segunda-feira, 31 de julho de 2023

Providência de Deus!

 06 de agosto de 2023

Salmo 136.1-9; Isaías 55.1-5; Romanos 9.1-5; Mateus 14.13-21

Texto: Mateus 14.13-21

Tema: Providência de Deus!

 

O povo parece ter sido pego de surpresa, afinal, ao saber da notícia do assassinato de João Batista, Jesus foi para outro local solitário, distante da civilização e assim que descobriram, a multidão a pé foi até onde Jesus estava indo.

Jesus, que precisava de descanso e junto a outros discípulos, se recuperar da notícia de assassinato de João Batista, ao sair do barco e ver aquela multidão “ficou com pena deles” (Mt 14.14). Por ter se condoído por dentro, Jesus curou e ensinou àquela multidão e aos discípulos uma valiosa lição. Pelo visto a lição foi deslumbrante, afinal, é um dos únicos milagres registrado pelos quatro evangelistas e cada evangelista dá elementos importantes para entender todo o ocorrido.

É preciso mensurar que era um período difícil e tumultuado no ministério de Jesus. O capítulo 12 de Mateus mostra certa relutância ao ministério de Jesus Cristo, onde era acusado de ser o próprio demônio (Mt 12.24). No final do capítulo 13 (Mt 13.57) os da sua cidade, Nazaré, se escandalizaram dele. No início do capítulo 14, Mateus registra o assassinato de João Batista que já estava preso por causa da proclamação do evangelho.

Assim como apresentava os evangelistas Lucas e João, Mateus também destaca que havia muitas dúvidas a respeito de Cristo. Quem era Jesus? Afinal, esse Messias não parecia ser aquele prometido pelos profetas.

O texto da multiplicação dos pães e dos peixes, no contexto de Lucas, aparece logo após o retorno dos discípulos que haviam sido enviados por Jesus Cristo para pregar a mensagem do Reino de Deus e curar doentes (Lc 9.1-6, 10). Após o relato de um aparente sucesso na empreitada, Jesus visa ensinar uma grande lição.

O contexto desse episódio no evangelho de João se dá diante de uma afirmação de Jesus: “as pessoas não vinham a ele para ter vida” (Jo 5.40). As pessoas duvidavam das Escrituras, do Pentateuco de Moisés, e de Jesus Cristo (Jo 5.46-47).

No relato da multiplicação temos os discípulos que haviam presenciado e até realizado milagres pela autoridade de Cristo. Temos a multidão que buscaram Jesus por terem presenciado milagres de Cristo, e ambos, presenciam o maior de todos os milagres. Um milagre semelhante ao milagre que o povo de Deus vivenciou enquanto caminhavam no deserto: o maná.

Ante as dúvidas e a rejeição em relação a Cristo, o apostolo João relata que àqueles que viram o milagre da multiplicação, confessaram: “De fato, este é o Profeta que devia vir ao mundo” (Jo 6.14). Essa exclamação é o reconhecimento do povo de que Deus estava cumprindo sua promessa anunciado para e por Moisés (Dt 18.15). Era como se o povo estivesse dizendo: Deus está aqui com seu Profeta.

O cenário que envolve esse grande milagre era de rejeição a pessoa de Cristo, era de dúvidas sobre quem era Jesus e, a morte de João Batista. O oposto era a alegria dos discípulos dos resultados da pregação e cura que haviam realizado. Em meio à nostalgia, se encontram diante de um problema. Cerca de 12 mil com fome. Era preciso 200 moedas de prata para comprar pão para toda aquela multidão. Após fazerem uma vaquinha, só recebem de um menino, cuja mãe era bem atenta, 5 pães e 2 peixes.

Ante esse problema social, os discípulos só enxergam uma solução: “Mande essa gente embora, a fim de que vão aos povoados e comprem alguma coisa para comer” (Mt 14.15). No entanto, Jesus dá outra sugestão: “Deem vocês mesmos comida a eles” (Mt 14.16).

Como? Não é possível? Só Deus é capaz de fazer! Não temos 200 moedas de prata, apenas 5 pães e 2 peixes.

