Quarto Domingo de Páscoa
21 de abril de 2024
Salmo 23; Atos 4.1-12; 1Jo 3.16-24; João 10.11-18
Texto:
1João 3.16-24
Tema: Dar
a vida pelos irmãos! (1Jo 3.16)
O apostolo João que narrou essa parábola, escreveu na sua primeira carta que devemos “dar a vida pelos irmãos” (1Jo 3.16). Dar a vida parece indicar que Jesus teria sido esse bom pastor apenas na hora da sua morte. O ponto é que Jesus não apenas se declara pastor, mas, o bom pastor. “Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (João 10.11).
Dar a vida pelas ovelhas ou dar a vida pelos irmãos é empenhar-se pelos outros.
O
apostolo João que em sua carta deseja ensinar a reta relação entre a fé e as
obras, opondo-se aos que se gloriam de uma fé sem obras. Na época em que o
apostolo escreveu essa carta, havia dois grandes perigos:
1
– os hereges que estavam se infiltrando na igreja;
2
– os cristãos que estavam se tornando displicentes.
Assim, nessa epistola, João deseja ensinar
a fé (em oposição aos hereges), e o verdadeiro amor (em oposição aos perversos).
“Se alguém é rico e vê o seu irmão passando
necessidade, mas fecha o seu coração para essa pessoa, como pode afirmar que,
de fato, ama a Deus?” (1Jo 3.17).
Observamos
com tristeza que os cristãos na maioria das vezes são os que mais querem juntar
dinheiro. Não é pecado juntar recursos, mas, qual
é o intuito disso?
Você que possui recursos, está disposto a socorrer pessoas
necessitadas?
Você sabe a diferença da pata para a galinha?
A
galinha ao pôr um ovo anuncia para todos. A pata não. Precisamos ser como a
pata. Ninguém precisa saber se socorremos e quem socorremos.
Aprendemos
com os relatos iniciais da igreja após a ressurreição de Jesus que a
necessidade de alguém era uma oportunidade para testemunhar a fé pelo auxílio
ao necessitado (At 2.44; 4.34).
Cristo
exortou amar os inimigos, ao amigo, por seres seu irmão na fé, deves o máximo.
O apostolo Paulo escreveu para Timóteo: “Porém aquele que não cuida dos seus parentes, especialmente
dos da sua própria família, negou a fé e é pior do que os que não creem” (1Tm 5.8).
É
preciso ajudar quem não tem com que viver. A regra básica é: não tem amor aquele que possui
recursos e, no entanto, não se sensibiliza. (Lutero).
“Meus filhinhos, o nosso amor não deve ser somente de
palavras e de conversa. Deve ser um amor verdadeiro, que se mostra por meio de
ações” (1Jo 3.18).
De
conversa, muita gente é boa. Mas, atitude, fazer o que precisa ser feito,
poucos fazem, em especial àqueles que não falam.
Ao
conclamar filhinhos, o apóstolo João
está enumerando que há uma fraternidade. E se todos somos irmãos, a herança é
nossa.
João
diz: amemos os irmãos. Não é um ou
outro, mas todos.
Há
um ditado latino: “O povo avalia as amizades de
acordo com a utilidade”. Eis o problema, amar e socorrer apenas
aqueles que supostamente podem nos oferecer algo. O dever sagrado dos cristãos
é estar a serviço não da sua própria vantagem, mas da vantagem dos irmãos. É
colocar o coletivo acima do pessoal.
Dar a vida pelos irmãos é empenhar-se pelos
outros.
Quando
não há sensibilidade pelo outro, não há amor. O amor reflete a fé.
Se
porventura ainda lhe falta obras, que não falte a fé, “se o nosso coração nos condena” (1Jo 3.20).
“Portanto, meus queridos amigos, se o nosso coração não nos condena,
temos coragem na presença de Deus” (1Jo 3.21).
A
prática do amor, por mais que exigida, não tranquiliza nosso coração, afinal,
nunca saberemos se fizemos o máximo. Outras vezes, nosso amor é mais de
palavras. A única coisa que me tranquiliza é a fé. Aliás, a fé é que torna
minhas ações, mesmo irrisórias, agradáveis a Deus (Hb 11.6).
Exatamente
por isso, o lobo, que é o diabo quer nos afastar constantemente da Palavra de
Deus. E se não consegue impedir a Palavra, impede a fé para que não se creia.
Ele mistura inverdades com a Palavra de Deus. SE não consegue impedir a Palavra
e a fé, esforça-se para impedir a oração e lança a pessoa em tantas ocupações
que já não há tempo para orar, ouvir a Palavra e praticar a fé.
“Recebemos dele tudo o que pedimos...” (1Jo 3.22).
Se
têm uma coisa que o diabo detesta é que se seja grato a Deus.
Certa
vez o diabo estava ouvindo um programa de rádio e nesse programa uma pobre
mulher pediu socorro aos ouvintes. O diabo chamou seu servo e disse anote tudo
o que ela precisa. Após o pedido, o diabo disse ao seu servo para adquirir
todas as necessidades daquela mulher e levasse a sua casa e dissesse: quem te
mandou é inimigo daquele que tu louvas. Ao receber a cesta com as coisas, o
servo do diabo disse exatamente as palavras: quem te mandou é inimigo daquele
que tu louvas. E a senhora respondeu, tudo bem, afinal, quando Deus quer até o
diabo executa seu desejo.
A
gratidão provém daquele que conhece a origem das suas bênçãos. A oração é
dirigida ao autor dessas bênçãos. Nada nos falta e nada nos faltará, inclusive
se ajudarmos o necessitado.
Tudo
o que suplicamos a Deus é ouvido por Deus. Tudo é atendido por Deus, só nos
resta entender como.
Duas
coisas são essenciais ao cristão: crer em Jesus e amar os irmãos na fé.
Se
João está convicto e por isso escreve essa carta no intuito de nos exortar
quanto a prática da fé em amor, e alertar sobre os hereges que surgiam dentro
da igreja, o verso 24 tem muito a nos ensinar.
“Quem obedece aos mandamentos de Deus vive unido com Deus, e Deus vive
unido com ele. E, por causa do Espírito que ele nos deu, sabemos que Deus vive
unido conosco” (1Jo
3.24).
Quem
crê e vive na prática do amor é de Deus. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
Bibliografia
LUTERO,
Martinho. Obras Selecionadas, volume 11. Coeditoras, Sinodal,
Concórdia e Ulbra, 2010. Pp. 500-506
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