segunda-feira, 27 de junho de 2022

“Que o amor de vocês não seja fingido” (Rm 12.9)

 03 de julho de 2022

Salmo 138; Isaías 11.1-5; Romanos 12.9-16; Lucas 1.39-45

Lecionário anual

Texto: Rm 12.9

Tema:Que o amor de vocês não seja fingido” (Rm 12.9).

 

Você é uma pessoa dissimulada?

A pessoa dissimulada esconde suas reais intenções e sentimentos e se mostra de maneira bem contrária aquilo que de fato é. Dissimulada é a pessoa fingida, falsa, hipócrita.

Para evitar que a pessoa cristã seja uma pessoa dissimulada, o apostolo Paulo escreveu aos Romanos: “Que o amor de vocês não seja fingido” (Rm 12.9).

Que o amor não seja dissimulado, ou seja, fingido! Para isso: “Odeiem o mal e sigam o que é bom. Amem uns aos outros com o amor de irmãos em Cristo e se esforcem para tratar uns aos outros com respeito. Trabalhem com entusiasmo e não sejam preguiçosos. Sirvam o Senhor com o coração cheio de fervor. Que a esperança que vocês têm os mantenha alegres; aguentem com paciência os sofrimentos e orem sempre. Repartam com os irmãos necessitados o que vocês têm e recebam os estrangeiros nas suas casas. Peçam que Deus abençoe os que perseguem vocês. Sim, peçam que ele abençoe e não que amaldiçoe. Alegrem-se com os que se alegram e chorem com os que choram. Tenham por todos o mesmo cuidado. Não sejam orgulhosos, mas aceitem serviços humildes. Que nenhum de vocês fique pensando que é sábio! Não paguem a ninguém o mal com o mal. Procurem agir de tal maneira que vocês recebam a aprovação dos outros. No que depender de vocês, façam todo o possível para viver em paz com todas as pessoas. Meus queridos irmãos, nunca se vinguem de ninguém;...” (Rm 12.9-19).

Agir com dissimulação ou fingimento traz prejuízos indescritíveis para a igreja. A Igreja é uma composição de dons visando o bem de todos (Rm 12.1-8).

Que o amor de vocês não seja fingido” (Rm 12.9) – odeiem o mal.

Tem pessoas perfumadas, mas destilam veneno!

O apostolo Paulo usa frequentemente a palavra “fugir” mostrando a repulsa que o cristão deve dar das coisas que são más (1Co 6.18; 10.14; 1Tm 6.11).

Que o amor de vocês não seja fingido” (Rm 12.9) – segue o bem.

A expressão “seguir - apegar” refere-se a um desejo intenso de apropriar-se de alguma coisa. Assim, a pessoa que ama sem fingimento busca de maneira constante e intensa o bem dela e de todos que a cercam.

O amor sem fingimento é odiar o mal e apegar-se ao bem.

Na carta aos Colossenses, o apostolo Paulo, desenvolve sobre o odiar o mal e apegar-se ao bem, escrevendo: “...livrem-se de tudo isto: da raiva, da paixão e dos sentimentos de ódio. E que não saia da boca de vocês nenhum insulto e nenhuma conversa indecente. Não mintam uns para os outros, pois vocês já deixaram de lado a natureza velha com os seus costumes” (Cl 3.8-9) e, “Vocês são o povo de Deus. Ele os amou e os escolheu para serem dele. Portanto, vistam-se de misericórdia, de bondade, de humildade, de delicadeza e de paciência” (Cl 3.12).

Odiar o mal e apegar-se ao bem é empurrar para longe o mal e abraçar o bem. Explico isso com a seguinte história:

Certa vez uma pessoa idosa disse: tenho dentro de mim dois cães. Um deles é cruel e mau. O outro é muito dócil e bom. Os dois estão sempre brigando. Ouvindo isso, alguém perguntou: qual dos dois vence a briga? Ao que o ancião respondeu: aquele que eu alimento mais.

O mundo exige vingança, retaliação, briga, discórdia, separação. Deus, pela sua Palavra, diz: pise no freio, calma, ouça com atenção, cuidado, perdoe, ame.

Em nós há dois homens. Até as mulheres tem dois homens, e espero que os ciumentos não briguem com suas mulheres. Em nós há o velho e novo homem. Esses homens estão em briga o tempo todo. Para nos ajudar nessa briga a favor do novo homem, Paulo aconselha: odeie o mal e apegue-se ao bem.

