terça-feira, 28 de agosto de 2018

Diminuir nem acrescentar


02 de setembro de 2018
15º Domingo após Pentecostes
Sl 119.129-136; Dt 4.1-2,6-9; Ef 6.10-20; Mc 7.14-23

Tema: Diminuir nem acrescentar!

Certo homem, levando a sua esposa para dar a luz uma criança, se sentiu na necessidade de passar um farol fechado, se certificando que não exporia em perigo sua vida ou a de outrem, mas, um policial estava atento naquele local e interceptando o cidadão, o autuou. O homem quis justificar sua ação apresentando a emergência e que não havia colocado a vida de ninguém em risco. Ao que o policial respondeu: a lei é clara e não abre brechas nem exceções, eu compreendo a sua situação, mas sou um profissional que julga segundo a lei, e não segundo o que eu acho.
Não adiantava àquele homem argumentar, pois, o policial não poderia agir fora da lei em favor daquele homem.
As exigências de Deus, nos Dez Mandamentos ficam sem resposta de nossa parte, e não temos nada para argumentar. A lei mostra o que o ser humano deveria ser em relação a Deus e ao próximo.
Antes de adentrar na terra prometida, Moisés diz ao povo que o futuro, será um futuro vindouro, se os mesmos estiverem atentos a todo estatuto divino. E o estatuto divino, nada mais é do que a sua Palavra. Todo estatuto divino contém os Dez Mandamentos, o Livro da Aliança das Ordenanças Civis e Religiosas, que detalham o significado dos Dez Mandamentos, e também no estatuto divino se encontra as leis cerimoniais.
A semelhança daquele homem que ultrapassou o sinal vermelho, não adianta querer nos justificar. Jesus disse: “Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir” (Mt 5.17). Jesus criticava e rejeitava as ordenanças humanas e as obrigações impostas para tradição religiosa. Jesus disse: “Negligenciando o mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens. E disse ainda: jeitosamente rejetais o preceito de Deus para guardardes a vossa própria tradição. ...” (Mc 7.8-13).
Deus deu a Lei para seu povo (Dt 4.8; Lv 26.46; Sl 147.19-20; Rm 9.4).
O povo de Deus, Israel, tem a alegria de saber que era o único povo que tinha sua legislação, jurisdição e jurisprudência na pessoa do Deus vivo.
E a lei de Deus é lâmpada, instrução, luz e caminho da vida (Pv 6.23).
Se a lei de Deus traz toda as suas precauções, a lei de Deus me coloca diante do problema do pecado. Problema esse que eu não posso resolver sozinho.
A lei de Deus é coisa séria, tanto que, “vindo, porém a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, ...” (Gl 4.4-5). Por causa da lei de Deus, é que Jesus foi condenado a morte. Jesus veio cumprir a lei. Em Jesus temos o fim da lei. Jesus é a justiça de Deus. (Rm 10.4). Ele nos reconcilia com o Pai.
Moisés estava ressaltando ao povo que o futuro está nas mãos de Deus e com Deus esse futuro será sempre abençoado.
A mais ou menos um ano atrás ouvi algumas mulheres conversando sobre futuro. Uma delas ressaltava que não havia futuro. Há futuro? Sim. O futuro é eterno. O futuro nessa vida é a tarde e à noite e o amanhã. O futuro certo é a eternidade, a terra prometida. É preciso viver o hoje na certeza de que amanhã está garantido. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Cristo amou e ama a sua Igreja


26 de agosto de 2018
14º Domingo após Pentecostes
Sl 14; Is 29.11-19; Ef 5.22-33; Mc 7.1-13
Texto: Efésios 5.22-33
Tema: Cristo amou e ama a sua igreja

