terça-feira, 27 de junho de 2023

“não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10.34)

 02 de julho de 2023

Salmo 119.153-160; Jeremias 28.5-9; Romanos 7.1-13; Mateus 10.34-42

 

Texto: Mt 10.34

Tema: “não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10.34).

 

não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10.34).

 

Os judeus conheciam a promessa anunciada pelo profeta Isaías: “Deus nos mandou um menino que será o nosso rei. Ele será chamado de “Conselheiro Maravilhoso”, “Deus poderoso”, “Pai Eterno”, “Príncipe da Paz” (Is 9.6).

O povo judeu desenvolveu um conceito de paz muito abrangente e assim o tão aguardado Messias traria paz sem fim. Tudo o que os judeus esperavam era a chegada da paz, da plenitude do Reino, e para frustração deles, Jesus disse: “não penseis ... não vim...

não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10.34).

Com essas palavras Jesus destaca que não veio liderar uma empreitada de libertação de Israel do domínio politico dos romanos ou outras nações. Jesus, o “Príncipe da Paz” (Is 9.6) a “paz com Deus” (Rm 5.1) não veio inaugurar um tempo de supremacia entre os povos. Por esse motivo, sua mensagem, a mensagem da verdadeira paz, a paz com Deus, traria e traz conflitos.

O conflito se dá entre o desejo pessoal e o desejo de Deus. Enquanto Deus quer salvar, as pessoas desejam bem-estar, prosperidade, vitórias, conquistas. Sem isso, muitos ignoram Jesus. As pessoas abandonam Jesus “pois buscam apenas os seus interesses” (Mt 10.39).

Jesus havia enviado seus doze apóstolos (Mt 10.5) dizendo que seriam perseguidos, odiados, maltratados, viveriam em fuga constante, e enfrentariam muita dificuldade dentro da própria família. Um segue Cristo, o outro é um freio em seguir a Jesus.

Ao dizer: “não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10.34) e “quem não toma a sua cruz” (Mt 10.38), Jesus enfatiza: “... ponham em primeiro lugar o Reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará todas essas coisas” (Mt 6.33).

O problema é:

 - buscar riqueza para daí adorar, ofertar!

                         - Ter saúde, para daí servir, trabalhar!

As pessoas querem a paz, ou melhor, seus interesses, para a partir daí servirem e adorarem. No entanto, Jesus alerta que o discípulo é aquele que confessa e testemunha em meio a perseguição, a fuga, ao ódio. O discípulo abre mão até dos seus vínculos mais afetivos pela causa de Jesus. Tomar a cruz é abrir mão de relacionamentos, trabalho, amigos, para não abrir mão de Jesus. Abrir mão daquilo que trava minha paz com Deus.

Ser discípulo é estar em paz com Deus, e, enfrentar a espada, ou seja, o ódio, a perseguição, a calúnia, a divisão familiar. A salvação é melhor que qualquer coisa que esse mundo pode oferecer. Ser discípulo é ir até as ultimas consequências por Jesus Cristo. Não abra mão de Jesus para agradar seu esposo, esposa, sogra, filho, filha, parente, amigo. Não abra mão de Jesus para buscar seus interesses.

Certa vez numa empesa abriu uma filial em outra cidade e precisava de um gerente. Resolveu entrevistar e fazer testes com os seus melhores funcionários para que um deles fosse o novo gerente. À medida que as etapas iam avançando, apenas um candidato ficou para ultima parte. O curioso foi que a um passo para que ele ocupasse um alto cargo, a entrevista consistiu em apenas uma pergunta. - Sabemos o quanto você é cristão! Nesses muitos anos de trabalho nessa empresa temos observado sua dedicação a sua igreja. No entanto, para ocupar esse cargo de gerente, precisamos de alguém 100% dedicado à empresa. A programação da sua igreja não pode estar acima da empresa. Você terá que fazer muitas viagens nos finais de semana e isso atrapalhará sua participação nos eventos da sua congregação. Como sabemos da sua fé e dedicação com as coisas de Deus, vamos te dar todo fim de semana, até segunda-feira, para responder se aceita ou não o cargo. Lembrando que isso afetará drasticamente sua vida espiritual.

O homem foi para casa, conversou com sua esposa e depois com os filhos. Fez os cálculos e viu a diferença que o salário faria na vida da família.

