domingo, 27 de janeiro de 2019

Um dia com Jesus!


Dia 03 de fevereiro de 2019
Quarto Domingo após Epifania
Salmo 72.1-6; Jeremias 1.4-10; 1Corintios 12.31 – 13.13; Lucas 4.31-44
Texto para prédica: Lucas 4.31 – 44
Tema: Um dia com Jesus!

Você já acompanhou ou participou de uma daqueles promoções em ver, abraçar e jantar com seu artista, ou atleta favorito?
Pois bem, hoje, teremos uma dessas oportunidades. Iremos acompanhar Jesus três dias. Hoje, será o primeiro desses dias.
Diz o texto (Lucas 4.31-44) que Jesus estava em Cafarnaum. Após pregar em Nazaré, as pessoas enfurecidas tentaram jogar Jesus do alto do monte precipício, que faz parte da cadeia montanhosa do Monte Tabor. Diz uma lenda local que abriu-se uma caverna para esconder Jesus da multidão furiosa. Outra lenda diz que Jesus saltou e caiu a 9 km de distância, por isso, para os árabes esse é o monte do salto. O fato é que após ser expulso de Nazaré, Jesus se dirige a Cafarnaum, região da Galiléia.
Cafarnaum teve pouca importância na história de Israel. O nome semita significa povoação de Nahum. Explicitamente essa cidade não é mencionada nas páginas do A.T. No entanto, o evangelista Mateus apresenta Cafarnaum unida ao cumprimento de uma promessa messiânica (Mt 4.15-16 – Is 9.1-2). Essa pequena cidade foi o centro do ministério de Jesus.
Cafarnaum era uma rota comercial entre Damasco e o Egito. Era a fronteira entre duas cidades governadas pelos filhos de Herodes, Antipas e Filipe. Isso mostra que era um lugar instável.
Cafarnaum era o lugar mais desprezado da terra judaica. E Jesus, que havia acabado de ser rejeitado em Nazaré, foi para Cafarnaum, na região da Galileia (v.31).
O que chama atenção é que Lucas diz que Jesus ensinava nos sábados (v.32). Talvez alguém possa concluir rapidamente que é no sábado que se deve reunir em torno da Palavra de Deus. No entanto, essa indicação, mostra que em Cafarnaum haviam judeus, e como tal, observavam o sábado.
Sabemos que em Cafarnaum havia uma sinagoga e que Jesus estava ali ensinando (v.33). Qual era a importância da sinagoga?
Na sinagoga as crianças decoravam e aprendiam sobre os livros da lei, em especial Deuteronômio. As sinagogas são as grandes responsáveis pela preservação das Escrituras.
Quando as Escrituras apresentam Jesus na Sinagoga, isso mostra sua conexão com os patriarcas, os juízes, Davi e os profetas. Jesus é o cumprimento da promessa.
Em Cafarnaum havia judeus, sinagoga, e havia pessoas aptas ao ensino. No entanto, todos se maravilharam da maneira de Jesus ensinar, isso, porque a sua palavra era com autoridade. O que é essa autoridade?
Lucas tem preferência em destacar a autoridade e o poder de Jesus. O objetivo de Lucas é mostrar Jesus como profeta de Deus. Por ter sido enviado por Deus, as pessoas o reconheciam com essa autoridade. Lucas busca enumerar os episódios para destacar o lado profeta de Jesus.
Na sinagoga havia um homem possesso (v. 33). A questão é: ele entrou possesso ou, foi uma possessão naquele local? Uma pergunta sem resposta. Mas, precisamos destacar que a Bíblia relata muitos desses surtos esporádicos. Astutamente, o diabo, querendo desvirtuar a obra de Jesus, colocando um aspecto negativo sobre a messianidade de Cristo. Seu objetivo era tirar o foco da proclamação.
Jesus não queria ser recebido e nem reconhecido por causa dos sinais e milagres, mas como o profeta enviado por Deus.
No verso 34, o diabo faz uma afirmação: “O que você quer de nós? Veio para nos destruir?