Discípulos - haviam acabado de relatar sucesso numa empreitada. Agora, cheios de dúvida e inquietação. Os discípulos que estavam na prova prática da fé, temem e questionam que não há o que fazer. A multidão que buscava apenas o milagre físico, cheios de incertezas e interrogações, parecia que nada encontrariam. O apostolo João diz que esse evento, a multiplicação, foi um momento de prova prática da fé (Jo 6.6).

O Jesus que se condoeu da multidão, iria, assim como Deus no deserto, providenciar o necessário a ponto de se fartarem (Mt 14.20).

Deus deu maná no deserto! Deus, por meio de Elias, não deixou que secasse a farinha da tigela e nem o azeite no jarro da viúva de Sarepta (1Rs 17.16). Deus, por meio do profeta Eliseu, providenciou alimento para 100 profetas tendo apenas 20 pães (2Rs 4.42-44).

Recordemos que no dia 01 de dezembro de 2019, o mundo recebeu a notícia de uma possível doença altamente contagiosa. O primeiro caso foi detectado em 31 de dezembro de 2019. Perguntas! Dúvidas! Medo! Pavor!

A medida que o vírus ia se espalhando, o mundo começou a discutir os possíveis resultados do caos social e econômico. A OCDE previu que seriam necessários longos anos para que o mundo se recuperasse economicamente. Estudos indicavam que de cada 100 empresas, 50 abririam falência. O mundo passaria a contar com milhões de desempregados. Perguntas! Dúvidas! Medo! Pavor!

O mundo passou a orar para que uma vacina fosse desenvolvida. E, esse mundo, que contou muitos meses de paralisação, após todo esse episódio não se deu conta de que Deus esteve agindo e oferecendo o necessário para o corpo e a vida.

O mundo que previu quebradeira, desemprego, fome, caos social, é um mundo que há tempos deixou de se saciar com as bênçãos de Deus ignorando-as. Recordemos que, além da Pandemia, uma nuvem de gafanhotos devorou plantações e pastagens.

O mundo que vive a tragédia do muito sem Deus, precisou viver em meio ao caos esperando em Deus.

Deus continua provendo o necessário! Todo tempo de solidariedade, tempo em que pessoas foram auxiliadas por medidas governamentais de auxílio financeiro, o ponto é: Deus está de uma maneira ou outra provendo sustento.

No tempo de Pandemia passamos o período prático da fé. Deus, como sempre o fez nos sustentou. A tigela não esteve seca e nem o jarro sem azeite. Os poucos pães foram divididos e muitos alimentados.

No tempo prático de fé, aprendemos que Deus providenciou todo necessário, assim como sempre o fez. Cada dia a providência especial de Deus se faz presente em nossa vida: o pão nosso de cada dia nos dá hoje! Deus continua presente e socorre os seus. Amém!

 

Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 18 de julho de 2023

Vida que está por vir

 

23 de julho de 2023

Salmo 119.57-64; Isaías 44.6-8; Romanos 8.18-27; Mateus 13.24-30,36-43

Texto: Rm8.22ss

Tema: Vida que está por vir

 

O que o apóstolo Paulo escreve aqui, perece ter sido esquecido por uma boa parcela da população. Ele fala da vida que está por vir. Você tem pensado nisso? Olhar para o futuro, pensar nele, chega assustar. Mesmo que se tenha avançado e se tenha ocorrido muitas melhorias na área da tecnologia, informação, conhecimento, saúde, em outras áreas estamos indo de mal à pior.

Nos últimos 150 anos, a humanidade experimentou mais mudanças do que em toda a história anterior, ou seja, 150 anos se avançou o que não se avançou em 5.633 anos (5783 anos tem a terra). Até pouco tempo atrás, uma geração para outra se dava num intervalo de 20 a 25 anos. Grandes mudanças surgiam com o nascimento de uma nova geração (os pais viviam uma realidade, os filhos outra e os netos outra). Atualmente, a cada dois anos é necessário reformular nossas ideias, conceitos e estilo de vida. Nã6 há intervalo entre as gerações.

