segunda-feira, 28 de maio de 2018

Pastores proclamam Cristo como Senhor e servem a igreja!


03 de junho de 2018
2º Domingo após Pentecoste – Próprio 4
Sl 81.1-10; Dt 5.12-15; 2Co 4.5-12; Mc 2.23 - 28
Tema: Pastores proclamam Cristo como Senhor e servem a igreja!
Parabéns IELB - 114 anos!

Texto: 2Co 4.5-12

Com exceção de 2Co 8 e 9, o tema geral da segunda carta aos Coríntios deve ser: autoridade apostólica de Paulo.
Os coríntios não queria mais dar ouvidos as instruções de Paulo. Estavam questionado e não aceitando a sua autoridade.
2Corintios é a carta mais pessoal que Paulo escreveu. As circunstâncias o obrigou a falar repetidamente da sua pessoa, sua atuação e sofrimento. É um discurso de defesa, mas a carta não deve ser lida dessa maneira (2Co 12.19).
O apostolo Paulo, sempre preocupado com o evangelho, a igreja e as pessoas, sabe que não é sua pessoa que está em jogo. Mas, ao se defender, o faz para o bem da igreja de Corinto. É preciso fazer com que sua autoridade e mensagem sejam reconhecidas.
Algo muito sério aconteceu em Corinto que atingiu Paulo profundamente. Foi esse acontecimento que tornou difícil a ida à Corinto. Paulo fala de um homem que “causou tristeza” e “cometeu injustiça”, e de outro que foi “entristecido” e “sofreu agravo” (2Co 2.5;7.12).
Por ora Paulo desistiu da visita a Corinto e escreveu a carta (2Co 2.4). Essa carta foi levado por Tito. Tito não foi negociar e discutir, mas participar de uma decisão que precisava ser tomada rapidamente. Paulo quis encontrar Tito em Trôade. No entanto, Tito não veio e Paulo interrompeu sua evangelização e foi para a Macedônia encontrar-se com Tito (2Co 2.12). Ao encontrar-se com Tito, o mesmo lhe deu boas noticias de Corinto. A situação havia sido resolvida e na carta escreve sobre sua alegria pelos Coríntios (2Co 7.5-16). E diante das notícias escreveu essa carta, possivelmente a terceira.
O que merece destaque é o fato de apesar dos problemas, apesar de algumas pessoas causarem muita aflição ao apostolo Paulo, ele trata aquelas pessoas de Corinto como “igreja de Deus”.
A segunda carta de Corinto mostra o quanto Paulo lutou pela igreja. 2Co 4.1-12 e 6.1-10 nos dão valiosas contribuições para a teologia prática. Paulo mostra o quão grande é a esperança dos que creem e a força que emana dessa esperança na atualidade (2Co 4.16-5.10).
Paulo escreve o que significa ser um mensageiro de Cristo.
Pastores proclamam Cristo como Senhor e servem a igreja!
Paulo só falou sobre ele devido as circunstâncias, mas nunca proclamou a respeito de si mesmo.
Em Corinto, muitos se recusaram a aceitar o evangelho, para estes, o evangelho permanecia encoberto (2Co 4.4). Para o apostolo Paulo o problema não era o evangelho, nem os apóstolos, mas os ouvintes. Observe o seguinte exemplo: Mesmo em dias nublados o sol continua brilhando, mesmo que não o vejamos. O evangelho brilha, o problema é que muitos não o veem. O diabo não deixa ver a luz do evangelho lançando ilusões diante das pessoas e faz isso pelos falsos pregadores e também pelos problemas dentro da igreja.
Tenho observado nessa minha curta carreira de pregador que muitos pregadores ao longo dos anos tem construído monumentos a si mesmos, muitos pregadores tem promovido a si mesmo, tanto que em muitas fachadas de igrejas, ostenta-se a foto do líder e Jesus, mesmo que numa simples imagem, tem sido ofuscado.
Infelizmente, alguns pregadores tem buscado fã clube, buscam ser servidos. No entanto, a Palavra de Deus anuncia que o mensageiro é servo e não uma celebridade. Todo pregador é servo da igreja e não serve-se da igreja. O pregador serve a igreja com aquilo que possui e que não vem dele mesmo. O pregador é servo da igreja não para uma auto promoção, ou busca de glória. O pregador serve por servir Jesus Cristo.