Como é um bom receber uma declaração de amor!
Faz quanto tempo que você não ouve a declaração: eu te amo?
Qual foi a última vez que você fez uma declaração de amor? Ao parceiro? Parceira? Filho? Filha? Amigo? Amiga?
Nosso dia fica mais cheio de vida e alegria quando recebemos uma declaração de amor.
Na carta circular, carta de Paulo aos Efésios, o apostolo anuncia a declaração de amor de Jesus para com a sua igreja. A pericope (Efésios 5.22-33) é uma verdadeira declaração de amor de Jesus.
Cristo amou e ama a igreja (Ef 5.22-33).
Quatro provas de amor de Jesus para com a igreja.
Primeira: se entregado pela igreja. (Ef 5.25)
... assim como Cristo amou a Igreja e deu a sua vida por ela”.
Desde a queda em pecado, Deus intervém na história humana com o intuito de salvar a humanidade pecadora.
O apostolo usa o termo grego “paredoken” que significa entregar nas mãos; entregar alguém à custódia, para ser julgado, condenado, punido, açoitado, atormentado, entregue à morte; dar algo à alguém, pôr-se ao lado.
Ao escrever que Cristo “paredoken” se “entregou” – Paulo enfatiza toda obra realizada por Jesus para reunir os filhos de Deus como sendo parte de seu corpo.
Somos parte do corpo de Cristo pelo fato de Jesus ter se entregado por nós.
Cristo amou e ama a igreja (Ef 5.22-33).
Quatro provas de amor de Jesus para com a igreja.
Segunda: a torna santa.
Ele fez isso para dedicar a Igreja a Deus, lavando-a com água e purificando-a com sua palavra” (Ef 5.26).
A igreja só é santa por causa da obra de Cristo. Somos igreja por causa da unidade no Espírito no vínculo da paz (Ef 4.3).
As pessoas estranham o fato de que quando confessamos nossa fé dizemos: “a comunhão dos santos”. No entanto, vale lembrar que a própria confissão de fé aponta para a nossa santidade, ou seja, para a obra de Deus em Jesus no poder do Espírito Santo.
A santidade da igreja não está em suas obras e realizações, mas, na obra realizada por Jesus Cristo. David Platt no livro Contra Cultura faz um belo resumo sobre a igreja ser santa ao dizer: “a obra de Cristo me liberta das minhas obras e também me liberta para prática de boas obras”.
A igreja é santa por causa de Cristo – e vivendo em Cristo continua praticando sua santidade nesse mundo, conforme Paulo explicitou aos Efésios: “Antigamente vocês mesmos viviam na escuridão; mas, agora que pertencem ao Senhor, vocês estão na luz. Por isso vivam como pessoas que pertencem à luz” (Ef 5.8).
Ser igreja é ser corpo de Cristo. Ser parte do corpo de Cristo não é nenhum mérito humano, é graça de Deus. Paulo escreveu a Tito: “Porém, quando Deus, o nosso Salvador, mostrou a sua bondade e o seu amor por todos, ele nos salvou porque teve compaixão de nós, e não porque nós tivéssemos feito alguma coisa boa. Ele nos salvou por meio do Espírito Santo, que nos lavou, fazendo com que nascêssemos de novo e dando-nos uma nova vida” (Tt 3.4-5).
Pelo batismo, o braço da graça de Deus é estendido às criancinhas. Pelo batismo fomos inseridos no corpo de Cristo.
Cristo amou e ama a igreja (Ef 5.22-33).
Quatro provas de amor de Jesus para com a igreja.
Terceira: Apresenta a igreja gloriosa diante de Deus. (Ef 5.27)
E fez isso para também poder trazer para perto de si a Igreja em toda a sua beleza, pura e perfeita, sem manchas, ou rugas, ou qualquer outro defeito”.
A obra de Jesus em favor da igreja é para afastar da mesma outros sedutores que querem simplesmente corromper a igreja. Ele se declara para a igreja para que a mesma não se esqueça do seu amor.
Jesus Cristo quer uma igreja exclusivamente para si, de maneira irrepreensível, que não pode ser acusada de nada, por isso, “se entregou por ela, ... a santificou, ... e a apresenta gloriosa”.
Cristo amou e ama a igreja (Ef 5.22-33).
Quatro provas de amor de Jesus para com a igreja.
Quarta: Jesus a alimenta e cuida dela. (Ef 5.29)
... cada um alimenta e cuida do seu corpo, como Cristo faz com a Igreja”.
A ideia transmitida pelo alimentar é de alguém que está dando de mamar e assim nutrindo com nutrientes preciosos para a vida toda. Ao anunciar que cuida ressalta que aquece, mantém quente, cuida com amor terno e carinhoso. Um belo retrato do amor de Jesus para com a igreja que é o seu corpo.
O corpo de Cristo (Igreja) continua sendo alimentado e cuidado pelos meios da graça: batismo, santa ceia e pregação. Por esses alimentos, Deus nos estende a sua graça salvadora alimentando e cuidando.
Cristo amou e ama a igreja (Ef 5.22-33).
Quatro provas de amor de Jesus para com a igreja. Com essas declarações, Jesus mostra para a Igreja, quem ela é e como é amada e que sob esse amor serve ao seu cabeça: Jesus Cristo.
Relacionamentos terminam por falta de amor. O amor mantém um vínculo ocorrido no amor.
Jesus é a declaração de amor de Deus por seus filhos e filhas. A igreja - corpo de Cristo vive sob esse amor.
A igreja recebeu e recebe amor. Um amor declarado a cada culto através da pregação, da santa ceia que não se recebe por merecimento, mas por graça, e pelo batismo que é o braço estendido de Deus.
A igreja - junção dos que estão nesse amor. A igreja sempre vivenciou e vivencia esse amor.
Por amor, Jesus foi até o fim pelos filhos e filhas de Deus. Sob esse amor estou submisso.
A ideia transmitida pelo verbo “hupotasso” (v.21) (colocar-se sob o amor) é de não se calar, não ficar parado sem ação diante do amor do marido, Jesus. Amém!