Na segunda pela manhã, o homem respondeu que apesar de tal mudança afetar na sua vida espiritual, aceitaria o cargo. Diante dessa resposta, a empresa comunicou que ele havia acabado de perder o cargo de gerente. - Esperávamos que você não aceitasse justamente por afetar sua vida espiritual, algo que você tanto se dedica. Se você respondesse que não aceitaria o cargo devido ao fato de comprometer sua vida espiritual, o cargo seria seu. Afinal, se você, cristão, numa primeira oportunidade de melhorar sua vida abriu mão das coisas de Deus, quem nos garante que se vier uma oferta de outra empresa, você também não nos abandonará.

Filhos! Esposa! Esposo! Interesses pessoais! Quais dessas coisas se tornaram ou estão se tornando prioridade em nossa vida em detrimento das coisas de Deus?

Tenho visto na igreja muitas viúvas de maridos vivos e viúvos de mulheres vivas. Em meio a isso, recordemos a resposta de Jesus para um seguidor que desejava primeiro voltar e sepultar seu pai. “Venha comigo e deixe que os mortos sepultem o seus mortos” (Mt 8. 22).

Diante do evangelho a espada é inevitável. Por causa da igreja e das coisas de Deus o conflito é inevitável. Tome a sua cruzabra mão do que pode lhe custar à paz com Deus.

Tomar a sua cruz é não abandonar a fé e continuar a confessar a fé mesmo que isso custe laços afetivos.

Ao enviar seus doze apóstolos (Mt 10.5) Jesus destacou que eles estariam constantemente envolvidos em conflitos. Eles estariam como ovelhas entre lobos (Mt 10.16); em meio a calúnias (Mt 10.17); seriam enganados (Mt 10.19); estariam sempre em contendas (Mt 10.21-22); seriam perseguidos (Mt 10.23); seriam xingados (Mt 10.25); e também enfrentariam oposição entre seus familiares (Mt 10.35-36).

Essa zona de conflito – fora e dentro de casa gera stress, tensão, desgaste, dúvidas, inquietações, e pode levar o servo de Jesus a querer abandonar a missão de Deus. Para que isso não ocorra, Jesus anima enfatizando sua benevolência (Mt 10.40-42).

Ao dizer: “não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10.34), Jesus relembra a mensagem do profeta Miquéias (Mq 7.6). A época desse profeta foi marcada pelas inimizades que eram geradas pelo amor a Deus. Os amigos eram infiéis aos seus amigos cristãos, não se podia confiar nos familiares, os filhos desonravam os pais e quase todos se afastavam de Deus.

Ser discípulo é ter que lidar com as mais variadas reações: amor e ódio. Acolhimento e perseguição. Liberdade e prisão.

Nessa zona de conflito, Jesus promete que aquele que “der ainda que seja um copo de água fria ao menor dos meus seguidores, certamente receberá a recompensa” (Mt 10.42). No final dos tempos, ao vir para julgar os vivos e os mortos, Jesus dirá: “... quando vocês fizeram isso ao mais humilde dos meus irmãos, foi a mim que fizeram” (Mt 25.40).

Em meio a zona de conflito há socorro de Deus. Se há perseguidores, há quem acolhe.

Ser discípulo é viver numa zona de conflito.

Qual é ó único assunto que não termina bem? Religião – Jesus. Exalte Jesus e rebaixe Maria! Exalte Jesus e rebaixe Maomé!

Ser discípulo é viver numa zona de conflito.

Perca o favor das pessoas, mas não de Jesus. Apesar do conflito fora e dentro de casa, Jesus garante seu cuidado.

Jesus observa quem é dócil como Lidia e quem põe obstáculo no caminho, assim como Diótrefes fez com o apostolo João.

Recorde-se que sempre haverá espada, afinal, o inimigo que anda ao derredor para devorar (1Pe 5.8), deseja exterminar o cristianismo (Sl 2.2; At 4.25-26).

Ao orar: “seja feita a tua vontade assim na terra como no céu” (Mt 6.10), suplicamos para que Deus impeça todo mau conselho e vontade dos que não querem crer em Jesus e atrapalham o avanço do evangelho. Será que você está orando contra alguém da sua família?

Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10.34) – a zona de conflito se dá entre o desejo pessoal e o desejo de Deus. E nessa zona de conflito “os piores inimigos de uma pessoa serão os seus próprios parentes” (Mq 7.6; Mt 10.36). Imagina o conflito que é na casa daquela viúva de marido vivo e viúvo de mulher viva? Imagina o conflito que é na casa daqueles pais de filhos longe da igreja e de Jesus?

Jesus carregou a cruz até o fim! A cruz é o nosso vinculo com Deus e assim, o vinculo com Jesus anula outros vínculos. Amém!

ERT

segunda-feira, 19 de junho de 2023

Jesus enviou os seus para proclamar a Palavra e não massagear ego!

 25 de junho de 2023

Salmo 91.1-10; Jeremias 20.7-13; Romanos 6.12-23; Mateus 10.5ª,21-33

Texto: Mateus 10.24-33

Tema: Jesus enviou os seus para proclamar a Palavra e não massagear ego!

 

As estatísticas mostram que ano após ano, o número de cristãos assassinados e martirizados por causa de sua fé, aumenta. Nos países em que testemunhar Jesus Cristo é correr o risco de ser punido com prisão e pena de morte; nos países que proíbem a construção de templos cristãos; nos países que proíbem reuniões para estudos bíblicos ou cultos; chama atenção o fato de justamente nesses países o cristianismo está crescendo.

Vivemos num país em que praticar a fé é algo livre, no entanto, 360 milhões de cristãos perseguidos hoje. Cristãos ainda são ridicularizados, zombados, torturados e infelizmente mortos por causa da fé em Jesus.

Uma palavra muito significativa na perícope (Mateus 10.24-33) é “portanto” (Mt 10.31-32). Essa palavra liga a promessa ao confessar Cristo mesmo diante de tantas coisas negativas. Sobre cada discípulo que confessa Jesus há uma mão invisível. Nada pode se interpor entre o servo de Cristo e a coroa eterna.

Mesmo que confessar a Cristo traga consequências ruins nesse mundo, a negação trará consequências eternas.

O reino de Deus é justiça, pureza, amor, assim, a injustiça, a imundície e o egoísmo lutam contra ele.

A quem devemos confessar? Jesus Cristo.

Diante de quem devemos confessar Jesus Cristo? Diante dos Homens bons e maus, pobres e ricos, ignorantes e instruídos.

Como devemos confessar a Jesus Cristo? De maneira verbal e prática.

Jesus Cristo deve ser confessado no santuário, na loja, na família. Mesmo na pobreza, na aflição, no luto, o cristão deve confessar a Jesus Cristo.

O que nos impede de confessar a Jesus Cristo? Medo de ser injuriado (Mt 10.25); Medo do ódio dos homens (Mt 10.21); Medo de perseguição e da perda. Os pais do cego de nascença tinham esse medo (Jo 9.22).

Quais são as vantagens de confessar a Jesus Cristo? Reconhecimento e aprovação (Mt 10.32; Ap 3.5).

Quais serão as consequências de não confessar a Jesus Cristo? Uma eternidade sombria.

Faça uso do método prudente. Deixe os ímpios dizerem o que quiserem contra você. Deixe as mãos dos ímpios, elas só poderão fazer o que Deus lhes permitir. Deus pode restringi-los, para que assim você vá mais longe, “de cidade em cidade”.

Jesus disse que as pessoas nesse mundo em sua perseguição passam das palavras aos golpes. Deixe àqueles que os odeiam por causa de Cristo dizer de você e fazer com você o que quiserem, afinal, eles podem apenas ferir o corpo.

Para cada situação pavorosa (Mt 10.21 – 23) há um encorajamento (Mt 10.26,28,31). O discípulo, perseguido por causa do mestre, é sustentado com coragem pelo mestre.

Jesus registrou três atitudes diante o envio a esse mundo (Mt 10.24-33): 1 - Suportar com paciência a ingratidão e o ódio do povo contra Cristo; 2 - ser prudente; 3 - lembrar do galardão celestial.

Apesar dos milagres, das curas, de ter expulsado demônios, ter saciado famintos, a principal missão de Jesus, não foi erradicar a pobreza e a miséria do mundo e nem proporcionar uma vida feliz aqui na terra. Sua missão foi reconciliar a humanidade com o Pai. E, enquanto estão nesse mundo atuando como enviados de Deus, Jesus dirige os olhos dos seus discípulos para o futuro e lhes mostra o que os aguarda enquanto proclamam.

