segunda-feira, 15 de abril de 2024

Dar a vida pelos irmãos! (1Jo 3.16)

 Quarto Domingo de Páscoa

21 de abril de 2024

Salmo 23; Atos 4.1-12; 1Jo 3.16-24; João 10.11-18

Texto: 1João 3.16-24

Tema: Dar a vida pelos irmãos! (1Jo 3.16)

 

O apostolo João que narrou essa parábola, escreveu na sua primeira carta que devemos “dar a vida pelos irmãos” (1Jo 3.16). Dar a vida parece indicar que Jesus teria sido esse bom pastor apenas na hora da sua morte. O ponto é que Jesus não apenas se declara pastor, mas, o bom pastor. “Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (João 10.11).

Dar a vida pelas ovelhas ou dar a vida pelos irmãos é empenhar-se pelos outros.

O apostolo João que em sua carta deseja ensinar a reta relação entre a fé e as obras, opondo-se aos que se gloriam de uma fé sem obras. Na época em que o apostolo escreveu essa carta, havia dois grandes perigos:

1 – os hereges que estavam se infiltrando na igreja;

2 – os cristãos que estavam se tornando displicentes.

Assim, nessa epistola, João deseja ensinar a fé (em oposição aos hereges), e o verdadeiro amor (em oposição aos perversos).

Se alguém é rico e vê o seu irmão passando necessidade, mas fecha o seu coração para essa pessoa, como pode afirmar que, de fato, ama a Deus?” (1Jo 3.17).

Observamos com tristeza que os cristãos na maioria das vezes são os que mais querem juntar dinheiro. Não é pecado juntar recursos, mas, qual é o intuito disso?

Você que possui recursos, está disposto a socorrer pessoas necessitadas?

Você sabe a diferença da pata para a galinha?

A galinha ao pôr um ovo anuncia para todos. A pata não. Precisamos ser como a pata. Ninguém precisa saber se socorremos e quem socorremos.

Aprendemos com os relatos iniciais da igreja após a ressurreição de Jesus que a necessidade de alguém era uma oportunidade para testemunhar a fé pelo auxílio ao necessitado (At 2.44; 4.34).

Cristo exortou amar os inimigos, ao amigo, por seres seu irmão na fé, deves o máximo. O apostolo Paulo escreveu para Timóteo: “Porém aquele que não cuida dos seus parentes, especialmente dos da sua própria família, negou a fé e é pior do que os que não creem” (1Tm 5.8).

É preciso ajudar quem não tem com que viver. A regra básica é: não tem amor aquele que possui recursos e, no entanto, não se sensibiliza. (Lutero).

Meus filhinhos, o nosso amor não deve ser somente de palavras e de conversa. Deve ser um amor verdadeiro, que se mostra por meio de ações” (1Jo 3.18).

De conversa, muita gente é boa. Mas, atitude, fazer o que precisa ser feito, poucos fazem, em especial àqueles que não falam.

Ao conclamar filhinhos, o apóstolo João está enumerando que há uma fraternidade. E se todos somos irmãos, a herança é nossa.

João diz: amemos os irmãos. Não é um ou outro, mas todos.

Há um ditado latino: “O povo avalia as amizades de acordo com a utilidade”. Eis o problema, amar e socorrer apenas aqueles que supostamente podem nos oferecer algo. O dever sagrado dos cristãos é estar a serviço não da sua própria vantagem, mas da vantagem dos irmãos. É colocar o coletivo acima do pessoal.

Dar a vida pelos irmãos é empenhar-se pelos outros.

Quando não há sensibilidade pelo outro, não há amor. O amor reflete a fé.

Se porventura ainda lhe falta obras, que não falte a fé, “se o nosso coração nos condena” (1Jo 3.20).

Portanto, meus queridos amigos, se o nosso coração não nos condena, temos coragem na presença de Deus” (1Jo 3.21).

A prática do amor, por mais que exigida, não tranquiliza nosso coração, afinal, nunca saberemos se fizemos o máximo. Outras vezes, nosso amor é mais de palavras. A única coisa que me tranquiliza é a fé. Aliás, a fé é que torna minhas ações, mesmo irrisórias, agradáveis a Deus (Hb 11.6).

Exatamente por isso, o lobo, que é o diabo quer nos afastar constantemente da Palavra de Deus. E se não consegue impedir a Palavra, impede a fé para que não se creia. Ele mistura inverdades com a Palavra de Deus. SE não consegue impedir a Palavra e a fé, esforça-se para impedir a oração e lança a pessoa em tantas ocupações que já não há tempo para orar, ouvir a Palavra e praticar a fé.

Recebemos dele tudo o que pedimos...” (1Jo 3.22).

Se têm uma coisa que o diabo detesta é que se seja grato a Deus.