Rev. Edson Ronaldo TREssmann
Querência do Norte – 15/06/2017

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Pais que servem!


19 de agosto de 2018
13º Domingo após Pentecostes
Sl 34.12-22; Pv 9.1-10 ou Js 24.1-2,14-18; Ef 5.6-21; Jo 6.51-69
Tema: Pais que servem!

Passado a euforia do dia dos pais, onde são homenageados, presenteados, refletir sobre a função verdadeira de um pai. Para esse meditação, fundamentamos a prédica no texto de Josué 24.15.
A Bíblia nos deixou registrado a história de muitos pais. Abraão, Isaque, Jacó, José, Boaz, Jessé, Davi, Buzi, Amoz, Petuel, etc. Além de registrar grandes pais, a Palavra de Deus apresenta suas alegrias e tristezas. Relembremos alguns episódios de tristeza acontecido na vida de alguns pais. Tristezas essas que retratam muitas daquelas que pais estão vivendo.
Pai do Filho pródigo, sua tristeza, foi pelo filho ter ido embora;
Jairo, sua tristeza foi causada pela morte de sua filha;
Arão, seus filhos, Nadabe e Abiu, foram mortos por terem trazido um fogo estranho para o altar de Deus.
Eli, seus filhos não eram fiéis a Deus assim como ele era;
Adão, seu filho Caim matou o seu irmão, e fugiu;
Abraão, teve de mandar seu filho Ismael embora de casa;
Noé, amaldiçoou seu filho Cam, por ter visto sua nudez;
, perdeu sua esposa;
Judá, tinha um filho perverso perante o Senhor, e o outro era desobediente, por não querer ter filhos com a esposa do seu falecido irmão.
Faraó, seu filho morreu, por ocasião da 10º praga;
Jacó, teve seu filho vendido, mas por mentira de seus filhos, acabou sofrendo por achar que ele tinha sido morto.
, perdeu seus 10 filhos com um forte vento que derrubou a casa.
Davi, viu seu filho, fruto de adultério morrer ainda recém-nascido.
Muitas dessas tristezas são as infelicidades de muitos pais na atualidade. Acompanhamos diariamente nos noticiários, irmão matando irmão; o filho de alguém sendo morto ou pela polícia ou por bandidos. Vê-se também, maridos sepultando a esposa; pais que tem suas filhas mortas. Há ainda a tristeza de pais que não sabem lidar com os filhos rebeldes. Além disso, a preocupação com seus filhos adolescentes que estão iniciando nas drogas, na violência, .... Há também os pais que precisam renegar seus filhos, por serem frutos de uma traição. Ainda há pais que sofrem por saberem que seus filhos não se combinam e vivem em pé de guerra. Talvez nossa oração seja: Livrai-nos das tristezas do dia-a-dia.
Após um período no CMDCA, tenho observado que pessoas tem apontado a causa dos problemas com seus filhos a rebeldia, a violência, as drogas, ... Mas - na Bíblia, muitas das tristezas de muitos pais ocorreram devido a um fato - “os filhos terem se afastado da presença de Deus”. Os filhos de Eli se afastaram da vontade de Deus (1Sm 2.12-17). Eles deviam sacrificar toda a carne de animais trazida a eles, mas escolhiam a melhor parte e ofertavam as sobras. Os filhos de Arão, Nadabe e Abiu, deviam se apresentar de uma forma adequada no altar de Deus, mas não fizeram de acordo com a vontade de Deus e foram consumidos pelo fogo (Lv 10.1). Abraão não esperou o momento de Deus em cumprir sua promessa, e por isso, precisou mais tarde mandar seu filho Ismael embora (Gn 21.8-21). Os irmãos de José sentiam inveja e agiram de uma forma violenta com ele, o venderam para os ismaelitas e causaram longos anos de tristeza a seu pai Jacó com a mentira da morte (Gn 37.27,32-36).
Tristezas e alegriasessas são as marcas da vida de um pai.
