segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Currículo!

04 de outubro de 2020

Sl 80.7-19; Is 5.1-7; Fp 3.4-14; Mt 21.33-46

Texto: Fp 3.4-6

Tema: Currículo!

 

Fui circuncidado quando tinha oito dias de vida. Sou israelita de nascimento, da tribo de Benjamim, de sangue hebreu. Quanto à prática da lei, eu era fariseu ... No passado, todas essas coisas valiam muito para mim; mas agora, por causa de Cristo, considero que não têm nenhum valor” (Fp 3.5,7).

Um bom currículo é fundamental para conseguir emprego. Ainda mais nesses dias onde o número de desempregados aumentam cada vez mais mundo a fora.

Um bom currículo apresenta experiência profissional e formação acadêmica continuada.

Seu currículo vitae deve ser bom, invejável. Afinal, um bom currículo permite encontrar e se manter no emprego.

Por falar em currículo, observamos na carta aos Filipenses (Fp 3.5), o quão o currículo religioso de Saulo era invejável.

Como é o seu currículo religioso? Alguns têm seus currículos: batizado nas águas, falo línguas estranhas, me abstenho de alguns alimentos .... Outro currículo religioso bem conhecido entre nós é: batizado quando criança, luterano de berço, da família tal, de sangue alemão, quanto a prática da lei sou livre ...

O currículo religioso de Saulo era tão impactante e invejável: “Fui circuncidado quando tinha oito dias de vida. Sou israelita de nascimento, da tribo de Benjamim, de sangue hebreu. Quanto à prática da lei, eu era fariseu ...” (Fp 3.5).

Na carta aos Filipenses, além da alegria, o apostolo Paulo enumera alguns perigos que a igreja e os cristãos correm. No capítulo 1, Paulo fala das perseguições que podem surgir de fora, no capítulo 2, os perigos da desunião devido aos fatores dentro da igreja. Agora no capítulo 3, o apostolo fala sobre o perigo de confiar no currículo religioso. Esses, Paulo chama de cachorros (Fp 3.2).

Diante do currículo religioso, o apostolo escreve: “É verdade que eu também poderia pôr a minha confiança nessas coisas. Se alguém pensa que pode confiar nelas, eu tenho ainda mais motivos para pensar assim” (Fp 3.4), e assim propõe que os críticos analisem o currículo invejável de Saulo e concluam que por causa do currículo religioso, Saulo já estava salvo e isso poderia ser base de confiança.

Sua base de confiança está no seu currículo religioso?

Analisemos o currículo religioso de Saulo: “... circuncidado quando tinha oito dias de vida. ... israelita de nascimento, da tribo de Benjamim, de sangue hebreu. Quanto à prática da lei, eu era fariseu ...” (Fp 3.5).

... circuncidado ao oitavo dia...: símbolo do pacto abraâmico. A circuncisão, pelos judeus era necessidade absoluta para ser aceito por Deus (At 15.1). A legislação judaica requeria a circuncisão no oitavo dia (Gn 17.12; Lv 12.3). Assim, os convertidos ao judaísmo por serem circuncidados adultos, em si, já eram inferiores.

... israelita de nascimento ...: Saulo era da raça de Israel. Era descendente de Jacó, cujo nome era honrado pelo próprio Deus (Gn 32.42) e para os judeus esse nome era sagrado e eles se orgulhavam do mesmo. Ser israelita assinalava que era povo de Deus (Rm 9.4; 2Co 11.22; Ef 2.12). Jacó representava a raça pura de Israel, acima das demais. Israel não é raça mista. E ao escrever em seu currículo que era israelita de nascimento, Saulo destaca que seu sangue era plenamente teocrático, sendo representante seleto de uma raça.

... da tribo de Benjamim...: era o filho da esposa favorita de Jacó (Raquel, Gn 35.17-18). Dessa tribo veio o primeiro rei de Israel, Saul, de quem derivava o nome Saulo (1Sm 9.1,2). Os israelitas se dividiam como sendo Judá e Israel e nessa divisão somente os benjamitas se mantiveram fiéis à linhagem de Davi juntamente com Judá (1Rs 12.21). Tanto os benjamitas como os de Judá formaram o novo núcleo da colônia judaica (Ed 4.1). Nas batalhas, os representantes da tribo de Benjamim, iam na retaguarda e o grito de guerra israelita era: “Após ti, ó Benjamim.