Os discípulos são enviados como ovelhas no meio de lobos (v.16); serão levados diante de tribunais dos judeus e dos gentios. Até seus próprios familiares os denunciarão (v.36); seriam odiados por causa do nome de Jesus (v.22);

Em Atenas, na capital de Grécia, bem como em Roma eram adorados centenas de ídolos. Nenhuma pessoa era perseguida por causa de sua idolatria, no entanto, proclamar Jesus era e é motivo de ódio. Qual motivo? Jesus deseja exclusividade, pois só Ele é o autor e consumador da salvação.

Seguidores de Jesus são odiados! Perseguidos! Caluniados! Injuriados! Torturados! Mas, Jesus anunciou: “Eu vim para lançar fogo sobre a terra e bem quisera que já estivesse a arder (Lc 12.49). Este fogo é a perseguição. E seu desejo de que ardesse é para o bem da igreja, pois purificará os fiéis. Não temais!

Em meio ao ódio das pessoas, “sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas (Mt 10.16). Seja prudente, não se coloque desnecessariamente em perigo. Seja simples, ou melhor, sincero, fiel na pregação, “deixe tudo às claras”. Não negue a verdade procurando agradar às pessoas. Jesus enviou os seus para proclamar e não ser massagista de ego. Em matéria de fé, não se pode procurar agradar gregos e troianos. A verdade precisa ser dita doa a quem doer.

Não temais os que podem matar o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo (Mt 10.28). Cuidado para não negar o Filho do homem Jesus pensando nos filhos deste mundo. Jesus disse: “Tome a sua cruz e siga-me” (Lc 9.23). Tomar a cruz sobre si e seguir a Jesus sem temer o ódio das pessoas do mundo, afinal aquele a quem seguimos está e estará ao nosso lado. Por isso, para cada situação de pavor (Mt 10.21 a 23) há um encorajamento (Mt 10.26,28,31). O discípulo, perseguido por causa do mestre, é sustentado com coragem pelo mestre.

Jesus dirige nossos olhos para a glória futura que nos está reservada. E até esse grande dia, a palavra soará em todo o mundo até que Jesus venha em glória para julgar vivos e mortos.

Ao fixar a glória celestial, temos forças para suportar as desavenças, o ódio do mundo e até o martírio. Sejamos, pois, corajosos no anunciar e confessar a palavra de Deus. Sejamos abundantes no servir ao nosso Senhor. Sejamos abundantes em nosso ofertar para podermos cumprir cada vez melhor a missão de enviar obreiros e missionários e mantê-los para a expansão do reino de Deus. Amém.

ERT

quarta-feira, 14 de junho de 2023

"... um reino de sacerdotes...” (Ex 19.6)

 

Salmo 100; Êxodo 19.2-8; Romanos 5.6-15; Mates 9.35-10.8

 

... somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio... um reino de sacerdotes...” (Sl 100.3; Ex 19.6).

 

A figura da ovelha e do pastor de ovelhas são símbolos muito conhecidos do povo de Deus. Tanto no Antigo, quanto no Novo Testamento, aparecem várias vezes.

No episódio narrada por Mateus (Mt 10) notamos uma mudança de nomenclatura. Os discípulos são chamados de apóstolos. Esta troca é ilustrativa.

Discípulo é aquele “segue” Jesus.

Apóstolo é aquele que foi “enviado” para testemunhar e ensinar as verdades do Reino de Deus.

Ser um discípulo apóstolo é viver a fé numa via de mão dupla: estar em comunhão com o Senhor e em serviço no mundo!

Ao ler o texto de Mateus (Mt 9) fica a impressão de que era muita gente. E, enormes eram as suas carências. Jesus se compadeceu delas, pois eram ovelhas sem pastor (Mt 9.36). Ou seja, era um povo desamparado e desorientado.

Como vive uma ovelha sem pastor? Ovelhas são animais dóceis e sociáveis e também são animais frágeis e sensíveis. A sobrevivência de um rebanho depende basicamente dos cuidados do seu pastor.

Jesus afirma que a multidão está como ovelhas sem pastor. Ovelhas sem pastor enfrentam sérios problemas:

a) ficam expostas a perigos – pragas, ataques de moscas ou animais ferozes;

b) ficam famintas e sedentas – não encontram pastagem;

c) vivem inseguras porque perdem o rumo a seguir.

