terça-feira, 13 de dezembro de 2022

O apóstolo da igreja apostólica!

 Salmo 24; Isaias 7.10-17; Romanos 1.1-7; Mateus 1.18-25

Tema: O apóstolo da igreja apostólica!

 

Você conhece algum apostolo?

Porventura, você conhece a igreja google?

Lucas em Atos dos Apóstolos, concluiu com o relato de que o evangelho chegou a Roma. O médico e pesquisador Lucas termina sua apresentação no livro de Atos mostrando Paulo pregando o evangelho em Roma. Qual evangelho foi pregado em Roma?

Na carta aos Romanos, Paulo expressa que o evangelho de Deus é Jesus Cristo.

Há muitas igrejas, no entanto, não há igreja sem os meios da graça (Batismo, Pregação e Santa Ceia) e não há apóstolo sem evangelho. O título de apóstolo só pode ser ostentado para quem tem como credencial “pregador do evangelho” assim como o apostolo Paulo.

É preciso saber o que é o evangelho de Deus e que esse evangelho é disponibilizado pelos meios da graça. Cuidado para que os falsos profetas não te afastem da igreja pela qual vocês recebem o evangelho de Deus, mediante os meios da graça. Jesus alertou de que nos últimos tempos haveria falsos profetas e que esses causariam a destruição, sendo a destruição o afastamento das pessoas da graça de Jesus.

A carta aos Romanos é um livro sobre Deus - sobre o evangelho de Deus.

Nas primeiras palavras dessa carta, Paulo se apresenta como apostolo. Você conhece algum apostolo?

Apostolo significa “enviado”. O termo, apostolo, pode ser aplicado aos doze discípulos chamados por Jesus para serem suas testemunhas. Num sentido mais lato, refere-se aos missionários do evangelho. Paulo se considera apostolo por anunciar a notícia do evangelho de Deus. Desculpe-me a ousadia, mas, o seu pastor poderia receber o título de apostolo? A congregação a qual você frequenta, pode ser classificada como apostólica? A resposta para as duas questões é: prega ou não prega o evangelho de Deus. O apostolo de Jesus e a igreja apostólica é todo o que se ocupa com a proclamação do evangelho de Deus.

O apostolo não reparte especulações humanas e filosóficas. O apostolo reparte a mensagem do evangelho de Deus.

O apostolo está sempre ocupado em repartir a boa nova do próprio Deus para um mundo perdido que necessita do evangelho salvador e que é disponibilizado por Deus pela pregação, no batismo e na santa ceia.

O evangelho de Deus é Jesus! O evangelho de Deus é uma boa notícia da parte de Deus. Uma notícia tão extraordinária que Deus enviou anjos para proclamá-la naquela primeira noite de natal. Enviou um verme para que Jonas ouvisse a boa nova (Jn 4). Fez uma jumenta falar para abençoar seu povo (Nm 22).

Ao definir que “o evangelho de Deus é Jesus” as portas das Escrituras são escancaradas para o pecador. Jesus é o evangelho de Deus!

A igreja moderna busca ser uma igreja semelhante ao Google – a igreja google - uma igreja que busca dar uma resposta imediata para todo o qualquer assunto. Essa igreja Google surgiu devido um anseio humano por resposta a toda e qualquer situação. Dessa forma, o ministério, exercício mediante o qual Deus oferece e estende sua graça, tornou-se pejorativo. Eu não quero um pastor que não sabe me responder o que eu desejo. Caro irmão em Cristo – o apostolo enviado para sua vida é aquele que anuncia o evangelho de Deus, independente das respostas políticas, sociais, antropológicas e filosóficas que possa te dar, afinal, para viver a vida que é eterna, a única coisa necessária é o evangelho de Deus. Em Jesus está “a razão da nossa esperança” (1Pe 3.15).

Com tristeza constatamos que alguns púlpitos são palanques filosóficos, políticos e ideológicos. O verdadeiro púlpito, da verdadeira igreja apostólica e a voz do apostolo é de onde se ouve o evangelho de Deus.

Eu... servo de Cristo Jesus, ... Deus me chamou e me separou para ser seu apóstolo, a fim de que eu anuncie a boa notícia do evangelho de Deus” (Rm 1.1).

A oração da igreja precisa ser um clamor por servos e apostolos que simplesmente se ocupem em proclamar o evangelho de Deus.

Ao escrever a carta aos Romanos, os cristãos (convertidos do judaísmo e do paganismo) corriam o perigo de se desentenderem em relação ao evangelho de Deus. Para evitar isso, Paulo anuncia o mesmo tema que havia anunciado aos Gálatas - o puro e doce evangelho de Deusa salvação pela fé na obra realizada por Jesus.

O evangelho da igreja e do apostolo não é um evangelho pessoal - é a mensagem do coração de Deus. E pela mensagem do evangelho de Deus, corações pulsam e continuam na obra de Deus – salvar pessoas. Amém!

 

Rev. Edson Ronaldo Tressmann

Felizes são aqueles que não abandonam a fé em Jesus (Mt 11.6)


Salmo 146; Isaías 35.1-10; Tiago 5.7-11; Mateus 11.2-15

Texto: Mateus 11.2-15

Tema: Felizes são aqueles que não abandonam a fé em Jesus (Mt 11.6)

 

Que decepção!

Você já se decepcionou com algo?

Os discípulos que haviam permanecido com João Batista parecem estar decepcionados, desanimados e cheios de dúvida.

João Batista, já havia apontado para Cristo dizendo que o mesmo era o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Pedro (Simão), João e André, discípulos de João Batista, ao serem convidados por Jesus o seguiram. Outros, permaneceram com João Batista.