Certa vez o diabo estava ouvindo um programa de rádio e nesse programa uma pobre mulher pediu socorro aos ouvintes. O diabo chamou seu servo e disse anote tudo o que ela precisa. Após o pedido, o diabo disse ao seu servo para adquirir todas as necessidades daquela mulher e levasse a sua casa e dissesse: quem te mandou é inimigo daquele que tu louvas. Ao receber a cesta com as coisas, o servo do diabo disse exatamente as palavras: quem te mandou é inimigo daquele que tu louvas. E a senhora respondeu, tudo bem, afinal, quando Deus quer até o diabo executa seu desejo.

A gratidão provém daquele que conhece a origem das suas bênçãos. A oração é dirigida ao autor dessas bênçãos. Nada nos falta e nada nos faltará, inclusive se ajudarmos o necessitado.

Tudo o que suplicamos a Deus é ouvido por Deus. Tudo é atendido por Deus, só nos resta entender como.

Duas coisas são essenciais ao cristão: crer em Jesus e amar os irmãos na fé.

Se João está convicto e por isso escreve essa carta no intuito de nos exortar quanto a prática da fé em amor, e alertar sobre os hereges que surgiam dentro da igreja, o verso 24 tem muito a nos ensinar.

Quem obedece aos mandamentos de Deus vive unido com Deus, e Deus vive unido com ele. E, por causa do Espírito que ele nos deu, sabemos que Deus vive unido conosco” (1Jo 3.24).

Quem crê e vive na prática do amor é de Deus. Amém!

 

Edson Ronaldo Tressmann

 

Bibliografia

LUTERO, Martinho. Obras Selecionadas, volume 11. Coeditoras, Sinodal, Concórdia e Ulbra, 2010. Pp. 500-506

“Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (João 10.11)

 21 de abril de 2024

Quarto Domingo de Páscoa

Salmo 23; Atos 4.1-12; 1Jo 3.16-24; João 10.11-18

Texto: João 10.11-18

Tema: Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (João 10.11)

 

Certa vez o exército de Israel sob o comando do rei Saul estava sendo acuado pelo desafio de um gigante, o qual não havia soldado corajoso o bastante para lutar contra ele.

Davi, que havia sido enviado pelo pai para levar mantimentos aos irmãos, se ofereceu a Saul para lutar contra aquele gigante (1Sm 17). E para convencer Saul a deixar lutar contra o gigante, Davi disse: “Meu senhor, - disse Davi – eu tomo conta das ovelhas do meu pai. Quando um leão ou um urso carrega uma ovelha, eu vou atrás dele, ataco e tomo a ovelha. Se o leão ou o urso me ataca, eu agarro pelo pescoço e golpeio até matá-lo. Tenho matado leões e ursos e vou fazer o mesmo com esse filisteu pagão, que desafiou o exército do Deus vivo. O Senhor Deus me salvou dos leões e dos ursos e me salvará também desse filisteu...” (1Sm 17.34-37).

Davi era a figura do povo de Deus de um bom pastor. Alguém que não abandonava suas ovelhas por nada. O Salmista Asafe descreve-o assim: “Então Deus escolheu o seu servo Davi; ele tirou do curral de ovelhas quando ainda pastoreava o rebanho. Ele pôs como rei de Israel, como pastor do povo de Deus. Davi cuidou deles com dedicação e os dirigiu com sabedoria” (Sl 78.70-72). E o profeta Miquéias anunciou: “O rei virá e será o pastor do seu povo, governando-o com força que o Senhor lhe dará e em nome do Senhor, o seu glorioso Deus. O seu povo viverá em segurança, pois o seu poder alcançará os lugares mais distantes do mundo” (Mq 5.4).

Jesus, a exemplo de Davi e Moisés (Sl 77.20; Is 63.11) é esse pastor. E não é qualquer pastor, é o bom pastor. O profeta Ezequiel anunciou isso (Ez 37.24).

O ponto é que Jesus não apenas se declara pastor, mas, o bom pastor. “Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (João 10.11).

O termo hebraico néphésh corresponde ao grego psyché – alma. Todavia, visa designar a vitalidade de um ser.

Dar a vida parece indicar que Jesus teria sido esse bom pastor apenas na hora da sua morte.

O apostolo João que narrou essa parábola, escreveu na sua primeira carta que devemos “dar a vida pelos irmãos” (1Jo 3.16).

Dar a vida pelas ovelhas ou dar a vida pelos irmãos é empenhar-se pelos outros. É um empenho na convivência em amor.

O empenho da vida de Jesus pelas ovelhas se dá nesse momento em que uma ovelha é expulsa do Templo porque foi curada em dia de sábado.

Para destacar esse empenhar-se pela vida das ovelhas, Jesus usa o exemplo do empregado. O termo grego é misthotos – assalariado (pessoa que por determinado salário realiza determinado trabalho, até mesmo pastorear ovelhas). Pelo fato de as ovelhas não serem suas, cuida delas pelo salário, mas em situação que envolverá sua própria vida, não a colocará em risco por ovelhas que não lhe pertencem.