Quando criança, não havia energia elétrica em nossa casa durante 24 hrs no dia. Até os 20 anos, minha viagem mais longa foi de 70 km. Hoje, possuo vários aparatos eletrônicos e se faz reunião com várias pessoas sem sair de casa.

As famílias, quando estão reunidas precisam se esforçar para não acabarem discutindo devido as muitas diferenças filosóficas.

Esta aceleração do tempo, do ritmo de vida, é apenas um dos indícios do que o apostolo Paulo fala no verso 22 da carta aos Romanos capitulo 8. Além disso, houve um aumento da violência, aumento dos desastres naturais, falsos profetas e outros sinais de que a criação está prestes a dar a luz. Mas a intenção de Paulo não é gerar desânimo, pelo contrário, é apontar para a esperança, pois os problemas que estamos vivendo hoje e ainda por algum tempo, não podem ser comparados com a glória que está por vir (Rm 8.18). Toda esta turbulência que estamos vivendo hoje são as dores de parto que a criação de Deus está passando! Eu considero esta comparação de Paulo tremenda, porque há algumas coisas importantes sendo ditas aqui. Uma delas é que não será apenas a nossa alma que será redimida, mas toda a criação (Rm 8.19-21). Ou seja, o pecado gerou destruição e morte em toda a criação (florestas são devastadas, animais são extintos, rios são poluídos, etc.) por isso, também ela será libertada juntamente com os filhos de Deus. Ou seja, quem será destruído e erradicado (lançado ao inferno) será o homem e a mulher que negam a existência de Deus e rejeitam Jesus como Salvador e Senhor. O universo não tem culpa disso, então não há motivo para Deus o destruir. Estamos caminhando para um desfecho da vida e da história como a conhecemos. Até pouco tempo atrás, este assunto era visto como um mito religioso, mas atualmente, tem ganhado destaque no cinema, em documentários e até nos meios científicos e acadêmicos. Outra coisa importante que Paulo escreve, é que a vida terá continuidade, porém de maneira diferente como a conhecemos hoje. É a nova vida que a Palavra de Deus nos comunica (Mt 24.3-14). Presenciar isto é um anseio de Paulo e deve ser o anseio de todo aquele que é nascido espiritualmente (Rm 8.22-23).

Você tem orado pela volta de Jesus? Você tem vivido nesta expectativa da nova vida? Ou a tua vida está tão boa que você não quer que mude?

Existem duas situações doentias, uma delas é idolatrar a própria vida e não conseguir viver sem ela. A outra é detestar a própria vida e não conseguir viver com ela. Mas desejar o encontro com Cristo, desejar a eternidade é saudável. É testemunhar da esperança na qual fomos salvos.

A volta de Cristo deve ser a nossa esperança, deve ser um dos alicerces da nossa fé. Talvez alguns estejam aguardando dados mais concretos sobre isto, mas vejam o que Paulo escreve nos versos 24 - 25. O que temos por enquanto são a Palavra de Deus, alguns sinais proféticos e a esperança. Paulo descreve esta esperança como um gemido interno que nos faz caminhar numa direção, mesmo não tendo a visibilidade e elementos concretos do ponto de chegada. Há um vídeo do pouso de um avião em meio à uma densa neblina. Os pilotos não tinham nada além dos sinais no seu painel. Mas se orientaram por eles e pousaram em segurança. Quando nos guiamos pela fé e pela esperança, não significa acreditar em qualquer coisa, mas acreditar nos sinais e na orientação clara da Palavra de Deus. Aqui entra um elemento fundamental, o Espírito Santo (Rm 8. 26 – 27).

Num primeiro momento, parece que Paulo muda de assunto, pois escreve agora sobre a oração. Mas a oração à que Paulo se refere, não é aquele momento solene, cujas palavras são recitadas com certa formalidade e que nem todos arriscam fazer. A oração a que Paulo se refere é este gemido interior, da alma, que nem sempre é possível traduzir em palavras. Esta oração é aquele momento em que o Espírito de Deus se encontra com nosso Espírito e ocorre um diálogo que somente os dois entendem.