A esperança messiânica era que o Messias, o libertador, os alforriasse do domínio do Império Romano. No entanto, não acontecendo isso, voltaram-se a João Batista, preso numa Fortaleza em Maquero, na Pereia, para falar sobre tudo que estava acontecendo e saber quem era Jesus. Mateus narra no v.2: “João Batista estava na cadeia e, quando ouviu falar do que Cristo fazia, mandou que alguns dos seus discípulos fossem perguntar a ele: — O senhor é aquele que ia chegar ou devemos esperar outro?” (Mt 11.2).

Os discípulos de João estavam desapontados, pois, aguardavam o libertador da opressão romana, e parece que nada do que aguardavam se realizaria em Jesus. Tanto que João Batista estava preso. O homem, que estava preso por causa do anúncio da chegada do Reino, e assim, denunciou a corrupção reinante na época, foi preso. E de lá, envia seus discípulos à ouvirem da boca de Jesus sobre quem era.

As adversidades trouxeram dúvidas aos discípulos de João Batista. Talvez alguém pergunte: será que João Batista também não ficou com dúvidas? Não seria falar que sim. Mas, não parece ser o caso aqui. Jeremias (Jr 20.7), Elias e muitos outros tiveram momentos de dúvida.

A dúvida ocorre, quando nos decepcionamos com algo ou alguma coisa. Será que sou amado? Será que estou fazendo a coisa certa?

Os discípulos de João Batista, contaram os grandes feitos de Jesus, mas, relataram que não parecia ser o libertador tão aguardado. E assim, João Batista os encaminha para Jesus. E Jesus ao responder, os reencaminha de volta a João Batista, para que lhes explicasse as palavras do profeta Isaías (Is 35.5-6).

O Messias era real, o problema era a falsa interpretação dos judeus do Messias libertador político. Jesus era o Messias e estava cumprindo o que os profetas haviam anunciado sobre ele.

Em outras palavras, Jesus ressalta para os discípulos de João Batista que nada de estranho estava acontecendo. E por mais amarga que fosse a situação, tudo estava nos planos de Deus.

Quando os discípulos de João Batista saem, e voltam para Maquera, Jesus diz a todos que João Batista era o profeta da transição entre antigo aliança e nova aliança (Mt 11.13; Lc 16.16). Moisés, os profetas e João Batista falaram da chegada do reino e nEle, Jesus, o reino havia chegado.

A dúvida dos discípulos de João Batista e de muitos outros era natural. Houve um período de silêncio de Deus, desde o último profeta (Malaquias). E agora, quando as expectativas messiânicas parecem estar se cumprindo, as pessoas não compreendem que tipo de Messias, Deus havia lhes enviado. E Jesus responde que é preciso dar atenção ao que disse, Moisés, os profetas e o próprio João Batista.

Querido amigo e amiga.

É tempo de advento. É tempo de preparação.

Enquanto esperamos a vinda de Jesus Cristo, muitas são as decepções. Nos decepcionamos com irmãos da igreja, com pregadores, com a demora de Deus em nos socorrer. Parece que Deus não ouve e não atende as nossas orações. Tudo isso, gera um estado de stress espiritual que nos leva a também querer saber: e daí, Jesus é Jesus, ou temos que buscar outro?

Jesus responde dizendo: “Se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam” (Mt 11.15), e diz também: “...felizes são aqueles que não abandonam a sua fé em mim” (Mt 11.6).

Em outras palavras, Jesus nos exorta a permanecermos firmes nas palavras das Escrituras Sagradas que apontam para ele (Mt 11.14).

Querido irmão e irmã em Jesus. É preciso destacar que os discípulos de João Batista, estavam com dúvida por causa de um mal entendido. Achavam que o Messias enviado por Deus era libertador político, mas, ao serem enviados à Cristo, ouvem da sua boca que o Messias enviado da parte de Deus é aquele que veio libertar o pecador dos seus piores inimigos: pecado, morte eterna e satanás.

Dessa forma, lembro lhes que ao dizer: “...felizes são aqueles que não abandonam a sua fé em mim” (Mt 11.6), Jesus quer nos alertar a não cair no pecado de afastar-se dele devido algum mal-entendido. Por isso, “Se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam” (Mt 11.15).

O apostolo Paulo juntamente com Barnabé, anunciando o evangelho em Listra, Icônio e Antioquia da Pisidia ensinava que “era preciso passar por muitos sofrimentos para poder entrar no Reino de Deus” (At 14.22). Mas, nos dias em que vivemos parece que não é permitido sofrer. As pessoas buscam respostas para seus sofrimentos, tribulações, inquietações e muitas vezes encontram as supostas respostas onde Deus as proibiu de buscar e assim se afastam da fé verdadeira em Jesus.

Querido irmão e irmã em Jesus. Esse episódio narrado pelo evangelista Mateus quer nos ensinar a cuidar, vigiar, estar atento no ouvir. O Reino de Deus já veio em Jesus e em breve Jesus virá para buscar os seus para adentrar no Reino Celestial. Que nenhum mal-entendido nos conduza ao caminho da infelicidade eterna. Há muita pregação que supostamente me mostram caminhos de felicidade e sucesso, mas, só estão levando ao mal-entendido de uma vida sem Cristo. E sem Cristo, pode até haver felicidade e sucesso nesse mundo, mas, como Jesus disse: “...felizes são aqueles que não abandonam a sua fé em mim” (Mt 11.6), por mais amarga que seja a situação. Em Cristo, mesmo que haja decepção nesse mundo, não haverá eternamente. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 29 de novembro de 2022

“tudo o que está nas Escrituras foi escrito para nos ensinar”

 Salmo 72.1-7; Isaías 11.1-10; Romanos 15.4-13; Mateus 3.1-12

Texto: Romanos 15.4

Tema: tudo o que está nas Escrituras foi escrito para nos ensinar

 

Porque tudo o que está nas Escrituras foi escrito para nos ensinar, a fim de que tenhamos esperança por meio da paciência e da coragem que as Escrituras nos dão” (Rm 15.4)

 

Uma simples frase, mas com uma implicação profunda: “tudo o que está nas Escrituras foi escrito para nos ensinar

A Bíblia não é ultrapassada, nem moderna. Ela é o jornal de hoje, é o whatsapp recém enviado. Fatos ocorridos a seis mil anos atrás (criação) tem muito a nos ensinar. Cada linha da Palavra de Deus nos instrui.