Jesus não está criticando o assalariado. Apenas está enfatizando o motivo do descuido do rebanho por parte daqueles encarregados para cuidar das ovelhas.

A chegada do lobo envolve uma ameaça ao rebanho. É dito sobre Atánasio, mesmo que tenha se destacado na defesa da fé ante os arianos, todavia numa ou outra oportunidade se escondeu entre os monges, no deserto, para evitar o confronto direto com as autoridades.

O assalariado cumpre toda sua obrigação, mas salva sua pele quando as ovelhas entram em perigo. Assim o lobo pode ser ameaças internas e externas.

O lobo voraz é Satanás que arrebata e dispersa as ovelhas. E a última incumbência do bom pastor é salvar as ovelhas diante desse lobo. Como bem escreveu o apostolo Joao na sua carta: “E o Filho de Deus veio para isto: para destruir o que o Diabo tem feito” (1Jo 3.8).

O lobo que ataca o aprisco é terrível e o bom pastor veio dar sua vida para nos conceder vida diante dos ataques do lobo. Amém

 

Edson Ronaldo Tressmann

domingo, 14 de abril de 2024

Guia-me pelas veredas da justiça e todos os dias habitarei na casa do Senhor! Salmo 23

 21 de abril de 2024

Quarto Domingo de Páscoa

Salmo 23; Atos 4.1-12; 1Jo 3.16-24; João 10.11-18

Texto: Salmo 23

Tema: Guia-me pelas veredas da justiça e todos os dias habitarei na casa do Senhor!

 

O fato é que o Salmo 23 é tão popular que encontramos quadros com todo o salmo ou pequenas frases do salmo em rodovias, no lameiro dos caminhões. Encontra-se quadros pendurados em salões de beleza, sorveterias, oficinas mecânicas, casas, ...

O Salmo 23 se tornou uma oração que acompanha as pessoas no dia a dia. Em caso de qualquer natureza de dificuldade, basta recordar parte o u todo o Salmo 23, e o ânimo passa a ser outro. Milhares de pessoas já foram confortadas no leito da morte com as palavras do Salmo 23.

Um salmo muito curto. Na versão hebraica são apenas 56 palavras.

Nesse Salmo, Deus é apresentado como um pastor (vv.1-4) e um hospedeiro (vv.5-6).

Esse Salmo é um verdadeiro diálogo, onde Davi se dirige a Deus e aos ouvintes do Salmo. Nesse salmo temos um pastor que guia, orienta, alimenta e busca a ovelha.

O salmo 23 possui uma riquíssima dimensão teológica. O que é afirmado nesse salmo traz consolo em toda e qualquer situação.

Interessante que Jesus se denomina como sendo O bom pastor.

Esse pastor, descrito pelo Salmo e descrito por Jesus como sendo Ele mesmo, foi anunciado e descrito pelo profeta Ezequiel quando o povo de Deus estava cativo na Babilônia (Ez 34.15).

Davi, o autor do Salmo era pastor de ovelhas (2Sm 16.11) e foi escolhido por Deus para ser pastor do povo (Sl 78.71-72). Ao dizer isso, registro que no Salmo 23, Davi insiste em dizer que Deus é o seu pastor e o quanto necessita desse pastoreio divino.

Você precisa ser pastoreado por esse bom pastor!

Pastor e ovelhas caminham juntos!

Davi ensina, mesmo como líder e rei do povo, que a verdadeira liderança pertence a Deus. É de Deus o pastoreio. Ele pastoreia com um objetivo muito simples.

Vejamos na leitura do Salmo 23, as qualidades do pastoreio divino. Ele é pastor de cada um (como se pastoreasse apenas você); não nos deixa ter carência de nada; permite descansar tranquilamente; conduz em segurança mesmo em meio a perigos; restitui as forças para a alma; guia por caminhos certos, mesmos parecendo estar caminhando num caminho ruim.

No Salmo 23, Davi fala sobre o pastor. Essa ovelha é testemunha pessoal do pastoreio divino. Davi descreve a sensação de como é agradável ser ovelha desse pastor.

Ser ovelha é tranquilo, mas, ser pastor envolve muito trabalho.

No antigo Israel, o trabalho do pastor é descrito como uma luta árdua, e as vezes dramática, para garantir a permanência do rebanho. Ouça o que disse Jacó ao seu sogro Labão: “Durante os vinte anos que trabalhei para o senhor, as suas ovelhas e as suas cabras nunca tiveram abortos, e eu não comi um só carneiro do seu rebanho. Nunca lhe trouxe os animais que as feras mataram, mas eu mesmo pagava o prejuízo. O Senhor me cobrava qualquer animal que fosse roubado de dia ou de noite. A minha vida era assim: de dia o calor me castigava, e de noite eu morria de frio. E quantas noites eu passei sem dormir” (Gn 31.38-40).