Creio que todos os cristãos podem ter este momento de intimidade com Deus. Pois o resultado desta intimidade com Deus, concedida pelo Espírito Santo é o que possibilita enxergar, reconhecer e confiar nos sinais que Deus nos dá. Sem o agir do Espírito Santo, a palavra e os sinais serão indecifráveis, incógnitos e obscuros. É por isso que muitos não entendem o Evangelho. Quem vai te dar clareza do Evangelho, entendimento dos sinais, a certeza da salvação e a esperança sobre a vida futura é o Espírito Santo. Amém

segunda-feira, 10 de julho de 2023

Eficácia da Palavra

 16 de julho de 2023

Salmo 65.9-13; Isaías 55.10-13; Romanos 8.12-17; Mateus 13.1-9,18-23

Tema: Eficácia da Palavra

 

Isaías capítulo 40 a 55 reflete sobre teologia da palavra. No capítulo 40 faz um contraste entre o ser humano e Palavra de Deus. O ser humano é passageiro como a erva e flor e a Palavra é Eterna (Is 40.6-8). A Palavra foi o meio usado por Deus na criação do Universo (Is 40.26); Deus colocou ordem na terra através da Palavra (Is 48.26); e ele pode continuar usando este poder para transformar a natureza (Is 50.2).

Esta Palavra revela também o plano salvífico de Deus anunciadas nas profecias. Através delas ele antecipou seu plano de salvação (Is 42.9; Is 46.10; Is 48.3-6). É neste trecho que ele anuncia o sofrimento e triunfo do Messias – chamado de “meu Servo” (Is 52.10-Is 53.12). Este servo que reinaria em pessoa e assustaria todos os reis terrenos (Is 52.15), sofreria em favor de toda a humanidade (Is 52.12-14), mas sua segunda vinda deixará os reis sem saber o que falar (Is 52.15). Os homens rejeitara sua mensagem (Is 53.1); sua pessoa (Is 53.2) e também a sua missão (Is 53.3). Seu sofrimento em lugar dos homens faria que fosse expulso entre Deus e homens (Is 53.4-6); embora fosse submetido ao sofrimento (Is 53.7), à morte (Is 53.8), e ao sepultamento (Is 53.9). O resultado disto é que ele seria exaltado e recompensado ricamente (Is 53.10-12). O pecado de toda a humanidade foi colocado sobre o “Servo do Senhor”.

O resultado disto seria que as “fronteiras de Israel se estenderiam para todos os lados”. “As cordas das barracas” serão estendidas (Is 54.2-3). Isto significa que ação do “Servo do Senhor” iria beneficiar todas as nações. Javé então seria “o Deus de toda terra” (Is 54.5; 49.6). Javé volta oferecer sua “misericórdia” ou “amor inabalável” (hesed) e “a aliança da paz” (Is 54.5,9-10).

A oferta gratuita da salvação era feita a todas as nações através do filho, descendente de Davi (Is 55.1-9). Isto é mencionado em Atos 13.45-49; Atos 26.22-23.

Assim, a perícope de Isaías 55. 10-11 é um tipo de conclusão deste trecho e mostra a eficácia da Palavra de Deus. A Palavra poderosa do Criador é comparada à chuva, que infalivelmente produz seu efeito na terra (Salmo 65.9-13). É uma comparação expressiva para as pessoas dos países do Oriente. Depois das primeiras chuvas da primavera (março e abril), o deserto morto de Judá volta a ficar verde.

Para nós esta verdade também se torna perceptível. O efeito da chuva é notado com facilidade após uma estiagem. A grama seca começa a ficar verde logo no dia seguinte a precipitação da chuva. A chuva não deixa de produzir um resultado positivo e assim a Palavra é eficaz e sempre produz um resultado positivo no coração daquele que a ouvem e a entendem (Mt 13.23). Não existem forças humanas ou sobre-humanas que possam impedir a ação de Deus através palavra e impedir que o plano salvífico se concretize.