Que o amor não seja dissimulado, fingido! Para isso: “Odeiem o mal e sigam o que é bom. Amem uns aos outros com o amor de irmãos em Cristo e se esforcem para tratar uns aos outros com respeito. Trabalhem com entusiasmo e não sejam preguiçosos. Sirvam o Senhor com o coração cheio de fervor. Que a esperança que vocês têm os mantenha alegres; aguentem com paciência os sofrimentos e orem sempre. Repartam com os irmãos necessitados o que vocês têm e recebam os estrangeiros nas suas casas. Peçam que Deus abençoe os que perseguem vocês. Sim, peçam que ele abençoe e não que amaldiçoe. Alegrem-se com os que se alegram e chorem com os que choram. Tenham por todos o mesmo cuidado. Não sejam orgulhosos, mas aceitem serviços humildes. Que nenhum de vocês fique pensando que é sábio! Não paguem a ninguém o mal com o mal. Procurem agir de tal maneira que vocês recebam a aprovação dos outros. No que depender de vocês, façam todo o possível para viver em paz com todas as pessoas. Meus queridos irmãos, nunca se vinguem de ninguém;...” (Rm 12.9-19).

Que o amor de vocês não seja fingido” (Rm 12.9) – amem uns aos outros.

É natural no ser humano ter pessoas com as quais possuem mais afinidade. Isso não é problema. O ponto é quando por causa dessas, ou por colocar essas acima das outras, despreza outras pessoas.

O amor para com as outras pessoas é direcionado pelo “amor de irmãos em Cristo”. Igreja não é clube da Luluzinha e do bolinha.

Que o amor de vocês não seja fingido” (Rm 12.9) – seja respeitoso com todos.

Trate a todos como igual! Não importa seu status social, cor, raça.

Que o amor de vocês não seja fingido” (Rm 12.9) - Trabalhem com entusiasmo. Sirvam o Senhor com o coração cheio de fervor.

O profeta Jeremias exortou o povo de Deus dizendo: “maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente” (Jr 4810). Não trate as coisas de Deus de qualquer maneira. Para a igreja de Laodicéia, Jesus em sua carta anunciou: “Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te” (Ap 3.19).

Servir com fervor significa transbordar, ser como água fervendo numa vasilha. Jesus exortou a igreja de Laodicéia: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca” (Ap 3.15-16).

Servir com fervor é transbordar no serviço. Quantas vezes o espírito é outro, ou seja, reclamamos por servir. Porque só eu? E o outro? Aos poucos ficamos mornos no trabalho do Senhor.

É o Senhor que servimos! Esse Senhor é aquele que deu a sua vida por nós. Sua vida foi oferecida sem murmuração ou queixa. Jesus disse: “Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25.40), por isso, o salmista exclamou: “Servi ao Senhor com alegria” (Sl 100).

Que o amor não seja dissimulado, fingido! Para isso: “Odeiem o mal e sigam o que é bom. Amem uns aos outros com o amor de irmãos em Cristo e se esforcem para tratar uns aos outros com respeito. Trabalhem com entusiasmo e não sejam preguiçosos. Sirvam o Senhor com o coração cheio de fervor. Que a esperança que vocês têm os mantenha alegres; aguentem com paciência os sofrimentos e orem sempre. Repartam com os irmãos necessitados o que vocês têm e recebam os estrangeiros nas suas casas. Peçam que Deus abençoe os que perseguem vocês. Sim, peçam que ele abençoe e não que amaldiçoe. Alegrem-se com os que se alegram e chorem com os que choram. Tenham por todos o mesmo cuidado. Não sejam orgulhosos, mas aceitem serviços humildes. Que nenhum de vocês fique pensando que é sábio! Não paguem a ninguém o mal com o mal. Procurem agir de tal maneira que vocês recebam a aprovação dos outros. No que depender de vocês, façam todo o possível para viver em paz com todas as pessoas. Meus queridos irmãos, nunca se vinguem de ninguém;...” (Rm 12.9-19).

Que o amor de vocês não seja fingido” (Rm 12.9) – vivendo em alegria, suportando tudo com paciência, orando, repartindo com os irmãos necessitados e sendo hospitaleiro.

Alegria essa que perdura devido a esperança, mesmo ante a perseguição. Não deixar de receber um cristão em casa devido a ameaça contra os cristãos. Mesmo correndo perigo de vida, hospede àquele que precisa ser hospedado.

Que o amor de vocês não seja fingido” (Rm 12.9) – não amaldiçoe, seja empático, humilde, não se ache, viva em paz com todos, não se vinguem.

O apostolo Paulo descreve uma verdadeira e real vida e comunidade. Relembremos:

Que o amor de vocês não seja fingido” (Rm 12.9).