O próprio Davi ao querer convencer Saul de lutar com o gigante disse: “...eu tomo conta das ovelhas do meu pai. Quando um leão ou um urso carrega uma ovelha, eu vou atrás dele, ataco e tomo a ovelha. Se o leão ou o urso me ataca, eu o agarro pelo pescoço e o golpeio até matá-lo. Tenho atacado leões e ursos...” (1Sm 17.34-36).

Vida de um pastor não era fácil. Na verdade, cuidar de um rebanho era exigente e muito perigoso. Por isso, Jesus ao se descrever como o bom pastor diz que o assalariado, aquele que cuida de um rebanho que não é seu, foge diante de qualquer perigo proveniente de um lobo.

Pastor e rebanho estavam sempre em caminhada. Interessante que o salmista enumera a ovelha, pois diferentemente da cabra que não consegue se equilibrar quando precisa passar em lugares apertados. As cabras rapidamente ficam com sede e não suportam caminhadas longas (Pv 4.26; Is 26.7).

Davi, a ovelha no salmo 23, diz que por causa desse pastor, não sente falta de nada. A ideia de ausência de carência também está presente no Salmo 34.11; 8.6. Seria muito maravilhoso podermos confessar: não sinto falta de nada.

Confessar: nada me faltará provém da certeza de quem é o nosso pastor.

O pastor oferece ao rebanho: pastos verdes (Ez 34.14); ervas novas, águas tranquilas. Conduz à lugares de vida e não de morte. E junto a tudo isso, o pastor restaura a alma (Sl 23.3), ou seja, recolhe as ovelhas dispersas (Ez 39.27).

Além de guiar seu rebanho, o pastor se ocupa em trazer de volta as ovelhas perdidas.

Você precisa ser pastoreado por esse bom pastor!

Pastor e ovelhas caminham juntos!

No salmo 23, em especial nos três primeiros versículos ocorrem os seguintes verbos: conduzir v.2; trazer de volta v.3; guiar v.3.

O salmista Asafe no Salmo 77.21 escreveu: “guiaste teu povo como um rebanho”.

O pastor nos conduz, traz de volta e guia pela trilha da justiça (Sl 23.3).

Você já caminhou numa trilha?

Uma trilha é um caminho por onde alguém já trilhou. Quem caminha numa trilha segue o caminho deixado por outro.

Pelas veredas (trilhas) da justiça (Sl 23.3) o pastor quer trazer a ovelha de volta. Seu desejo é devolver para a ovelha seu bem-estar, sua vida. Afinal, ovelha não sobrevive sozinha.

Na caminhada do pastor com sua ovelha, ambos trilham a vereda da justiça. Com justiça o pastor quer guiar (Sl 5.9), pois pastoreia segundo o direito (Ez 34.16).

Aprendemos na Palavra de Deus a respeito das trilhas do Senhor (Sl 17.5). E essa trilha é a justiça, o direito e a retidão (Pv 2.9). Nessas trilhas pingam gordura (Sl 65.12). O próprio pastor (Deus) se propõe aplainar a trilha do justo (Is 26.7; Pv 5.21), significando ensinar o caminho da sabedoria e fazê-lo andar nas trilhas da retidão (Pv 4.11).

Ser guiado pela vereda da justiça significa ser conduzido e guiado num caminho que o povo de Deus conhece. Esse caminho se transformou em ensino. Por isso o salmista diz: feliz quem sente prazer nesse ensino (Sl 1.2). Por esse fato, Deus é tão insistente quanto a questão do ensino (Sl 113). Por essa razão, em um de seus mandamentos solicitou a dedicação de um dia por semana retornar a casa do Senhor (Sl 23.6; 122) e aprender o ensino a respeito da trilha do pastor divino.

Você precisa ser pastoreado por esse bom pastor!

Pastor e ovelhas caminham juntos!

Essa trilha da justiça na qual sou guiado e conduzido deve-se ao amor do seu nome (Sl 23.3).

O nome do Senhor é modelo de justiça. Deus santificou seu nome ao libertar seu povo da escravidão (Lv 22.31-33). O nome de Deus garante que Deus é o que sempre foi (Ex 3.14).

YAHWEH significa sou o que sou, estou sempre presente. E por isso, o salmista destaca que o pastor está sempre com sua ovelha (Sl 23.4).

O pastor é pastor e conduz como conduz por causa do seu nome. Tudo o que o pastor divino faz em benefício das ovelhas, o faz por ser e estar presente.

O fato é que enquanto rebanho e pastor estão caminhando, surgem adversidades. Assim como surgia na caminhada de um lugar para outro. E o salmista diz: mesmo que (Sl 23.4). Nesses momentos se prova o pastoreio divino. Mesmo que eu ande por um vale escuro, não tenho medo, porque tu estás comigo. Teu bastão e cajado, me confortam.

