segunda-feira, 31 de agosto de 2020

O homem perdoado é feliz!

Sl 32.1-7; Ez 33.7-9; Rm 13.1-10; Mt 18.1-20

Texto: Salmo 32.1-7

Tema: O homem perdoado é feliz!

 

Qualquer pessoa quer ser feliz!

Mas, por mais felizes que estejam, as pessoas acham que podem ter mais felicidade ainda.

Davi era um homem feliz. Entre seus irmãos o mais improvável é que ele se tornasse rei. Mas, foi escolhido por Deus para ser o rei de Israel. Obteve vitórias e mais vitórias nas mais variadas guerras. Casado, com filhos, homem maduro, e mesmo assim, viu a oportunidade de ser mais feliz. E essa felicidade lhe apareceu estar numa mulher encantadora, Bate-Seba.

No entanto, o que pareceu ser um momento de felicidade trouxe lhe inúmeros infortúnios, inclusive a necessidade de se tornar um assassino. Era preciso esconder seu pecado. E enquanto escondia seu pecado, eis que Davi, foi se tornando um homem infeliz.

Há pessoas felizes e infelizes!

Onde está a felicidade?

Davi parecia ser feliz em ser rei, ter esposas, filhos, bens. Mas, deixou de ser feliz não por ter perdido uma de suas esposas, filhos, bens. Sua infelicidade também não foi a queda em pecado, afinal, pecar, todos pecam. Sua infelicidade foi deixar de confessar o seu pecado a Deus.

O que motivou Davi a não confessar seus pecados?

Pela lei de Deus, os pecados de adultério e assassinato, deveriam ser punidos pela morte por apedrejamento. Já imaginou o rei ser executado a pedradas pelo povo a quem governava? A melhor opção era esconder seus pecados! Claro que Davi não precisava confessar esses pecados para as pessoas, mas, deveria ter confessado os seus pecados a Deus e seu problema foi com Deus.

Enquanto que no Salmo 32, Davi mostra todo sofrimento físico que enfrentou por esconder de Deus seus pecados, o Salmo 51 mostra seu sofrimento espiritual.

As pessoas buscam uma vida feliz! Deus o criador, criou e sustenta todas as coisas para que o ser humano fosse e seja feliz. Quando a infelicidade do pecado caiu sobre a humanidade Deus prometeu enviar seu Filho para salvar o pecador e assim devolver-lhe a felicidade. Por causa do pecado, vivemos as infelicidades naturais e sociais ... Quando o ser humano, devido a sua natureza pecaminosa, cai no infortúnio de um adultério, homicídio, corrupção, ... pelo poder do Espírito Santo recebe forças para prosseguir pelo perdão que Deus concede ao pecador arrependido.

As pessoas buscam uma vida feliz! Deus quer e proporciona a oportunidade para que o pecador tenha uma vida feliz. Na verdade, Deus quer que o ser humano tenha a felicidade plena. Onde está essa felicidade? No perdão de Deus (Sl 32.1-2).

A felicidade plena não está nos bens materiais, nas realizações humanas. A felicidade plena está em Deus, que concede perdão para o pecador arrependido em meio aos seus piores pecados.

Você quer ser feliz? Confesse seus pecados a Deus. Se seus pecados forem ocultos, confesse-os a Deus. Se seus pecados forem públicos, confesse-os publicamente. Se você ver seu irmão pecar, fale com ele em particular. Se for necessário, leve mais uma pessoa até que seja necessário a igreja. No entanto, lembre-se, esses são meios que Deus possibilitou e possibilita para que o ser humanado desgraçado pelo pecado, seja feliz. Deus quer que seus filhos e filhas recebam o perdão e tenham a felicidade.

Feliz aquele cujas maldades Deus perdoa e cujos pecados ele apaga! Feliz aquele que o Senhor Deus não acusa de fazer coisas más e que não age com falsidade!” (Sl 32.1-2). Amém!

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 25 de agosto de 2020

“as tuas palavras encheram o meu coração de alegria e de felicidade” (Jr 15.16)

 30 de agosto de 2020

Salmo 26; Jeremias 15.15-21; Romanos 12.9-21; Mateus 16.21-28

Texto: Jr 15.15-21

Tema: as tuas palavras encheram o meu coração de alegria e de felicidade (Jr 15.16)

 

Vez ou outra a melhor alternativa parece ser abandonar a Deus que muitas vezes parece ter nos abandonado. Não sei se você já sentiu assim. Muitos se sentem dessa maneira e muitos caíram e abandonaram o caminho da cruz.

O profeta Jeremias foi chamado por Deus para proclamar a mensagem divina num momento delicado. Era preciso denunciar a gravidade do pecado e convidá-los ao arrependimento. Esse arrependimento era necessário, pois, muitos passaram a desprezar e abandonaram a aliança com Deus. O desprezo e o abandono se manifestou na adoração aos deuses pagãos.

Era tempo de seca que estava assolando Judá (Jr 14). Em meio a essa realidade, o profeta fez uma oração: Ó Senhor Deus, os nossos pecados nos acusam, mas pedimos que nos ajudes, como prometeste. Muitas vezes, nos afastamos de ti e contra ti temos pecado” (Jr 14.7). Deus rejeitou essa oração do profeta e disse que não se agradava do povo e os puniria (Jr 14.10). Jeremias ora mais uma vez e outra vez sua oração é rejeitada. Quando ora pela terceira vez, disse: “Lembra das tuas promessas e não nos desprezes. Não deixes que seja humilhada a cidade de Jerusalém, o lugar do teu trono glorioso. Lembra da aliança que fizeste com o teu povo e não desistas dele” (Jr 14.21). Essa oração foi respondida por Deus da seguinte maneira: “Mesmo que Moisés e Samuel estivessem aqui implorando, eu não teria dó deste povo. Mande essa gente embora. Que sumam da minha frente! ... Vocês me rejeitaram e viraram as costas para mim. Aí levantei a mão e esmaguei vocês porque estava cansado de perdoar. Sou eu, o Senhor, quem está falando” (Jr 15.1,6).