O que isso significa? O diabo sabia que a obra de Jesus o venceria e que o preço acertado pelo ser humano, seria pago. Por isso, seu objetivo era distorcer e negativar a obra de Jesus.
O diabo sabe o que representa a obra de Jesus. A obra de Jesus é o divisor d’águas. Sua obra marca a destruição do diabo, do inferno e da morte. Esses não tem poder eterno sobre a vida dos que creem e estão em Cristo.
O diabo pergunta o que ele já sabe: “Jesus é o destruidor das obras das trevas”.
Jesus, e posteriormente os apóstolos não aceitavam o testemunho do diabo (At 16.17). Acredito que aqui é possível destacar as palavras de Jesus: “Não é toda pessoa que me chama de “Senhor, Senhor” que entrará no Reino do céu, mas somente quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu” (Mt 7.21). Só onde o Espírito Santo predomina, o ser humano submete sua força livremente e voluntariamente ao serviço e obra de Deus.
Pela reação dos ouvintes (v.36), pode-se concluir que nunca houve nenhum milagre idêntico em Cafarnaum.
Eles já haviam ficado admirados com a pregação (v.32) e agora ainda mais com a expulsão do demônio (v.36).
Já conversamos a poucos meses sobre a cura da sogra de Pedro, então me dirijo ao final do texto nesse momento.
Versos 42 – 44.
Quem já morou sabe que não é fácil conviver na casa da sogra, por isso a expressão: quem casa quer casa.
Muitas pessoas se aglomeraram em frente da casa da sogra de Pedro. A sogra deve ter chamado Pedro de lado e ter falado, olha, saia daqui, não quero ter que limpar constantemente a sujeira. Acabo de limpar, chega mais uma pessoa.
Bem, Jesus já havia saído da casa. Mas, as pessoas o procuravam. E conforme o evangelista João Marcos, Pedro foi pressionado a busca-lo (Mc 1.36).
Quando encontraram Jesus, as pessoas não queriam que ele fosse embora de Cafarnaum. Aqui acontece o contrário do que aconteceu em Nazaré. Os de Nazaré quiseram jogar Jesus de um penhasco, aqui, os moradores de Cafarnaum insistem para que Jesus fique e não vá embora.
Mas Jesus, sabedor de sua missão, diz que seu objetivo é proclamar a boa notícia do Reino de Deus. Um reino diferente daquele do Império Romano. O reino de Deus, era de amor e misericórdia.
Jesus é o profeta de Deus.
Enviado para uma região marginalizada, sem esperança, sem perspectiva e cheia de inquietações.
Um dia com Jesus, e é possível observar sua missão profética. Ocupado com a proclamação e mesmo quando as pessoas insistem que o mesmo fique por ali, ele responde a todos que é importante e necessário e que ele precisa anunciar, proclamar essa boa notícia do Reino de Deus a outras pessoas e em outros lugares.
Um dia com Jesus e aprendemos sobre a nossa missão profética. Uma missão de proclamação. Proclamação da boa notícia do Reino de Deus.
Como igreja – corpo de Cristo, temos uma nobre tarefa, proclamar a boa notícia do Reino de Deus.
O próprio Lucas ao escrever o livro de Atos dos Apóstolos, testifica que “Esta é a palavra que Deus enviou aos filhos de Israel, anunciando-lhes o evangelho da paz, por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor de todos” (At 10. 36).
Somente o evangelho do Reino de Deus dá esperança a um povo oprimido. Somente o evangelho do Reino de Deus dá perspectiva, e eterna, a um povo que vive sem expectativa nesse mundo corrompido pelo pecado.
Então igreja – mesmo que insistam que fiquemos paralisados, afinal, o que estamos fazendo está bom, respondamos não, minha tarefa é fazer mais e mais, pois ainda há muitos outros que precisam ouvir a boa notícia do Reino de Deus. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

A alegria do Senhor é a vossa força (Ne 8.10)