Nossa reflexão nesse culto é retirada do livro, da história de Josué. O livro nos conta que os israelitas fizeram um pacto com os gibeonitas por não terem ouvido a Palavra de Deus. Devido a esse pecado e tantas outras vezes que deixaram de ouvir a Deus, os profetas dizem que povo foi exilado e ficaram longe de sua pátria por longos setenta anos.
Por se afastarem de Deus, muitos filhos causaram tristezas a seus pais. Outros, no entanto, foram motivos de alegria. Permaneciam naquilo que aprenderam desde infância. Citemos o exemplo de Timóteo, do qual Paulo exalta a fé e a fidelidade (2Tm 3.15). Também o filho pródigo, que mesmo tendo causado tristeza ao sair, e uma enorme alegria ao retornar à sua casa (Lc 15.20-24). Posso citar Sansão, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Joel, ...; Filhos fiéis, dedicados, esforçados e atentos a Palavra de Deus. Filhos que se dedicaram em servir a Deus com fidelidade e de Deus não se afastaram e assim não se perderam.
O pai e a mãe é um representante de Deus aqui nesse mundo. E como tal merece todo o nosso respeito, amor e carinho (Ef 6.2-3).
O problema é que atualmente a autoridade está sendo questionada por todos, principalmente pelos veículos de comunicação. Os filhos são incentivados pela sociedade a não respeitar àqueles que exercem autoridade - principalmente os pais, pastores, mais idosos, ... por isso, querido pai e mãe: “não tratem os seus filhos de um jeito que faça com que eles fiquem irritados. Pelo contrário, vocês devem criá-los com a disciplina e os ensinamentos cristãos” (Ef 6.4).
Entre os exilados a Babilônia, o rei Nabucodonosor procurava entre os prisioneiros pessoas inteligentes, com boa aparência física, educados e aptos a servirem no palácio. E entre o povo de Israel acharam 4 jovens com as características que o rei queria (Dn 1.4,6). O que me chama atenção é que os pais desses jovens sabiam que iria acontecer o exilio, mas, mesmo assim, prepararam da melhor maneira os seus filhos. Não são os dias maus como diz Paulo na carta aos Efésios que nos devem paralisar, na verdade, pelos dias serem maus é que eu devo aproveitar o tempo da melhor maneira.
Josué é o líder escolhido por Deus para adentrar com seu povo na terra prometida. Uma terra que já tinha sua contaminação de costumes contrários a vontade de Deus. Uma terra dominada pela idolatria. E nesse sentido, ouvimos as palavras de um chefe, pai de família e grande líder: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor...” (Js 24.15).
Esse é o teu desejo pai?
Saiba que para servir a Deus existem muitas maneiras. No entanto, nesse culto quero falar sobre uma muito importante dentro do lar. Educar os filhos, mostrar a eles o caminho verdadeiro (Sl 32.8; Pv 8.32; 23.19; Pv 10.17; Jô 14.6); Admoestá-los no temor do Senhor (Sl 17.4; 1Sm 12.24; Jó 1.1; Sl 111.10); não provocá-los a ira que os leva ao desânimo e ao desentendimento (Sl 2.12; Cl 3.21; Ef 6.4).
Salomão, filho de Davi, escreveu a os pais: “Eduque a criança no caminho em que deve andar e depois quando velho não se desviará dele” (Pv 22.6). Educar – nada mais é do que deixar marcas profundas, ou como se diz modernamente, deixar um legado. Educar se faz no dia-a-dia (Dt 6.7-8), é como uma construção, um tijolo de cada vez. Por isso, Lutero certa vez disse: cuide de seu filho, eduque-o no caminho do Senhor, mesmo que ele saia desse caminho o Senhor o recompensará por isso, e é o seu chamado como pai, educar, transmitir valores ao seu filho. Aliás, isso é o que Paulo quer transmitir com as palavras “remindo o tempo” ou “aproveitando as oportunidades”. Não abandone valores e princípios.
Palavras de um pai – Josué: “Decidam a quem vocês vão servir, porém eu e a minha família serviremos a Deus, o Senhor” (Js 24.15).