Dessa forma ao escrever da tribo de Benjamim era ser o maior dos maiores, era ser o seleto dos seletos.

...de sangue hebreu...: descendente de Sem.

... Quanto à prática da lei, eu era fariseu ...: era da elite judaica. Foi instruído na lei e se tronou extremista por causa dessa lei (At 22.3; 23.6; 26.5). Os fariseus pensavam e agiam como se a vida inteira fosse caracterizada pela observância mais estrita da lei. Cada fato da vida diária era afetada pela lei.

A lei era o sistema judaico inteiro, o que determinava o antigo testamento e os acréscimos das tradições judaicas. Os fariseus eram seguidores estritos e escrupulosos da lei de Moisés.

Paulo não era um fariseu comum, e por isso, devido ao rigor da lei que cumpria, “...perseguiu a igreja ...” (Fp 3.6).

Pelo seu currículo, Paulo era irrepreensível, inculpável diante de Deus, mas, não sei se Paulo bateu a cabeça quando caiu do cavalo (At 9), afinal, preferiu rasgar e jogar seu currículo fora. “No passado, todas essas coisas valiam muito para mim; mas agora, por causa de Cristo, considero que não têm nenhum valor” (Fp 3.7).

Por causa de Cristo: meu currículo religioso perde seu valor. Não importa o quão religioso eu seja, sem Cristo, nada sou. Por mais que minha religiosidade faça as pessoas me elogiarem, aplaudirem, exaltarem, sem Cristo, não importam as palmas, os elogios, a exaltação. ...por causa de Cristo ... mesmo que meu currículo não seja digno de apreciação, por causa dos muitos pecados, vale mais que o currículo religioso sem Cristo.

De um currículo religioso invejável para um currículo questionável: “O ensinamento verdadeiro e que deve ser crido e aceito de todo o coração é este: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior” (1Tm 1.15).

Em Cristo meu currículo religioso nada vale, por mais grandioso que seja. Ante as pessoas, nosso currículo religioso têm valor, mas, diante de Deus, é melhor que ele me encontre na fé em Cristo do que com um currículo religioso em mãos.

Como é o seu currículo religioso? Qual é o seu apego e confiança nele?

Talvez você não fume, não beba, mas, guarda ódio do seu irmão. Talvez você se abstenha desse ou daquele alimento, mas, não se abstêm do que possui para socorrer um irmão necessitado. É melhor rasgar e jogar no lixo o meu currículo, “por causa de Cristo.” Deixe de olhar para seu currículo e olhe para aquele que do alto da cruz exclamou: está consumado! (Jo 19.30), ou melhor, o meu currículo religioso e também o currículo pecador foi rasgado e não tenho mais nada, a não ser em Cristo para me agarrar. Quando o sol brilha, de nada adianta estar ao lado de uma vela acessa.

Peço também que, por meio da fé, Cristo viva no coração de vocês. E oro para que vocês tenham raízes e alicerces no amor, para que assim, junto com todo o povo de Deus, vocês possam compreender o amor de Cristo em toda a sua largura, comprimento, altura e profundidade” (Ef 3.17-18). Amém!

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 22 de setembro de 2020

“...a vida de todas as pessoas pertence a mim...” (Ez 18.4)

 27 de setembro de 2020

Sl 25.1-10; Ez 18.1-4,25-32; Fp 2.1-4,14-18; Mt 21.23-27

Texto: Ezequiel 18,1-4, 25-32

Tema: ...a vida de todas as pessoas pertence a mim...” (Ez 18.4)

 

Há um grande perigo rondando nossos lares. Esse perigo se chama constelação familiar. As pessoas tentam explicar sua vida presente a luz dos traumas sofridos nas gerações anteriores da família. É como se fosse uma sina familiar. Filmes e séries trazem esse ensejo no seu arranjo e acabam influenciando toda a uma geração que acaba perdendo o senso de responsabilidade pessoal e olham para a responsabilidade coletiva.