27 de Janeiro 2019
Terceiro Domingo após Epifania
Salmo 19.7-14; Neemias 8.1-10; 1Corintios 12.12-31; Lucas 4.16-30
Texto para prédica: Neemias 8.10
Tema: A alegria do Senhor é a vossa força (Ne 8.10)

Dizem que um dos maiores problemas no cristianismo atual é o “analfabetismo bíblico”.
O “analfabetismo bíblico” se deve ao desconhecimento das Escrituras e não incapacidade intelectual.
Mesmo que haja próximo de 40 versões bíblicas na língua portuguesa, há muito desconhecimento bíblico. Muitos cristãos desconhecem coisas simples da Bíblia: Onde Jesus nasceu? Qual é o primeiro evangelho no Novo Testamento? Qual o primeiro evangelho escrito? Qual é o último livro da Bíblia? Cite pelo menos três cartas do apostolo Paulo?
Apesar do “analfabetismo bíblico”, há também outra situação inquietante: muitas pessoas, inclusive cristãs, não entendem o lugar e a importância da Bíblia na sua vida diária. Há os que usam a Bíblia como um mero amuleto, e pior é que, além da Bíblia, agora acrescentaram uma “cabeça” de alho e um punhado de sal grosso.
O conhecimento bíblico faz diferença na vida de uma pessoa?
Com a história de Neemias é possível observar que uma renovação espiritual pode ser uma experiência vivida e experimentada também em nossa geração.
O muro da cidade estava construído, e a consolidação de Jerusalém estava por ser concluída. Nesse momento, Deus interrompe a obra. Não poderiam continuar como estavam. Além dos traidores que haviam entre eles e as intrigas, era necessário um fundamento sólido. Daniel Webster enfatizou que “não existe base sólida para a civilização exceto na Palavra de Deus
E para que haja fundamentação sólida, o povo pede a Esdras que leia a Lei. O povo está com fome da Palavra de Deus (v.1).
Esdras aguça a esperança do povo lembrando a eles a fidelidade do seu Deus que guarda as alianças.
Além de homens, havia também “mulheres e crianças com idade para entender” (v.2).
Entre as outras religiões da época, assim como hoje, mulheres e crianças não tinham significado. No judaísmo e cristianismo, mulheres e crianças são tratados com dignidade e respeito.
Enquanto que Esdras lê (Deuteronômio ou os 5 primeiros livros da Bíblia) claramente, os levitas explicam o texto ao povo (Ne 8.7).
É possível perceber que as palavras da lei foram entendidas, pois o povo reagiu emocionalmente (Ne 8.9) e socialmente (Ne 8.10).
A Palavra de Deus renovou a mente do povo (Ne 8.1-8). Eles reconheceram seu pecado (Sl 119.130; Rm 3.20). Essa renovação é apresentada na reação emocional e social (Ne 8.9-12).
As festas do povo de Deus (v.1 – sétimo mês (março/abril, páscoa), era momento de regozijo (Dt 16.11,14; 26.12; 1Sm 9.13; 2Sm 6.19).