O profeta Jeremias pede ajuda a Deus pedindo que Deus se lembre dele. Esse lembrar de Deus é um benefício dos que confiam em Deus.

Esse clamor deve-se ao fato de que o mesmo está sofrendo afrontas por causa de Deus. Em outras palavras, por causa de Deus, Jeremias estava suportando e carregando uma pesada cruz e parecia ser melhor abandonar sua vida cristã, afinal, Deus parecia ter abandonado o profeta e o povo.

Jeremias andava solitário por causa do Senhor, Deus não lhe permitiu ter nem sequer uma esposa (Jr 16). O profeta não poderia nem se divertir (Jr 16.8). Assim o profeta pergunta: “Será que és como um riacho que seca no verão?” (Jr 15.18).

Todo viajante do Oriente sabia que encontraria água nas fontes e nos poços que haviam em determinados lugares estratégicos. Mas muitas dessas fontes e poços secavam em determinados períodos do ano. Assim, se caso alguém viesse buscar água nessas fontes e poços acabavam voltando para casa frustrados. Esse era o retrato dramático da vida do povo de Deus. Frustrados com Deus a quem eles haviam abandonado, mas, julgavam que Deus os havia esquecido. Deus havia “cansado de ter compaixão” e recusou ajudar e socorrer o povo naquela momento, como já havia feito incontáveis vezes na história.

Após queixar-se diante de Deus, agora Deus se dirige ao profeta: “Se você voltar, eu o receberei de volta, e você será meu servo de novo” (Jr 15.19).

O pecado do profeta e também do povo era duvidar da fidelidade de Deus. O convite ao arrependimento era uma renovação ao chamado que Deus havia feito e estava fazendo novamente.

Como seguir no caminho cristão se muitas vezes parece ser tão difícil continuar? O profeta responde: “as tuas palavras encheram o meu coração de alegria e de felicidade” (Jr 15.16). Assim Deus anuncia ao profeta: “Se você disser coisas que se aproveitem e não palavras inúteis, você será de novo meu profeta” (Jr 15.19).

Aproveite a Palavra de Deus e que essa Palavra de Deus seja pregada. O recado de Deus é para que o profeta não se deixe levar pela situação do povo e nem sequer pelo resultado da pregação. Continue sendo boca do Senhor junto ao povo. Deus promete continuar junto ao seu profeta.

É fácil afastar-se da cruz. O diabo, inimigo da igreja, busca de todas as maneiras nos afastar da caminhada cristã e o faz tornando a cruz algo insignificante.

Na carta aos Romanos (Rm12.9-21), o apostolo escreve sobre uma série de virtudes. Ouça: amor sem hipocrisia, detestar o mal, apegar-se ao bem, ser fervoroso no espírito, alegrar-se na esperança, ter paciência na tribulação, ser perseverante na oração, ajudar o necessitado, praticar a hospitalidade, abençoar os inimigos, ser sensível às necessidades do próximo, não ser orgulhoso, não pensar de si mais do que realmente é, fazer o bem a todos, deixar a vingança para Deus, vencer o mal com o bem. Essas virtudes eram ignoradas por um povo greco-romano que cultivava a religiosidade do mente e do corpo e não suportava o carregar a cruz em favor do próximo.

O envio e reenvio do profeta Jeremias era mais uma vez a amostra que Deus tinha um imenso amor por seu povo.

Deus continua nos dando a sua Palavra, “as tuas palavras encheram o meu coração de alegria e de felicidade” (Jr 15.16). Essa Palavra chama a fé e ajuda a vencer as tribulações e perseguições que provém aos seguidores de Cristo.

O profeta não estava isento de sofrimentos só por ser profeta. Deus, por sua Palavra foi e é o suporte necessário nos piores momentos, “as tuas palavras encheram o meu coração de alegria e de felicidade” (Jr 15.16). Por essa Palavra, apesar das tribulações, o profeta Jeremias descansou consolado e fortalecido e apto a continuar. Amém!

 

ERT

Edson Ronaldo TREssmann

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Igreja na Rocha!

 

Salmo 138; Isaías 51.1-6; Romanos 11.33-12.8; Mateus 16.13-20

Texto: Mateus 16.13-20

Tema: Igreja na rocha!

 

O Brasil é tido como um país religioso. Toda essa religiosidade está expressa nos templos, espaços religiosos e festa e feriados.

Todavia, em meio aos mais variados templos, espaços religiosos, festas religiosas, a pergunta que precisa ser respondida é: Quem o povo diz que é Jesus?

Vez ou outra questiono as pessoas: Crer em Deus salva? A resposta de muitos é sim. Entretanto ressalto que o que salva o pecador é a obra de Jesus. A fé na obra de Cristo salva! Só sei quem é Deus em Cristo, no ungido e enviado da parte de Deus (Mt 11.27). E é essa verdade que Pedro confessou, a igreja confessa e é a verdade sobre a qual a igreja está fundamentada.

Jesus indagou: Quem as pessoas dizem ser o Filho do homem?

As respostas mostram confusão da parte das pessoas. Não é desconhecimento da Palavra, mas uma interpretação equivocada.