O resultado da pregação não está na locução do pregador, afinal é Deus quem faz brilhar a luz do evangelho (2Co 4.6), assim não há nada para se engrandecer, ou vangloriar a si mesmo. Os falsos pregadores pregam a si mesmo, e enquanto continuarem proclamando seus feitos e atos, a luz do evangelho não irá brilhar sobre as pessoas.
A luz do evangelho a qual Paulo destaca é a luz que o atingiu na estrada para Damasco (At 9.3,4). É preciso lembrar que o apostolo Paulo não exalta a sua conversão, ou aceitação de Jesus, mas o valor da sua conversão.
O apostolo Paulo ao escrever aos Corintios, lhes transmite a mensagem do evangelho que nocauteia o culto à personalidade. O importante nunca é o obreiro, mas a obra. Você já observou a construção de prédios e casas. As placas informam o novo do arquiteto. No entanto, o arquiteto só será procurado se a obra ficar bonita, segura, ... O mesmo é com o evangelho e a igreja, pessoas estão deixando de procurar o verdadeiro dono da obra, Jesus, porque outros querem ser os arquitetos da obra.
Para ilustrar a importância da obra e não do obreiro, Paulo usa a metáfora muito conhecida na época sobre o vaso e o valioso tesouro que estava guardado dentro dele.
Corinto era famosa por sua cerâmica, pelos vasos de barro. Havia também pequenas lamparinas de barro, que eram baratas e muito frágeis. Vaso era muito comum e estava presente em cada casa do Oriente antigo. Eram baratos e quebravam com facilidade. Por isso, o valioso era o que estava dentro do vaso e não a peça em si.
Por mais que Paulo parecesse aos Corintios fraco demais devido aos seus sofrimentos, tribulações, abatimento, o importante era o que ele oferecia, ou seja a verdade do evangelho. Essa verdade do evangelho, a luz de Cristo, era a esperança e a força que o fazia suportar todas as situações (2Co 4.16-5.10). Paulo reconhecia sua fragilidade, assim como a de um vaso, mas sabia que era guardado pelo mesmo tesouro que possuía.
Paulo sabia com qual finalidade a luz do evangelho brilhou sobre ele (At 9.15) e que somos vasos para que Deus nos use (2Tm 2.21). Tanto que Paulo afirma que os pregadores do evangelho são vasos de barro, frágeis, para que saibam que na sua vulnerabilidade, é o poder de Deus que os sustenta.
Não há ministério sem dor. A vida ministerial não é estar numa estufa espiritual onde nada atinge o pregador ou o cristão. O pregador do evangelho não tem como propósito ser aplaudido. O pregador do evangelho carrega as marcas de Jesus.
Paulo foi perseguido em Damasco, rejeitado em Jerusalém, esquecido em Tarso, apedrejado em Listra, açoitado em Filipos, escorraçado em Tessalônica em Beréia, chamado de tagarela em Atenas e impostor em Corinto. Paulo enfrentou feras em Éfeso, preso em Jerusalém, acusado em Cesaréia, naufragou no caminho à Roma, picado por cobra em Malta. Sofreu prisões, açoites, apedrejamento, fome, frio, pressão de todos os lados. No entanto, todas essas fraquezas, toda essa fragilidade, não ofuscava o valor do tesouro que possuía.
Toda essa fragilidade e vulnerabilidade atinge Paulo e os seus companheiros e pregadores com um só objetivo: para que a mensagem de Cristo chegue as pessoas e assim sejam salvas. Tudo o que aconteceu também em Corinto, aconteceu para que encontrassem a vida em Jesus o verdadeiro tesouro.
Por esse motivo, Paulo escreveu: “Pois nós não anunciamos a nós mesmos; nós anunciamos Jesus Cristo como o Senhor e a nós como servos de vocês, por causa de Jesus” (2Co 4.5). Amém!
Rev. Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Nascer de novo!