A palavrinha tudo é uma referencia a inspiração das Escrituras. Tudo o que o Espírito Santo escreveu por meio de homens é para nossa instrução. O problema é não mais querer ser instruído pelas Escrituras. Para muitos a Bíblia não é um livro de Deus e não possui autoridade suprema. Aliás, a Reforma Luterana foi concebida no princípio de que a Escritura é a única regra de fé e norma. Infelizmente muitos, inclusive cristãos, têm a tradição acima das Escrituras.

A tentação do diabo no jardim do Éden continua sendo a tentação nossa de cada dia: “Foi assim que Deus disse:...” (Gn 3.1). A semente da dúvida continua causando estragos. Aí da Palavra de Deus falar algo pra mim. Muitas pessoas já ficaram chateadas por sermões que fiz aqui. O resultado foi o afastamento da congregação e das atividades e encontros promovidos pela comunidade. A Palavra de Deus que “...é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça;” (2Tm 3.16) parece ser apenas útil para ensinar os outros, aí da Bíblia se ela me repreender ou corrigir.

Já comentei com vocês que se um médico errar na cirurgia, a pessoa perde a vida. Se um engenheiro errar na medida dos materiais, o investidor perderá dinheiro e caso a construção caia, pessoas podem perder a vida. Se porventura o pastor errar no ensino da Palavra de Deus, pessoas podem perder a eternidade com Deus e do pastor será cobrado o sangue dessa pessoa (responsabilidade no ensino). E se caso, você deixar-se levar pela semente da dúvida do diabo e deixar de considerar as palavras da Escritura Sagrada, corre o risco de perder a eternidade com Deus (responsabilidade pessoal). Recorde que Deus só tem um jeito para agir – Deus age pela Palavra - no Batismo e na Pregação. Pela Palavra Deus dá e mantém a fé! Santificar o dia do descanso é prestar atenção na Palavra de Deus, dar ouvido ao que Deus nos diz por ela. Não atoa, Deus deseja ouvidos atentos uma vez por semana. Não atoa Jesus ensinou a orar: “seja feita sua vontade, assim na terra como no céu”, ou seja, ora-se para que seja impedido todo mau conselho daquilo que não me deixa de ouvir e dar atenção a Palavra de Deus. O que está impedindo com que eu dê ouvido a

Palavra de Deus? E se Deus tirar isso da sua vida?

O apóstolo Paulo escreveu: “...tudo o que está nas Escrituras foi escrito para nos ensinar...” (Rm 15.4). Dê ouvido a instrução da Palavra de Deus, “...a fim de que tenhamos esperança por meio da paciência e da coragem que as Escrituras nos dão” (Rm 15.4).

Paulo teve que lidar com uma situação muito controversa até os dias de hoje. O que posso comer e beber? Os fracos na fé tinham uma opinião e os fortes na fé, outra. Discussões apenas dividiam a congregação. Por esse motivo, o apóstolo cita o Salmo 69. Um Salmo aplicado a Jesus Cristo, pelo qual, Paulo deseja enfatizar que Cristo suportou todas as coisas pelo bem de todos. E sendo a Escritura a mensagem pela qual Deus nos ensina, essa Palavra nos dá “esperança por meio da paciência e da coragem”. E é aqui que está o elo da unidade entre os cristãos. Muito maior que sua opinião está o Reino de Deus, a unidade dos que creem.

O dar atenção a Palavra de Deus dá esperança, paciência e coragem. Dar atenção a Palavra de Deus conduz a perseverança mesmo em meio a situações desencorajadoras e desanimadoras. Os versos 5 – 6 (Rm 15.5-6) é uma oração em favor da unidade que é preservada a medida em que fracos e fortes na fé consideram a Palavra de Deus e absorvem tudo para seu ensino.

Briga por poder, disputa por aplausos e honra, são coisas diabólicas que desunem e destroem a unidade.

A unidade tão buscada só é dada por Deus em sua Palavra. A unidade não visa destacar um e desprezar outro, na verdade, a unidade, obra de Deus visa o louvor a Deus (Rm 15.6). Para esse louvor Deus nos colocou e nos mantém na unidade. Amém

Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 22 de novembro de 2022

Já é hora de vos despertardes - Rm 13. 11 – 14

 Salmo 122; Isaias 2.1-5; Romanos 13. 11 – 14; Mateus 21.1-11

Texto: Romanos 13. 11 – 14

Tema: Já é hora de vos despertardes


Que horas? Pessoas estão interessadas nas horas. A vida é corrida, não há tempo para perder, como diz o ditado: “time is money” ou “tempo é dinheiro”.

Fazemos parte de uma sociedade tecnológica e somos escravos do tempo. Temos hora pra tudo – vivemos sob o controle do tempo. Durante o dia é uma correria louca, é isso, aquilo, ... Mesmo com toda a correria do dia-a-dia, não podemos esquecer que 1/3 da nossa vida é dormindo. Mesmo sendo o dia corrido, mesmo controlando todo o nosso tempo, ainda se dorme, se descansa, relaxa.

Existe uma brincadeira onde as pessoas pedem para o outro falar sem errar: “O tempo perguntou pro tempo quanto tempo o tempo tem, o tempo respondeu pro tempo que o tempo tem tanto tempo, que nem o tempo sabe quanto tempo o tempo tem.

Tempo - um assunto importante e vez ou outra precisamos refletir sobre. Nessa reflexão quero usar as palavras do apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos 13.11-14. Texto para esse final de semana em que iniciamos o advento.