Após falar isto, o povo recebe a garantia do retorno da tribo de Judá da Babilônia para sua terra (Isaías 55. 12-13). Isto é garantia do cumprimento da aliança e concretização do plano de salvação de Deus em Jesus.

ERT

terça-feira, 4 de julho de 2023

Descanso para a alma

 Salmo 145.1-14; Zacarias 9.9-12; Romanos 7.14-25; Mateus 11.25-30

Texto: Mt 11.25-30

Tema: Descanso para a alma

 

O ser humano busca e necessita de descanso.

Deus, desde a criação, deseja dar descanso ao ser humano (Gn 2.2). No sexto dia, Deus criou o homem, e já descansou em Deus, pois tudo estava preparado para usufruto do homem.

O ser humano busca e necessita de descanso. Onde encontrar? Para as fadigas humanas encontra-se descanso numa praia, num sitio, ... O que destrói o descanso é a avareza.

Estamos em meio à cultura da produtividade, da competição, da eficiência. Isso cansa, gera raiva, angustia e tristeza. É preciso descansar!

E o descanso para a alma? Há pessoas com a alma doente!

O salmista Davi convida: “Descansa no Senhor e espera nele” (Sl 37.7), e no Salmo 145 escreveu: “O Senhor sustém os que vacilam e apruma todos os prostrados” (Sl 145.14). A alusão é para aqueles que não têm poder de ir por si mesmos; que se afundariam sob os encargos da vida se não fossem apoiados.

O ser humano busca e necessita de descanso.

Ao escrever a carta aos Romanos, o apostolo Paulo destaca um descanso necessário: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo dessa morte?” (Rm 7.24) e louva a Deus “por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 7.25).

Muitos pregadores chamaram o texto de Mateus 11.25-30 a pérola mais preciosa do Evangelho de Mateus. E a razão para isso é o extraordinário convite de Jesus: “Venham a mim, todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso” (Mt 11.28).

Esse convite de Jesus tem um contexto especial e muito nos ensina sobre a misericórdia de Deus.

Jesus enviou os seus e destacou as mais variadas situações diante da mensagem do Reino (Mt 10). Jesus falou sobre a perseguição, injúria prisão, inimizade dentro da família. Jesus realizou milagres em Corazim e Betsaida e as pessoas reagiram com incredulidade. João Batista estava preso por ser o precursor de Jesus (Mt 11.2). Diante da situação de juízo e condenação, Jesus convida: Venham a mim, todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso” (Mt 11.28).

Com esse convite, Jesus reforça o que havia dito para os discípulos de João Batista: “Felizes são aqueles que não abandonam a sua fé em mim” (Mt 11.6). É uma luz em meio a escuridão! É uma palavra para os que estão na cidade que persegue, odeia e dúvida a respeito da mensagem de Jesus Cristo.

Recorde-se: em Jesus Cristo, o descanso é certo!

Ao agradecer a Deus por revelar essa verdade às “pessoas sem instrução” e “esconder dos sábios e instruídos”, Jesus está alertando os líderes religiosos. Eles diziam possuir todo sistema de regulamento e a observância dessas regras como requisito de bênçãos e salvação. Recordemos que Saulo, por causa dessas regras e de todo sistema religioso, tornou-se fanático e perseguidor da igreja, no entanto, em Jesus Cristo, “jogou tudo fora como se joga o lixo” (Fp 3).

O apostolo Paulo aprendeu que o verdadeiro descanso para a ala está em Cristo. Para oferecer esse descanso a outras pessoas, trabalhou arduamente e escreveu cartas para deixar esse verdadeiro descanso registrado.

Infelizmente ainda há muitas pessoas buscando descanso fora de Jesus Cristo.

O convite de Jesus: Venham a mim, todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso” (Mt 11.28), é aberto para todos. Há pessoas cansadas do legalismo, da imposição de regras. Há pessoas cansadas do moralismo. Há pessoas cansadas da observância dos ritos religiosos como obrigação. Há pessoas cansadas da prática da caridade como requisito de salvação.