João Batista – o povo adotou a mesma teoria de Herodes, ou seja, que Jesus fosse João Batista ressuscitado. Ao dizer que Jesus era Elias, indica que muitos lembravam-se da profecia de que Elias voltaria (Ml 4.5). E como todos sabiam que Elias não havia morrido, mas havia sido levado vivo ao céu, muitos supunham que Jesus era Elias enviado de volta e era o precursor de Cristo. E quando ouvimos dos discípulos que Jesus era Jeremias, deve-se as mais variadas lendas acerca desse profeta. Para muitos judeus, o profeta Zacaria havia sido a reencarnação de Jeremias. Muitos acreditavam que a profecia de Dt 18.15,18 (referência a Cristo) referia-se ao ministério e pessoa do profeta Jeremias. Muitos acreditavam, conforme está registrado em 2Macabeus 2.1-12, que o profeta Jeremias em algum momento devolveria à nação de Israel a arca original que ele havia escondido numa caverna. Muitos acreditavam que Jeremias era uma espécie de anjo da guarda da nação.

Além de João Batista, Elias, Jeremias, muitos diziam que Jesus era algum dos profetas. Para muitos, a tradição profética estava em vigor, afinal, os milagres mostravam que um profeta estava entre eles.

Essas opiniões não mostram ignorância Bíblica, mas, confusão bíblica. O povo tinha esperança messiânica, esperavam o cumprimento das profecias, porém, ignoravam a presença do próprio Messias entre eles. O apostolo João escreveu: “veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11).

Esse evento ocorrido em Cesaréia de Filipe, centro do culto pagão ao deus grego Pan, mostra que, além da confusão bíblica havia muita religiosidade idolatra. E nessa terra pagã, em meio a influência religiosa e confusão bíblica, Pedro faz, pelo poder de Deus a mais impactante confissão de fé: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16).

Cristo - tornou nome composto e até sobrenome de família. Mas, conforme o Antigo Testamento e o Novo Testamento, Cristo não é nome, mas, um título especial. Cristo é o ungido e o enviado de Deus para realizar algo.

A confissão de que Jesus é o Cristo envolve crer que sua obra é o centro da salvação.

Essa confissão foi e é dada pelo poder do Pai. O próprio Jesus agradeceu ao Pai pela revelação dada aos seus discípulos (Mt 11.25-27).

Essa não foi a primeira vez que essa confissão de fé foi dada pelos discípulos. Quando André apresentou seu irmão Simão a Jesus o fez na convicção de que ele era o Messias (Jo 1.41). Natanael confessou que Cristo era o Filho de Deus (Jo 1.49). Após a tempestade em que Pedro caminhou sobre as águas, os discípulos declararam que ele era o Filho de Deus (Mt 14.33). Quando Jesus pregou e disse que ele era o “pão da vida” (Jo 6.68-69) e as pessoas abandonaram a Jesus, Pedro confessou que eles criam que Jesus era o “santo de Deus.

Essa confissão é especial por dois motivos!

Primeiro: não é reação emocional diante de um milagre. É algo refletido e sincero.

Segundo: essa confissão tornou-se extraordinária por conduzir a outra verdade, muitas vezes esquecida: Jesus é o fundamento da igreja! Jesus registra que sobre esta confissão dada pelo Pai, a sua igreja será edificada.

Eu não tenho igreja! Eu sou igreja, a igreja de Jesus.

Muitas pessoas querem ser donas de igreja. Como se fosse uma instituição meramente humana.

Por mais que valorizemos o lado humano, ser igreja de Jesus, estar na fé, louvar, ofertar, tudo é obra do poder de Deus. Ele nos presenteou com a fé. Pela fé nos leva a adoração, oferta e serviço.

Religiosidade, templos e espaços religiosos, mas, muitos ainda não sabem dizer quem de fato é Jesus!

A Igreja e os Cristãos confessam a Cristo, sua obra como único meio de salvação.

A igreja têm como símbolo a cruz, mas, se fosse uma rocha não seria nenhum absurdo. Um símbolo da ressurreição é a pedra removida do sepulcro.

O Antigo Testamento está cheio de citações referente a rocha (Dt 32.4; Sl 18.2, 31. A rocha é símbolo de Deus.

A resposta de Jesus ante a confissão foi: “tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja...” (Mt 16.18).

André apresentou o seu irmão Simão a Jesus convicto de que esse era o Messias (Jo 1.41). E logo em seguida, Jesus lhe deu o nome grego Pedro (Jo 1. 42) que significa pedra. Em aramaico, Pedro é Cefas que significa pedra.

Dessa forma, quando Jesus exalta a confissão e responde dizendo “tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja...” (Mt 16.18), não tem por objetivo destacar a pessoa de Pedro, mas a confissão de que Cristo é o Filho do Deus vivo, a rocha de salvação.

É interessante que o apostolo Pedro na sua primeira carta chama os cristãos de pedras que vivem (1Pe 2.5), ou seja, pessoas que confessam a rocha que é Cristo.

A igreja abre sua boca para professar a sua fé em Cristo! Sem Cristo, a igreja passa a ser qualquer tipo de denominação. O espetacular na igreja é Cristo! Como disse a uma pessoa outro dia, ser cristão é saber para onde voltar a cada queda em pecado. É saber que Cristo perdoa, pois ele é a rocha de salvação.

Essa fé não é obra humana. Como disse o próprio Jesus, a igreja só pode confessar a respeito da rocha que é Cristo, só permanece na rocha que é Cristo pelo poder de Deus. Deus dá a fé no batismo e na pregação. Deus mantêm a fé pela pregação e santa ceia.

Nunca venho ao culto por ser melhor que outros. Venho ao culto, pois preciso de perdão. E Cristo é a rocha que me salva. Lembre-se: o único pecado para o qual não há perdão é recusar a rocha que me salva.

Ei, não se distraia! É preciso retornar a rocha (Cristo) todos os dias!