As pessoas vivem o presente buscando quebrar alguma maldição do passado. Parece que somos herdeiros de uma maldição que nos acompanha e essa precisa ser anulada. Esse conceito é utilizado pelo movimento batalha espiritual.

Muitos defendem esse princípio a partir da leitura de Êxodo 20.5. Ao dar os mandamentos, Deus destacou que visitará a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração dos que o aborrecem. O que Deus está ensinando com essas palavras? Que cada qual têm sua responsabilidade diante de Deus. E, se porventura os filhos persistirem nos pecados dos pais, serão punidos, mas, se deixarem os pecados dos pais, serão restaurados e viverão. Esse é o convite de Deus pela boca do profeta Ezequiel.

Assim como atualmente, o povo compreendia equivocadamente Êxodo 20.5 e se diziam injustamente punidos devido aos pecados que os pais haviam cometido. Era melhor para eles culparem seus pais do que arrependerem-se dos seus pecados. Nesse sentido, Deus mesmo explica Êxodo 20.5 em Ezequiel 18.14-19.

A responsabilidade foi e continua sendo transferida para outro. De quem é a culpa por essa situação? Destino? Azar? Próximo? Deus?

Ambrose Bierce cinicamente definiu responsabilidade como um fardo móvel transferido com facilidade para os ombros de Deus, do Destino, da Sorte ou do próximo.

Responsabilidade e Prestação de contas são os temas dos capítulos 18 a 21 de Ezequiel.

O ser humano, quando afastado da Palavra de Deus, busca resposta para seus problemas e dificuldades na constelação familiar, na quebra de maldições, na batalha espiritual e se esquece que Deus deseja sua conversão e seu arrependimento.

A única maldição que nos acompanha desde Adão e Eva é o pecado. E, cada qual é responsável pelos seus pecados e por eles prestará contas diante de Deus. Graças ao amor do Pai, temos o advogado Jesus (1Jo2.1).

Todo cristão convertido e arrependido já rompeu com o passado e não é punido pelos pecados dos pais. Eles, assim como eu, são responsáveis por si diante de Deus.

Pelo profeta, Deus disse: “...a vida de todas as pessoas pertence a mim...” (Ez 18.4). Isso significa duas coisas. Primeiro: cada qual é responsável e prestará contas de si mesmo diante de Deus. Segundo: nossa vida não pertence a mim mesmo, mas a Deus. Por pertencer a Deus, Ele nos convida dia após dia ao arrependimento e a conversão. O arrependimento e a conversão dá a vida verdadeira.

A filosofia prática da vida é minha e eu faço com ela o que quero não têm permitido as pessoas viverem. Pois, ao surgir uma situação difícil, a minha que é minha, vivida por mim, está complicada por culpa de outro. Assim, rapidamente busca-se resposta numa possível maldição familiar, e ignoram o convite de Deus ao arrependimento.

A vida não é nossa propriedade, apenas usufruímos dela. A visa é propriedade de Deus, que soprou o fôlego da vida e pagou em seu Filho Jesus um alto preço pela mesma. E é o proprietário que não quer que ninguém morra (Ez 18.32) eternamente. Ao contrário, deseja que todos vivam.

O apostolo Paulo escreveu que Jesus Cristo, o Filho de Deus, na cruz, anulou qualquer efeito e maldição da lei sobre nós (Cl 2.13-15; Gl 3.13). Dessa forma, por mais malditos que sejamos de acordo com a lei de Deus, por mais que a lei de Deus acuse e aterrorize nossa consciência, o objetivo é fazer com que paremos de pecar e vivamos a verdadeira vida dada por Deus (Jo 10.10; 10.28).

Nos seus pecados, que dificultam ainda mais viver a vida, pessoas buscam respostas nesse mundo que jaz no maligno (1Jo 5.19), e deixa de buscar a Deus em arrependimento e viver.