Ao convidar, venham a mim, Jesus destaca, creia apenas em mim. Fora de Cristo não há salvação.

Para seguir nossa reflexão, é necessário destacar o fato das versões não diferirem na primeira parte: “Vinde a mim”. Todavia, uma possível tradução de πρός με seria “comigo”.

No texto original os particípios estão no vocativo (κοπιῶντες e πεφορτισμένοι) e isso é importante, pois indica que Jesus faz um convite amoroso e não dando uma ordem para busca-lo.

A ideia é tal como convidar uma pessoa com fome para sentar-se e comer a refeição que já está pronta.

O termo πεφορτισμένοι (sobrecarregado), além de ser um vocativo, é também um particípio passivo perfeito, indicando que alguém colocou alguma carga nas pessoas e isso as deixou sobrecarregadas e cansadas. Por isso, Jesus destaca no seu convite a palavra ἀναπαύσω (alivio).

Observe que o alivio, o descanso, só é encontrado em Cristo.

Jesus está destacando o descanso nEle, em detrimento da lei do sábado.

Chama atenção o fato de Jesus destacar o descanso, mas falar sobre carga, jugo, canga.

Como carpinteiro, possivelmente Jesus fez muitas cangas para muitos clientes do seu pai José. A canga é colocada sobre animais para executar seu trabalho.

A palavra jugo (canga) é uma metáfora para destacar duas coisas: se é um discípulo e está a serviço no Reino de Deus.

No Novo Testamento a palavra jugo é sempre usada como metáfora usada para referir-se a liderança religiosa que por seus preceitos colocava pesadas cargas sobre as pessoas. E dessa forma, enquanto os líderes colocavam o jugo da lei, Jesus coloca o jugo do Reino, suave e leve.

Como discípulo e no serviço – aprendemos a ser mansos e humildes. Ser manso e humilde é amar a verdade e estar sob seu poder.

Sem isso não se é discípulo – pois sem amor a verdade e se colocar sob seu poder é cair na tentação do ego. E meu ego pecaminoso me conduz até para onde não quero ir.

A verdade é só uma: Jesus (Jo 14.6). Estar sob essa verdade, é ser liberto (Gl 5.13). Não há mais sobrecarga, apesar de se estar a serviço.

Jesus ao fazer o convite e destacando quem é o Pai, está reafirmando a critica feita aos judeus pelos profetas Isaías e Jeremias (Is 5.21; 29.14-19; Jr 9.22ss) e destaca para que apenas o sigamos. Levantar-se, sentar a mesa e saborear a refeição.

Jesus não exige nada das pessoas, por isso, “seu jugo é suave, e seu fardo é leve”.

Jesus louva ao Pai. Ele reconhece como Deus é maravilhoso, afinal, enquanto João Batista está preso e o Reino de Deus ser atacado por perseguições, calúnias, prisão, desentendimentos familiares, incredulidade, Deus age no mundo para dar descanso.

Eu preciso do descanso de Deus em Jesus, pois, “nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto... o pecado habita em mim... em mim não habita bem nenhum... o mal que não quero, esse eu faço... a lei de Deus guerreia contra mim... Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7.15, 17, 18, 19, 23, 24), e assim junto com o apostolo Paulo, damos “graças a Deus por Jesus Cristo” (Rm 7.25) e junto com Jesus damos “graças a Deus por ter revelado isso a nós, seus pequeninos” (Mt 11.25).

Para terminar, ouça novamente as palavras de Jesus: “Venham comigo todos os que estão cansados e sobrecarregados que eu darei alivio a vocês. Venham junto comigo e aprendam de mim, pois sou bondoso e humilde no coração e vocês acharão descanso para a alma. Pois eu sou bom e a minha carga é leve” (Mt 11.28-30). Amém!

 

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

Não creia em todo espírito (1Jo 4.1)

  27 de abril de 2024 Salmo 150; Atos 8.26-40; 1João 4.1-21; João 15.1-8 Texto: 1João 4.1-21 Tema: Não creia em todo espírito (v.1) ...