Logo após essa confissão, Pedro foi exortado por Jesus para que esse não deixasse Satanás ocupar sua mente (Mt 16.22). Em outras palavras Jesus estava dizendo a Pedro, retorne a rocha. Ela é o fundamento! A rocha veio para ser ferida (Ex 17.6; Nm 20.8-11; 1Co 10.4). O apostolo Paulo precisou alertar o apostolo Pedro para que não se desviasse do evangelho que é Cristo (Gl 2).

A igreja é a composição daqueles que confessam a rocha que é Cristo, o ungido e enviado de Deus para salvar.

Observe o verso 18. Jesus dá um destaque especial ao dizer: minha igreja. O que será que isso significa?

A palavra igreja significa assembleia convocada. A palavra ekklesia era usada para designar a assembleia popular de cidadãos gregos que ajudavam a governar uma determinada cidade ou distrito (At 19.32,39,41. Os atuais conselhos municipais). A palavra igreja era usada para descrever o povo de Israel quando se reunia para as atividades religiosas (Dt 31.30; Jz 20.2). E nós temos essa concepção de igreja entre nós. Parece que só é igreja quem está reunido em culto.

No entanto, aqui Jesus destaca algo novo. Minha igreja – composto por aqueles que estão na rocha que é Cristo (Ef 2.11-3.13; Gl 3.28; Ef 1.22; Cl 1.18). Como escreveu o apostolo Pedro, a igreja é composta pelas pedras vivas que vivem por causa da rocha que é Cristo (1Pe 2.5).

A igreja fundamentada em Cristo e na sua obra está liberta de algo especial. Ela é uma igreja que prevalece apesar dos pesares. Ao dizer que “... as portas do inferno não prevalecerão contra ela ...” (Mt 16.18), Jesus enfatiza que o poder organizado da morte e de Satanás não derrotarão a igreja, ou o crente que está em Cristo. Em toda a bíblia, a palavra porta representa autoridade e poder.

Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo, venceu a morte e o diabo, e todo aquele que crê é a igreja de Cristo e não será derrotado, nem mesmo pela morte (Jo 11.25).

Os cristãos estão na rocha que é Cristo e são alimentados pela rocha que é Cristo. Os cristãos são pedras vivas que levam a esse mundo o perdão e abrem assim o céu para os pecadores. Amém!

ERT

Edson Ronaldo TREssmann

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Deus não está Distante!

 Salmo 67; Isaías 56.1,6-8; Romanos 11.1-2, 13-15, 28-32; Mateus 15.21-28

Texto Base: Mateus 15.21-28

Tema: Deus não está distante!

 

Aqui no Brasil estamos no quinto mês dessa Pandemia. Coisas que antes eram corriqueiras tornaram-se distantes nesse tempo. Escolas Públicas, rapidamente migraram para o ensino a distância. Supermercados passaram a vender a distância, via wathsap.

Você sabia que Jesus realizou durante o seu ministério duas curas a distância? Mateus 8.5-13; 15.21-18. O servo do centurião e a filha dessa mulher sírio fenícia.

Essas curas a distância não mostra apenas o poder de Deus, mas, a fé, a grande fé de duas pessoas que não eram judias e mesmo assim criam.

Merece destaque o fato de Mateus, que escrevendo para judeus, relata esses dois episódios em que o próprio Jesus Cristo elogio a fé.

Antes da Pandemia, a sociedade já vivia um certo distanciamento decorrente do individualismo. Eis que agora o distanciamento se dá pelo medo.

Dias atrás passei pelo COVID-19. É digo que o pior dessa doença é o isolamento, o distanciamento de quem amamos. O isolamento de uma pessoa doente é forçado, você não quer, gostaria de ter amigos e parentes por perto, mas não pode tê-los.

A mulher sírio fenícia vivia um certo isolamento por parte dos judeus. Por ser mulher, jamais receberia a atenção de um rabino judeu. Os discípulos estavam incomodados com sua gritaria e queriam que Jesus a atendesse logo. Ela jamais poderia ter se aproximado chamando Jesus de “Senhor, filho de Davi” (Mt 15.22).

Havia muitos empecilhos que isolavam os judeus dos gentios. E a fama de Jesus se espalhou e aquela mulher só tinha uma alternativa, ir ao encontro de Jesus para buscar socorro para sua filha. Barreiras e obstáculos humanos poderiam impedi-la de achar graça diante de Deus, mas, nada supera a fé, a certeza de coisas que não se veem (Hb 11.1).

A fé cegou seus olhos para as barreiras e os obstáculos e abriu seus olhos e sua boca persistente.

Jesus conhecia a fé dessa mulher. O seu suposto silêncio, as supostas palavras duras, foram justamente para leva-la a confissão e ouso dizer que é uma das mais belas confissões de fé registrada na Bíblia.

Uma mulher gentia, parecia distante de Deus e não merecedora da atenção e misericórdia de Deus, afinal, não observava a lei e não fazia parte do povo de Deus. Mas, havia nela algo que a aproximava de Deus: Fé em Jesus! Tanto que ela se aproximou exclamando o que muitos judeus estavam ignorando: “Senhor, filho de Davi” (Mt 15.22). Em outras palavras, você é o prometido de Deus.

Nessa fé, a mulher suplicou, suplicou e confessou!

Enquanto que os judeus tratavam os gentios como “cães,” ou, os consideravam impuros, Jesus deu lhe a oportunidade de confessar com sua boca o que tinha em seu coração. Assim, ao citar o exemplo do “cachorrinho,” Jesus Cristo não está falando de um animal imundo, de rua, assim como os judeus, mas de um cachorrinho de estimação. Dessa forma, a mulher compreendendo pela fé o recado de Jesus, diz: Senhor, filho de Davi, prometido de Deus. É verdade que como gentia eu não posso me assentar a mesa para comer o pão, mas, como um cachorrinho de estimação me alimento das migalhas que me satisfazem.

Quão grande é a sua fé!