27 de maio de 2018
Domingo da santíssima Trindade
Sl 29; Is 6.1-8; At 2.14ª, 22-36; Jo 3.1-17
Tema: Nascer de novo!

Dia da Santíssima Trindade. Doutrina questionada. Não é racional. Mas, de maneira especial, não querendo entrar na referida polêmica, atenho-me a apontar para esse Deus triuno que se revela em perdão, vida e salvação.
As pessoas não estão deixando apenas de crer no Deus triúno, estão começando a olhar para Jesus como um “mestre” ou qualquer outra coisa semelhante.
- O texto de João 3.1-17 traz uma riquíssima reflexão. Vamos ao texto.
- Jesus estava em sua primeira estadia em Jerusalém durante o seu ministério.
- Sua atuação mexeu com os ânimos das pessoas, até dos adversários.
Entre o povo de Israel havia expectativa quanto a chegada do Messias. Os profetas proclamaram a vinda do Messias, e essas promessas eram conhecidas pelo povo de Deus e sua chegada era aguardada. Mas, como bem escreveu o apostolo João: “veio para o seu próprio país, mas o seu povo não o recebeu” (Jo 1.11).
No encontro entre Nicodemos e Jesus, mesmo sendo um fariseu, conhecedor das Escrituras Sagradas (AT) e das promessas de Deus, afinal, os fariseus eram um grupo extremamente apegado à Torá, o livro sagrado dos judeus. Mas mesmo assim, Nicodemos e outros reconheceram Jesus apenas como mestre e não como cumprimento da promessa de Deus.
O evangelho de João apresenta três episódios entre Nicodemos e Jesus (Jo 3.1-17; 7. 50-52 e 19.39-42).
Nicodemos era um nome frequente entre os judeus e significa “vitória do povo”. Esse homem era destacado membro do sinédrio, composto por 71 membros. O sinédrio era composto pelo sumo sacerdote, principais sacerdotes, anciãos (chefes de famílias) e escribas. Era responsável pela jurisdição civil e criminal segundo a lei judaica. Em casos de pena de morte requeriam a sansão do procurador romano. O Sinédrio era a suprema corte legislativa e judicial de Jerusalém. Nicodemos era um destacado teólogo (Jo 3.10).
Esse destacado e renomado homem procurou Jesus.
Queria ter um diálogo franco e honesto com Jesus sem ser interrompido, por isso, “uma noite ele foi visitar Jesus ...” (Jo 3.2).
O primeiro ponto do diálogo é como Nicodemos e outros reconheciam Jesus.
1 – Reconhecendo Jesus
nós sabemos que o senhor é um mestre que Deus enviou” (Jo 3.2)
Tanto Nicodemos, bem como outros que compunham o Sinédrio tinham uma boa impressão de Jesus. Mesmo reconhecendo que ele vinha da parte de Deus, Jesus era apenas um mestre.
Como mestre, os fariseus reconheciam que Jesus ensinava sobre as coisas de Deus e dos deveres dos homens. Reconheciam Jesus como um professor.
Ao chamar Jesus de mestre, Nicodemos querendo dialogar com Jesus, reconhece que está diante de alguém com as mesmas qualificações que ele tinha.
Toda sua admiração pela pessoa de Jesus devia-se aos milagres que Jesus havia realizado. Mas, como bem sabemos, milagre não opera a fé. Quem vive pelo milagre, vive sempre na expectativa de outro milagre e quando os mesmos sessam, sessa-se a confiança.
Nicodemos, membro do Sinédrio, teólogo experimentado, tinha conhecimento e pelo mesmo pensava ter poder de julgamento e discernimento sobre a atuação de Deus. Reconhece a atuação de Deus em Jesus, no entanto, apenas como mestre.
Quantas pessoas nesse mundo tem Jesus em alta admiração, conceito, mas, não passa de um mestre, guru, filosofo, ...
A julgar pela resposta no verso 3, Jesus tem algo profundo a dizer. Se Nicodemos havia chamado Jesus de mestre e reconhecido em Jesus a atuação de Deus, a resposta poderia ser outra, mas, a resposta foi: “Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo” (Jo 3.3).
Jesus diz a Nicodemos que não é possível discernir com os olhos nem racionalmente a atuação de Deus. E a atuação de Deus em Jesus era a salvação dos pecadores.
Será que as pessoas estão percebendo que Jesus é salvador? Ou apenas o estão vendo como um exemplo a ser seguido? Um curador? Milagreiro? Qual é o teu discernimento quanto a atuação de Deus em Jesus?
Jesus continua respondendo aos atuais Nicodemos: “ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo” (Jo 3.3).
2 – É preciso nascer de novo
A resposta inesperada de Jesus causou desconforto em Nicodemos. Tanto que julgou o novo nascimento como impossível e questionou: “como é que um homem velho pode nascer de novo? Será que ele pode voltar para a barriga da sua mãe e nascer outra vez” (Jo 3.4).
A recomendação de Jesus: nascer de novo. É preciso nascer de novo!
A expressão “nascer é a tradução do termo grego γεννάω e significa gerar. E gerar é obra do pai. O pai gera. A expressão “de novo” é a tradução do termo anothen de cima ou de novo.