Vivemos o nosso tempo pensando que o conseguimos controlar. No entanto, o apóstolo Paulo chama a nossa atenção para o tempo de Deus. Tanto eu como cada um de vocês podemos refazer um plano de hoje para amanhã, claro que sem nos esquecer de que o futuro a Deus pertence, mas de certa forma podemos alterar nosso horário, um compromisso, uma consulta, uma entrevista de emprego, culto, estudo bíblico, ... Mas, uma coisa não será deixada para depois, uma coisa não vai ser antecipada nem atrasada - o retorno de Cristo. O retorno de Cristo será quando Deus assim já estipulou. Por esse motivo, Paulo nos adverte: já é hora de vos despertardes e nos chama a viver na luz do dia.

Lembrei para vocês que nós passamos 1/3 da nossa vida dormindo. Alguns para não dormir demais possuem um despertador, precisam despertar para um dia de trabalho, de correria, de agitação.

Quando dormimos, não sabemos o que acontece fora da casa. Nenhum de nós consegue perceber o quanto dorme. Dias atrás passou uma reportagem de um homem que disse que não dormia a muitos anos. Ele explicou que o motivo foi porque alguns anos antes, sua casa fora atingido por um raio, e desde esse dia não dormira mais. A reportagem então resolveu levá-lo até uma faculdade em São Paulo onde estão realizando estudos sobre o sono. Feito os testes descobriu-se que o homem dormia entre 3 e 4 horas por noite. Segundo o homem, ele não percebia que dormia tudo isso, pra ele é como se não dormisse nada. O médico então explicou que não se é capaz de perceber o quanto dorme. E se não conseguimos perceber o quanto dormimos, já é hora de vos despertardes.

Esse relato explica o que Paulo está querendo nos dizer nesse texto. Diz Paulo: “já é hora de vos despertardes do sono...” Ou seja, é hora de vigiar, cuidar. Ninguém sabe a hora, diz Jesus ao apóstolo João em Ap 22.7 “...Eu venho logo! Felizes os que obedecem às palavras proféticas deste livro!

Talvez estejamos vivendo nossas vidas pensando estar acordados, mas sem perceber estamos dormindo. Pensamos estar bem com Deus, mas não estamos. Talvez participemos dos cultos, mas a nossa vida com o próximo é uma vida de mentira, de corrupção, com a família é uma vida de ... Pensamos estar tudo bem por ajudarmos nosso próximo, mas estamos distantes de Deus - não nos arrependemos, não oramos, não participamos dos cultos, estudos, ... Observe que muitas coisas se tornaram normais. Precisamos acordar, como diz o apóstolo Paulo: já é hora de vos despertardes.

Dormimos e despertamos. Ao despertar não saímos pra fora de casa assim como nos levantamos, ou seja, não saímos de casa de pijama. Ao despertar vestimos uma roupa adequada.

Pois bem, a lei de Deus veio me despertar, veio chamar a minha atenção para meus erros, vem me despertar do sono profundo, vem me despertar do sono que eu nem sei que estou dormindo. Deus sempre enviou profetas para despertar as pessoas. Enviou o profeta Amós, que chamou a atenção do povo para que se relacionasse bem com Deus e com o povo e parasse de cometer injustiça, de tirar aquilo que é do outro. O profeta chamou as pessoas ao amor ao próximo. O profeta Oséias foi enviado para despertar o povo. E de um modo dramático clamou ao povo para que deixasse seu pecado e voltasse ao Primeiro amor, o amor de Deus. Deus amou o povo e agora o profeta diz para que o povo ame a Deus.

Sei que muitas vezes cochilo e pela lei de Deus sou despertado. Sei que em Cristo sou perdoado, mas mesmo perdoado continuo sendo pecador. Fui vestido pelo batismo, pelo evangelho, pela santa ceia. Agora sei como me vestir adequadamente para sair do quarto, para viver em meio às pessoas que andam nas trevas, para viver minha vida na luz do dia, mesmo na noite.

A palavra de Deus transmitida por Paulo aos romanos e também a mim me chama para despertar para viver na luz. Porque essa alerta? Por não saber o tempo de Deus. Sei que Cristo voltará, mas não sei o dia e a hora. Então vivamos na luz do evangelho, vivamos revestidos de Cristo e em Cristo, vivamos na luz para a qual o Senhor nos chamou e nos fez e faz viver.

A sociedade tecnológica te tornou um escravo do tempo. Mas Deus é dono do tempo, tanto do nosso tempo, como do tempo dele. É Deus quem nos presenteia com tempo, e ele quer que vivamos nosso tempo da melhor forma possível. Para que eu e você possamos viver bem o nosso tempo precisamos despertar e ser e estar revestido de Cristo, pois somente em Cristo viveremos bem o nosso tempo e viveremos eternamente com Deus. Amém.

 

Edson Ronaldo Tressmann.

terça-feira, 15 de novembro de 2022

“reconciliou consigo todas as coisas” (Cl 1.20)

 20 de novembro de 2022

Salmo 46; Malaquias 3.13-18; Colossenses 1.13-20; Lucas 23.27-43

Texto para prédica: Colossenses 1.13-20

Tema:reconciliou consigo todas as coisas” (Cl 1.20)

 

Cada pessoa vive em alguma cultura. Essa cultura exerce influência no seu viver, pensar, agir e também na sua crença. Essa era a realidade na cidade de Colossos.

Paulo não conheceu pessoalmente os cristãos colossenses, onde Epafras iniciou o trabalho. E, esse, preocupado com os problemas relacionados à vida espiritual dos colossenses, viajou até Roma, lugar onde Paulo estava preso, para considerar os assuntos com o apostolo. Epafras se submeteu à prisão voluntária para ficar perto de Paulo (Fm 23). Onesímo, o escravo fugitivo, estava sendo discipulado nesse tempo, por isso Epafras é citado na carta a Filemon e também pelo fato da igreja de Colossos se reunir na casa de Filemon (Fm 2). Junto a eles estava ainda Aristarco. Uma reunião com muitos assuntos a serem abordados.

