segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Viva a liberdade! (Ex 20)

 

Salmo 19; Êxodo 20.1-17; 1Coríntios 1.18-31; João 2.13-22

Texto: Êxodo 20.1-17

Tema: Viva a liberdade!

 

A Bíblia é a Palavra de Deus, todavia, a única parte da Bíblia que foi escrita por Deus, aliás, pelo seu dedo (Ex 31.18; 24.12; 32.12; 34.1; Dt 9.10) foram os Dez Mandamentos.

200 palavras escritas diretamente por Deus para nos instruir. Palavras pelas quais Deus aborda aspectos essenciais da existência humana.

Certo escriba questionou Jesus sobre o mandamento mais importante, o maior dos mandamentos (Mt 22.36). Bem, vocês já ouviram a leitura dos dez mandamentos e faço a vocês a pergunta que foi feita à Jesus: qual dos dez mandamentos é o maior?

Jesus, respondeu que os dez são os maiores. Não há entre eles, um que seja maior. Todos são necessários e importantes. Jesus respondeu: “Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento ... Ame o seu próximo como você ama a si mesmo” (Mt 22.37,39).

Os mandamentos abordam a minha vida com Deus e minha vida com meu próximo. Os mandamentos indicam o caminho a ser seguido. E o caminho a ser seguido é um caminho de relacionamento. O relacionamento com Deus e com o próximo.

Sempre ao ler os Dez Mandamentos, chama a minha atenção as palavras: “Eu sou o Senhor, seu Deus, que o tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Ex 20.2).

Deus ao dar seus mandamentos primeiramente destaca que é o libertador. E tendo libertado, deseja que seu povo viva de uma forma livre. Nesse sentido, as palavras do apostolo Paulo aos cristãos da Galácia muitos nos auxiliam a compreender também as palavras escritas pelo próprio Deus: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Por isso, permaneçam firmes e não se submetam, de novo, a jugo de escravidão” (Gl 5.1).

Por suas palavras, escritas por seu dedo, Deus assim como nos informa Jesus, ensina que a verdadeira liberdade está numa vida com Deus e numa vida com o próximo.

Viva a liberdade!

Não viva preso a idolatria (Ex 20.4-6).

A idolatria tem aprisionado pessoas. Quantas são as obrigações da idolatria? Uso essa ou aquela roupa de acordo com meu signo?

A idolatria é uma cadeia sem grades.

A idolatria se revela por muitos rostos e Deus, como escreveu Paulo aos Colossenses se revela no rosto de Jesus Cristo (Cl 1.5; 2.19).

Viva a liberdade!

A idolatria oferece acesso irrestrito para que eu fale com as mais variadas divindades dependendo da situação na qual me encontro. E Deus, oferece-me a oportunidade de orar para ele. Deixar de orar para Deus e recorrer a outros deuses é tomar o nome de Deus em vão. Adorar outros deuses em lugar de Deus é tomar o nome de Deus em vão (Ex 20.7).

Enquanto a idolatria oferece muitas vozes e, uma voz para cada situação, Deus me liberta, permitindo a mim ouvir apenas a sua voz (Ex 20.8-11).

Todavia querido irmão e irmã na fé, quero recordar um fato muito simples. Um exemplo: - chega em sua casa um completo estranho. Essa pessoa diz que determinada pessoa da sua família está te esperando em determinado lugar. Você irá para esse encontro? Todavia, chega em sua casa alguém conhecido e diz que determinada pessoa está te esperando em determinado lugar. Você irá nesse encontro?

Só damos crédito e razão para uma voz conhecida. Só ouço quem eu conheço.

Uma vez por semana, Deus quer e deseja falar comigo. E por sua Palavra Deus fala. Se porventura, deixo de ouvir essa voz, outras vozes podem passar a falar comigo e se tornarão meus conselheiros. Só ouço quem eu conheço.

Viva a liberdade!

Os mandamentos abordam a verdadeira liberdade que se dá numa vida com Deus e numa vida com meu próximo.

E a vida com meu próximo se inicia numa vida em família. A família é tão importante, que Deus deixou um mandamento para isso (Ex 20.12; Ef 6.2).

A base para o sucesso e para uma vida longa está na promessa de Deus em relação a sua convivência com seu pai e sua mãe.

A vida é algo extremamente sagrada (Ex 20.13). E tão sagrada que ela pertence a Deus. Deus a dá e Deus a tira (Jó 1.21).

Quantas vidas são perdidas por não se valorizar a vida.

Viva a liberdade!

Deus quer a sua felicidade, por isso, dá a cada um a bênção do casamento. O sexo é uma bênção dentro do casamento.

Outra grande bênção são as bênçãos materiais e Deus nos prestigia com a bênção do direito à propriedade particular. O que é seu é seu! O que é meu é meu!

Além da bênção do sexo, da propriedade particular, recebemos de Deus a bênção de um bom nome. E não nos convém acabar com o bom nome de alguém por uma fofoca, ou comentário sem necessidade.