Observe que como fariseu, Nicodemos buscava se aproximar de Deus pelas suas realizações pessoais tendo em vista o suposto cumprimento da lei. Dessa maneira, Jesus ressalta que só há um meio de reaproximação com Deus, e a mesma se dá pelo Espírito que gera para o Pai.
Nascer de novo é nascer de cima. E nascer de cima só é possível pelo Espírito Santo.
Nicodemos talvez se julgasse próximo a Deus devido a sua religiosidade e não conseguindo discernir racionalmente, não entendeu a resposta de Jesus, ou ficou incomodado com tal proposta. E reagiu em si mesmo, buscando entender como era possível nascer de novo.
Querido irmão e irmã em Jesus: Para Deus não existe impossível quando o assunto se trata a salvação do ser humano. Ele fez e faz com que a salvação seja possível. Por causa disso respondeu à Nicodemos: “Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito” (Jo 3.5).
Se é preciso nascer de novo, é possível nascer de novo.
3 – É possível nascer de novo
ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito” (Jo 3.5).
No ano 90 d.C., quando os leitores liam essas palavras no evangelho de João, entendiam a sentença como sendo palavras batismais. Os batismos eram comuns naquela época. João Batista batizava, os discípulos batizavam.
Esse assunto não era desconhecido, afinal, muitos judeus, ao menos os ricos, tinham um tanque de purificação em sua casa.
Os judeus se purificavam todos os dias de acordo com sua religiosidade. Todos os dias, os judeus adentravam num tanque (piscina) em sua casa. Entrava por um lado, mergulhavam e saiam no outro lado, e purificados, apresentavam suas orações à Deus. Assim, ao dizer “ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito” (Jo 3.5), era compreensível para Nicodemos.
Jesus estava mostrando à Nicodemos que não era preciso retornar e ser ejaculado na barriga da mãe. Mas, que era necessário ser gerado pelo Espírito.
Como conhecedor das Escrituras (AT) e como conceituado teólogo, ao ouvir da boca de Jesus que “ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito” (Jo 3.5), Nicodemos deve ter se recordado das palavras do profeta Ezequiel (Ez 36.25-27) e Isaías (Is 44.3).
Jesus relembra a Nicodemos que já havia sido dito pelos profetas que a obediência à lei não foi suficiente para criar um povo integro e santo. Exatamente pelo não cumprimento da lei, Deus fez uma promessa, criar nas pessoas um espírito novo. Esse ensino é claro na visão do vale de ossos secos (Ez 37).
Por esse motivo, ao ressaltar que “o vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho que ele faz, mas não se sabe de onde ele vem, nem para onde vai. A mesma coisa acontece com todos os que nascem do Espírito” (Jo 3.8), Jesus está consolando Nicodemos, bem como todos os seres humanos, dizendo que Espírito gera de cima, ou de novo, para que os não cumpridores da lei sejam novo espírito. Por isso é necessário nascer de novo, pois somos filhos rebeldes.
O poder de estar e ser do Reino de Deus é obra do Espírito Santo e não de uma suposta religiosidade.
4 – O Espírito sopra onde quer para gerar novamente
O termo grego (πνευμα) pode ser traduzido como Espírito ou vento.
Ninguém sabe de onde o vento vem e para onde vai. O mesmo ocorre na ação do Espírito Santo (Jo 3.8). Assim como não é possível controlar o vento, não é possível controlar o Espírito e sua ação. Ele continua agindo para fazer com que a “carne”, ou seja, o ser humano seja gerado novamente de cima para ser um novo espírito nesse mundo.
O Espírito age onde quer. Ele tem a escolha. O Espírito Santo age para promover a ação e obra de Jesus Cristo.
Jesus ao observar o não entendimento de Nicodemos, o ironiza: “o senhor é professor do povo de Israel e não entende isso?” (Jo 3.10). Ou melhor, Jesus alerta Nicodemos dizendo-lhe que conhecendo e ensinando as Escrituras deveria saber que o Espírito Santo sopra onde quer, afinal, o profeta Ezequiel ensina essa lição por ocasião da narração da visão do vale de ossos secos (Ez 37). O Espirito age onde quer para que haja vida.
Nicodemos aproximou-se de Jesus em nome de muitos (Jo 3.2 “sabemos”), e Jesus lhe responde em nome de todos os profetas (Jo 3.11).
Buscando Jesus como mestre, Nicodemos desejava receber alguma revelação extraordinária sobre o mistério de Deus (Jo 3.12). Mas, por si mesmo não poderia crer em nada que Jesus lhes falasse. Era necessário nascer de novo. E o nascer de novo não está no poder da pessoa, só é possível pelo poder do Espírito, por causa daquele que desceu do céu, ou seja, na cruz de Jesus. A relação, Espírito, Jesus e cruz, é feita por Pedro no sermão no dia de pentecostes (At 2.38-42) e também pelo apostolo Paulo na carta aos Romanos (Rm 8.1-4).