Ao refletir sobre os problemas provenientes da influencia cultural dos colossenses, Paulo enviou duas cartas aos irmãos do Rio do Lycus (Rio Lico - Colossos, Laodicéia, Hierapolis), a carta aos Colossenses e aos Laodicenses (Cl 4.16, essa é uma carta perdida).

Os cristãos em Colossos estavam expostos ao perigo das filosofias pagãs (dualismo, ascetismo, espiritismo, superstições idólatras) e, além disso, ensinamento sobre abstinência de certos alimentos e observância de dias e regras do judaísmo (Cl 2.4, 8, 16,20-23).

Essas filosofias pagãs e requisitos judaicos estavam pressionando os cristãos colossenses e, muitos estavam abandonando a fé cristã.

A carta aos colossenses é um encorajamento para que os cristãos se devotem a Jesus. O objetivo era corrigir alguns erros doutrinários e práticos que estavam ameaçando sorrateiramente aquela comunidade cristã.

Epafras realizou a atuação de um agente comunicador - tipo de fiscal que vê e avisa. Por causa desse aviso, Paulo soube o que combater e assim escrever a carta.

O capítulo 1.1-23 é um poema ao Messias exaltado - Jesus. Paulo agradece pela fé dos colossenses e ora por sabedoria e pela conversão dos colossenses. Os versos 15-20 é um poema a Cristo trazendo a memoria imagens de Gn 1; Ex 40; Sl 2; 8; 68 e Pv 8 e assim, o apostolo destaca que Cristo é o Messias criador e que por sua obra da redenção traz uma nova criação. Pela morte e ressurreição de Jesus, Deus reconciliou-se com o mundo que pela falsa ideia dualista parecia não poder ser reconciliada.

As cartas de Paulo aos Romanos, Efésios e Colossenses destacam o tema a respeito da igreja. Aos Romanos, a igreja é apresentada com muitos membros e muitos dons. Na carta aos Efésios e Colossenses a igreja é um corpo com um só cabeça. Em Efésios a ênfase da igreja está nela como corpo e na carta aos Colossenses a ênfase está no cabeça da igreja que é Cristo (Cl 1.18).

Por acolherem as mais variadas filosofias, na expectativa de entender e explicar o mundo espiritual, os colossenses desenvolveram uma concepção de mundo chamada dualismo.

Dualismo é a distinção firme entre Reino Espiritual e Reino Material. O Reino Espiritual é bom e o Reino Material é ruim e mal. O ser divino não criaria um reino físico maligno, pois o contato com esse reino contaminaria o ser divino. E a pergunta era: - como reconciliar esse espírito mal com Deus? Daí era necessário observar requisitos tais como a lei judaica prescrevia. Para eles, Paulo escreveu: “Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus” (Cl 1.15-20). Enquanto os colossenses em suas filosofias e crenças judaicas respondiam que sua libertação desse reino material estava fora de Cristo, o apostolo Paulo elenca duas palavras que são únicas no Novo Testamento – Redenção e Relacionamento – para destacar a salvação em Cristo (Cl 1.15-23).

A palavra redenção é fundamental na Escritura. Compreende toda a história da salvação. Redenção é a tradução do termo lytrosis ou apolitroses e significa resgate, libertação mediante pagamento, soltura de quem estava preso por uma dívida não paga.

O sentido teológico dessa palavra é bem mais amplo. Os israelitas, após saírem do Egito, não permaneceram indefinidamente no deserto, mas entraram em Canaã, a terra da promessa. Assim, os cristãos, após serem libertos da escravidão do pecado, da morte e de Satanás, são chamados a abandonar o estado de servidão para entrar na condição de filho e herdeiro. “Fomos transportados” de um reino para outro reino, do poder das trevas para o poder de Deus (At 26.18).

Deus não se contaminou ao vir para este mundo, pelo contrário, redimiu o mesmo e em Jesus, “reconciliou consigo todas as coisas” (Cl 1.20).

A palavra reconciliação não é tão comum no Novo Testamento. É empregada apenas por Paulo em cinco textos (Rm 5.10,11; 11.15; 2Co 5.18-20; Ef 2.14-17; Cl 1.19-22) em conexão com o relacionamento entre Deus e os homens.

Reconciliação é uma palavra chave, pois é a substância do evangelho. Reconciliação é a mensagem central do evangelho – descreve a obra salvífica que Deus realizou em Jesus.

Reconciliar significa unir novamente pessoas que antes estavam separadas. E o fato é que Deus, a parte ofendida, quem toma a iniciativa (2Co 5.19). Deus é o reconciliador. Dessa forma, não é o que eu posso fazer para ser salvo, mas, aceitar pela fé a reconciliação (2Co 5.20; Cl 2.16-17).

É preciso recordar que há inimizade entre Deus e os homens, todos são objetos da hostilidade divina, então, não há o que eu faça que me aproxime de Deus. Ele se aproximou de mim em Cristo e é mediante a fé, presente de Deus (Ef 2.8) que agrado a Deus (Hb 11.6).

Estou reconciliado com Deus! Mesmo sendo assim tão pecador, estou em paz com Deus. Essa paz foi estabelecida “pelo sangue da sua cruz” (Cl 1.20; Rm 5.20; Ef 2.16). Da cruz, de onde os pecadores ouviram a oração do autor da paz, da redenção, da reconciliação: “Pai, perdoa-os, porque não sabem o que fazem” e também aos que creem: “Hoje estarás comigo no paraíso”. Amém!

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

A Palavra de Deus traz guerra e paz!

 Sermão para Reforma

Mateus 10.34 e Hebreus 4.12

Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10.34)

 Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12)

 

Tema: A Palavra de Deus traz guerra e paz!

