segunda-feira, 15 de abril de 2024

Dar a vida pelos irmãos! (1Jo 3.16)

 Quarto Domingo de Páscoa

21 de abril de 2024

Salmo 23; Atos 4.1-12; 1Jo 3.16-24; João 10.11-18

Texto: 1João 3.16-24

Tema: Dar a vida pelos irmãos! (1Jo 3.16)

 

O apostolo João que narrou essa parábola, escreveu na sua primeira carta que devemos “dar a vida pelos irmãos” (1Jo 3.16). Dar a vida parece indicar que Jesus teria sido esse bom pastor apenas na hora da sua morte. O ponto é que Jesus não apenas se declara pastor, mas, o bom pastor. “Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (João 10.11).

Dar a vida pelas ovelhas ou dar a vida pelos irmãos é empenhar-se pelos outros.

O apostolo João que em sua carta deseja ensinar a reta relação entre a fé e as obras, opondo-se aos que se gloriam de uma fé sem obras. Na época em que o apostolo escreveu essa carta, havia dois grandes perigos:

1 – os hereges que estavam se infiltrando na igreja;

2 – os cristãos que estavam se tornando displicentes.

Assim, nessa epistola, João deseja ensinar a fé (em oposição aos hereges), e o verdadeiro amor (em oposição aos perversos).

Se alguém é rico e vê o seu irmão passando necessidade, mas fecha o seu coração para essa pessoa, como pode afirmar que, de fato, ama a Deus?” (1Jo 3.17).

Observamos com tristeza que os cristãos na maioria das vezes são os que mais querem juntar dinheiro. Não é pecado juntar recursos, mas, qual é o intuito disso?

Você que possui recursos, está disposto a socorrer pessoas necessitadas?

Você sabe a diferença da pata para a galinha?

A galinha ao pôr um ovo anuncia para todos. A pata não. Precisamos ser como a pata. Ninguém precisa saber se socorremos e quem socorremos.

Aprendemos com os relatos iniciais da igreja após a ressurreição de Jesus que a necessidade de alguém era uma oportunidade para testemunhar a fé pelo auxílio ao necessitado (At 2.44; 4.34).

Cristo exortou amar os inimigos, ao amigo, por seres seu irmão na fé, deves o máximo. O apostolo Paulo escreveu para Timóteo: “Porém aquele que não cuida dos seus parentes, especialmente dos da sua própria família, negou a fé e é pior do que os que não creem” (1Tm 5.8).

É preciso ajudar quem não tem com que viver. A regra básica é: não tem amor aquele que possui recursos e, no entanto, não se sensibiliza. (Lutero).

Meus filhinhos, o nosso amor não deve ser somente de palavras e de conversa. Deve ser um amor verdadeiro, que se mostra por meio de ações” (1Jo 3.18).

De conversa, muita gente é boa. Mas, atitude, fazer o que precisa ser feito, poucos fazem, em especial àqueles que não falam.

Ao conclamar filhinhos, o apóstolo João está enumerando que há uma fraternidade. E se todos somos irmãos, a herança é nossa.

João diz: amemos os irmãos. Não é um ou outro, mas todos.

Há um ditado latino: “O povo avalia as amizades de acordo com a utilidade”. Eis o problema, amar e socorrer apenas aqueles que supostamente podem nos oferecer algo. O dever sagrado dos cristãos é estar a serviço não da sua própria vantagem, mas da vantagem dos irmãos. É colocar o coletivo acima do pessoal.

Dar a vida pelos irmãos é empenhar-se pelos outros.

Quando não há sensibilidade pelo outro, não há amor. O amor reflete a fé.

Se porventura ainda lhe falta obras, que não falte a fé, “se o nosso coração nos condena” (1Jo 3.20).

Portanto, meus queridos amigos, se o nosso coração não nos condena, temos coragem na presença de Deus” (1Jo 3.21).

A prática do amor, por mais que exigida, não tranquiliza nosso coração, afinal, nunca saberemos se fizemos o máximo. Outras vezes, nosso amor é mais de palavras. A única coisa que me tranquiliza é a fé. Aliás, a fé é que torna minhas ações, mesmo irrisórias, agradáveis a Deus (Hb 11.6).

Exatamente por isso, o lobo, que é o diabo quer nos afastar constantemente da Palavra de Deus. E se não consegue impedir a Palavra, impede a fé para que não se creia. Ele mistura inverdades com a Palavra de Deus. SE não consegue impedir a Palavra e a fé, esforça-se para impedir a oração e lança a pessoa em tantas ocupações que já não há tempo para orar, ouvir a Palavra e praticar a fé.

Recebemos dele tudo o que pedimos...” (1Jo 3.22).

Se têm uma coisa que o diabo detesta é que se seja grato a Deus.

Certa vez o diabo estava ouvindo um programa de rádio e nesse programa uma pobre mulher pediu socorro aos ouvintes. O diabo chamou seu servo e disse anote tudo o que ela precisa. Após o pedido, o diabo disse ao seu servo para adquirir todas as necessidades daquela mulher e levasse a sua casa e dissesse: quem te mandou é inimigo daquele que tu louvas. Ao receber a cesta com as coisas, o servo do diabo disse exatamente as palavras: quem te mandou é inimigo daquele que tu louvas. E a senhora respondeu, tudo bem, afinal, quando Deus quer até o diabo executa seu desejo.

A gratidão provém daquele que conhece a origem das suas bênçãos. A oração é dirigida ao autor dessas bênçãos. Nada nos falta e nada nos faltará, inclusive se ajudarmos o necessitado.

Tudo o que suplicamos a Deus é ouvido por Deus. Tudo é atendido por Deus, só nos resta entender como.

Duas coisas são essenciais ao cristão: crer em Jesus e amar os irmãos na fé.

Se João está convicto e por isso escreve essa carta no intuito de nos exortar quanto a prática da fé em amor, e alertar sobre os hereges que surgiam dentro da igreja, o verso 24 tem muito a nos ensinar.

Quem obedece aos mandamentos de Deus vive unido com Deus, e Deus vive unido com ele. E, por causa do Espírito que ele nos deu, sabemos que Deus vive unido conosco” (1Jo 3.24).

Quem crê e vive na prática do amor é de Deus. Amém!

 

Edson Ronaldo Tressmann

 

Bibliografia

LUTERO, Martinho. Obras Selecionadas, volume 11. Coeditoras, Sinodal, Concórdia e Ulbra, 2010. Pp. 500-506

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