1 - Odeiem o mal;

2 - Sigam o bem;

3 - ame uns aos outros;

4 - seja respeitoso com todos;

5 - Trabalhe com entusiasmo. Sirva o Senhor com o coração cheio de fervor;

6 - viva em alegria, suporte tudo com paciência, ore, reparta com os irmãos necessitados e seja hospitaleiro;

7 - não amaldiçoe, seja empático, humilde, não se ache, viva em paz com todos, não se vingue;

Essa vida em comunidade provém de Deus que renova a nossa mente e nos auxilia a praticar nossos dons diariamente e dia após dia prestar culto a Deus. Amém

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

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segunda-feira, 20 de junho de 2022

“O amor e fidelidade se encontrarão; a justiça e a paz se abraçarão” (Sl 85.10).

                                                        26 de junho de 2022

Dia Festivo

Salmo 85.7-13; Isaías 40.1-5; Atos 13.13-26; Lucas 1.57 - 80

Texto: Salmo 85.10

Tema:O amor e fidelidade se encontrarão; a justiça e a paz se abraçarão” (Sl 85.10).

 

Precisamos recordar que em cada momento o povo de Deus teve pregadores que lhes anunciaram a Palavra de Deus. No dia 24 de junho foi aniversário da IELB, 118 anos. Desses 118 anos de IELB, 68 anos em Querência do Norte, quantos pregadores nos foram enviados?

O povo de Deus, em todos os momentos da história, sempre necessitou de um pregador.

Na Bíblia há três livros (Neemias, Zacarias e Ageu) que nos anunciam a respeito do povo de Deus pós exilio Babilônico. O povo de Deus, que retornou para Jerusalém, lançou rapidamente as fundações do Templo. A reconstrução do templo durou cerca de 23 anos (possivelmente entre os anos de 520-515).

Para que o Templo fosse reconstruído foi necessária muita exortação profética, dízimo, ofertas e trabalhos.

O salmo 85 1.-3 destaca o povo que recebeu a bênção de retornar do cativeiro babilônico. O problema foi quando começaram a fracassar diante do trabalho de reconstrução. Fracasso esse decorrente da perseguição dos inimigos que os levou ao desânimo e desespero.

Deus enviou Neemias, resposta a oração do povo. Ele foi responsável: 1) - pela reconstrução dos muros; 2) – por reerguer a nação de maneira civil e espiritual.

A oração registrada nos versos 4 a 7 parece ser resposta da pregação do profeta Ageu que também havia sido enviado ao povo. Esse profeta repreendeu o povo por terem abandonado o trabalho no templo em favor das suas próprias casas. Deus não quer que abandonemos a nossa casa, mas, o fato era que o povo por causa de suas moradias estava negligenciando e negando dízimos e ofertas para Deus e manutenção do templo (Ag 1.2-11).

Qual desses é o nosso problema? Desânimo? Desespero? Cuidado extremado conosco mesmo?

O que está acontecendo a ponto de negligenciar o cuidado com a casa de Deus?

Começamos um projeto e, de repente esse projeto é abortado! A custa de que?

A pregação do profeta Ageu, a Palavra de Deus, restituiu o ânimo do povo, e os levou a ação (Ag 1.12-15).

O povo ficou convicto em seu coração de que haviam feito de seus problemas pessoais uma desculpa para negligenciar o Senhor (Sl 85.4-7) e agora suplicavam para que Deus os reanimasse. Deus os reanimou com suas promessas para o futuro (Sl 85.8-13).

Observe um detalhe importante: não basta clamar, é preciso prestar atenção à Palavra de Deus (S 85.8). Na semana passada ao abordar o tema teofobia, Jesus (Lc 16.19-31) enfatizou a necessidade de dar atenção a Palavra de Deus. Pela sua Palavra, Deus fala com seu povo (Sl 85.8).

O maior problema do ser humano hoje é não mais querer ouvir e dar atenção a Palavra de Deus. Dessa forma, desânimo, desespero e cuidado extremado conosco mesmos nos levam a afastar ainda mais do Senhor e ignorar o cuidado tão necessário com sua casa.

Graças a Deus, e sempre louvamos a Deus por isso: Deus está sempre perto para salvar (Sl 85.9). A glória do Templo havia ido embora quando o povo pecou e retornou, pois o povo havia se arrependido e confessado seus pecados (Sl 85.9). A expressão do favor de Deus para com seu povo está personificada nos versos 10-13. E é uma das mais belas descrições registradas nas Escrituras Sagradas.

O amor e fidelidade se encontrarão; a justiça e a paz se abraçarão” (Sl 85.10). A descrição de abraços e beijos é uma das mais belas figuras do modo misericordioso de Deus lidar com seu povo.