Essa frase contraste ao episódio ocorrido anteriormente, onde Jesus caminha sobre as águas e Pedro vacila e é repreendido por Jesus como sendo “homem de pequena fé” (Mt 14.31).

Muitas pessoas sentem-se isoladas e distantes de Deus por dizerem que tem uma fé pequena. Não importa, o tamanho da fé, se podemos dizer assim. Toda fé, mesmo que seja uma fagulha, me aproxima de Deus e me dará a salvação.

Deus tomou e toma a iniciativa para me aproximar dele. Por isso, deixou-nos a Pregação e o Batismo. Pelo poder do Espírito Santo, Deus nos presenteia com a fé (Ef 2.8). Essa fé vai sendo alimentada, para que possamos enfrentar as armadilhas do nosso inimigo e sobressair-se diante das provações. E aqui a fé precisa estar firme. Afinal, se estivermos fracos na fé, qualquer outra alternativa que nos for dada, será uma âncora que nos conduzirá para mais fundo ainda.

Jesus alertou sobre o perigo que corremos. Ele nos convidou a confiar nEle acima de todas as coisas (Primeiro Mandamento), afinal, muitas são as situações diárias que podem nos afastar da fé e nos fazer tomar o nome de Deus em vão (Segundo Mandamento).

Pelo batismo fui tornado filho e filha de Deus. O Espírito Santo me presenteou com a fé. Aproximou-me de Deus. No entanto, é preciso relembrar a rodovia de mão dupla que Jesus nos disse para seguir: “batizando-os e ensinando-os” (Mt 28.19-20).

Ambos, batismo e Pregação, ensino, nos dão a fé. Mas, o ensino, a pregação, nos faz permanecer na fé e firmar nossa fé. a pregação, o ensino, é alimento para a fé que enfrenta os mais variados ataques durante a semana. Deus disse: “Vocês têm seis dias para trabalhar, porém não trabalhem no sétimo dia, nem mesmo no tempo de arar ou de fazer a colheita” (Ex 34.21; Lv 23.3; Dt 5.13-14).

Esses dias dando uma olhada em algumas anotações, eis que encontrei uma oração escrita por minha esposa que registrou a data da oração (27/11/2016). Como havíamos perdido o primeiro filho, muito abalada ainda e confiante, escreveu: Uma carta para Jesus.

Peço meu Deus, esteja me ouvindo. O Senhor sabe o meu maior desejo. Realiza meu sonho e me dê o maior de todos os presentes. Deixe eu colocar mais um nome em minha família. Eu e meu esposo agradecemos. Mostre-me o sinal que tanto preciso. Obrigado Pai por tudo. Amém!

Veio outra gravidez e mais um aborto retido. Outra gravidez, outro aborto retido.

Querido irmão e irmã em Jesus! Aquele aparente silêncio de Deus. Quando Deus parece demorar a nos atender e antes de atender, fala coisas que incomodam. Então! Tudo isso é para nos levar a suplica e a confissão. Jesus não está distante. Ele prometeu estar conosco todos os dias, até o fim dos tempos! (Mt 28.20). Amém!

ERT

Edson Ronaldo TREssmann

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Firmando nossa fé!

 

16 de agosto de 2020

Sl 67; Is 56.1,6-8; Rm 11.1-2, 13-15,28-32; Mt 15.21-28

Texto: Mateus 15.21-28

Tema: Firmando nossa fé!

 

Durante a semana acompanhamos notícias vinda do Líbano. A explosão, protestos e a renúncia do primeiro ministro libanês. No entanto, essas não são as únicas notícias que ouviremos do Líbano essa semana. É preciso recordar de uma outra notícia, ocorrida a muitos anos no Líbano, em Tiro e Sidom.

As notícias vinda do Líbano se apresentam como constrangedoras. Afinal, o nitrato de amônio era uma carga apreendida que estava sob análise na justiça a seis anos. Constrangimento devido a morosidade da justiça. Outro fato constrangedor, as autoridades, presidente e premiê foram alertados sobre o risco que corriam desde julho. Constrangimento da desconsideração de uma informação importante.

A notícia que trago para vocês ocorreu no Líbano que vivia um vexame histórico com o povo do visitante que estava recebendo.

Os reis de Tiro haviam feito uma aliança com Davi e Salomão quanto ao envio de madeira e mão de obra especializada para construção do Templo em Jerusalém. E Salomão enviava à Tiro, na pessoa do rei Hirão e seus sucessores, os mantimentos e cereais necessários para todos os trabalhadores. As consequências dessa integração foram catastróficas.

O sucessor de Hirão, o rei Etbaal, fez aliança com Israel através do casamento de sua filha Jezabel com o rei Acabe. Jezabel introduziu o culto a Baal entre os israelitas. Essa adoração culminou nos cativeiros: Assírio e Babilônico. Toda essa situação influenciou os descendentes que ficaram marcados pela inimizade e pelo ódio. E esse contexto nos elucida o aparente constrangimento que essa mulher enfrentou.

O Líbano estava recebendo um visitante ilustre que havia acabado de deixar a região de Genesaré, as margens do mar morto e noroeste da Galileia, onde curou muitas pessoas.

No Líbano, uma mulher se aproxima de Jesus, o adora e pede socorro. Mas, sua aproximação foi marcada por um certo constrangimento. Todavia, o episódio não se ocupa com esse mal estar, mas, nos ensina uma valiosa lição: Jesus supera qualquer constrangimento humano para levar as pessoas diante de Deus.

O constrangimento entre os povos foi demonstrado pelo silencia de Jesus para com o clamor daquela mulher. Esse silêncio proposital de Jesus revela a ferida aberta entre os povos. Havia uma barreira entre os cananeus e os israelitas.

Jesus, apropriou-se do contexto histórico para testar e exercitar a fé daquela mulher libanesa que deveria ser ignorada por ser gentia, mulher e não fazendo parte do povo de Deus.