Deus disse e não volta atrás na sua Palavra: “...a vida de todas as pessoas pertence a mim...” (Ez 18.4). Assim, mesmo sendo irresponsável e caindo em pecado, sua prestação de contas diante de Deus é anulada em Cristo Jesus. Sendo que a vida pertencer a Deus, ainda hoje convida ao arrependimento e a conversão. Tudo o que Deus fez e faz é para que você viva. Amém!

ERT

Edson Ronaldo TREssmann

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Um servir necessário que honra a Deus!

 20 de setembro de 2020

Sl 27.1-9; Is 55.6-9; Fp 1.12-14,19-30; Mt 20.1-16

Texto: Mateus 20.1-16

Tema: Um servir necessário que honra a Deus!

 

As pessoas gostam de ganhar presentes. E acredito que a maioria espera ganhar um presente melhor daquele pessoa que sempre ajudou e que socorreu em alguma situação.

Observem esses presentes diante do altar: qual deles deveria ser seu? Por qual motivo?

Quando o jovem rico recusou abandonar suas riquezas e seguir a Cristo, ao ouvirem o alerta sobre o perigo das riquezas tirar alguém do reino de Deus, Pedro exclamou: “Nós deixamos tudo e seguimos o senhor. O que é que nós vamos ganhar?” (Mt 19.27).

O apostolo Paulo na carta aos Romanos questionou sobre alguns fatos que em si podem afastar as pessoas de Cristo. “Então quem pode nos separar do amor de Cristo? Serão os sofrimentos, as dificuldades, a perseguição, a fome, a pobreza, o perigo ou a morte?” (Rm 8.35).

Se essas e outras coisas podem nos afastar do Reino de Deus, o que nós, que seguimos a Cristo apesar de tudo, iremos ganhar?

Em tudo o ser humano busca vantagem. Muitas pessoas estão buscando a Deus, no entanto, essa busca é motivada por algum benefício próprio. Alguns buscam prosperidade, riqueza, livramento de algum mal ...

Qual têm sido a sua motivação em servir a Deus? Por que oferta para o Reino de Deus? Qual motivo em sempre estar ativo no trabalho congregacional?

Parece que muitas vezes exclamamos como Pedro: Nós deixamos tudo e seguimos o senhor. O que é que nós vamos ganhar?” (Mt 19.27).

O que nós ganhamos ou vamos ganhar pelo nosso servir?

Num mundo competitivo, onde nada é gratuito, o servir no Reino de Deus parece ser motivado tão somente pela recompensa.

A parábola dos trabalhadores na vinha, é exclusiva de Mateus. E a mesma quer nos levar ao auto exame sobre o motivo para o serviço cristão nesse mundo. O salmista escreveu: “Somente a ti, ó Senhor Deus, a ti somente, e não a nós, seja dada a glória por causa do teu amor e da tua fidelidade” (Sl 115.1), assim, o apostolo Paulo escreveu aos coríntios: “Portanto, quando vocês comem, ou bebem, ou fazem qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31).

Se o servir, ofertar, atuar têm como motivação o ser aplaudido, elogiado, acaba-se por desonrar a Deus, chegando ao ponto da soberba e eu - latria.

Jesus conta que trabalhadores foram contratados logo ao amanhecer o dia (v.1), com a diária combinada em uma moeda de prata (v.2). Às 09:00 horas outros trabalhadores foram contratados e o patrão pagaria um valor justo na diária (v.4). Ao meio dia e as 15:oo horas outros trabalhadores foram chamados com promessa de pagamento justo. E por fim, já quase no final do dia, tendo passado o sol ardente, eis que outros trabalhadores foram chamados, mas, sem nenhum valor estipulado e nem sequer promessa de pagamento (v.7).

Era costume que o pagamento fosse realizado antes das 18:00 horas. E assim, o patrão ordenou que as diárias fossem pagas começando pelos últimos. Esses receberam uma prata por menos de uma hora de trabalho. O valor deveria ser dividido em 12, e esse seria o valor justo. Mas, o patrão resolveu pagar o valor de uma diária. Os que foram contratados pela manhã logo pensaram que iriam receber muito mais de uma moeda de prata. Mas, chegando o momento do pagamento receberam o que foi estipulado pela manhã ao serem contratados (v.1). Revoltaram-se e criticaram a postura do patrão. Segundo eles, o patrão estava sendo injusto (v.12).