Não importa quão desanimado e desesperado seu povo esteja. Não importa quão negligente o seu povo esteja em relação às coisas e a casa de Deus, o fato é que, quando se está caído, Deus está perto. Quando há falhas, Deus é misericordioso e anuncia sua misericórdia ao seu povo através do pregador que lhe foi enviado e por essa misericórdia restitui seu povo. Em Jesus o terno e profundo amor de Deus se encontram, se abraçam, e restaura o seus. Amém!

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

domingo, 12 de junho de 2022

Diante da Fobia!

19 de junho de 2022

Segundo domingo após Pentecostes

Salmo 33.12-22; Gênesis 15.1-6; 1João 4.16-21; Lucas 16.19-31

Tema: Diante da Fobia!

1 – Refugie-se no amor de Deus (Sl 33.12-22)

2 – Confie na Promessa de Deus (Gn 15.1-6)

3 – Conheça e creia no amor! (1Jo 4.16-21)

4 – Escute as Escrituras! (Lc 16.19-31)

 

Desde aquele fatídico dia, do qual não sei se foi num domingo, numa segunda, terça, quarta, quinta, sexta ou sábado, no espaço de 24 horas, a serpente induzida pelo diabo disse: “Vocês não morrerão coisa nenhuma! Deus disse isso porque sabe que, quando vocês comerem a fruta dessa árvore, os seus olhos se abrirão, e vocês serão como Deus, conhecendo o bem e o mal” (Gn 3.4-5). Desde esse episódio, denominado como queda em pecado, o ser humano desenvolveu fobias.

Você tem alguma fobia? Fobia – medo exagerado; pavor; pânico. Eu tenho ofidiofobia (medo, pavor de cobra).

Logo após a queda em pecado, Adão e Eva desenvolveram a teofobia (medo de Deus): “Eu ouvi a tua voz, quando estavas passeando pelo jardim, e fiquei com medo porque estava nu” (Gn 3.10).

A queda em pecado trouxe consigo todo e qualquer tipo de fobia e a pior de todas é a teofobia. Você tem medo de Deus? O autor à carta aos hebreus escreveu palavras que aterrorizam: “Que coisa terrível é cair nas mãos do Deus vivo!” (Hb 10.31) bem como Moisés: “...o Senhor, nosso Deus, está acima de todos os deuses e autoridades. Ele é grande, poderoso e causa medo. ...” (Dt 19.17).

Assim como na época da Idade Média, tempo em que a igreja e os cristãos viviam enclausurados pelo medo de Deus, milhares ainda hoje veem Deus como um juiz severo e irado. Recordo das palavras de um filho que diante da doença do seu pai disse: “o pai deve ter sido uma pessoa muito ruim, pois veja como está sofrendo”.

Entre as fobias, há a teofobia – o medo de Deus!

Os textos bíblicos - Salmo 33.12-22; Gênesis 15.1-6; 1João 4.16-21; Lucas 16.19-31 - nos levam a reflexão a respeito dos nossos medos e do medo de Deus. Refletir em cada um desses textos nos ensina como lidar com nossos medos e a fobia de Deus.

Diante da Teofobia!

1 – Refugie-se no amor de Deus

O Senhor Deus olha do céu e vê toda a humanidade” (Sl 33.13).

Em muitas situações, ao cometer algum pecado supostamente escondido, ao ouvir alguém dizer: Deus vê tudo! chega a dar um arrepio na nuca. Isso mostra o medo da punição de Deus.

É o Senhor Deus quem protege aqueles que o temem, é ele quem guarda aqueles que confiam no seu amor. Ele salva da morte e nos tempos de fome os conserva com vida” (Sl 33.18-19).

O salmista destaca que Deus socorre os que, mesmo com medo, se refugiam em seu amor e sua misericórdia.

Diante dos seus pecados as pessoas sentem medo em relação a sua salvação. Dessa forma, ao enfatizar “O Senhor Deus olha do céu e vê toda a humanidade” (Sl 33.13) o salmista destaca que a salvação não é conquistada mesmo que se tenha riquezas ou exércitos, pois ao olhar para a humanidade, Deus vê e observa o quanto os pecadores necessitam dEle e assim lhes oferece a salvação gratuita.

Os textos bíblicos - Salmo 33.12-22; Gênesis 15.1-6; 1João 4.16-21; Lucas 16.19-31 - nos levam a reflexão a respeito dos nossos medos e do medo de Deus.

Diante da Teofobia!