Dentro da minha liberdade, Deus concede a bênção de valorizar a bênção da liberdade do outro. Minha liberdade termina onde se inicia a liberdade do outro. Como filho, tenho liberdade de brincar com meus pais, mas, não tenho liberdade de faltar com respeito ao meu pai e a minha mãe. Tenho liberdade de possuir bens materiais, mas, sem querer prejudicar o outro.

Nesse sentido, Deus nos indica a liberdade para guardar nosso coração. A cobiça, assunto presente em dois mandamentos, visa nos alertar sobre o perigo da inveja, de querer ter bênçãos que Deus no seu amor reservou conceder a outro.

Os mandamentos abordam a minha vida com Deus e minha vida com meu próximo. Os mandamentos indicam o caminho a ser seguido. E o caminho a ser seguido é um caminho com Deus e com o próximo. Não deixe de seguir esse caminho, o caminho indicado por Deus.

Para o meu melhor viver, Deus libertou-me em Jesus. Amém!

 

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

A vida de um seguidor de Jesus Cristo!

 Segundo Domingo na Quaresma

25 de fevereiro de 2024

Salmo 22.23-31; Gênesis 17.1-7,15-16; Romanos 5.1-11; Marcos 8.27-38

Texto da prédica: Marcos 8.34

Tema: A vida de um seguidor de Jesus Cristo!

 

Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8.34).

 

Se alguém quer me seguir - a frase grega enfatiza que seguir Jesus não era apenas um consentimento da vontade e sim pleno propósito de coração. Seguir Jesus é uma resolução determinada.

Seguir a Cristo é um convite, não uma obrigatoriedade.

Por essa razão, Jesus passa a enumerar as implicações desse seguir.

Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8.34).

Seguir Jesus é esquecer seus próprios interesses.

Muitas pessoas da multidão para a qual Jesus falava, estavam seguindo Cristo por algum interesse, quer seja numa cura, num milagre ou algum benefício.

Muitas vezes, seguir a Jesus Cristo, não traz o que se espera para o seguidor. Alguns ao iniciar o seguimento a Jesus, o fazem na expectativa de algum retorno, quer na saúde ou até mesmo financeiro.

Seguir a Cristo á fazer parte de um novo projeto de vida. Não é um projeto pessoal. Não é o que eu quero.

Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á” (Mc 8.35).

Seguir Jesus não é um seguimento por interesse pessoal, afinal, mesmo sendo seguidor, surge a doença, as desavenças, as dificuldades e se o seguir deve-se a um interesse pessoal, será como perder a vida. E algo que se iniciou com alegria e empolgação, torna-se frustrante.

Não se pode ter uma noção equivocada sobre a natureza do Reino de Deus.

No Reino de Deus, diferentemente desse mundo, não há pragmatismo ou imediatismo.

Seguir Jesus é aderir a causa de Jesus e do evangelho. Cada cristão, bem como toda a igreja, está voltado para o outro. O beneficiário é o outro.

Essas palavras de Jesus não compõe um sermão trágico. O ensino de Jesus Cristo é:

                    - Libertar-se de si mesmo e do seu ego;

                    - A vida passa a ter um novo sentido, a causa do evangelho;

                    - A prioridade é salvar o outro;

                    - A vida não é mais minha e eu posso fazer o que quiser;

                    - Nessa vida, estou cercado por sofrimentos;

O carregar a cruz é seguir no caminho da execução. A crucificação não visava apenas tirar a vida. Aquele que carregava uma cruz para nela ser crucificado estava exposto as muitas situações desonrosas. Judeus e Romanos tinham a morte na cruz, o carregar a cruz, como algo de extrema vergonha (Hb 6.6; 11.26; 12.2; 13.12; 13.13).

Carregar a cruz era caminhar para a morte e enquanto isso, ser era chutado, cuspido, amaldiçoado. Carregar a cruz era estar isolado e ver as pessoas balançarem a cabeça ao ver o carregador da cruz.

Carregar a cruz e negar-se a si mesmo era aceitar o desprezo da sociedade.

Dessa forma, ao dizer: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8.34), Jesus enumerava o quão custoso era segui-lo.

Davi escreveu: “O teu amor é melhor do que a própria vida, e por isso eu te louvarei” (Sl 63.3).

A vida não se resume apenas ao aqui e agora. Não é pecado trabalhar, buscar uma vida melhor. Todavia, Jesus salienta que nada é mais importante e tão valioso, a ponto de querer viver apenas aqui e agora.

Fora de Jesus não há vida!

O discípulo de Jesus não está isento de perseguição, sofrimento, tribulação. E o perigo, é justamente, envergonhar-se de seguir a Cristo a quem o discípulo passou a seguir julgando-o como um milagreiro.

A palavra envergonhar (aparneomai) significa negar. A mesma transmite a ideia de um discípulo que se desliga legalmente de Jesus Cristo diante de um tribunal.

Aos seus discípulos que por seguirem Jesus passam por situações adversas, são zombados e ridicularizados, mais uma vez ouvem a proclamação: “...quando vier na glória do seu Pai com os santos anjos” (Mc 8.38). O Jesus vencedor virá publicamente.