 

Martinho Lutero, sem dúvida um dos melhores pregadores que a cristandade já conheceu.

Lutero vinha pregando em sua igreja de Wittenberg havia anos, mas quanto mais pregava, mais desanimado ficava. As pessoas não entendiam. Elas ouviam de bom grado, mas em vez de serem motivadas, se tornavam apáticas. Lutero observou que, apesar de sua pregação, “ninguém age de acordo com o que ouve; pelo contrário, as pessoas tornam-se tão ignorantes, frias e preguiçosas que é uma vergonha, e elas fazem muito menos que antes”.

Um exemplo: quando Lutero e os outros reformadores pregavam que participar do culto não era mais um ato meritório, a frequência nos cultos diminuiu.

Janeiro de 1530, Lutero estava tão farto, que anunciou à igreja que não pregaria mais. Irônico, mas a verdade é que Lutero entrou em greve. Claro que como todo apaixonado pela pregação, Lutero não ficou muito tempo longe do púlpito.

Um ano antes de morrer, durante uma viagem, resolveu não voltar a Wittenberg, o centro da Reforma. Ele escreveu à sua esposa Catarina: “Meu coração esfriou, de modo que não quero mais ficar lá”. Ele estava irritado porque as pessoas pareciam muito indiferentes a sua pregação. Muitos até zombavam sobre quem lhe havia dado o direito de questionar tanto o que antes era ensinado.

Estou farto dessa cidade e não quero voltar”, escreveu. Preferiria “mendigar o pão a torturar e irritar minha pobre velhice e meus últimos dias com a sujeira de Wittenberg”. Dentro de um mês, porém, um dos moradores da cidade pediu que Lutero voltasse.

Todos os pregadores ficam desanimados.

O desânimo se deve ao momento em que vivemos. Os pregadores televisivos são tidos como melhores; os pastores das pequenas congregações, sem aparente sucesso, são constantemente interpelados a ouvir e aprender com esses famosos pregadores como se eles fossem a solução de todos os problemas. O relativismo está presente entre nós. Os baais modernos competem pela lealdade do povo.

Que encruzilhada! Entramos em greve ou mudamos? Aprendemos a fazer a diferença, apesar dos desafios?

Qual pastor em seu íntimo que já não pensou:

- Qual é o valor do exercício do ministério nesse lugar?

- vou pregar, mas não me sinto ali, vou ao púlpito e me sinto vazio;

- quem é você para pregar sobre fé?

- devo ou não devo falar sobre determinado assunto? Afinal, as pessoas se chateiam.

 

Todo pregador vive o dilema: tenho em minhas mãos a espada que fere e ao mesmo tempo paz.

 

A Bíblia não quer falar para o mundo moderno como se o pregador precisasse ser psicólogo, antropólogo, cientista político e social. A Bíblia quer criar um mundo que não existiria sem que Deus falasse. Deus falou e o mundo veio a existir. E Deus fala e uma nova criação surge: o pecador justificado! Antes de falar sobre o fim, Deus disse para não acrescentar nenhuma palavra e nem tirar qualquer Palavra que fosse da Bíblia (Ap 22.17-18).

Não se pode reduzir o evangelho a uma frase de para-choque de caminhão. É pelo ouvir do evangelho que a comunidade de Deus vai tomando forma.

O livro antigo, para muitos ultrapassado, desconcertante, agressivo, que traz espada e paz, um livro maravilhosamente desafiador, conhece a verdade sobre mim. Sou pecador (por isso a espada) e como tal preciso da redenção em Jesus (paz). Esse livro de Deus: “... é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12).

As histórias do pregador não são dele. Deus dá a mensagem (Bíblia). Deus nos torna mensagem (história, acontecimentos).

Deus tem uma relação de amor comigo e nessa relação de amor a comunicação é vital e para que a comunicação seja perfeita, enviou seu Filho, do qual sou comunicador.

A Palavra de Deus traz guerra e paz!

Nunca estou velho ou inteligente demais para morrer. Todos os dias eu preciso morrer. Tomar minha cruz e seguir Jesus. Que cruz pesada está sendo a de pregador do evangelho! Mas, é tão somente pelo evangelho que Jesus quer transformar o mundo, trazendo guerra e paz!

A Reforma nasceu pelo abrir da Bíblia.

Ao abrir a Bíblia, muitas pessoas infelizmente acomodaram-se. Não podemos simplesmente voltar a velhas práticas pagãs, legalistas para motivar pessoas. É preciso tão somente falar o que Deus fala através da Bíblia – por mais que isso traga a espada, pois, sem a Espada do Espírito, não há paz de Espírito.

Continuemos com o evangelho a respeito da graça de Deus em Cristo – somente o evangelho libertou pessoas ao longo da história da humanidade após a queda em pecado.

Esse evangelho é o poder de Deus para salvação!

Semana após semana, pregação após pregação, pessoas vão sendo ressuscitadas, e vivendo novas vidas pelo evangelho!

A Palavra de Deus incomoda!

Será que as pessoas também matariam Jesus hoje?

Dependendo da pregação de muitos, Jesus seria feito reitor de uma universidade, preletor de conferências, presidente do Brasil. Mas, Jesus é salvador. Não se pode reduzir o cristianismo ao esforço humano para se tornar uma boa pessoa, ou simplesmente alguém entusiasmado pela sociedade!

Jesus foi morto porque ameaçava o mundo constituído. Ele, pela pregação do evangelho continua sendo uma ameaça, principalmente ao diabo que não quer a salvação.

Muitas pessoas não gostam mais da igreja! É por que a igreja ama a instituição e muitas vezes tem se esquecido de Jesus. É melhor pregar para manter uma instituição e uma estrutura, do que falar sobre Jesus, que por vezes traz espada.

Na época da Reforma não foi fácil falar contra uma estrutura. Foi possível por causa do evangelho, o qual se é chamado a pregar, mesmo que traga espada.