2 – Confie na Promessa de Deus

O relato do capítulo 14 de Gênesis mostra que Abrão fez alguns inimigos poderosos ao libertar Ló do cativeiro ao qual tinha sido colocado. Abrão venceu quatro reis e após a vitória ficou preocupado e estava apreensivo com uma possível retaliação. Se sentindo vulnerável, estava cheio de dúvidas e temores. Nessa situação ouviu a voz de Deus: “Abrão, não tenha medo. Eu o protegerei de todo perigo e lhe darei uma grande recompensa” (Gn 15.1).

A voz divina confirma a bênção de Melquisedeque (Gn 14.19-20) e indica claramente que Abrão poderia contar com a presença, provisão e aprovação de Deus.

Ao abrir seu coração para Deus, Abrão revela outra angústia. A angústia de morrer sem deixar um herdeiro de sangue. Deus diz para Abrão: Olha para os céus e conta as estrelas, se é que podes. Deus garante que assim como são incontáveis as estrelas, seriam incontáveis os descendentes que viria do próprio sangue de Abrão (Gn 15.5). Abrão creu na promessa do Senhor e Deus o considerou justo.

No original hebraico a frase é “confiou em Yahweh”, ou seja, assim como uma criança descansa sobre os braços do pai, na certeza do seu cuidado, assim estava Abrão. Num momento de vulnerabilidade Abrão não deixou de crer.

Em meio à fobia de Abrão, Deus lhe disse: não tenha medo.

O amor de Deus lançou fora o medo e o levou a confiar.

O escritor de Hebreus usa o texto de Gênesis 15 para falar do exemplo de fé de Abraão na galeria dos heróis da fé (Hb 11.11,12).

Os textos bíblicos - Salmo 33.12-22; Gênesis 15.1-6; 1João 4.16-21; Lucas 16.19-31 - nos levam a reflexão a respeito dos nossos medos e do medo de Deus.

Diante da Teofobia!

3 – Conheça e creia no amor!

O apostolo João enfatiza: “Deus é amor” (1Jo 4.16).

Essas palavras deveriam alegrar e consolar, mas, para muitos soa de maneira estranha no ouvido de muitas pessoas.

Deus nada mais é do que AMOR. Suas ações fluem do seu amor. Deus nos ama não por causa de nossas obras, mas sim, por causa do seu amor. O magnifico é que pelo poder do Espírito Santo “nós mesmos conhecemos o amor que Deus tem por nós e cremos nesse amor” (1Jo 4.16).

Deus é amor (1Jo 4.16).

Uma frase pequena – com apenas duas palavras! No entanto, com um sentido profundo. É uma frase que requer uma fé muito grande e só é possível crer e conhecer pelo poder do Espírito Santo.

E nós mesmos conhecemos o amor que Deus tem por nós e cremos nesse amor” (1Jo 4.16), e “...o seu amor enche completamente o nosso coração” (1Jo 4.12) e “no amor não há medo; o amor que é totalmente verdadeiro afasta o medo” (1Jo 4.18).

O medo (fobia) a qual o apostolo João se refere é aquele que apavora a pessoa e a que a torna incapaz de crer. Dessa forma, ao dizer que “no amor não há medo” o apostolo diz que não há necessidade de teofobia, ao contrário, por causa do amor com o qual Deus nos aproximou dEle em seu Filho Jesus, estamos sem medo.

O medo é usado pelo diabo para atacar a confiança nesse Deus de amor. E para nos auxiliar nesse ataque diabólico, somos guardados na fé e na verdade pelo Espírito Santo de que “Deus é amor (1Jo 4.16)” e “...nós mesmos conhecemos o amor que Deus tem por nós e cremos nesse amor” (1Jo 4.16).

Os textos bíblicos - Salmo 33.12-22; Gênesis 15.1-6; 1João 4.16-21; Lucas 16.19-31 - nos levam a reflexão a respeito dos nossos medos e do medo de Deus.

Diante da Teofobia!

4 – Escute as Escrituras!

O comportamento dos fariseus (Lc 16.14s) deu ensejo para que Jesus apresentasse a parábola de Lázaro e do homem rico.

Os fariseus eram ricos e se apegavam ao dinheiro e aos bens materiais. Os mesmos descartavam com escárnio a exortação do Senhor quanto às riquezas e desprezavam os necessitados. Dessa maneira, Jesus traz um alerta aos que por orgulho e egoísmo utilizavam seus bens terrenos apenas para fins egoístas e interesseiros (Lc 16.19-31).

Na parábola “do homem rico e do pobre Lázaro” não são citadas maldades e atrocidades do rico. A questão não eram as maldades que o rico praticava, mas o bem que ele deixava de realizar em relação a Lázaro.