O povo foi exortado a ir para casa e comer carne gorda (Lv 2.1-3; 6.21), tomar bebida doce e enviar porções aos que não têm nada (Dt 14.29; 16.10; 26.12); pois o dia era consagrado ao Senhor, portanto não fiquem tristes, porque a alegria do Senhor é a vossa força.
Muitas vezes, devido a correria, a falta de tempo para estudo da e na Palavra de Deus, caímos num desconhecimento bíblico e assim deixamos de crescer espiritualmente.
Nossa alegria e força só são encontrados em Deus.
O povo só poderia ter alegria e dessa alegria tirar forças, porque Deus, tornou-se o centro da vida deles.
Uma cidade destruída foi reconstruída, mas, antes da sua conclusão, o povo precisa reconhecer que toda a obra provinha das mãos de Deus.
Tendo voltado ao Senhor, na alegria do Senhor o povo recebeu novas forças e assim, puderam olhar para o futuro e se sentir seguros.
O que temos em nosso texto é um povo unido e reunido num único desejo: ouvir, entender e aprender mais sobre a Palavra de Deus.
Era um povo que estava enfrentando desunião e intrigas. Era necessário um objetivo comum. Para esse objetivo “todos se reuniram em Jerusalém...” (Ne 8.1).
O povo foi reunido para ouvir a Palavra de Deus (vv. 1-2)
Todos: homens, mulheres e crianças se reuniram para ouvir a Palavra de Deus (vv.2-3).
É interessante notar que ao estar reunido para ouvir a Palavra de Deus, encontraram um homem comprometido com a Palavra de Deus (vv.2,4-5). (Es 7.10). A pregação é primordial nesse mundo de analfabetismo bíblico. Houve impacto mediante a leitura da Bíblia.
É preciso estar sedento pela Palavra de Deus (vv.1,3), mesmo que tudo esteja bem.
Esse povo se reúne como um só homem (v.1), com ouvidos atentos (v.3), reverentes (v.6), chorando (v.9), alegrando (v.12), prontos a obedecer (v.17).
Esse texto mostra algo primordial para toda igreja, e principalmente ao pregador: ler o texto (vv.2,3,5). O sermão é feito de três partes: ler, explicar e aplicar o texto. A igreja cristã séria na exposição é aquela que prioriza o entendimento. Pregar é explicar o texto. Pela pregação, Deus governa sua igreja. Lutero dizia que existe três Palavras. A Palavra de Deus escrita, encarnada e pregada.
Me perguntam como consigo pregar sermões que escrevo com antecedência. Estou agora trabalhando nos sermões de junho de 2020. A resposta é simples: sermão é a exposição do texto. E ele é o mesmo hoje, amanhã e depois de amanhã.
Neemias aplicou a leitura e explicação do texto (vv.9-12).
Todo sermão é uma ponte entre dois mundos (John Stott). Sem interpretação correta, sermão equivocado.
A correta exposição do texto produziu efeitos. Atingiu o intelecto (v.8), a emoção (v.9 -12), a vontade (v. 11-12).
Restaurar a igreja, sendo que seu problema é “analfabetismo bíblico” só acontecerá pela volta as Escrituras, afinal, “...a alegria do Senhor será a vossa força”.