Era natural que durante a caminhada, surgissem caminhos íngremes, estreitos e montanhosos. Assim é a região desértica de Judá. Devido as montanhas, a luz do dia não chega com força total e o dia termina antes. E por ser lugar montanhoso, a travessia é perigosa. Para que tudo corra bem na travessia, duas coisas são essenciais: o bastão e o cajado.

Bastão – uma vara mais curta, mais resistente e pesada. Num dos lados é arredondado, como uma pequena maça. O bastão possui esse formato pois se torna uma arma para defender o rebanho diante de algum animal selvagem.

Cajado – mais comprido, sendo possível ao pastor se apoiar. O cajado conduz o rebanho. O pastor toca com o cajado nas rochas para que os animais sejam guiados pelo som. Outras vezes, com o cajado conseguia tirar um galho de árvore da frente.

Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, ...” (Sl 23.4).

Em hebraico a palavra escuridão ilustra um lugar marcado pela opressão (Is 9.1,3). O deserto por onde o povo de Deus caminhou é descrito como sendo terra de aridez e escuridão (Jr 2.6).

Escuridão é tudo aquilo que ameaça a existência do rebanho e da ovelha. É lugar onde não há segurança de sobrevivência. Ao exclamar “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, ...” (Sl 23.4), Davi enfatiza que o pastor divino está com quem passa por essa situação. O Senhor, o pastor divino, transforma luz em escuridão (Jr 2.16), mas também a escuridão numa manhã luminosa (Am 5.8). A ação divina ocorre de acordo com as circunstâncias que surgem.

Você precisa ser pastoreado por esse bom pastor!

Pastor e ovelhas caminham juntos!

A ovelha é conduzida em segurança e quando chega aonde é para chegar, ela é bem recebida. O pastor divino é hospitaleiro.

A ovelha é alimentada (Sl 23.5).

Asafe no Salmo 78.19 escreveu que o povo se perguntava: “Pode, acaso, Deus preparar-nos mesa no deserto?” Sabemos que o rebanho do pastor divino foi alimentado no deserto.

A hospitalidade do pastor divino se dá em meio aos agressores das ovelhas (Sl 23.5).

A expressão agressor (inimigos, Sl 23.5) é uma referência as pessoas que causam aflições a outras pessoas. São os lobos da parábola contada por Jesus (Jo 10.12).

Ao saber que o pastor oferece segurança e alimentação em meio aos agressores é consolador.

Por ocasião de uma refeição festiva, era colocada uma pequena quantia de gordura perfumada na cabeça da pessoa. À medida que o corpo ia se aquecendo, a gordura que derretia espalhava perfume por todo ambiente (Sl 133.2). Esse cheiro refrescava a pele da cabeça e auxiliava no repouso. Por isso, “unges a minha cabeça com óleo...” (Sl 23.5) e “o meu cálice transborda...” (Sl 23.5).

A abundância do hospedeiro é dispensada ao hospede. Transbordante (Sl 23.5) significa beber até ficar embriagado. A taça transbordante significa bem-estar do coração. Ou seja, a presença de Deus é tão profunda somos regozijados até mesmo nos piores momentos da vida (em meio aos inimigos).

Você precisa ser pastoreado por esse bom pastor!

Pastor e ovelhas caminham juntos!

Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre” (Sl 23.6).

O Salmo que descreve uma caminhada, a trilhas e os perigos na peregrinação, termina destacando que não são os inimigos que perseguem a ovelha do rebanho do pastor. O rebanho é perseguido pela bondade e misericórdia do pastor divino.

O verbo hebraico perseguir transmite a ideia de alguém que está agarrado (Sl 71.11).

Eu sou uma ovelha agarrada e quando desgarrada, fui buscada pelo pastor divino. O trilho da justiça é o caminho onde estou seguro pela bondade e misericórdia de Deus. Por esse motivo, retorno todo o tempo para a casa de Deus. Um lugar onde sou alimentado e fortalecido.

O Salmo 23 é contraponto do Salmo 22. Enquanto no Salmo 22, o homem nem se sentia mais um ser humano, tamanho sofrimento, no Salmo 23, esse ser humano é conduzido pelo pastor divino.

Você precisa ser pastoreado por esse bom pastor!

Pastor e ovelhas caminham juntos!

Que maravilhoso conhecer esse pastor divino que disse de si mesmo: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10.11). Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

 

Bibliografia

Fernandes, Leonardo Agostini. Dança, ó terra: interpretando Salmos. São Paulo: Paulinas, 2013.

Stadelmann, Luis I.J. Os Salmos da Bíblia. São Paulo: Edições Loyola e Paulinas. 2015.

sexta-feira, 12 de abril de 2024

“Vós sois testemunhas de tudo isso” (Lc 24.48)

 Dia 14 de abril de 2024

Atos 3.13-19; Salmo 4; 1Jo 2.1-5; Lucas 24.35-48

Celebração de 36 anos dos primeiros assentados do MST em Querência do Norte – PR

 Texto: Lc 24.48

Tema:Vós sois testemunhas de tudo isso” (Lc 24.48)


Honrado em estar aqui novamente. Estive na celebração dos 20 anos, 30 anos e agora 36 anos.