No aparente silêncio de Jesus e depois dos discípulos que parece não ter argumentos para que Jesus socorra aquela mulher está a ênfase da notícia ocorrida no Líbano. A mulher libanesa apelou para a misericórdia de Jesus. Enquanto que muitos israelitas, pessoas que conheciam as Escrituras, ignoraram a misericórdia de Deus em Jesus, essa mulher ignorada pelo povo de Deus, recorreu a misericórdia divina.

O episódio de Jesus com a mulher cananeia nos ensina a respeito de uma fé persistente no poder de Deus. A fé daquela mulher se mostrou persistente mesmo quando aos olhos dos judeus ela era considerada um cão vadio perambulando pela rua. Pela fé, àquela mulher foi persistente, depositou sua confiança na misericórdia de Deus.

A notícia do Líbano mostra a fé em Jesus como misericordioso salvador. A mulher libanesa se aproximou e cria que o amor misericordioso de Jesus ultrapassa qualquer barreira racial e histórica.

Essa notícia do Líbano mostra um fato importante na caminhada cristã. Muitas são as situações difíceis que enfrentamos. Doenças, tragédias, pandemia, violência, e em todos esses momentos é preciso caminhar pela fé na misericórdia de Deus em Jesus.

Quantas vezes temos clamado e Deus parece ter ficado em silêncio. E daí? Surgem as muitas alternativas: simpatia, benzedura, feitiçaria, ...

Lembre-se: no aparente silêncio de Deus, há muito amor envolvido. Ele está firmando nossa fé! Amém!

ERT

Edson Ronaldo TREssmann

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Não somos rejeitados por Deus!

09 de agosto 2020

Salmo 18.1-6; Jó 38.4-18; Romanos 10.7-17; Mateus 14.22-33

Texto: Romanos 10.9

Tema: Não somos rejeitados por Deus!

 

Não há nada pior que a rejeição!

Pais rejeitam filhos. Filhos rejeitam seus pais. Sentir-se rejeitado é a pior situação que alguém pode viver.

Rejeição é o tema de Romanos 10.

O povo de Israel rejeitou a graça salvadora de Deus em Cristo Jesus. O apostolo João escreveu: “veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11).

Israel, o povo de Deus, a quem foram enviados os profetas que anunciaram a vinda do Messias, mas, quando veio, seu povo o rejeitou.

Ao escrever a carta aos Romanos, o apostolo Paulo escreve 3 aspectos da rejeição por parte de Israel.

Romanos 10.1-13: os motivos da rejeição

Romanos 10.14-17: a solução para essa rejeição

Romanos 10.18-21: os resultados da sua rejeição

O que leva alguém rejeitar outra pessoa?

São vários os motivos que levam alguém rejeitar outra pessoa, um presente, uma ajuda.

Mas, o que levou o povo de Israel rejeitar a justiça de Deus em Cristo?

Os versos 1 ao 13 do capítulo 10 de Romanos mostram que Israel rejeitou o Messias por 4 razões:

1 – não sentiam necessidade da salvação;

2 – possuíam grande zelo por Deus a ponto de torna-los fanáticos;

3 – orgulho e hipocrisia;

4 – interpretavam incorretamente sua própria lei;

Alguma dessas razões são motivos atuais para que muitos rejeitem a graça de Deus em Jesus. Quantas pessoas não se julgam pecadoras e rejeitam a salvação? Outras, que estão presas ao fanatismo religioso e assim, se tornam orgulhosas e hipócritas e interpretam a lei para exaltar a si mesmo e rejeitar os outros?

Os israelitas estavam presos a justiça da lei, a qual nenhum ser humano consegue cumprir (Rm 3.10,12; Sl 14.3; 53.3; Ez 17.9; Mq 7.2; Ec 7.20; ...). E se exaltavam a ponto de se tornarem zelosos o que levava os mesmos a rejeitarem as pessoas que não conheciam a lei de Deus e que não as cumpriam. Seu orgulho os levou a rejeitar o próprio Cristo que veio para resgatar os pecadores, e nunca se esqueçam, “de todos os pecadores eu sou o pior” (1Tm 1.15), e se vocês conhecessem os meus pecados, me odiariam e rejeitariam. E Deus, em seu Filho Jesus, mesmo sendo eu pecador, o qual faz com que pessoas me rejeitem, não me rejeitou e nem me rejeita. Pelo contrário veio ao meu encontro.

E ao falar sobre o encontro de Deus em Jesus para salvar, eis que Paulo escreve aos Romanos o segundo aspecto diante da rejeição.

Quando jovem, quando se queria conquistar uma pessoa, fazia-se de tudo para ser notado e não ser rejeitado pela sua pretendente. Assim, buscava saber o que a pessoa gostava para possivelmente fazer algo que fosse aceito e não rejeitado. Ninguém gosta de ser rejeitado, nem Deus. Afinal, o único pecado para o qual não há perdão da parte de Deus é a rejeição a graça divina, o pecado contra o Espírito Santo.

Deus não quer ser rejeitado, por esse motivo, destaca que só há um meio pelo qual o ser humano não seja rejeitado por Deus eternamente: crer em Jesus! Mas, não creio por minha própria força ou razão.

Por esse motivo, Deus nos oferece e dá a solução para crer! Ouvir a Palavra de Deus, ela produz a fé que dá a salvação! (Rm 10.17).

E para que essa Palavra de Deus seja ouvida pelas pessoas para que creiam e sejam salvas, Deus envia seus arautos, seus jornalistas.

O apostolo Paulo que tornou-se um fanático perseguidor da igreja por causa do seu zelo a lei de Deus (Fp 3), atingido pela Palavra de Deus que disse que ele era perseguidor e não cumpridor da lei de Deus, tornou-se um dos maiores arautos de Cristo.