Edson Ronaldo Tressmann

Bibliografia
BARBER, Cyril J. Neemias e a dinâmica da liderança eficaz. Editora Vida, São Paulo, 1982. Pp. 107 - 113

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Uma confissão do Espírito: Cristo é Senhor


Segundo Domingo após Epifania
Dia 20 de janeiro de 2019
Salmos 128; Isaías 62.1-5; 1Coríntios 12.1-11; João 2.1-11
Texto para pregação: 1Co 12.1-11
Tema: Uma confissão do Espírito: Jesus é Senhor.

Nas comunidades há muitas perguntas. E assim como em 1Co 7.1 e 8.1, o apostolo Paulo em 1Co 12 está lidando com uma interrogação.
No entanto, diferente dos dias de hoje, Paulo não economiza palavras, tempo e folhas para sua resposta, pelo contrário, escreve três capítulos, o 12 a 14, para pontuar uma resposta.
A resposta demorada se deve ao fato de Paulo considerar esse ponto crucial. Uma pergunta que na realidade havia se tornado assunto corrente na comunidade e estava causando discórdias e divisões, ciúmes e contendas.
Ao escrever “a respeito dos dons que o Espírito Santo dá” (v.1), o apostolo Paulo desejava ressaltar a abrangência a respeito da atuação do Espírito Santo.
Enquanto que a comunidade e as pessoas se questionavam sobre qual era o maior dom, Paulo lhes responde sobre a atuação magnifica do Espírito Santo, que atua para que todos conheçam Jesus e não para que pessoas sejam exaltadas pelo seu dom. Não um dom melhor que o outro, o que há são dons que se complementam e objetivam levar outros à Cristo.
O apostolo Paulo esclarece que a abrangência da atuação do Espírito Santo não era apenas na operação de grandes dons, pelos quais muitos coríntios estavam s julgando melhores que outros. O apostolo ressalta que o Espírito Santo conduzia as pessoas ao testemunho, “Jesus é o Senhor” (v.3).
O que há de extraordinário nisso?
Esse testemunho na época era a maior exclamação que alguém poderia fazer. Afinal, um carpinteiro judeu, indefeso na cruz, insultado pelas pessoas, e abandonado por Deus, ser o Senhor, era até inaceitável por muitos. Esse Jesus ser o Senhor do universo, o juiz das pessoas. Só poderia ser brincadeira. E dessa maneira, Paulo declara que esse Jesus é o Senhor. E o mesmo só pode ser declarado com convicção pelo poder do Espírito Santo.
Muitas vezes julgamos como sendo algo simples o fato de exclamar “Jesus é o Senhor”, e nos esquecemos de tal confissão é o poder do Espírito Santo se mostrando por nossa boca que gosta de praguejar e murmurar.
Essa simples confissão “Jesus é o Senhor” provinda do poder do Espírito Santo, conduziu muitos homens a dedicarem suas vidas na defesa da mesma.
As pessoas estão buscando uma igreja cheia do Espírito Santo. E quando a buscam, a julgam encontrar num local onde supostamente há os mais variados milagres. As mais variadas línguas. Louvor fervoroso. Oração poderosa. E muitas vezes, se esquecem de que fazem parte de uma igreja cheia do Espirito Santo, pois, em suas fileiras há crianças que exclamam: “Jesus é o Senhor”.
Lembre-se: toda igreja, todo cristão, que vive nessa confissão: “Jesus é o Senhor”, é uma igreja e um cristão, cheio do Espírito Santo. Se não há línguas estranhas, se não há cura, não importa, o importante é que por essa confissão: “Jesus é o Senhor”, sabe-se que ali tem e há Espírito Santo (1Co 3.16).