Lázaro não é o personagem principal. Ele aparece sofrendo e suportando as dores e tormentos que poderiam ser socorridos por aquele rico que optou em não fazê-lo.

A parábola mostra um homem rico em seus afazeres terrenos e a forma como aproveitava a vida, sendo um administrador infiel em relação ao que demandava “a lei e os profetas”.

As palavras “certo homem, porém, era rico” introduzem o personagem principal da narrativa. O texto descreve a esplêndida vida de opulência desse homem rico. Banquetes festivos aconteciam não uma vez ou outra, mas diariamente em sua casa. Em todos os divertimentos ele ostentava o esplendor pomposo de suas magníficas vestes.

Para contrastar com esse esplendor e luxo Jesus apresenta um homem destituído de qualquer sorte temporal na mais profunda miséria. Assim como o rico se regozijava magnificamente todos os dias, assim, a penúria do mendigo era sua deplorável situação diária.

O que chama atenção é que não se menciona o nome do rico, enquanto o do pobre é citado. É a única vez que um nome do personagem é citado entre todas as parábolas de Jesus.

O nome Lázaros deve ser derivado tanto de Lo-eser quanto de Ele-azar. O nome Lo-eser significa “sem ajuda” - um pobre destituído de ajuda. Ele-azar significa “Deus é a ajuda” - seria alguém que permite que Deus seja seu socorro. O nome Lázaro “Eleazaraponta para o fato de que o pobre suportou sua miséria na confiança em Deus.

Lázaro jazia “jogado” no acesso ao portão do rico. O termo “jogado” significa que o pobre nem mesmo era capaz de movimentar-se livremente e, as pessoas que o traziam à frente da porta do rico, livravam-se dele como de um fardo pesado que se lança por terra.

Lázaro jazia diante do portão coberto de chagas. Uma enfermidade maligna, claramente visível, que demandava urgentemente um cuidado misericordioso e, a necessidade de cuidado e a fome deveria ter causado a compaixão do rico. Contudo, na casa do rico não havia disposição para ajudar esse homem necessitado, havia espaço apenas para ostentação. Os únicos que se compadeciam do pobre eram os cães: “... os cães vinham e lambiam suas chagas”. O pobre não recebeu cuidado nem atendimento de quem poderia lhe oferecer.

A morte foi sua bem-aventurança. Como o pobre foi sepultado? Jesus permite entrever que a morte representou o fim do sofrimento do pobre. Da terra, palco de seu sofrimento, os anjos o carregaram ao colo de Abraão. Na teologia judaica “o seio ou colo de Abraão” é designação da felicidade máxima.

O rico também morreu “e foi sepultado”. A pompa seguiu o rico até no seu sepultamento. De todos seus bens, restou-lhe somente a sepultura. Enquanto o pobre foi carregado pelos anjos ao colo de Abraão, o rico foi carregado com toda pompa para a sepultura. Com a morte, Lázaro foi liberto dos sofrimentos que o atormentavam nesse mundo. Com a morte o rico passou a sentir os tormentos eternos. Os versos 23 a 26 mostram a mudança das situações do rico e do pobre após a morte.

Hades é o nome grego de Sheol no Hebraico. É o lugar onde ficam as almas que partiram (Gn 37.35; At 2.27,31). Esse lugar é dividido em duas partes. Um é o local de beatitudes para os devotos e o outro é local de tormento para os ímpios (Gehenna).

O rico levantou os olhos – gesto de alguém que está atormentado e busca por socorro. O ex rico viu Abraão à distância e o pobre Lázaro em seu colo. Aquele que ouvia as súplicas de Lázaro, agora suplica para que o pobre refrigere sua língua com uma gota de água na ponta do dedo.

O socorro que o rico busca era o socorro que Lázaro desejava obter em vida. No entanto, enquanto no mundo isso é possível, mas, após a morte não é mais.

O ex rico se desespera por saber que seus irmãos estão seguindo o mesmo caminho e terão o mesmo fim eterno. Deixe que Lázaro ressuscite e avise meus irmãos. E a resposta é enfática: “eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos” (Lc 16.29).

A resposta mostra que os irmãos do ex rico aproveitassem em vida para ouvir o ensino de Deus no Antigo Testamento, onde eram advertidos quanto ao perigo das riquezas. Que eles dessem atenção as Escrituras e deixassem de ser insensíveis em relação aos pobres e miseráveis.

Os irmãos do rico não precisavam de um milagre. Precisavam dar ouvidos e obedecer as Escrituras sobre o socorro ao necessitado. Para o rico mais valia o impacto do milagre do que as Palavras das Escrituras. Não é atoa que estava no inferno.

