21 de abril de 2024
Quarto Domingo de Páscoa
Salmo 23; Atos 4.1-12; 1Jo 3.16-24; João 10.11-18
Texto:
João 10.11-18
Tema: “Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (João 10.11)
Certa
vez o exército de Israel sob o comando do rei Saul estava sendo acuado pelo
desafio de um gigante, o qual não havia soldado corajoso o bastante para lutar
contra ele.
Davi,
que havia sido enviado pelo pai para levar mantimentos aos irmãos, se ofereceu
a Saul para lutar contra aquele gigante (1Sm 17). E para convencer Saul a
deixar lutar contra o gigante, Davi disse: “Meu
senhor, - disse Davi – eu tomo conta das ovelhas do meu pai. Quando um leão ou
um urso carrega uma ovelha, eu vou atrás dele, ataco e tomo a ovelha. Se o leão
ou o urso me ataca, eu agarro pelo pescoço e golpeio até matá-lo. Tenho matado
leões e ursos e vou fazer o mesmo com esse filisteu pagão, que desafiou o
exército do Deus vivo. O Senhor Deus me salvou dos leões e dos ursos e me
salvará também desse filisteu...” (1Sm 17.34-37).
Davi
era a figura do povo de Deus de um bom pastor. Alguém que não abandonava suas
ovelhas por nada. O Salmista Asafe descreve-o assim: “Então Deus escolheu o seu servo Davi; ele tirou do curral
de ovelhas quando ainda pastoreava o rebanho. Ele pôs como rei de Israel, como
pastor do povo de Deus. Davi cuidou deles com dedicação e os dirigiu com
sabedoria” (Sl 78.70-72). E o profeta Miquéias anunciou: “O rei virá e será o pastor do seu povo, governando-o com
força que o Senhor lhe dará e em nome do Senhor, o seu glorioso Deus. O seu
povo viverá em segurança, pois o seu poder alcançará os lugares mais distantes
do mundo” (Mq 5.4).
Jesus,
a exemplo de Davi e Moisés (Sl 77.20; Is 63.11) é esse pastor. E não é qualquer
pastor, é o bom pastor. O profeta Ezequiel anunciou isso (Ez 37.24).
O
ponto é que Jesus não apenas se declara pastor, mas, o bom pastor. “Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas”
(João 10.11).
O
termo hebraico néphésh corresponde ao grego psyché – alma. Todavia, visa
designar a vitalidade de um ser.
Dar
a vida parece indicar que Jesus teria sido esse bom pastor apenas na hora da
sua morte.
O
apostolo João que narrou essa parábola, escreveu na sua primeira carta que
devemos “dar a vida pelos irmãos”
(1Jo 3.16).
Dar
a vida pelas ovelhas ou dar a vida pelos irmãos é empenhar-se pelos outros. É
um empenho na convivência em amor.
O
empenho da vida de Jesus pelas ovelhas se dá nesse momento em que uma ovelha é
expulsa do Templo porque foi curada em dia de sábado.
Para
destacar esse empenhar-se pela vida das ovelhas, Jesus usa o exemplo do empregado.
O termo grego é misthotos – assalariado (pessoa que por determinado salário
realiza determinado trabalho, até mesmo pastorear ovelhas). Pelo fato de as
ovelhas não serem suas, cuida delas pelo salário, mas em situação que envolverá
sua própria vida, não a colocará em risco por ovelhas que não lhe pertencem.
Jesus
não está criticando o assalariado. Apenas está enfatizando o motivo do descuido
do rebanho por parte daqueles encarregados para cuidar das ovelhas.
A
chegada do lobo envolve uma ameaça ao rebanho. É dito sobre Atánasio, mesmo que
tenha se destacado na defesa da fé ante os arianos, todavia numa ou outra
oportunidade se escondeu entre os monges, no deserto, para evitar o confronto
direto com as autoridades.
O
assalariado cumpre toda sua obrigação, mas salva sua pele quando as ovelhas
entram em perigo. Assim o lobo pode ser ameaças internas e externas.
O
lobo voraz é Satanás que arrebata e dispersa as ovelhas. E a última incumbência
do bom pastor é salvar as ovelhas diante desse lobo. Como bem escreveu o
apostolo Joao na sua carta: “E
o Filho de Deus veio para isto: para destruir o que o Diabo tem feito” (1Jo 3.8).
O lobo que ataca o aprisco é terrível e o bom
pastor veio dar sua vida para nos conceder vida diante dos ataques do lobo.
Amém
Edson Ronaldo Tressmann
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