Uma ovelha precisa ter supridas três necessidades para que possa descansar e procriar: - precisa sentir-se segura; - ser alimentada e - estar livre do atrito com as demais ovelhas do rebanho. Sem estas necessidades supridas às ovelhas ficam aflitas, angustiadas, cansadas, exaustas.

Jesus mostra-se sensível às necessidades do povo. Ele sente compaixão da multidão. Por isso enumera duas coisas: orem por mais cuidadores do rebanho e dá autoridade aos seus.

Como cristãos, vivemos a nossa fé nesta via de mão dupla. Por um lado, nos reunimos em culto e participamos nas demais atividades da Igreja. Nestes encontros aprofundamos nossa comunhão com o Senhor, nos fortalecemos na fé e nos auxiliamos uns aos outros. Por outro lado, é importante e necessário voltarmos nosso olhar para fora dos muros da Igreja. Ainda há muita gente que vive abandonada e desorientada. Há muitas ovelhas desgarradas e rebanhos sem pastor.

No monte Sinai, assim como relatado por Moisés, Deus disse: “... toda a terra é minha, e vocês serão para mim um reino de sacerdotes” (Ex 19.5-6).

Ser um sacerdote é permitir que o outro tenha uma experiência com Deus. É agir com misericórdia.

O mundo precisa de discípulos sacerdotes que anunciam a misericórdia de Deus para com aqueles que sofrem.

Ainda há muita ovelha sedenta e faminta que precisa ouvir o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Como discípulos de Jesus, sou convidado a ver e ouvir as ovelhas desgarradas, desviadas, perdidas, aflitas, desorientadas e desesperadas do nosso tempo.

Olhemos para estas ovelhas com os olhos da compaixão e anunciemos a elas que o Reino de Deus está próximo, que o próprio Deus está perto de nós através de seu Filho Jesus Cristo.

... somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio... um reino de sacerdotes...” (Sl 100.3; Ex 19.6). Amém!

ERT

segunda-feira, 5 de junho de 2023

“vamos nos dedicar mais e mais ao Senhor!”

 

11 de junho de 2023

Salmo 119.65-72; Oséias 5.15-6.6; Romanos 4.13-25; Mateus 9.9-13

 

Texto: Oséias 5.15-6.6

Tema: vamos nos dedicar mais e mais ao Senhor!

 

Gostamos de conhecer pessoas, gostamos de ter novos(as) amigos(as). Conhecer pessoas e fatos é muito enriquecedor.

Hoje iremos meditar numa breve perícope escrita pelo profeta Oséias (Oséias 5.15-6.6).

Oséias significa “salvação”.

Oséias clamou dramaticamente para o povo que abandonasse o seu pecado e voltasse ao primeiro amor. O povo estava cometendo um pecado grave - a idolatria (nesse caso especifico - a falta de conhecimento de Deus). Essa idolatria, ou melhor, a falta de conhecimento de Deus estava em duas áreas: política e religiosa.

Idolatria política: os governantes se afastaram de Deus. O povo de Israel estava passando por momentos críticos, forças militares estavam se movimentando para atacar seu território. A quem Israel foi buscar ajuda? Em Deus? De forma alguma. Israel se esqueceu de Deus. Procurou fazer aliança com o Egito e com a Assíria devido às forças militares. Tanto o Egito, quanto a Assíria, poderiam fornecer cavalos, soldados e armas para poderem se defender. Para o povo de Deus, somente o Egito e a Assíria poderiam livra-los.

Idolatria religiosa: se resume na falta de gratidão a Deus. Prestavam cultos a outros deuses, esquecendo-se de que Deus era o autor de todas as coisas.

O casamento do profeta Oséias com uma prostituta, era didático da parte de Deus. O objetivo era mostrar ao povo a fidelidade de Deus e a corrupção do povo assim como uma prostituta.

O livro do profeta Oséias é um dos livros mais evangélico do Antigo Testamento, pois fala muito no amor de Deus. Alguns denominam Oséias como o apóstolo João do Antigo Testamento.

Oséias 5.15 – 6.2 é apelo do profeta Oséias para que o povo se arrependa diante do pecado da falta de conhecimento de Deus. O profeta Oséias deseja ardentemente que as pessoas rasguem seus corações.