O evangelho é uma espada de dois gumes – ele interfere em tudo o mais sobre a terra (Henry Ward Beecher). O evangelho invade todos os cantos e todas as curvas da vida dos ouvintes: sexualidade, pensamentos, sonhos, contas bancárias, pecados secretos, alvos, propriedades, motivações, família e trabalho.

É preciso, como pregador, e isso traz um deserto árido, falar, interferir, mas sem justiça própria. Edificar a igreja, não condená-la. Falar a verdade, mas em amor.

Todo pregador precisa entender que: assim como nos alegramos com os batismos, também nos gloriamos das pedradas, afinal, “a Palavra de Deus traz a paz e a espada”.

Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Escritura Sagrada – o sopro de Deus!

Salmo121; Gênesis 32.22-30; 2Timóteo 3.14-4.5; Lucas 18.18

Texto para prédica:2Tm 3.14 – 4.5

Tema: Escritura Sagrada – o sopro de Deus!

 

A expressão Escritura Sagrada (2Tm3.16) é um termo técnico para referir-se a coleção de livros.

A qual coleção de livros o apostolo se referia ao escrever sobre Escritura Sagrada para Timóteo? Possivelmente ao Antigo Testamento. Claro que muitos outros livros do Novo Testamento já estavam escritos, tanto que, Pedro reconhece as cartas de Paulo como sendo Escritura Sagrada: “...nosso querido irmão Paulo, com a sabedoria que Deus lhe deu, ... Nas cartas dele há algumas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e os fracos na fé explicam de maneira errada, como fazem também com outras partes das Escrituras Sagradas. E assim eles causam a sua própria destruição” (2Pe 3.16).

O alerta do apostolo Pedro é muito propicio para nossos dias. As pessoas estão causando a sua própria destruição devido às coisas difíceis de entender nas Escrituras.

Pela Escritura, as pessoas estão atacando a doutrina do Batismo e da origem das Escrituras. Isso por não crerem no pecado original e na inspiração do Espírito Santo.

O termo Escritura utilizado por Paulo indica que Deus soprou as palavras que estão escritas. O ato de soprar as palavras assemelha-se ao ocorrido na criação do ser humano, “... O Senhor soprou no nariz dele uma respiração de vida, e assim ele se tornou um ser vivo” (Gn 2.7).

Assim como Deus soprou uma respiração de vida e o homem se tornou alma vivente, Deus soprou nos escritores as palavras que seriam usadas e, através da pregação da Palavra (seu sopro), Deus dá vida às pessoas. Nesse sentido, os pastores são como àqueles garotos de escola que sopram as respostas para os colegas que não sabem a resposta para que não sejam reprovados. Os pastores sopram uma Palavra que não é sua, mas de Deus.

Deus soprou suas palavras, pois por elas pode nos dar a sabedoria que leva à salvação, por meio da fé em Cristo Jesus (2Tm 3.15). É preciso recordar que diferentemente dos deuses, Deus não quer nos dar informação sobre alguma coisa, mas nos levar à salvação, por meio da fé em Cristo Jesus. A fé é o presente dado por Deus através do seu sopro (Ef 2.8; Rm10.17). E por esse presente, a fé, Deus nos garante a salvação.

A Bíblia (2Tm3.16), sopro de Deus, é uma bênção de Deus para salvar a humanidade. E a Bíblia está sendo tão questionada.

Muitos problemas na igreja contemporânea devem-se ao fato de que Deus deixou de soprar, ou seja, não é a Palavra de Deus que comunica. Jesus tornou-se curandeiro, um sábio, um guia religioso; e a Bíblia, um livro de autoajuda.

Querida igreja, recordemos o que Paulo escreveu: “Eu não me envergonho do evangelho, pois ele é o poder de Deus para salvar todos os que creem, primeiro os judeus e também os não judeus. Pois o evangelho mostra como é que Deus nos aceita: é por meio da fé, do começo ao fim. Como dizem as Escrituras Sagradas: “Viverá aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus” (Rm 1.16-17). Não se envergonhe da Palavra, não deixe de ouvir a Palavra.

A Trindade da Palavra: foi escrita (Escrituras), tornou-se carne (Cristo) é proclamada (Pregação).

O sopro de Deus – a Escritura, Cristo e a Pregação são vitais para a igreja e o mundo! Não existe igreja sem o sopro de Deus! Enquanto Deus sopra - ele dá e mantêm a fé.

Por qual motivo é tão urgente pregar a Palavra e tão somente a Palavra? Ler 2Tm 4.3-4; At 7.57.

Pastor, continue a pregar a Palavra (2Tm4.2), continue soprando o sopro de Deus sem perder o fôlego. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann 

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Você é um dos nove? Ou está entre os 10%?

 

09 de outubro 2022

Salmo 111; Rute 1.1-19; 2Timóteo 2.1-13; Lucas 17.11-19

Texto: Lucas 17.11-19

Tema: Você é um dos nove? Ou está entre os 10%?

 

Nem sempre a maioria tem razão! Jesus questiona onde estava a maioria: “Os homens que foram curados eram dez. onde estão os outros nove?” (Lc 17.17). A maioria, dez, veio pedir. Eles tinham razão quanto ao pedido.

A doença fez aquelas pessoas viverem a margem da sociedade. A vida deles era junto com pessoas na mesma situação. O mais próximo de alguém sadio era a uma distancia de 15 metros, por esse motivo eles “pararam longe” (Lc 17.12). Pela lei, eram considerados impuros (Lv 13.45).

A vida dos leprosos era de um vegetativo ambulante! Que terrível era essa vida. Essas pessoas, mesmo a margem da sociedade, sabiam os acontecimentos e por isso, ao saberem que Jesus estava passando por ali gritaram: “Jesus, Mestre, tenha pena de nós!” (Lc 17.13). Devolva nossa vida!