O público de Jesus não eram apenas os discípulos, que gostariam de saber o que ganhariam por ter largado tudo e estavam servindo o mestre. Jesus tinha fariseus (Mt 19.3) na plateia e esses se julgavam servidores de Deus e merecedores de ricas bênçãos por isso. Haviam outros mestres, como o jovem rico (Mt 19.20), que observavam a lei e se diziam bons e merecedores de elogios e precisavam ser os primeiros.

Ante a tudo isso, Jesus fala sobre os últimos (desprezados da época e de hoje por serem seguidores de Cristo) serão os primeiros. E os primeiros (que na época e hoje, buscam apenas elogios e aplausos ou que servem por interesse) serão os últimos.

Muitos estavam e muitos continuam servindo com a motivação errada.

É verdade que Deus recompensará cada qual por suas obras e serviços no Reino de Deus (Is 40.10; Cl 3.23-24; Ap 22.12 ...), no entanto, não é essa a motivação no servir. A motivação está no fato de sermos chamados e permitidos servir no Reino. Nesse sentido, nossa oração é semelhante a de Davi (Sl 27.4) e do apostolo Paulo (Fp 1.21-26), onde pedimos a Deus por vida para poder servir. O mundo precisa do nosso serviço! Um servir necessário que honra a Deus! Os não cristãos conhecem a Deus pelo nosso trabalho, nosso culto, nossa oferta, nosso louvor. Nosso servir honra a Deus que é a nossa luz e nossa salvação. Amém!

ERT

Edson Ronaldo TREssmann

terça-feira, 8 de setembro de 2020

Tenha paciência comigo!

 13 de setembro de 2020

Sl 103.1-12; Gn 50.15-21; Rm 14.1-12; Mt 18.21-35

Texto: Mateus 18.26,29

Tema: Tenha paciência comigo!

 

Certo dia numa cidade apareceu um comunicado sobre os nomes de todas as pessoas que não pagavam suas dívidas e quando cobrados negavam a mesma.

As pessoas ficaram indignadas com esse comunicado, afinal, não era apenas a divulgação do nome, mas, o comércio passou a não vender mais fiado para essas pessoas.

O que chamou atenção nessa lista é que os devedores eram pessoas ricas e não precisavam passar por aquilo.

Já imaginou se Deus comunicasse o nome das pessoas perdoadas que não perdoam?

Após destacar a intensidade na busca pelo pecador, parece que Pedro ficou em dúvida e quis provocar Jesus sobre a quantidade em que se deve perdoar. Afinal, se Jesus citou três passos, parece que os judeus estavam certos em não perdoar numa quarta ocasião (Am 2.6; Jó 33.29). Ou, quem sabe Pedro quis saber sobre a quantidade de vezes perdoar a pessoa que peca contra a mesma pessoa. “Senhor, quantas vezes devo perdoar o meu irmão que peca contra mim? Sete vezes?” (Mt 18.21) e ao responder que o perdão é ilimitado e que é preciso perdoar sempre, leva os discípulos como registrou Lucas a suplicar: “Aumente a nossa fé” (Lc 17.5).

Ainda hoje é preciso suplicar: Senhor Deus aumente a minha fé! Para perdoar quem pecou contra mim e para que eu pecador viva esse perdão.

Ainda hoje é preciso suplicar: Senhor Deus aumente a minha fé! Afinal, alimentamos desejos de vingança e muitas vezes, passamos a agir maldosamente contra aquele que pecou contra nós. Isso por palavras, gestos, ações e até omissões.

Perdão!

Jesus ensina a lição do perdão falando sobre dois homens e suas dívidas. Os dois pediram a mesma coisa: “Tenha paciência comigo.