Os dons não são dados pelo Espírito Santo para promoção pessoal. Ele o dá com um único objetivo: que “Jesus é o Senhor” seja conhecido, confessado e proclamado.
A igreja só é cristã por causa do Espírito Santo. Você e eu só somos cristãos por causa do Espírito Santo. Sem a atuação do Espírito Santo, não haveria a confissão que mantêm a igreja de pé: “Jesus é o Senhor”.
A igreja cheia do Espírito Santo confessa “Jesus é o Senhor”, ao mesmo tempo está cheia de vida e atividades do Espírito Santo através dos mais variados dons para que continue sendo edificada: versos 4.11.
O Espírito Santo conceda donspara que haja serviço (v.5) e para que todos tenham a prova da presença do Espírito Santo (v.7).
Os dons, sendo os mais variados, deveriam nos alegrar e nos levar ao louvor. No entanto, assim como era em Corinto, acontece conosco. Diante das variedades de dons, acabamos ficando cheios de inveja, ciúme e buscando defender esse ou aquele dom como maior e melhor. Paulo termina sua resposta “a respeito dos dons que o Espírito Santo dá” no capítulo 14, mostrando que enquanto valorizavam o dom de língua e desvalorizavam todos os outros dons, o amor deixava de ser o óculos pelo qual se via e vê o dom do outro como sendo a manifestação do poder do Espírito Santo entre nós (1Co 13).
Tudo o que somos como igreja, a maneira como servimos na igreja, tudo, é manifestação do poder do Espírito Santo. O que não pode é haver soberba da parte dos cristãos, de maneira especial aqueles que se destacam em algum serviço. Essa soberba foi condenada pelo salmista (Sl 19). A soberba nos leva a roubar a glória que se deve somente a Deus.
O que há de mais precioso na igreja cristã é justamente o fato de podermos pelo poder do Espírito Santo caminhar na diversidade.
Não adianta ter todos os dons, assim como temos, se o usamos mal. Corinto estava usando mal seus dons. Exaltando alguns e desprezando outros.
Pelos diferentes dons, o Espirito Santo age para que outras pessoas pelo poder do Espírito Santo confessem “Jesus é o Senhor”.
A diversidade de dons mostra que não somos únicos no Reino de Deus. A diversidade de dons são manifestações coordenadas para um fim proveitoso no Reino de Deus. Os dons são distribuídos pelo poder do Espírito Santo com o objetivo de que todos carreguem ou tragam junto, que se ajudem ou sejam produtivos (v.7).
O Espírito Santo age para que a comunidade sirva em conjunto, afinal os dons, não nos tornam únicos, eles nos fazem coparticipantes. Na igreja não há lugar para o individualismo. Não há lugar para o egocentrismo.
Todos os dons são importantes e a importância dos mesmos não está no se status, mas, na sua procedência, ou seja, todo e qualquer dom provém do Espírito Santo e são uma manifestação do Espírito Santo.
Sabe aquele seu dom ______________, é uma manifestação do Espírito Santo. E a missão do Espírito Santo é exaltar a Cristo. E essa exaltação de Jesus se dá pelos variados dons que há entre nós. E todos os dons visam a prontidão para servir (v.5). Os dons transbordam para o bem da comunidade (v.6). Os dons realiza coisas não para si, mas em favor de outro alguém. Afinal, tudo o que Deus deseja, é que todos façam a confissão do Espírito: Jesus é Senhor. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Como um pregador precisa reagir diante do sucesso?