Nascer de novo, nascer de cima, só é possível por causa daquele que carregou os pecados à cruz. Pois uma nova vida é a nova vida conquistada por Cristo na cruz e Jesus é a fonte da nova vida (Jo 3.16). Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Enviados para estar junto!


20 de maio de 2018
Domingo de Pentecoste
Sl 139.1-12; Ez 37.1-14 ou Jl 2.29-32; At 2.1-21; Jo 15.26-27; 164b-15
Tema: Enviado para estar junto!

Acredito que todos os cristãos quando celebram o dia de Pentecostes lembram-se do sermão proferido pelo apóstolo Pedro. No entanto, no dia de Pentecostes é imprescindível que cada congregado saia do templo entendendo que Pentecostes é o dia do sermão do Espírito Santo.
Qual é o conteúdo do sermão do Espírito Santo?
Jesus anuncia o mesmo dizendo: “Quando, porém, vier o consolador, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que procede do Pai, esse dará testemunho de mim; e vós também testemunhareis, porque estivestes comigo desde o princípio” (Jo 15.26).
O Espírito Santo é o presente adicional do Pai e de Jesus. O Espírito Santo renovará nos corações as palavras que estou lhes falando agora e explicará plenamente. O Espírito Santo ensinará o que o mundo e Jesus significa para os discípulos. O Espírito Santo dará ânimo e força para que permaneçam e continuem em Jesus. Afinal, os discípulos por si mesmos, sem o Espírito Santo, não conseguirão lutar contra o diabo e a maldade do mundo.
O texto do evangelho de João 15.26-27 cita todas as três pessoas da trindade. Poderia ser leitura para o próximo domingo, quando a igreja cristã, celebra a santíssima Trindade, no entanto, é texto para o domingo de Pentecostes. E quão maravilhoso é, afinal, o domingo de Pentecostes celebra a vida e o ânimo que Deus tem concedido à sua igreja em todos os tempos e lugares por meio do Espírito Santo.
João capítulo 15 faz parte do sermão de despedida de Jesus (cap. 14 – 17). Em 4 capítulos, 117 versículos, o apostolo João descreve a relação entre Jesus, o Pai, o Espírito Santo e os discípulos.
Ao se despedir, Jesus dedica aos seus discípulos palavras de ensino e instrução. Dessa maneira, ao registrar as palavras: “Quando chegar o Auxiliador, o Espírito da verdade, que vem do Pai, ele falará a respeito de mim. E sou eu quem enviará esse Auxiliador a vocês da parte do Pai. E vocês também falarão a meu respeito porque estão comigo desde o começo” (Jo 15.26 – 27), o apostolo João registrou o sermão de Jesus Cristo sobre o Espírito Santo. O Espirito Santo é o paracleto – ou seja, chamado, enviado para estar junto. Num momento de despedida, Jesus garante que o Espírito Santo, é enviado da parte do Pai para estar junto aos discípulos entristecidos e aflitos. E que mesmo na despedida, se sentindo sozinhos, o Espírito Santo daria testemunho pelos discípulos a respeito de Jesus Cristo.