A resposta de Abraão mostra que a Escritura é eficaz para conduzir ao arrependimento. Nas Sagradas Escrituras tem tudo o que precisamos saber para nossa conversão e redenção.

O ensino de Jesus aos fariseus vale para cada pessoa rica ou pobre em nossos dias. Muitas vezes há tanto apego ao dinheiro e aos bens a ponto de nem sequer socorrer os mais pobres e mais necessitados.

É preciso escutar a parábola contada por Jesus e nos precaver contra o uso egoísta do dinheiro que nos afasta das pessoas e de Deus.

Os textos bíblicos - Salmo 33.12-22; Gênesis 15.1-6; 1João 4.16-21; Lucas 16.19-31 - nos levam a reflexão a respeito dos nossos medos e do medo de Deus.

Diante da Fobia!

1 – Refugie-se no amor de Deus (Sl 33.12-22)

2 – Confie na Promessa de Deus (Gn 15.1-6)

3 – Conheça e creia no amor! (1Jo 4.16-21)

4 – Escute as Escrituras! (Lc 16.19-31)

 

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 6 de junho de 2022

“Barnabé era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé” (At 11.24)

 12 de junho de 2022

Dia festivo

Salmo 112; Isaías 42.5-12; Atos 11.19-30; 13.1-3; Marcos 6.7-13

Texto: Atos 11.24

Tema: “Barnabé era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé” (At 11.24)

 

Dia 11 de junho, a igreja cristã celebra o dia de Barnabé, o apostolo. Dia 12 de junho é o dia em que lembramos o Concilio de Niceia (325 a.D.). Nessa mensagem quero refletir junto contigo sobre a pessoa de Barnabé.

Barnabé foi um dos primeiros cristãos mencionados em Atos dos Apostolos. Seu nome era José, mas Lucas interpretou seu nome apostólico como “filho da consolação” (Barnabé, At 4.36).

Tudo o que se sabe da vida de Barnabé vem, na maior parte, através do livro de Atos e cartas de Paulo. Barnabé é citado 29 vezes por Lucas em Atos dos Apostolos e outras cinco vezes por Paulo em suas cartas.

Barnabé era membro da Igreja Primitiva de Jerusalém, descendente da tribo de Levi.

Lucas relata em Atos 4.36 que Barnabé vendeu uma propriedade, talvez em Chipre, e trouxe o dinheiro da venda do imóvel aos apostolos para que as necessidades dos membros mais pobres da igreja fossem supridas. Dessa forma (At 4.32-37), Barnabé é citado como exemplo de generosidade.

O ministério de Barnabé ficou notório quando chegou a noticia de que na Antioquia da Síria, entre os cristãos helenistas que haviam se refugiado ali devido à perseguição, se iniciou na Judéia após a morte de Estevão, uma grande evangelização. Barnabé foi enviado para Antioquia com intuito de verificar a situação e agir conforme apropriado (At 11.22).

Barnabé ficou maravilhado ao ver gentios pagãos serem convertidos ao evangelho. Ele “se tornou uma grande força” para aquele trabalho evangelístico.

Com a conversão de Saulo de Tarso, Barnabé foi quem o apresentou aos apóstolos em Jerusalém (At 9.27). Os cristãos estavam desconfiados de que Paulo estava apenas querendo espionar e sua conversão era apenas um disfarce. Barnabé convenceu a todos da conversão de Paulo. A partir daí, no livro de Atos, Lucas passa a enfatizar a pessoa de Paulo e os que estavam com ele (At 13.13). Após algum tempo de trabalho entre os gentios, Barnabé e Paulo voltaram a Jerusalém e receberam apoio da igreja e a certeza de que os gentios convertidos seriam integrados a comunhão cristã sem a necessidade da circuncisão (At 15.1-5,12, 22-29).

Barnabé e Paulo - a dupla missionária - pregou em Antioquia da Psidia, Listra, Icônio e Derbe (At 13.42-51; 14.1-7, 19-21). Eles indicaram e promoveram homens aptos para futura liderança de cada igreja (At 14.23).

A figura de Barnabé era reconhecida pelas pessoas, a ponto de na cidade de Listra o chamaram de Júpiter e Paulo de Mercúrio, pois era ele quem falava (At 14.12).

Lucas faz a seguinte descrição de Barnabé: “... era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. E muitos se converteram ao Senhor” (At 11.24).

Barnabé teve uma contribuição significativa no ministério do apostolo Paulo.