E aos Romanos cita o profeta Isaías 52.7 e Naum 1.15. Parece estranho citar Naum. Afinal, a mensagem desse profeta é sobre a destruição de Nínive. Deus foi paciente com Nínive. 150 anos antes de Naum, Jonas foi enviado a essa cidade. Mas, por terem abandonado o Senhor, agora chegou o momento do julgamento e essa notícia, boa nova para os judeus que os tinham como inimigos, tornou os pés de Naum formosos.

O profeta Isaías anuncia que os pés formosos eram e são daqueles que anunciaram e anunciam a derrota dos inimigos do povo de Israel e que o Messias reinava em Jerusalém.

Pés formosos têm aqueles que anunciam ainda hoje a salvação oferecida por Deus em Jesus e concedida através da pregação.

Para não ser rejeitado, a pessoa faz qualquer coisa. Deus, para não ser rejeitado continua enviando mensageiros que proclamem a sua Palavra para que as pessoas creiam e assim sejam salvas.

Mas, mesmo que a Palavra seja pregada, Paulo ao citar Isaias (53.1) destaca que no tempo em que o profeta Isaías pregou o povo não creu na Palavra de Deus.

A fé, meio pelo qual Deus concede a salvação, não é escolha ou decisão humana, mas obra de Deus pela sua Palavra. Por isso envia pregadores e deseja que sua Palavra anunciada por esses arautos seja ouvida.

As portas estão escancaradas para a pregação do evangelho. Nunca a igreja se ocupou tanto em transmitir a Palavra de Deus pelas redes sociais como têm feito nesse tempo de pandemia.

A igreja como um todo está sendo o jornal vivo de Deus, transmitindo a mensagem da boa nova da salvação em Cristo Jesus. Afinal, o que salva é a fé em Jesus Cristo, e essa fé faltava para os judeus presos a lei. Essa fé falta para muitos em nossos dias, por isso, nós que recebemos a fé pela Palavra de Deus somos os enviados para confessar que Jesus é Senhor e assim pela Palavra, pessoas venham a crer e serem salvas. Amém!

ERT

Edson Ronaldo TREssmann


Ministério, sua importância e necessidade!

Sermão temático

Tema: Ministério, sua importância e necessidade!

Fiel é a palavra: se alguém aspira o episcopado, excelente obra almeja” “...apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino, como para convencer os que contradizem” “...Quanto ao ministério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas” (1Tm 3.1; Tt 1.9; Ap 1.20).

Por Edson Ronaldo Tressmann

O ministério ainda é uma ordenação divina e está protegido nas mãos daquele que ressuscitou e virá para julgar os vivos e os mortos.

O Artigo central da Confissão de Augusbugo é o artigo V. Como assim? Não é o artigo IV, da justificação? A centralidade e importância do Artigo V é devido ao fato de que o mesmo remete ao IV e desdobra os Artigos VII e VIII.

A igreja não está a lugares santos e ritos sagrados. Ela é identificada onde se prega o evangelho de maneira pura e clara e sacramentos são administrados conforme a ordem de Cristo.

Assim sendo, Lutero destaca que onde está a Palavra, ali está a igreja (Ubi est verbum, ibi est ecclesia). É na Palavra que está contido tudo o que faz da igreja ser igreja: pregação e sacramentos. Pela pregação e administração dos sacramentos são os meios pelos quais o Espírito Santo, agindo através do ofício da pregação, opera a fé em Cristo. O oficio pastoral não é um fim em si mesmo, mas serve para os propósitos de Deus. Assim, falar da igreja é falar dos ministros.

É o Espírito Santo, dado na Palavra (pregação, Batismo e Santa Ceia) faz alguém um cristão e de uma reunião uma igreja. Onde está a Palavra, está a igreja.

O que o Senhor deu a sua igreja não apenas a seu bem estar, mas a seu próprio ser. O que Deus oferece é que para que haja uma igreja cristã “para conseguirmos essa fé, instituiu Deus o ofício da pregação, dando-nos o evangelho e os sacramentos” (Artigo V da CA). Assim, o Artigo XIV da CA ressalta que sem chamado regular ninguém deve publicamente ensinar, pregar ou administrar os sacramentos na igreja.

A Palavra não depende do oficio pastoral, ao contrário, o oficio pastoral é que depende da Palavra. A Palavra é o fundamento do ministério, da igreja e do cristão.

Ao ler Isaías 55.10, é preciso recordar que Deus cumpre o que aqui promete. A Palavra que não volta vazia, não é qualquer palavra, mas a Palavra a respeito de Cristo (Rm10.17).

A igreja é uma nova criação dentro da velha criação enviada para, por meio da Palavra restaurar a criação caída (2Co 5.17). O Artigo VII da CA registra as seguintes palavras: “sempre haverá e permanecerá uma única igreja cristã, congregação dos santos, entre os quais o evangelho é pregado puramente e os sacramentos administrados de acordo com o evangelho”. Observe por essas palavras que não é a uniformidade da prática que mantêm a unidade.

O tripé pelo qual se reconhece a igreja: Pregação pura e clara; Batismo e Santa Ceia.

Esse tripé sustenta os outros sinais da igreja:

Confissão e Absolvição, ministério (serviços e ministério pastoral), Oração e Louvor, Confissão da fé (catecismo), Cruz e sofrimento pelo evangelho.

O Tripé identifica a igreja e os sinais desse tripé descrevem a vida da comunidade cristã. Mesmo sendo um grupo de pessoas redimidas e santificadas, estão no mundo não redimido e não santificado e os cristãos também lutam contra sua natureza pecaminosa. São justos, mas pecadores.