Celebrar 36 anos de um evento marcante na vida de todos vocês. Dia 03 de abril de 1988. Domingo de Páscoa. Desembarcavam 65 pessoas na represa da Jabur. Não traziam apenas enxadas, enxadões, roupas, lonas, cordas, machados, facões. Assim como se celebra a cada Páscoa, desembarcavam cheios de esperança de terem chegado na terra prometida.

Logo depois, vieram outras 40 pessoas. E quão importante foi a chegada dessas famílias. Afinal, o grupo ficou maior e todos passaram a sonhar o mesmo sonho. Juntos, todos de igual importância construíram o que hoje conhecemos como assentamento Capanema.

Muitas pessoas que iriam vir não vieram, outras retornaram, outros que nem sequer esperavam estar aqui, acabaram vindo. E aqui estamos nós, celebrando 36 anos de história.

Caríssimos jovens: atentem-se para um fato. Você faz parte de uma geração agraciada. Poder reviver a história por testemunhas vivas.

Acompanhamos as leituras bíblicas desse final de semana, e dentre as quatro leituras, quero destacar palavras que os farão reviver àquele domingo do dia 03 de abril de 1988. Atos 3.13-19: Páscoa. Salmo 4: sofrimento, tal como estar num lugar apertado e numa situação sem saída. 1João 2.15: Luta. Lucas 24.35-48: medo, dúvida, alegria e testemunho.

Dessa forma, ao juntar as palavras páscoa, sofrimento, luta, medo, dúvida, alegria e testemunho, resumimos o que vocês enfrentaram num curto espaço de tempo.

Essas mesmas palavras fazem parte daquele primeiro novo dia dentro da criação: a Páscoa.

As aparições de Jesus aos seus discípulos durante 40 dias após ressuscitado, visava fortalecer a convicção para que eles fossem testemunhas. Disse Jesus: “Vós sois testemunhas de tudo isso” (Lc 24.48).

O Jesus ressuscitado apareceu para Maria Madalena, para os discípulos, para discípulos que estavam voltando para sua casa, na zona rural, 11 km de Jerusalém. Esses homens desiludidos, tristes, desanimados, reconhecem aquele estranho que caminhava com eles enquanto esse partia o pão. A alegria os fez retornar para Jerusalém para testemunhar para os outros.

O testemunho desses não era suficiente, pois ainda restava dúvida e preocupações. E Jesus se apresenta e diz: “que a paz esteja com vocês!” (Lc 24.36) e pede para que o toquem e parem de duvidar (Lc 24.37-39). E depois da dúvida a alegria foi tão intensa que não acreditavam (Lc 24.40).

Toda caminhada se dá entre dois polos – tristeza e alegria;

    preocupação e exultação;      

   desanimo e euforia;

   dúvida e alegria.

No Salmo 4, vemos um Davi que passando por um dos momentos mais difíceis da sua vida a ponto de descrever como estando num lugar apertado e sem saída, testemunha fielmente o cuidado e a proteção de Deus a ponto de deitar-se e dormir tranquilamente.

Em Atos acompanhamos Pedro, que por medo havia negado a Cristo, testemunhando a respeito da sua ressurreição (At 3.15).

Na carta de João ouvimos as palavras de alerta para que se lute contra o pecado. Aqui eu faço uma observação: somos, todos nós somos pecadores. Todavia, vocês que sempre foram criticados de serem ladrões, vândalos, lutaram bravamente e criaram suas famílias honestamente. Obrigado por esse testemunho pessoal de vocês, enquanto muitos ainda dizem o contrário.

O relato da ressurreição de Jesus Cristo nos traz luz, graça, força, consolo.

Foi num dia de Páscoa e muitos de vocês vivenciaram algo idêntico ao que os discípulos de Jesus viveram: dúvida, medo, insegurança, desânimo. E a exemplo dos discípulos de Jesus, todos nós vivemos na mesma alegria: Jesus Ressuscitou!

O Jesus Ressuscitado é a nossa maior alegria, afinal, não temos terra aqui nesse mundo. Nossa pátria não é aqui. Ouçamos o relato escrito na carta aos Hebreus: “Foi pela fé que Abraão, ao ser chamado por Deus, obedeceu e saiu para uma terra que Deus lhe prometeu dar. Ele deixou o seu próprio país, sem saber para onde ia. Pela fé ele morou como estrangeiro na terra que Deus lhe havia prometido. Viveu em barracas com Isaque e Jacó, que também receberam a mesma promessa de Deus. Porque Abraão esperava a cidade que Deus planejou e construiu, a cidade que tem alicerces que não podem ser destruídos” (Hb 11.8-10).