Sendo que a igreja de Jerusalém enviou Barnabé para Antioquia, e o trabalho ter obtido resultados, Barnabé viu a necessidade de auxilio na obra. Ali percebeu uma oportunidade propicia para engajar Paulo no trabalho. Essa atitude deu inicio a uma grande obra missionária relatada em praticamente metade do Novo Testamento.

Observe que Deus usa os seus e para tal fato dirige os acontecimentos para realizar sua obra e seus obreiros. Na época houve uma grande fome e escassez e com isso Paulo e Barnabé foram de Antioquia visitar Jerusalém e levar uma oferta contra a fome que assolava a região (At 11.30). Naquela ocasião foi reconhecido pela igreja, Pedro e João, que ambos, Barnabé e Paulo foram chamados para trabalhar entre os gentios (Gl 2.9). Nessa reunião estava com Barnabé e Paulo, a pessoa de Tito (Gl 2.1,9,13).

Na primeira viagem de Paulo e Barnabé, até certa altura Barnabé era o líder, no entanto, após o abandono de João Marcos, sobrinho de Barnabé, da viagem missionária, Paulo assumiu a liderança. A deserção de João Marcos acabou causando a ruptura da dupla missionária. O fato é que para a segunda viagem missionária, Barnabé desejava levar João Marcos, mas Paulo se opôs e assim, Barnabé e João Marcos viajaram para Chipre (At 15.36-40), Paulo segue com Silas para outros lugares.

O ministério de Barnabé com João Marcos foi bem sucedido (2Tm 4.11). É preciso enfatizar que houve reconciliação entre Paulo e João Marcos (2Tm 4.11; Cl 4.10).

Apesar de não mais viajarem juntos, a amizade de Paulo e Barnabé permaneceu, a ponto de nas suas referências à Barnabé, Paulo ter sido respeitoso, cheio de afeição, estima e reconhecendo-o como companheiro missionário para os gentios (1Co 9.6).

Só Paulo saberia dizer a contribuição de Barnabé ao trabalho entre os gentios.

Sobre a pessoa de Barnabé só um fato negativo é registrado na Bíblia. Paulo na carta aos Gálatas enfatiza que diante dos defensores da circuncisão Pedro e Barnabé se deixaram levar pela pressão desses e agiram de maneira hipócrita (Gl 2.12-14).

Barnabé foi o grande responsável para plantar igrejas desde Chipre até a Ásia Menor.

Paulo e Barnabé se auto sustentavam e para imprimir nas igrejas a necessidade das igrejas manterem os pregadores do evangelho, na carta aos Coríntios (1Co 9.14), o apostolo levantou a questão se apenas ele e Barnabé não tinham o direito de deixar de trabalhar (1Co 9.5-6).

Um leitor desavisado da Bíblia pode concluir que Paulo tenha feito tudo sozinho, mas, com a reflexão a respeito de Barnabé, o qual a igreja cristã lembra no dia 11 de junho, faz pensar na sua contribuição para o trabalho entre os gentios, sendo o iniciador desse trabalho, bem como aquele que apresentou Paulo a todos enquanto todos estavam desconfiados de Paulo.

Barnabé era um homem bom, cheio do Espírito Sant e de fé” (At 11.24)

Barnabé é uma fonte de instrução para o trabalho pastoral.

1 - Barnabé mostra que um pastor precisa ser generoso em suas ofertas pela causa de Cristo. O pastor não é aquele que apenas vive das ofertas, ele também é um ofertante. Em situações especificas mantêm o trabalho. O pastor é exemplo de generosidade.

2 - Com Barnabé aprende-se que é preciso ser um homem de oração, buscando a direção do Espirito Santo na tomada de decisões;

3 - Barnabé ensina sobre a importância de sempre oferecer uma segunda chance ao errante;

4 - Barnabé instrui acerca do recrutamento e delegação de líderes para a igreja, mesmo quando há desconfiança de tais pessoas.

5 - Barnabé ilustra muito bem o quão é fácil ceder a pressão e cair no erro, mas, em como aceitar a exortação e corrigir-se.

6 - Barnabé mostra que o pastor necessita “ser pessoa de bem, cheio do Espírito Santo e de fé” (At 11.24).

7 Contribuir para o ministério do outro.

8 – Nossa missão é sermos homens da consolação. E o consolo que temos a oferecer vêm da mensagem a respeito de Cristo.

Quantas lições de um instrumento usado por Deus para que sua obra avançasse entre os gentios. E muitas dessas lições precisam ser aplicadas em nossos dias para que a obra do Senhor continue avançando entre nós. Amém!

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

Não creia em todo espírito (1Jo 4.1)

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