13 de janeiro de 2019
O batismo do Senhor
1º Domingo após Epifania
Salmo 29; Isaías 43.1-7; Romanos 6.1-11; Lucas 3.15-22
Texto para prédica: Lucas 3.15 – 22
Tema: Como um pregador precisa reagir diante do sucesso?

Epifania significa “aparição, manifestação”. De acordo com o calendário litúrgico significa uma manifestação divina. No sentido filosófico, epifania significa uma sensação profunda de realização, no sentido de compreender a essência das coisas. É como se algo difícil fosse solucionado.
A Epifania do Senhor é um dia festivo. Sempre comemorado dois domingos após o natal. A Epifania é a manifestação de Cristo.
Epifania é o terceiro evento mais importante do calendário cristão. Surgiu antes mesmo da festa de natal e é comemorado dia 06 de janeiro. A partir dessa data segue-se o Tempo comum até a Quaresma, que é o tempo após a Epifania.
Na Epifania celebra-se a manifestação ou encarnação de Deus no mundo através da obra de Jesus Cristo. A igreja lembra na epifania o nascimento de Jesus com a visita dos reis magos do oriente e ainda o começo do ministério de Jesus aqui na terra, a partir de seu batismo.
E é justamente no episódio que envolve o batismo de Jesus e João Batista que aprendemos uma preciosa lição.
João Batista estava tendo sucesso. Eram 400 anos do silêncio de Deus. E agora, quando as pessoas começam a ouvir que alguém está anunciando, preparando o caminho de Deus, começa o buchicho entre o povo e parece que todos deixam a cidade e vão para o deserto, as margens do rio Jordão para ouvir e serem batizados por João Batista.
Lucas anuncia que “...as esperanças do povo começaram a aumentar” (Lc 3.15).
Havia muita ansiedade entre o povo de Deus para o cumprimento da promessa. O messias era aguardado, afinal, a promessa sobre sua vinda e libertação havia sido proclamada desde Adão e Eva. As Escrituras, pelas palavras dos profetas declaravam nitidamente que nasceria um descendente de Davi e que esse libertaria o povo.
Dessa maneira, quando o povo ouviu a respeito de João Batista, pensaram que o mesmo fosse o Messias.
Como é tentador é tentador o projeto de poder!
João Batista – você é o Messias?
No entanto, João Batista, está convicto do seu lugar dentro do projeto de Deus. Ele sabe para qual finalidade nasceu, qual é o seu chamado e nos ensina a não deixar que o sucesso suba a cabeça.
João Batista diz que é pregador, mas, nada do que acontece é sua obra. Ele reconhece a sua limitação. Ele não buscou glória para si.
Dias atrás, conversando com uma pessoa, a mesma disse que tinha um desejo incrível de poder tocar teclado. Seu desejo era tocar na igreja. O problema era que não conseguia aprender. Na conversa, disse a ele, continua tentando, você irá aprender e quem sabe algum dia tocará na igreja. Nesse momento, sua exclamação foi: “não queria que isso acontecesse quando eu estivesse velho”. Ao que perguntei: Por que? Qual é o problema se Deus te usar apenas uma vez na vida e mesmo que seja no final da vida?
João Batista nos dá uma bela lição, quando estamos sendo tentados pelo sucesso no servir. João Batista respondeu: “não mereço a honra de desamarrar as sandálias dele” (Lc 3.16).
Quem somos nós? Quanta honra é poder servir no reino de Deus?
Nossa honra em si já é sermos servos.
Nós não merecemos, sequer servir, mas, somos honrados pelo servir.
Não é um peso estar a serviço no reino de Deus.
O profeta Isaias fala a um povo aflito. Um povo que deixou de servir a Deus, pois, não viam motivos para tal. Parece que não estavam ganhando nada com esse servir. Para esse povo, Isaias os convidou a perceberem (Is 43.19). Percebam que Deus os remiu, te chamou pelo nome, você é de Deus (Is 43.1).
Não tenho honra nenhuma. Eu não sou nada. O que sou, só sou em Cristo.
Somos honrados em poder servir. O problema é quando cedemos a tentação e queremos ser exaltados pelo servir.
Lucas exclama que com a pregação, o servir de João Batista, “...as esperanças do povo começaram a aumentar” (Lc 3.15). Será que o messias que era tão aguardado estava diante deles?
João Batista se destaca no servir. Destaca-se em sua tarefa profética, tanto que chega a confundir as pessoas a ponto de estarem cheias de esperanças messiânicas, o confundirem com o próprio Messias enviado da parte de Deus.
Lembro-lhes mais uma vez, João Batista, nos dá uma grande lição. Ele se coloca como é: servo que prepara o caminho para aquele que há de vir. João reconhece a sua inferioridade e a superioridade de Cristo.
No entanto, mesmo exaltando e apontando para a superioridade de Cristo, vemos o próprio Cristo sendo batizado por João Batista que dizia que não merecia sequer desamarrar as sandálias de Jesus.
Aqui aprendemos a mesma lição. Ou seja, ao se submeter ao batismo, Jesus aceita seu papel de servo em prol do pecador.
Quem está engajado na missão de Deus, sempre se submete em humildade ao Deus da missão e as estruturas enviadoras e receptoras.
Servir na missão é estar envolvido na missão do Deus triuno. Nessa missão, não somos maiores, nem melhores, somos agraciados em servir àqueles que nos serviu e serve. Amém!


Edson Ronaldo Tressmann

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

As nações se encaminham para a tua luz!

06 de janeiro de 2019
Textos para a celebração da Epifania
Salmo 72.1-11; Isaías 60.1-6; Efésios 3.1-12; Mateus 2.1-12
Texto para prédica
Isaías 60.3
Tema
As nações se encaminham para tua luz! (Is 60.3)