Ao dizer: “Vós sois testemunhas de tudo isso” (Lc 24.48) é preciso destacar que é fácil deixar de testemunhar.

Para testemunhar é preciso não desanimar nunca. È preciso suportar as dúvidas alheias, os desanimados, os tristes e os desencorajados.

Para testemunhar é preciso alimentar-se constantemente do testemunho bíblico: Jesus Ressuscitou! Sua vitória é a nossa vitória. Amém!

 

Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 9 de abril de 2024

Oração em tempos de crise (Sl 4)

 

14 de abril de 2024

Terceiro Domingo de Páscoa

Salmo 4; Atos 3.11-21; 1João 3.1-7; Lucas 24.36-49

Texto: Salmo 4

Tema: Oração em tempos de crise.

 

Sob o tema: Deus, meu defensor recebemos o Salmo De Davi. Escrito para o regente do coro – para instrumento de cordas.

A expressão “mestre de canto” ou “regente do coro” aparece em 53 dos 150 Salmos.

O Salmo 4 e o Salmo 3 são de Davi. Os títulos são idênticos. Só há uma mudança no final do Salmo.

Percebe-se como o salmista se dirige a Deus com intimidade e ousadia.

O regente do coro era o “ministro de louvor” encarregado de preservar os salmos no templo ou Tabernáculo (1Cr 6.31,32; 15.16-22; 25.1-7).

Robert Hawker (anglicano, 1803-1875) destacou que a palavra hebraica é traduzida por “mestre de canto”, a Septuaginta (tradução do hebraico para o grego) optou por Lamenetz em vez de Lamentzothpara o fim”.

Por esse motivo, os pais gregos e latinos passaram a destacar que todos os salmos que têm essa inscrição referem-se ao Messias, “o grande final”. Dessa forma, este salmo é endereçado a Cristo.

A expressão hebraica “negîynâh” significa “acompanhado por instrumentos de corda”, referindo-se à harpa e à lira (1Cr 23.5; 25.1,3,6).

Na tradição judaica, a intensidade da alegria era tal que recorriam à música para expressar os sentimentos mais profundos de suas almas. O uso da harpa e da lira visa destacar a adoração a Deus e não apenas uma manifestação emocional.

A referência a instrumentos de cordas com as mãos visa evocar a imagem poética de que somos instrumentos nas mãos divinas. Como afirmava Gregório de Nazianzo: “Senhor, sou um instrumento para tu tocares”.

Davi, autor do salmo, estava enfrentando uma situação delicadíssima em sua vida: adversidades e ansiedade. E, dessa forma, Davi busca pela justiça de Deus. Davi busca paz em Deus.

 

Ó Deus, defensor dos meus direitos, responde-me quando eu te chamar! Eu estava em dificuldade, mas tu me ajudaste. Tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4.1).

 

Um clamor ardente e aflito de Davi: “responde-me”.

Deus, defensor dos meus direitos” – é uma recordação dos muitos livramentos de Deus.

dificuldade, angústia” – situação sem saída. Era como se Davi estivesse num lugar encurralado. Ideia de uma pessoa num lugar apertado e sem saída. Isso contrasta com a palavra “alívio” “ajudaste” que traduz um termo hebraico que transmite o sentido de “lugar espaçoso”. Davi é uma testemunha de Deus em meio a intimidação.

 

Homens poderosos, até quando vocês vão me insultar? Até quando amarão o que não tem valor e andarão atrás de falsidade?(Sl 4.2)

 

Palavra dirigida aos que se rebelaram, proclamando Absalão como rei.

Homens poderosos” – são os líderes corrompidos por Absalão que desviaram o povo. Davi conhecia a artimanha de Absalão para enganá-los.

Davi está descontente com o fato de pessoas terem trocado a verdade de Deus pela mentira. Pessoas que passaram a gostar de “coisas vazias”.

 

Lembrem que o Senhor Deus trata com cuidado especial aqueles que são fiéis e ele; o Senhor me ouve quando eu o chamo (Sl 4.3).

 

Deus cuida de modo especial dos seus. O apostolo Paulo chega a destacar na carta aos Romanos que da maldade tira o bem para favorecer os que ama.

 

Tremam de medo e parem de pecar. Sozinhos e quietos nos seus quartos, examinem a sua própria consciência(Sl 4.4)

 

Devido as intensas emoções, muitos dos que seguiam Davi estavam à beira de perder o controle. Por isso, as palavras de Davi oferecem instruções aplicáveis às situações contemporâneas em que a raiva nos ameaça.

Parem de pecar” – cuidado, afinal, a raiva pode levar a palavras e ações pecaminosas, inclusive homicídio (Mt 5.21-26).

Na carta aos Efésios (Ef 4.26) o apostolo Paulo cita as palavras idênticas a esse versículo, ressaltando que nem toda ira, raiva, é pecaminosa. Qual raiva não é pecado? A chamada raiva santa. A raiva contra o pecado.