Os capítulos 1 a 3 relatam o casamento com a prostituta. Visando ilustrar a diferença da fidelidade de Deus simbolizado pelo esposo Oséias, e a infidelidade do povo de Israel simbolizado pela esposa do profeta, a prostituta Gômer. Assim, o texto de Oséias 5.15-6.2 é uma denuncia da falta de conhecimento de Deus.

Se para muitos conhecer pessoas simples ou importantes é algo gratificante, para Deus é de suma importância que se tenha conhecimento dEle. Conhecer a Deus é vital. O próprio Salvador Jesus lembra “e a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3).

O profeta Oséias traz um tema muito importante, urgente e necessário: conhecer a Deus em Cristo.

O profeta Oséias chama a atenção do povo de Deus para o fato de estarem cometendo pecado justamente pela falta de conhecimento de Deus.

Os capítulos 4 e 5 do profeta Oséias ensina que a falta de conhecimento de Deus leva à destruição e à perdição. “O meu povo não quer saber de mim e por isso está sendo destruído. E vocês, sacerdotes, também não querem saber de mim e esqueceram as minhas leis; portanto, eu não os aceito mais como meus sacerdotes, nem aceitarei os seus filhos como meus sacerdotes” (Os 4.6), por isso, “... assim um povo sem juízo caminha rápido para a destruição” (Os 4.14).

O século 8 antes de Cristo, era um tempo de desconhecimento da Palavra de Deus. O que será que fez com que o povo desconhecesse a Deus? Dois fatos:

1) - a proibição das autoridades religiosas e políticas para que o povo fosse adorar no templo de Jerusalém. Não permitiam a adoração ao Deus verdadeiro e convidavam as pessoas a adorar bezerros de ouro em templos de Betel e Dã (1Rs 12.28-29).

2) - Relaxamento no uso e estudo da Palavra de Deus. Cem anos depois da advertência do profeta Oséias, a lei de Deus, dada por intermédio de Moisés teve que ser encontrada em algum canto do templo de Jerusalém devido ao seu desuso (2Cr 34.14).

Será que essas duas realidades ocorrem entre nós?

As próprias pessoas lhe proíbem prestar culto. Vivemos na era das desculpas: frio, calor, falta de tempo, falta de prioridade nas coisas de Deus, ...

Há muito relaxo com as coisas concernentes a Deus. Há tempo para tudo, no entanto, para estudo e reflexão na Palavra de Deus, o pastor que faça malabarismo.

Assim como naquele período, oitocentos anos antes de Cristo, agora vinte e um século depois do nascimento de Jesus Cristo, há muita ignorância a respeito de Deus.

Muitos já ouviram a mensagem do evangelho, mas teimosos, rejeitaram. A rejeição se dá pelas desculpas em não poder estudar e ouvir a Palavra de Deus. Aos Romanos, o apóstolo Paulo registrou: “tendo conhecimento de Deus não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças” (Rm 1.21).

As pessoas estão saindo pelas portas do fundo da igreja, ou seja, estão desprezando o conhecimento de Deus em Cristo. Não querem mais ouvir a Palavra de Deus, ao contrário se enchem de dúvidas.

Conhecemos o único Deus verdadeiro e também conhecemos a Jesus Cristo. Será possível pecar por falta de conhecimento de Deus? Pensamos que conhecemos muito bem a Bíblia. Mas quando o profeta Oséias fala em conhecimento de Deus, ele não está simplesmente falando de um conhecimento intelectual ou abstrato de Deus. Ele se refere a um conhecimento pessoal de Deus em Cristo que tem consequências práticas na vida diária.

O apóstolo Paulo escreveu aos Filipenses “...considero tudo uma completa perda, comparado com aquilo que tem muito mais valor, isto é, conhecer completamente a Cristo Jesus, o meu Senhor” (Fp 3.8).

Não podemos nos deixar levar pelo orgulho, talvez de pensar que somos luteranos de berço e já conhecemos a Deus o suficiente, ou supor que conhecemos toda a Bíblia, e não precisamos mais estudá-la. Vamos deixar que o Espírito Santo nos guie a “toda a verdade” (Jo 16.13) nos ensinando sempre a sua Palavra. Afinal, a Palavra de Deus é poderosa e nos leva ao conhecimento de Deus em Jesus e á prática. Recordemos que “... toda a Escritura Sagrada é inspirada por Deus e é útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de viver” (2Tm 3.16).