A questão em torno do episódio narrado sobre a visita dos magos levanta algumas questões:
                   1 – em que lugar estava José, Maria e Jesus quando os magos o avistaram? Quantos dias, meses, ou anos, tinha Jesus? Herodes mandou matar as crianças até 2 anos de idade.
                   2 – Como os magos ficaram sabendo a respeito da profecia sobre o nascimento de um rei importante a ponto de ser presenteado com ouro (rei), incenso (sacerdote) e mirra (embalsamento)?
Ainda lembramos a história do nascimento de Jesus. Ele, nasceu num galpão onde os animais encontravam abrigo durante o inverno. Jesus nasceu num estábulo por que José e Maria eram pobres e por não terem encontrado lugar. Ouve-se do relato bíblico que naquela noite, anjos anunciaram aos pastores do recém-nascido. No sétimo dia, José e Maria foram à Jerusalém, pois conforme a lei, o menino deveria ser circuncidado no oitavo dia. Após terem regressado a Belém, possivelmente encontraram lugar na casa de algum parente ou alugaram uma casa. Possivelmente foi nesse tempo que chegaram os sábios vindos da Babilônia (Mt 2.11, casa). A profecia ficou conhecida por eles, possivelmente através das Escrituras que Daniel deixou na Babilônia (Dn 9.2).
Se os sábios que vieram pelo deserto, a viagem da Babilônia à Belém durou três meses, se caso optaram vir pelo norte, a viagem durou um ano.
Esses sábios eram pessoas importantes, e acompanhados por uma comitiva, a chegada em Jerusalém causou alvoroço. E muito mais alvoroçada ficou o palácio, quando esses buscavam o rei que havia nascido.
Fico pensando no sentimento dos sábios da Babilônia. Viajaram de tão longe e esperavam encontrar um cidade em festa pela chegada do messias, mas, ao contrário, encontraram incredulidade e despreparo. Mesmo tendo encontrado a mensagem específica na profecia do profeta Miquéias (um profeta de Deus, reconhecido assim pelo povo de Deus), não se alegraram. Como bem exclamou o apostolo João: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11).
As nações se encaminham para tua luz! (Is 60.3)
Uma estrela que já havia lhes aparecido e indicado o nascimento de um rei quando ainda estavam no Oriente. E não tendo encontrado o rei dos reis no palácio, a estrela novamente apareceu e os precedia até o lugar onde estava Jesus (Mt 2.9).
Uma estrela guiou os sábios até Jesus! Mas, para sua surpresa, Jesus não estava onde esperavam. No palácio perguntaram:Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo” (Mt 2.2; ARA). A resposta foi, não sabemos. Quando descobrirem nos contem.
Será que as pessoas estão encontrando Jesus onde esperam?
Epifania – aparição, mostrar sobre, manifestar.
As nações se encaminham para tua luz! (Is 60.3).
Aos discípulos Jesus disse: “vós sois a luz do mundo” (Mt 5.14). Por nós, pessoas são atraídas à Cristo.
Os magos, atraídos a Cristo, o adoraram com ouro, incenso e mirra.
Os magos, adoraram o rei ignorado pelo mundo. Um rei que usou a coroa de espinho. Os sábios adoraram o sumo sacerdote que foi o verdadeiro sacrifício a Deus pelos nossos pecados. Homens que aprenderam de Jesus ao observarem as estrelas, adoraram aquele que veio para morrer pelos pecadores.
Os sábios do oriente foram atraídos, assim como muitos gentios, à Cristo Jesus. Tanto os sábios, bem como você, eu, somos o cumprimento da profecia de Isaías: “As nações se encaminharão para a tua luz,...” (Is 60.3).
A luz de Cristo, é uma luz a brilhar ainda hoje. Ela brilha pela sua Palavra. Ela brilha pela nossa adoração. Essa luz, que não brilha por brilhar, mas que tem como objetivo ultimo que as nações sejam encaminhadas para Cristo para que todos sejam salvos (Mt 28.19-20; Jo 3.16; Rm 5.1-2; 3.1).
Uma luz brilhou e sábios foram levados à luz que é Cristo.
Uma luz continua a brilhar - a igreja (composição dos que creem) e pela Palavra e Sacramentos muitos são conduzidos à Cristo. Amém.
Edson Ronaldo Tressmann

Não creia em todo espírito (1Jo 4.1)

  27 de abril de 2024 Salmo 150; Atos 8.26-40; 1João 4.1-21; João 15.1-8 Texto: 1João 4.1-21 Tema: Não creia em todo espírito (v.1) ...