Não pense que só por ser ridicularizado, perseguido, que tudo está equivocado. Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8.34). Amém

Edson Ronaldo Tressmann

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

A palavra da verdade para não ser reprovado durante a tentação!

 Texto Bíblico: Tiago 2.13-18

Tema: A palavra da verdade para não ser reprovado durante a tentação!


Mesmo morando num município onde há dois grandes rios (Ivai e Paraná), não tenho hábito de pescar. Todavia, mesmo não sendo pescador, sei que para pegar um peixe pouco importa a qualidade da vara de pesca, o essencial é a isca. E, dependendo do tipo de peixe que se deseja pescar, é necessário uma isca adequada.

O apostolo Tiago inicia sua carta descrevendo as provações e a felicidade de quem é aprovado nessas situações (Tg 1.2-12). Nesses primeiros versos Tiago destaca que não se pode deixar levar pela fascinação de alguma realização. Não há motivo para se exaltar, afinal, "sou o que sou pela graça de Deus" (1Co 15.10).

O apostolo Tiago utiliza-se da palavra peirasmos (prova, teste para aprovação). Todavia, a palavra tentação destaca ser reprovado. A tentação surge como um caminho perigoso e decisivo. A tentação é um caminho alternativo que se abre e o mesmo é muito sedutor.

Caminhos viáveis e sedutores se abriram e se abrem todos os dias. Cito exemplos clássicos:

1 - EVA: a árvore estava ali. Deus já havia lhes comunicado sobre. No entanto, o inimigo despertou algo na mulher que a fez cair e desobedecer.

Quantas Evas em nossos dias. Vivendo suas vidas tranquilas e, repentinamente uma mensagem no Waths, facebook, instagran e tudo muda.

2 - CAIM: sem saber com o rancor que foi provocado por ele mesmo, na força do ódio, assassinou seu irmão.

Tragédias semelhantes acompanhamos todos os dias.

3 - ACÃ: nenhum despojo deveria ser retirado de Jericó. Porém, a beleza da capa e a possibilidade da riqueza com a prata, levaram Acã a pecar.

Há quem diga que a oportunidade faz o ladrão.

4 - JOSÉ: seduzido pela esposa do seu patrão, não se deixou levar. Pagou um preço caro diante da calúnia, mas, permaneceu íntegro.

Ao final da peregrinação no deserto, Moisés disse ao povo: "Lembrem como nosso Deus guiou vocês pelo deserto nesses quarenta anos. Durante essa longa caminhada, Deus os humilhou e os pôs à prova para saber se estavam resolvidos ou não a obedecer aos seus mandamentos" (Dt 8.2).

Deus não quis a queda! Deus não quer que os seus sejam reprovados, por isso, Tiago escreveu: "Deus não tenta ninguém".

O fato é: Deus concede dádivas. Ele não tenta. E em meio as dádivas, por causa da cobiça, não as valorizamos e nos deixamos seduzir por outras dádivas que Deus concedeu ao próximo.

 A cobiça se dá por causa de um objeto ou situação específica. É a tentação, ou melhor, o caminho sedutor que se abre diante de cada ser humano.

O pescador joga o anzol na água, mas não é certo que pegará um peixe. É preciso que o peixe morda a isca, seja fisgado e para que o peixe morra, é preciso tirá-lo do seu habit natural.

A isca que está destruindo muitos é a cobiça. Tiago escreveu: "...a cobiça, depois de haver concebido, dá a luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte" (Tg 1.15).

A cobiça é tão danosa que dos dez mandamentos, dois são destinados para esse tema.

Em minha opinião, a cobiça têm como raiz a falta de gratidão. Observe: "toda boa dádiva e dom perfeito, são lá do alto do Pai das luzes" (Tg 1.17).

A cobiça, o desejo por algo que pertence a outro mostra o quanto eu estou insatisfeito com a dádiva que Deus me concedeu.

A cobiça me cega para as dádivas de Deus. Pouco a pouco a cobiça vai corroendo minhas relações sociais, familiares, a vida espiritual e por fim causa a destruição. Sou como o peixe que mordeu a isca, foi fisgado e agora está por ser retirado da água e morrer.

Deus não quer que nenhum dos seus morra. Por isso, "segundo o seu querer, me gera pela palavra da verdade" (Tg 1.18).

Deus deseja e nos salva pela proclamação da sua Palavra. Deus age por sua Palavra. Pela Palavra da verdade, Deus nos gera e nos oferece a Deus como que sendo os primeiros frutos da colheita. Pela palavra da verdade, Ele me tira das trevas e me chama e traz para a sua maravilhosa luz (1Pe 2.9). E, como Davi compôs no Salmo: "da sua luz vemos a luz" (Sl 36.9).

Essa palavra impede que eu, mesmo tendo mordido a isca e tendo sido fisgado, não seja retirado do meu habit natural e morra.

Deus não tenta, ao contrário, Deus concede dádivas e maravilhas. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann


 


Não creia em todo espírito (1Jo 4.1)

  27 de abril de 2024 Salmo 150; Atos 8.26-40; 1João 4.1-21; João 15.1-8 Texto: 1João 4.1-21 Tema: Não creia em todo espírito (v.1) ...