Educar é servir. Servir é se doar. Esse doar, não é doar tudo aquilo que o filho deseja por capricho.
Educar não é fácil. Ser pai e mãe não é fácil. Somos representantes de Deus aqui no mundo e é difícil representar a Deus neste mundo que não quer mais saber dele. Por isso, Josué exclama: “escolhei, hoje, a quem sirvais”.
Se servir é educar e educar é servir – vamos remir o tempo, ou vamos pagar um preço para que nossos filhos sejam educados no caminho do Senhor. Vamos ter tempo e dedicar tempo para ouvir a Palavra do Senhor. A velha desculpa do: eu não tenho tempo mostra a nossa falta de prioridade com aquilo que é prioritário. O apostolo Paulo escreveu: “Portanto, prestem atenção na sua maneira de viver. Não vivam como os ignorantes, mas como os sábios” (Efésios 5.15).
O pai e líder Josué está diante de um povo que antigamente seus pais adoravam outros deuses (Js 24.2; Ez 16.3). Mesmo em meio a uma família idolatra, Deus tomou Abraão (Ne 9.7-8) e formou o seu povo para salvar todos os povos. Esse povo que inúmeras vezes nos 40 anos de caminhada pelo deserto foi infiel, agora é convidado a escolher a quem querem servir. Em outras palavras: vejam tudo o que Deus lhes fez. Ele prometeu e cumpriu. E agora, querem servir a ele ou voltar aos seus deuses antigos?
Servir é educar e educar é servir - escolham a quem vão servir e sobre quem irão deixar marcas profundas? Como eu, um pai quero ter filhos fiéis ao Senhor se sou infiel?
Josué disse: “temei ao Senhor e servi-o. Deitai fora os deuses...” (Js 24.14). Josué constata que muitos entre o povo de Deus ainda adoravam os deuses caldeus (fogo, a luz, o sol), deuses egípcios (Ápis, Anúbis, Serpentes, Vegetais) e deuses moabitas e cananeus (Baal-Peor; Astarte). Josué constata a triste realidade da idolatria mesmo diante dos maravilhosos atos de salvação de Deus.
Muitas coisas podem ser evitadas no nosso lar - educando os filhos no caminho do Senhor. Eu sei, e preciso lembrar que os filhos de Eli, o sacerdote, foram educados no caminho do Senhor e fizeram o que era mau perante Deus. O problema é que abandonaram o caminho do Senhor.
O ponto não é se seu filho vai abandonar o caminho de Deus ou não quando crescer. O ponto não é depois de grande ele escolhe o que quer. O ponto é: como pai e mãe sou representante de Deus para educar meu filho no caminho em que deve andar.
As crianças aprendem muito mais pelos nossos atos do que pelas nossas palavras. Escolher a quem servir é mostrar-se fiel a Deus nos momentos mais difíceis da vida. Escolher a quem servir é viver a fé a cada novo dia (Sl 37.5; 55.22; Mt 6.25, 33; 1Pe 5.7). Escolher a quem servir é educar pelo exemplo de serviço.
Não podemos desistir - sirvamos ao Senhor, quer seja, dentro de casa, no nosso trabalho e na igreja.
Josué tinha diante dele uma multidão que estava sendo tentada a se afastar de Deus, e como um pai, os chama a uma decisão: “A quem vocês vão servir? Eu e a minha casa (minha esposa, meus filhos) serviremos a Deus o Senhor” (Js 24.15).
Nos importa servir a Deus o Senhor que nos serviu Jesus. E Jesus nos serve através da sua Palavra e Sacramentos.
Quando alguém disser: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Sl 101.2; Jo 6.68; At 11.23) que a nossa resposta seja: “nós também serviremos ao Senhor” (Ex 15.2; Mq 4.2).
Ser pai é conviver em meio as tristezas e alegrias doando-se completamente, assim como o nosso Pai doou seu filho por nós e doa todos os dias seu cuidado e amor. O nosso Pai em todos os momentos, alegres ou tristes, bons ou ruins está ao nosso lado se doando para e por nós. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Qualquer mera semelhança é pura coincidência!