A Palavra de Deus que mostra nossos erros, nossas falhas, mostra também, apesar dos nossos pecados, o quanto somos amados por Deus em Jesus. O apóstolo João registrou: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito para que todo o que nele crer não perca mais tenha a vida eterna” (Jo 3.16).

O profeta Oséias usa metáforas para denunciar o pecado do povo de Israel.

O profeta Oséias diz que em sua ignorância, Israel era como “uma vaca rebelde” (Os 4.16). O templo em Betel, nome que significa “casa de Deus” é chamado pelo profeta Oséias de “Bate-Áven” a casa do mal e do nada (Os 5.8). Anuncia ainda que o Senhor irá retirar a sua presença de Israel, “para Efraim serei como a traça e para a casa de Judá como a podridão” (Os 5.12), e “para Efraim serei como leão...Eu, eu mesmo, os despedaçarei e ir-me-ei embora” (Os 5.14).

A Nova Linguagem de Hoje o título do capítulo 6 é: “Arrependimento fingido”. O título em si dá ao texto um tom de zombaria. E mesmo que a maioria das pessoas de Israel não se tenham se arrependido, o verso 1 do capítulo 6 aponta para uma verdade fundamental da fé cristã: não é o ser humano, mas, sim, o Espírito Santo, que trabalha através da lei e convence cada um de seus pecados e leva o pecador ao arrependimento.

Ao destacar: “quando Efraim viu a sua enfermidade” (Os 5.13), o profeta Oséias elucida que as desgraças que aconteceram já estavam levando os israelitas a verem seus pecados. E mesmo que tivessem visto e sentirem seus pecados, o equívoco foi procurar a solução numa aliança com os assírios e deixarem Deus de lado.

Quem já não ouviu a frase: o que fiz para merecer tudo isso?

Reflita: não será Deus mostrando seu pecado e desejoso de que se busque refúgio nele?

O fato é que a queda em pecado endureceu nosso coração. Sendo pecadores desde a concepção, o desejo de Deus é o arrependimento e a volta para Ele.

O profeta Oséias escreveu: “estando eles angustiados, cedo me buscarão” (Os 5.15). Lembre-se, que quando Deus mostra seus pecados, seu desejo é te libertar da sua angustia. Por isso, Jesus disse: “conhecerão a verdade, e a  verdade os libertará” (Jo 8.32) e Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim” (Jo 14.6). O salmista nos faz lembrar: “Em meio à tribulação, invoquei o Senhor, e o Senhor me ouviu e me deu folga” (Sl 118.5) e “Senhor, meu Deus, clamei a ti por socorro, e tu me saraste” (Sl 30.2).

A frase do profeta Oséias “O Senhor fez a ferida e a curará” (Os 6.1) é a renovação da promessa de Deus de enviaria seu único filho Jesus Cristo para resgatar os pecadores. Jesus disse, repetindo as palavras do profeta Isaías e Oséias: “O Espírito de Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração” (Is 61.1; Os 6.1; Lc 4.18). Em Oséias 6.2 está escrito “Depois de dois dias, nos revigorará; ao terceiro dia, nos levantará, e viveremos diante dele”, dando-nos a clareza, o conhecimento necessário de que o Filho de Deus, Jesus Cristo, venceria a morte, e por meio dessa ferida seríamos curados.

O profeta Oséias alerta sobre o pecado da falta de conhecimento de Deus. Não é conhecimento intelectual, mas conhecimento pessoal de Deus em Cristo que se aplica na vida diária. De que adianta dizer creio em Deus se diante da primeira dificuldade busco ajuda em outros meios e se diante dos acontecimentos passo a reclamar da vontade de Deus.

O profeta Oséias destaca a ação prática na vida das pessoas diante do conhecimento e da Palavra de Deus, “vamos nos dedicar mais e mais ao Senhor!” (Os 6.3).

Que nossa oração diária seja como a do povo arrependido “vamos nos dedicar mais e mais ao Senhor!” Desejo crescer no conhecimento de Deus e ajudar para que outros também recebam e cresçam neste conhecimento que leva a vida eterna. Amém!

 

Edson Ronaldo Tressmann.

 

Subsídio: Vox Concordiana, 2002, n 1, vol 17, p. 81-86

Não creia em todo espírito (1Jo 4.1)

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