E se pelo discípulos, o Espírito Santo, testemunharia a respeito de Cristo, toda a perseguição ao mestre, se daria contra os seguidores de Jesus. é possível observar pelos últimos dados que 215 milhões de cristãos são perseguidos em todo o mundo. Dia 27 de maio, próximo Domingo a igreja cristã é desafiada a orar pela igreja perseguida. Cerca de 30% do mundo está em guerra. Destas, cerca de 15% são por motivos religiosos. A perseguição cristã ocorre pela violência, pressão ou ameaça.
Jesus, em seu sermão sobre o Espírito Santo, anuncia que o mesmo como sendo consolo contra o espírito mau que reina no mundo e o chama de consolador e espírito da verdade.
Se por um lado, temos a perseguição aos cristãos e que ser e permanecer cristão pode significar o mesmo que perder a vida neste mundo, por outro, em países com liberdade de religião e culto, o diabo também ataca o cristão por meio do terror aos seus pecados.
O diabo é homicida e pai da mentira. Por suas mentiras e com o objetivo de matar e destruir, aterroriza o pecador com o medo do castigo pelos seus pecados. Talvez você não faça parte da igreja perseguida por esse mundo, mas o diabo, além do mundo tem como seu aliado a nossa carne e por meio da mesma nos ataca com seus terrores e nos faz perguntar: “O que eu fiz para merecer isso?
O sermão de Jesus sobre o Espírito Santo, “Quando chegar o Auxiliador, o Espírito da verdade, que vem do Pai, ele falará a respeito de mim. E sou eu quem enviará esse Auxiliador a vocês da parte do Pai. E vocês também falarão a meu respeito porque estão comigo desde o começo” (Jo 15.26 – 27), é confortador para a igreja perseguida pelo ódio humano, bem como para os cristãos atemorizados pelo diabo pelos seus pecados.
Lembre-se: Jesus Cristo é meu por seu sofrimento, morte e ressurreição. O Espírito Santo é meu no consolo. O Pai é meu na graça. O Pai enviou e envia o Espírito Santo para que pregue a Cristo ao meu coração e o preencha com seu conforto, principalmente na perseguição, quer seja do mundo ou da nossa carne.
O diabo não dá descanso a consciência. Ele a aterroriza dia após dia. Ele faz isso interiormente mediante o pecado e o medo para com Deus. Exteriormente faz isso através da perseguição cristã.
Não se engane, pois, quando o diabo não consegue vencer interiormente através da consciência, e nem externamente por meio da perseguição, ele recorre com sua astúcia e seus artifícios a outras estratégias. Louvor hipócrita. Inculca a soberba. Faz com que pessoas sirvam com o objetivo de serem elogiadas.
O Espírito da Verdade é necessário todos os dias da nossa vida. Muitas são as armadilhas do diabo – sendo que a principal delas é afastar as pessoas da verdade que é Jesus Cristo e sua obra vicária.
Desde a queda em pecado por Adão e Eva, a igreja só sobrevive por causa do Espírito da Verdade. E esse Espírito da verdade, o enviado para estar junto ainda sobrevivemos aos ataques do Diabo e prosseguimos no testemunho a respeito de Cristo. Amém!
Edson Ronaldo TREssmann