Jesus atende ao pedido e afirma: “Vão e peçam aos sacerdotes que examinem vocês” (Lc 17.14). Ou melhor, sejam restituídos a sociedade (Lv 14). Voltem a viver normalmente, mas antes, como destaca a lei (Lv 14.23) é preciso ser examinado pelo sacerdote e assim haver o reconhecimento de que estão puros e aptos a ser reintegrada a sociedade. Curados, poderiam voltar para casa, conviver com seus amigos, participar da adoração no templo.

Confiantes na Palavra dita por Jesus, àquelas pessoas se dirigem ao sacerdote para serem examinados. E, “um dos dez, vendo que fora curado, voltou, dando glória a Deus em alta voz” (Lc 17.15). Por mais que a ansiedade para retornar a vida normal estivesse aflorada, o samaritano resolve dar meia volta e agradecer a Jesus.

Por que os outros nove não retornaram?

Para eles era preciso se apresentar ao sacerdote, pois isso era requerido pela lei. O sacerdote era um tipo de mediador e por meio de um sacrifício o curado era considerado puro novamente. Na época, o sacerdote era um inspetor de saúde e atestava a cura.

O samaritano era uma raça misturada e não mais pura conforme os judeus ortodoxos. Das 12 tribos de Israel, 10 delas foram levadas para o cativeiro Assírio, no entanto, os pobres foram deixados em Samaria. E, com a queda do Reino do Norte, Sargon II, rei da Assíria, enviou para Samaria (Norte – Israel), gente da Babilônia, de Culta, Ava, Hamate e Sefarvaim para colonizar o país, e isso causou mistura no sangue judeu, assim surgiu os samaritanos. Dessa forma, aos pés de Jesus temos alguém que era impuro devido a sua doença e impuro devido a raça. Se os outros foram até o sacerdote para se colocarem diante de Deus, aquele que impuro devido a raça estava aos pés do Filho de Deus, e ouve: “sua fé te salvou” (Lc 17.19). Enquanto nove foram atrás de atestado de cura e voltar a vida normal, o samaritano atestou sua fé indo agradecer a Jesus e a resposta de Jesus atesta que a fé era verdadeira.

Observe que era um samaritano agradecendo um judeu e os judeus não vieram agradecer o judeu esperado conforme as promessas bíblicas. O que antes estava impedido de se dirigir a Deus, agora está aos pés de Jesus. Se para os judeus o samaritano não obedecia a lei, para Jesus sua adoração e glorificação era resposta de fé.

Na viagem de Jesus para Jerusalém que iniciou em Lucas 9.52 e até o corrente texto Lucas 17.11, ele está passando pela Samaria, um território não judeu.

Esse samaritano “glorificava a Deus em alta voz” (Lc 17.15). Uma coisa que, por ser samaritano, aquele homem estava impedido de fazer no templo devido a sua raça. Para os judeus a mancha da lepra foi curada, mas a mancha de ser samaritano, não.

Lucas foi um evangelista que destacou o louvor do povo de Deus diante das coisas maravilhosas que Deus fazia (Lc 1.46-55; 1.68-79; 2.29-32; 5.25-26; 7.16; 13.13; 17.15-18; 18.43; 19.37).

Nove não retornaram por ser preciso observar a lei. A observância da lei lhes acumularia méritos e créditos diante de Deus. O relacionamento com Deus se dava numa troca por meio da observância da lei e a gratidão não fazia parte desse relacionamento, haja vista ser merecimento tudo que recebiam. Para os judeus era normal receber um favor de Deus, assim, não lhes parecia ser necessário agradecer. O samaritano volta para agradecer, pois, sabe que não era merecedor daquela cura e do favor divino.

Você é um dos nove? Ou está entre os 10%?

Não temos nenhum mérito diante de Deus. Tudo é graça. A salvação, o pão de cada dia, a vida ...

A gratidão a Deus é dar louvor a quem é devido. Diria que, deixar de agradecer é tomar o nome de Deus em vão. Nada mereço, mas por tudo eu agradeço. A gratidão mostra que recebi todo o necessário para o corpo e a vida por amor e graça. A gratidão apresenta que dependo de Deus. Tanto bens materiais quanto espirituais provêm das mãos de Deus, por esse motivo somos incentivados a orar: “Pai Nosso ...” e concluir testemunhando: “Pois teu é o Reino, o poder e a glória”, ou seja, tudo vem de ti. Louvado seja teu nome, Porque é ele quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas” (At 17.25).

Querido irmão e irmã em Jesus: “Em tudo dai graças” (1Ts 5.18), afinal, devemos estar “sempre dar graças a Deus por todas as coisas” (Ef 5.20).

Recordemos que o próprio Jesus deu graças a Deus por ter revelado sua mensagem aos pequeninos (Mt 11.25). Antes de distribuir os pães aos cinco mil famintos, deu graças (Jo 6.11). Na ressurreição de Lázaro, Jesus agradeceu ao Pai (Jo 11.41). Ao distribuir o cálice por ocasião da instituição da santa ceia, Jesus deu graças (Mt 26.27).

Você é grato por ter uma congregação, um dia, um pastor, e assim estudar a Palavra de Deus? Você é agradecido pelo que hoje tem para se alimentar? Está agradecido pela vida e saúde? Você é grato em poder participar da santa ceia?

Nada disso merecemos! Ser grato, louvar a Deus, é testemunhar a fé que nos salva. A fé é o presente de Deus que nos move a louvar aquele do qual tudo recebemos, mesmo não merecendo, inclusive a purificação dos pecados. Amém!

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

Não creia em todo espírito (1Jo 4.1)

  27 de abril de 2024 Salmo 150; Atos 8.26-40; 1João 4.1-21; João 15.1-8 Texto: 1João 4.1-21 Tema: Não creia em todo espírito (v.1) ...