Como igreja cristã, enfrentamos problemas? Sim! Como enfrentamos? Precisa ser com a graça que proclamamos. Infelizmente, estatutos e regimentos, têm apenas nos congelado em muitas situações e impedido que coisas simples possam fruir normalmente. Destaco que muitos problemas enfrentados podem e precisam ser resolvidos a base do amor de Cristo manifestado na pregação, no batismo e na ceia.

A Palavra de Deus impulsiona o não cristão a fé e o cristão a ortopráxis (ação correta). A ética também é um sinal da igreja cristã. A ação correta, prática da fé orante e confessante, nos apresenta ao mundo. A Palavra que dá e opera a fé, santifica o justificado que permanece pecador.

Como o Espírito Santo me santifica? Pela igreja cristã que proclama o evangelho e administra os sacramentos. Sendo assim, o Espírito Santo me santifica pela remissão dos pecados.

A igreja recebeu de Jesus algo peculiar. É da igreja (composição dos que creem) e de mais ninguém o poder de perdoar os pecadores penitentes. Em outras palavras é possível dizer que a igreja é uma mãe: ela gera, carrega e nutre, mas, não por si mesma e sim pela Palavra de Cristo.

A maneira pela qual a igreja se identifica (Pregação, Batismo e Santa Ceia) e os sinais que a identificam (Confissão e absolvição, ministério, oração, louvor, instrução, cruz e sofrimento pelo evangelho) muitas vezes têm gerado muitos incômodos. Um desses é a polêmica a qual refletimos: Quando um pastor deve ser demitido? Quanto tempo permanecer numa paróquia?

Pode-se discutir amplamente o assunto, mas, em minha humilde opinião sigo a recomendação de Paulo à Tito: “... de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino, como para convencer os que o contradizem” (Tt 1.9). Quando não se têm mais o ensino correto e, sem isso, não pode mais se defender nem pessoalmente e espiritualmente, um ponto final é colocado.

Os incômodos humanos, relacionados a organização estrutural, geram polêmica por ser adaptações humanas. E humanamente falando, estutos e regimentos são adequados por serem humanos e assim falhos. Mas, o importante é lembrar que mesmo nesses incômodos humanos, Deus age pela sua igreja que prega clara e puramente e administra os sacramentos de acordo com a ordem de Cristo. “...Quanto ao ministério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas” (Ap 1.20).

Pelos inúmeros escândalos o Diabo tenta encobrir a igreja e fazer com que as pessoas se isolem dela. Pelos escândalos, o diabo divide e fragmenta a igreja. E Deus, em seu amor e misericórdia oculta a igreja nas suas fraquezas e deficiências (2Co 12.9; 1Co 1.18-21) engana o diabo e exalta a obra de Jesus.

Diante dessa reflexão, minhas singelas observações:

1 –Se o Artigo V da CA fala do ministério da palavra como sendo algo confiado a cada batizado (1Pe 2.9). Todo batizado é um proclamador da libertação em Cristo. No entanto, um age como cristão individual, à base desse sacerdócio universal, o outro, o pastor, age à base do chamado recebido de outros cristãos. Um age (leigo, serva, jovem, criança), sob Deus, em seu próprio nome (1Pe 2.9); o outro (pastor) age, sob Deus, em nome da congregação que o chamou (Koehler, 1981, p. 251). Assim, sem chamado de uma congregação, o pastor não é pastor, mas um leigo que serve como outro leigo nos mais variados ministérios. Cristo dá os mais variados dons a igreja (Ef 4.11-13), nenhum é maior ou melhor. Todos contribuem para o mesmo fim, Jesus ser engrandecido e crido. Assim, um pastor no exercício do ministério leigo não é ofensa, nem diminuição. Ele está aguardando chamado para voltar em nome da congregação a ser pastor chamado.

2 – Convém lembrar que a única diferença entre pastor licenciado e aguardando chamado é que o que está ativo possui um chamado. Mas, todos, eméritos, licenciados, aguardando chamado e os com chamado, servem ao Senhor na atual situação na qual se encontram (Koehler, p. 255).

3 – Não estranhe a observação acima sobre presbíteros, diáconos, diaconisas, afinal, o trabalho de ensinar e educar os novos é uma parte essencial no ministério público. Tanto que a Bíblia cita que a qualidade essencial do ministro é que seja apto a ensinar. Mas, não se pode furtar a atenção especial ao trabalho com crianças e a congregação pode chamar ou eleger alguém para determinado trabalho. Esses não exercem o oficio pastoral, mas, são importantes dentro do ministério. Para esses, também é possível dizer que possuem um chamado divino, assim como todos os crentes em Cristo possuem (1Pe 2.9).

4 – Onde está a igreja, há autoridade para administrar o evangelho. E é a igreja local que retêm a autoridade de chamar eleger e ordenar ministros (Poder e Primado do Papa, p.356). O chamado do pastor se limita a sua congregação e seus limites (At 20.28). De acordo com ortopráxis, boa conduta, não se envolva em assuntos de outro pastor, nem ronde comunidades vacantes. Só se assume um local e se envolve nos seus assuntos quem é chamado pela congregação que age como executiva da vontade de Deus (Koehler, 1981,p. 253). Assim, um pastor, presbítero, diácono, diaconisa, chamados pela congregação, é como se tivessem sidos chamados pelo próprio Deus. Isso é chamado divino. E quando devo aceitar? A divindade do chamado está na pergunta: onde pode o homem chamado prestar maior serviço ao reino de Cristo? (Koehler,p. 253). Será que devo sair, pois não tenho mais nada a oferecer onde estou? Ou, meus dons e talentos se aplicam melhor naquela outra congregação e onde estou não sou tão útil e necessário?

Reflexões!

Em Cristo

Edson Ronaldo Tressmann - Querência do Norte – PR


Dar a vida pelos irmãos! (1Jo 3.16)

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