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Agindo de comum acordo!

13 de maio de 2018
7º Domingo de Páscoa
Sl 1; At 1.12-26; 1Jo 5.9-15; Jo 17.11b-19
Tema: Agindo de comum acordo!

Durante a semana, a igreja cristã relembra e comemora a ascensão. O que é ascensão? Ocorreu 40 dias após a ressurreição, é a subida de Jesus ao céu. Em vários países, o dia da Festa da Ascensão é feriado.
O pesquisador, médico e evangelista Lucas, relaciona a subida de Jesus aos céus com a vinda do Espírito Santo (At 1.6-8). Por causa dessa relação, era muito comum celebrar a Ascensão e o Pentecostes numa única liturgia.
A separação entre as duas festas, contudo, já é mencionada a partir do século IV, como consta em um Lecionário Armeno e em dois sermões feitos pelo Papa Leão Magno.
Ascensão – ainda hoje, muitas pessoas, até mesmo dentro da igreja, negam a historicidade da ascensão. Lucas é o único evangelista que relata esse evento, os outros o omitem.
Qual motivo dessa omissão? Os autores do Novo Testamento quase não fazem distinção entre a ressurreição e a ascensão. Muitos até parecem indicar ser o mesmo evento, como se fosse dois lados de uma mesma moeda.
Por mais que houvesse e ainda há pessoas que negam a ascensão, a verdade é que a mesma é confirmada em todo Novo Testamento. Ainda que Lucas seja o único evangelista que descreve a ascensão, é incorreto concluir que a ascensão era desconhecida pelos outros.
João, o apóstolo, relata que quando Jesus ressuscitado apareceu a Maria Madalena, essa, confundiu a promessa feita por Jesus de que Ele ficaria permanentemente com os discípulos (Jo 16.22). E é exatamente por isso que Jesus diz à Maria Madalena que não se esqueça que sua presença se dará pelo Espírito Santo após sua subida aos céus (Jo 20.17).
Pedro é outro apóstolo que confirma a ascensão. Em seu sermão por ocasião da descida do Espírito Santo no dia de Pentecoste ressaltou que Jesus foi “exaltado a direita de Deus” (At 2.33). Em sua epistola aos peregrinos, o apostolo Pedro escreveu que “Jesus subiu ao céu e está sentado à direita de Deus, ...” (1Pe 3.22).
Em sua pesquisa histórica, Lucas no evangelho, relata a ascensão de maneira simples e sóbria. Não há nenhum exagero como aconteceu nas muitas lendas espalhadas entre o povo.
As testemunhas desse evento indicam que a ascensão é um fato real. Lucas conversou com essas testemunhas oculares desse fato, tanto que escreveu: “à vista deles ... dos seus olhos ... olhos fitos no céu enquanto subia”. Lucas também lembra que “anjos tiveram que se aproximar e fazê-los parar de olhar para as alturas”.
A ascensão marca o fim do ministério público de Jesus e início do ministério dos apóstolos que a partir de agora seria testemunhado por eles.
A ascensão marca a despedida oficial de Jesus. Os discípulos não deveriam aguardar outra aparição, pois, a mesma se dará novamente para julgar os vivos e os mortos.
A ascensão de Jesus marca o início da atuação do Espírito Santo por meio dos apóstolos.
A ascensão produziu o efeito esperado – os discípulos voltaram à Jerusalém e esperaram a descida do Espírito Santo.
Entre os muitos apontamentos que se poderia dar da ascensão, Lucas está ocupado tão somente com a postura dos anjos: “Eles ainda estavam olhando firme para o céu enquanto Jesus subia, quando dois homens vestidos de branco apareceram perto deles e disseram: — Homens da Galileia, por que vocês estão aí olhando para o céu? Esse Jesus que estava com vocês e que foi levado para o céu voltará do mesmo modo que vocês o viram subir(At 1.10-11).
Os anjos recebem uma atenção especial em toda a Bíblia, em Lucas muito mais (Lc 1.26; 2.9-10, 13-15; 22.43; 24.4, 23). Já que os anjos estiveram presentes e atuantes em momentos tão especiais e cruciais da história da salvação, não poderiam deixar de estar presentes na ascensão.
Por que estais olhando para as alturas?” (At 1.11).
A vida segue, a missão segue. Jesus voltará, mas antes que volte é necessário continuar atuando no Reino de Deus. Até que Jesus venha é necessário ser testemunha pelo poder do Espírito Santo. Voltem à Jerusalém e aguardem o Espírito Santo.
Os discípulos voltaram à Jerusalém (At 1.12). Uma caminhada de quinze minutos. Os dez dias entre a ascensão e o pentecostes, foram dias de louvor contínuo no templo e oração contínua em casa (Lc 24.53).
O que desperta a atenção é que mesmo sendo pessoas tão diferentes, todos “perseveravam unânimes...” (At 1.14). Não eram só os apóstolos que eram perseverantes, mas também “eram cento e vinte pessoas” (At 1.15).
A palavra unânimes é a tradução de homothymadón. Palavra preferida de Lucas. Ele a emprega dez vezes, sendo que no restante do Novo Testamento ocorre apenas uma única vez, usada por Paulo em Rm 15.5-6.
A palavra homothymadón pode significar que os discípulos (os onze, os 120) se reuniam no mesmo lugar ou estavam ocupados da mesma coisa.
A julgar por Atos 4.24 e 15.25, Lucas ao usar a palavra homothymadón desejava descrever que havia concordância quanto ao que estavam orando, ou seja, oravam com a mesma mente, propósito e impulso.
O advérbio homothymadón é de grande significância ainda hoje para a igreja. É necessário, importante e fundamental que a igreja esteja “de comum acordo”.
De nada adianta orar, louvar e aprender, se caso não for de comum acordo. Amém!
Edson Ronaldo TREsmann

Saindo ileso da cova!

30 de março de 2024 Salmo 16; Daniel 6.1-28; 1Pedro 4.1-8; Mateus 28.1-20 Texto : Daniel 6.1-24 Tema : Saindo ileso da cova!   Tex...