertá-lo.

Daniel orava três vezes ao dia. Conforme o Salmo 55.17, Daniel orava as 9h, 12h e 15h.

Ele ouviu a lei e foi orar! Ele não ouviu a lei e foi falar com Dario. Foi falar com Deus. Daniel sabia que “importa mais obedecer a Deus que homens” (At 5.29).

Talvez nos questionemos: por que Daniel não orou de janela fechada? Por que não orou ao dormir? Era apenas 30 dias!

Não sei responder essas perguntas. Mas, com Daniel eu aprendo que de joelhos eu chego mais rápido do que correndo.

Quem estava com presa para conseguir seu intento eram os inimigos de Daniel, e parece que conseguiram. Mas, Daniel caiu de pé como se diz ao se ajoelhar (Dn 6.11). Daniel não caiu na fraqueza ou no medo por causa da lei assinada por Dario.

A prática da fé traz muitos problemas!

Os que praticam a fé sabem disso. Questionamentos! Dúvidas! Intrigas!

Enquanto Daniel caia de joelhos, seus adversários corriam para o rei na certeza de que haviam conseguido seu intento. Daniel estava fora da jogada.

A acusação foi: você tem dado tudo a Daniel e até pensa em dar-lhe o cargo de primeiro-ministro. Todavia, ele é ingrato e um traidor. É apenas um escravo (prisioneiro) de Judá (Dn 6.13).

Foi nesse momento em que Dario percebeu que havia caído numa armadilha. Ficou triste e reuniu os melhores advogados para ver o que poderia ser feito para salvar Daniel. Mas, nada era possível fazer. Não havia brecha na lei. Uma tarde de reuniões e nada foi possível fazer.

Como estava demorando, os inimigos de Daniel voltaram uma segunda vez e o rei precisou promulgar a execução da condenação.

Vamos observar um detalhe: enquanto os inimigos de Daniel, vendo que alcançaram seu intento, o chamaram de prisioneiro (Dn 6.13), o rei Dario o chama de servo de Deus (Dn 6.16).

Nesse mundo eu preciso escolher a quem vou servir. Daniel escolheu servir, ser escravo de Deus.

O apostolo João registrou as palavras de Jesus que disse: “a verdade vos libertará” (Jo 8.32) e a verdade é Jesus (Jo 8.36). Em Jesus estamos livres!

A pior escravidão é o pecado. Quando Eva e Adão caíram em pecado, bem e mal foram misturados. Por essa razão, quanto mais se peca, mais difícil é separar as coisas. O certo é errado e o errado é certo.

Daniel estava por ser jogado na cova dos leões, mas, no Senhor era um homem livre. Enquanto o rei Dario não dormiu numa cama no palácio, Daniel dormia tranquilamente com seus ursinhos de pelúcia (Dn 6.18).

Na manhã, Dario foi a cova dos leões com seu coração na mão (Dn 6.19). Dario achava que era o fim (Dn 6.20). A expressão aramaica destaca que o rei falou com voz sofrida.

Nesse momento vemos mais uma coisa fantástica: de dentro da cova dos leões, Daniel mantêm a etiqueta e responde com educação: “Que o rei viva para sempre” (Dn 6.21).

O mesmo Daniel que em nenhum momento buscou se defender, agora com calma explica ao rei: sou inocente diante de Deus e diante de ti.

A tristeza do rei transformou-se em alegria.

Nesse ponto chegamos ao real milagre narrado pelo texto: “havia confiado em Deus” (Dn 6.23). O autor a carta aos Hebreus destaca os heróis da fé dizendo que pela fé a boca de leões foi fechada (Hb 11.33).

Confiar em Deus quando parece haver tantas evidências contrárias. Supostas provas, refutações, possíveis discordâncias.

A fé levou Daniel a obedecer!

Caros jovens – a coroa da vitória se dá na fé.

Apesar de Deus não ter livrado Estevão (apedrejado), Pedro (crucificado), Tiago e Paulo (decapitados), no entanto, pela fé esses triunfaram (Hb 11).

O relato de Daniel nos ensina que a fé nos coloca em risco. A fé colocou Daniel contra o Império, mesmo não fazendo nada de ruim.

Após a condenação dos algozes de Daniel, foi promulgado um novo decreto. Na verdade, um verdadeiro tratado de teologia: “...Pois ele é o Deus vivo, que vive para sempre. O seu reino nunca será destruído; o seu poder nunca terá fim. Ele socorre e salva; no céu e na terra, ele faz milagres e maravilhas” (Dn 6.26-27).

A fé tirou Daniel da cova!

Na fé enfrentamos situações difíceis como a morte.

No salmo 16 a palavra morte é uma referência as tribulações, aos sofrimentos e as situações dificeis por causa da fé.

Pode ser que a minha cova dos leões seja uma ameaça de morte. Um ente querido em fase terminal. Um momento crítico no casamento, na vida social, política ou pública.

No Salmo de Davi (Sl 16) e na história de Daniel recebemos devolta a esperança e a energia que nos ajuda a superar situações dificéis. Recorde-se que amanhã é Páscoa: a esperança raiou com o nascer do sol, a pior de todas as situações já foi vencida: Jesus Ressuscitou!

No dia de Pentecostes (At 2.29-32 e 13.35-37) Pedro pelo poder do Espírito Santo interpretou o Salmo 16, enfatizando que a esperança de Davi estava na promessa de Deus cumprida em Jesus.

O apostolo Paulo, durante a sua primeira viagem missionária, numa sinagoga em Antioquia, testemunhou que em Jesus, mesmo em meio à corrupção e a realidade da morte não estamos eternamente perdidos. O maior risco é abandonar a fé e perder tudo o que Deus nos concede gratuitamente: a salvação.

Jesus venceu a morte! A sepultura não é o fim ultimo da nossa existência. Quando Jesus vier para julgar vivos e mortos, os inimigos do povo de Deus serão lançados na cova eterna e os crentes que foram colocados na cova sairão e gozarão da alegria eterna.

Jesus foi lançado na cova por seus inimigos, imaginando assim estar calando àquele que era incoveniente. Jesus ressuscitou! Aleluia. Os que viverem e morrerem crendo em Cristo, sairá da cova totalmente ileso. Amém!

 

Edson Ronaldo Tressmann

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