Examinem a sua própria consciência” – é fácil apontar o pecado do outro e ficar indignado. E os nossos?

Consultai com o coração: É fácil indignar-se com os pecados alheios enquanto ignoramos os nossos próprios (Mt 7.1-5). Davi mesmo havia caído nessa armadilha (2Sm 12.1-7). Em vez de ser consumido pelas atitudes dos outros, devemos fazer uma introspecção, examinando se há pecados em nosso próprio coração que precisamos confessar.

Calai-vos: A reflexão sincera sobre o nosso coração não deve gerar inquietação, mas sim levar-nos a confessar nossos pecados ao Senhor.

 

Ofereçam sacrifícios como o Senhor exige e ponham a sua confiança nele (Sl 4.5)

 

Os sacrifícios não podiam ser oferecidos no deserto, mas era possível fazer promessas para oferecê-los quando retornassem a Jerusalém. Em contraste, Absalão ofereceu sacrifícios hipócritas para impressionar o povo, mas Deus não os aceitou (1Sm 15.12; Salmo 50.14, 15).

A mensagem de confiança no Senhor (5b) destaca-se. Absalão confiava em sua liderança, exército, estratégias astutas e popularidade. Essa falta de confiança condenou seu plano ao fracasso.

Davi, além de ser um grande rei e estrategista militar, era um pastor amoroso preocupado com seu povo. Ele desejava que andassem com o Senhor, reconhecendo que a situação espiritual era mais crucial do que habilidades militares. Sabia que o Senhor concede vitória àqueles que confiam e obedecem (Salmo 51.16-19).

 

Há muitas pessoas que oram assim: “Dá-nos mais bênçãos, ó Senhor Deus, e olha para nós com bondade” (Sl 4.6)

 

Os líderes de Davi comunicaram ao rei as preocupações e desânimo evidentes entre o povo. A pergunta recorrente era: “Quem nos mostrará o bem?” Isso expressava o anseio por algo positivo em meio à situação difícil. Davi percebe a repetição constante dessas palavras de desânimo, criando uma atmosfera tensa.

Davi tem uma perspectiva diferente do “bem” desejado. Ele busca o resplendor do sorriso de Deus sobre ele e seu povo, algo mais profundo do que meras circunstâncias externas. A referência à bênção sacerdotal em Números 6.24-26 destaca a busca de Davi pelo favor divino.

Mesmo sem um sacerdote presente, Davi confia que Deus responderá às súplicas do seu coração. Ele almeja que o Senhor transforme as trevas em luz, substituindo não apenas a escuridão ao seu redor, mas também o desânimo por alegria.

Esse desejo reflete, portanto, a compreensão profunda de Davi sobre o que verdadeiramente constitui um “bem” duradouro.

 

Mas a felicidade que pões no meu coração é muito maior do que a daqueles que têm comida com fartura (Sl 4.7)

 

É interessante notar que a alegria experimentada por Davi supera até mesmo a exuberância associada a ocasiões de festa, como casamentos e colheitas abundantes entre os israelitas. Isso ressalta que a alegria oriunda da resposta divina transcende as alegrias terrenas.

Aprendemos na Bíblia que a alegria proporcionada por Deus é mais profunda e duradoura do que qualquer contentamento derivado de circunstâncias temporais.

Essa alegria divina é um tema recorrente nas Escrituras, destacando a riqueza espiritual que Deus concede àqueles que confiam Nele. Essa alegria representa não apenas uma mudança nas circunstâncias, mas uma reviravolta no próprio estado emocional e espiritual de Davi.

 

Quando me deito, durmo em paz, pois só tu, ó Senhor, me fazes viver em segurança (Sl 4.8)

 

Neste versículo final, Davi expressa seu louvor a Deus pela paz que antecede a batalha, uma tranquilidade que Deus depositou em seu coração antes mesmo da luta. Essa paz não é apenas a ausência de conflitos, mas representa uma plenitude de vida e confiança. Davi reconhece que essa paz é um dom divino, um descanso proporcionado por Deus, seu escudo protetor.

A referência ao Senhor como escudo remete à imagem de proteção divina que acompanha Davi desde os tempos difíceis descritos em outros salmos. Aqui, antes da batalha, ele encontra repouso sabendo que Deus é seu defensor e guardião. A paz que antecede a luta é uma evidência da presença e cuidado contínuos de Deus na vida de Davi.

A relação próxima entre Davi e Deus é simbolizada por esse sentimento de paz, onde o coração do salmista está ancorado na confiança do Senhor, independentemente das circunstâncias externas.

Essa paz divina é, portanto, um tema recorrente na experiência espiritual de Davi, destacando a profunda conexão que ele mantém com o seu Deus.

 

Edson Ronaldo Tressmann

Dar a vida pelos irmãos! (1Jo 3.16)

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