12 de agosto de 2018
12º Domingo após Pentecostes
Sl 34.1-8; 1Rs 19.1-8; Ef 4.17 – 5.2; Jo 6.35-51
Tema: Qualquer mera semelhança é pura coincidência!

No dia 12 de agosto de 2012 ao pregar sobre o texto de 1Reis 19, o proposito foi mostrar com base nesse texto que os deprimidos precisam de muita compreensão e não nosso julgamento, afinal, todos nós estamos sujeitos a depressão.
A julgar pelo contexto do texto, é evidente o contraste entre o Elias poderoso, cheio de confiança após arrasar os profetas de Baal no monte Carmelo e o Elias desanimado e deprimido no deserto de Berseba.
Há ainda hoje muitos Elias, pregadores que não suportam a adoração a outros deuses e que condenam a mesma. Há Elias corajosos na luta contra deuses pagãos e seus adoradores. Mas, há também muitos Elias, que após muitas lutas se encontram deprimidos e se sentido sós num deserto de vida.
Qual é o motivo para que muitos Elias estejam enfrentando a depressão? Sem julgar as causas psicológicas de tal doença, quero destacar que assim como o profeta Elias, muitos ainda hoje, ao constatar que ao invés de culto verdadeiro, há muita hipocrisia e a velha adoração a outros deuses e até muita superstição entre aqueles a quem se prega a pura Palavra de Deus.
Os Elias do século XXI, assim como o profeta Elias do século IX, são idênticos. Afinal, enquanto Elias imaginava que o sucesso do monte Carmelo fosse trazer resultados para todo o reino e o verdadeiro culto restabelecido em Israel, assim, os Elias do século XXI, imaginam que suas estratégias e planos darão resultados, tudo fracassa e parece que não fizeram nada.
E a pergunta do profeta Elias do século IX, continua sendo a pergunta do Elias do século XXI. “Onde está Deus? Onde está o poder da Palavra de Deus a qual proclamo?
E assim como aconteceu com o profeta Elias, acontece hoje, pregadores da Palavra de Deus desistem de confiar e entender os caminhos e planos de Deus. Assim como no século IX, ainda em pleno século XXI, os Elias continuam achando que os fiéis devem reinar em absoluto, afinal, Deus é Deus único e absoluto.
Deus precisa conversar com seus pregadores ainda hoje!
E para falar com o profeta Elias, Deus envia anjos para o alimentar e fazê-lo caminhar até o monte Horebe, o monte de Deus. Elias é convidado a voltar ao lugar onde Deus havia feito uma aliança com seu povo. Elias voltou ao monte onde Deus apareceu a Moisés e o enviou para libertar o seu povo.
Deus faz seu profeta voltar para lhe mostrar que seu amor e misericórdia continuam presente e atuante.
O profeta Elias estava atuando como juiz e executor em nome de Deus, mas, seu chamado não havia sido para isso. Deus não queria que Elias fosse um inquisidor.
Mas, pastor não pode-se concordar com a idolatria reinante em nosso país? Não se pode tolerar isso ou aquilo?
Não procuremos separar o que Jesus disse para deixar crescer junto, o trigo e o joio. O joio só cresce porque julga o evangelho de Deus como sendo fraqueza de Deus. Mas, para o joio, pelo evangelho, Deus continua proporcionando misericórdia e perdão. Misericórdia e perdão que impulsiona o trigo que também cresce de maneira viçosa.
É preciso que os muitos Elias do século XXI voltem ao Horebe. No monte Horbe, monte onde Deus se faz ver, encontrar um Deus misericordioso e amoroso. Um Deus que permite Elias trucidar falsos profetas, mas que também os permite fugir e se refugiar no deserto e o encontrar no Horebe.
Em todas as situações, Deus é Deus. Um Deus misericordioso e amoroso. A questão é que o evangelho não pode ser visto e encarado com glórias humanas. O evangelho proclamado continua sendo “loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus” (1Co 1.18). Por isso, Elias do século XXI, “...não se envergonhe do evangelho, porque é poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé” (Rm 1.16-17). Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

Dar a vida pelos irmãos! (1Jo 3.16)

  Quarto Domingo de Páscoa 21 de abril de 2024 Salmo 23; Atos 4.1-12; 1Jo 3.16-24; João 10.11-18 Texto: 1João 3.16-24 Tema: Dar a ...