O primeiro homem, tinha uma dívida enorme para com o rei. Alguns calculam que essa dívida era de 7 bilhões de dólares. Só para ter uma ideia, dos 10 homens mais ricos do Brasil, do 1º ao 5º poderiam pagar essa dívida, do 6º em diante não poderiam pagá-la.

Uma dívida tão astronômica que o rei deu uma opção aquele homem no intuito de que a dívida fosse aparentemente ressarcida: “... o rei, ordenou que fossem vendidos como escravos o empregado, a sua esposa e os seus filhos e que fosse vendido também tudo o que ele possuía” (Mt 18.25). E desesperado em não poder pagar e desesperado por correr o perigo de perder sua família suplicou: “Tenha paciência comigo” (Mt 18.26).

O argumento poderia ser: é uma dívida impagável! A única coisa a ser feita é vender a família e tudo o que possui para pelo menos se livrar da vergonha de não pagador e assim honrar o nome de bom pagador. No entanto, o rei, “teve pena dele” (Mt 18.27), e lhe perdoou.

Quem é esse rei que perdoa uma dívida impagável? Deus. Ele é o rei da parábola. E nós somos esse homem com uma dívida impagável. E a história não termina ai.

Esse homem perdoado, encontrou-se com um companheiro de trabalho e lembrou da dívida que esse tinha com ele. Seria natural, já que foi perdoado de uma dívida impagável, abraçar esse homem e dizer, você já me deve nada. Mas, já que esse homem representa a cada um de nós, ele agarrou seu companheiro pelo pescoço e começou a cobrança de forma bruta e cruel (Mt 18.28).

A dívida desse homem era muito pequena. Alguns calculam 100 dólares, ou seja, em torno de 500 reais. Se a outra dívida em termos financeiros só pode ser pagar pelos 5 homens mais ricos do Brasil, essa pode ser paga por qualquer brasileiro.

O clamor desse homem foi o mesmo que àquele que o cobrava havia feito: “Tenha paciência comigo” (Mt 18.29). Mas, sem compreender o tamanho da dívida que ele tinha e havia sido perdoado, não usou de misericórdia para com o outro.

Quando não se reconhece o tamanho da dívida para com Deus e o seu maravilhoso perdão, agimos como inflexibilidade, rancor e maldade.

As pessoas que não perdoam e que se acusam dos seus pecados sem saber do perdão de Deus em Jesus, tornam-se ervas amargas que apenas oferecem amargor aos outros.

O perdão não é fácil, mas é necessário!

Viver sem perdão é viver uma constante depressão. Viver sem perdão é vegetar sem estar ligado a aparelhos. Viver sem perdão é estar obeso e sentir-se magro. Viver sem perdão é viver sorrindo sem estar alegre.

O perdão é tão necessário que Jesus o coloca dentro da oração do Pai Nosso entre os pedidos por livramento do mal. Em outras palavras, o perdão nos liberta.

Milhares de pessoas ficam presas ao passado e sofrem pelos seus pecados e pelos pecados dos outros contra elas. A vingança parece não ter sido realizada e isso leva a frustração. Assim, sofrem e ficam se remoendo dia após dia.

Enquanto que o pecado nos leva a perder tudo o perdão impede que tudo seja perdido. Agora, perdoados e com garantias de que não perderemos o que temos, somos enviados de volta para casa. Mas, lembre-se, pode ser que no caminho você encontre alguém que pecou contra você: perdoe. Nossos devedores, precisam do nosso perdão agora e sempre. Não perdoar é permitir que sejamos presos e assim sofrer.

O perdão é remédio divino!

Deus enviou Jesus para saldar a nossa dívida. Uma dívida impagável. Deus é longânimo e perdoa seus filhos e quer que todo pecador seja buscado para ser perdoado e assim tenha vida plena. O perdão recebido e dado é algo que gera vida, uma nova vida. Amém!

ERT

Edson Ronaldo TREssmann

Não creia em todo espírito (1Jo 4.1)

  27 de abril de 2024 Salmo 150; Atos 8.26-40; 1João 4.1-21; João 15.1-8 Texto: 1João 4.1-21 Tema: Não creia em todo espírito (v.1) ...