terça-feira, 26 de junho de 2012

No silêncio e nas lágrimas, a certeza ...


A IGREJA COMUNICA A VIDA
Fundamentando (Jesus a Rocha Firme)
O Senhor é a minha rocha poderosa e o meu abrigo” (Sl 62.7)
                                                            Julho de 2012

Tema do mês: Férias Fundamentadas em Jesus

01/07/12 – 5º Domingo após Pentecostes
Sl 30; Lm 3. 22 - 33; 2Co 8. 1 – 9, 13 - 15; Mc 5. 21 - 43
Tema: No silencio e nas lágrimas, a certeza


Introdução
            Seis meses já se foram. O cansaço começa a tomar conta. Seis meses de muita correria, reuniões, compromissos assumidos, muitos cumpridos e outros que infelizmente não foi possível realizar. Mas, continuamos a olhar para a agenda e vemos quantos compromissos ainda restam, afinal temos ainda seis meses pela frente até o próximo ano.
            Nesse dia-a-dia corrido e agitado é comum as pessoas se aproximarem de nós e fazerem o seguinte comentário: “nossa, como você está pálido?” E diante dessa constatação fazemos uma vasta descrição dos motivos da nossa palidez.
            Muita correria; não estou dormindo bem; meu marido não está mais chegando cedo em casa; minha mulher está saindo muito; meus filhos estão muito rebeldes; a violência me assusta; e ainda estou preocupado com a crise que quem sabe chegará ao Brasil; etc.
            As preocupações diárias – muitas delas reais, outras imaginárias, estão nos levando ao desespero e a angústia. Vivemos dias de silêncio, pois não se há mais resposta para muitos questionamentos. Vivemos dias de lágrimas, afinal as tragédias, a violência, assusta e aterroriza as famílias. E daí, como agir? O que fazer? No silêncio e nas lágrimas, a certeza: Qual?
Desenvolvimento
NO SILÊNCIO E NAS LÁGRIMAS, A CERTEZA
Deus é bom
            Jeremias foi chamado para ser profeta ainda jovem. E durante 40 anos foi profeta em Israel. As autoridades não recebiam bem sua mensagem. Ele foi rejeitado, perseguido, preso, (veja outros relatos em Jr 26; 28; 32; 35-43). Ele testemunhou a queda de Jerusalém sob os babilônios, depois foi levado ao Egito e lá em adiantada velhice morreu.
            Qual era a situação da cidade de Jerusalém? Lm 2.7-12, 19, 21; 4.1b,4,5,10-13. Situação desoladora. Quanta tristeza.
            O profeta já havia anunciado o castigo de Deus, e ele ainda esteve vivo para ver o cumprimento dessa profecia (Jr 52). E quando aconteceu o profeta Jeremias disse que a culpa era inteiramente do povo. Qual foi o erro do povo? Lm 1.18-19,22; 4.17 “por causa dos seus pecados,... procurar seus aliados e se revoltar contra Deus e esperaram auxilio das nações e não de Deus”. E junto a isso constatou a falha dos líderes, qual foi a falha? 2.14; 4.13,17 “não condenaram o pecado do povo, os enganou com mentiras, foram maldosos”. E agora o profeta Jeremias anuncia que o castigo é justo, o povo é o próprio culpado.
            A destruição de Jerusalém foi o método de Deus para levar seu povo ao arrependimento. Nesse cenário de destruição e tristeza, cada um era convidado a olhar para seus erros e voltar a Deus. O profeta reconhece que não é da vontade de Deus castigar o homem, mas assim como o autor da carta aos Hebreus reconhece que “...o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo o filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige?” (Hb 12.6-7).
            Se analisamos o livro do profeta Jeremias vemos que por 5 vezes é anunciado que o povo não havia aceitado a disciplina de Deus, e que ao invés de voltarem a Deus, viraram as costas, endureceram o pescoço mais que uma rocha e se recusaram a dar ouvidos (Jr 2.30; 5.3; 6.8; 7.28; 17.23). E o profeta em lágrimas aponta para o verdadeiro sentimento de Deus, “não é com prazer que ele nos causa sofrimento e dor” (Lm 3.33). O coração de Deus é movido pelo amor. Ele ama sua criatura, tanto que havia uma promessa a cumprir, a promessa de enviar seu Filho e justamente desse povo que havia virado as costas para Ele nasceria o salvador do mundo. Foi com esse povo que fez uma nova aliança, Jr 31.31-34. O exílio era mais uma prova que Deus amava aos hebreus e que os queria provar da sua total dependência e confiança em Deus.
            O profeta no v.25 confessa: “O Senhor é bom para todos os que nele confiam”. O povo não esperou em Deus, ao contrário, se afastaram. Deus em seu amor sempre esperou o arrependimento a dependência e a confiança nele, mas preferiram se aliar com outros países, confiando mais nas armas e nos guerreiros. Quem não confia e espera em Deus caminha por caminhos difíceis, não que os cristãos tenham um caminho fácil, mas o cristão, mesmo em caminhos difíceis reconhece a bondade de Deus, o amor e o cuidado, sabe que quem “põe a sua vida nas mãos do Senhor, confia nele. E ele o ajudará” (Sl 37.5), e ainda “entregam todas as suas preocupações a Deus, pois ele cuida de cada um” (1Pe 5.7), cada cristão reconhece que “...O Pai ..., que está no céu, sabe que ... precisam de tudo isso” (Mt 6.32b), pois a cada novo dia cumpre com sua promessa, “eis que está ao nosso lado...” (Mt 28.20).
            Jesus está velando por nós, “nunca dorme nem cochila” (Sl 121.4b), e Ele nos convida: “Venham a mim, todos ... que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso” (Mt 11.28), não sejamos orgulhosos, querendo carregar nós os fardos, achando que nós com nossas forças conseguiremos superar os momentos difíceis. Deus nos auxilia a carregar nossos fardos, “Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação” (Fp 4.13). Se afastar desse Cristo não é a melhor alternativa. Cristo nos auxilia pela Palavra e pelo seu Corpo e Sangue que nos oferece e dá.
            O Profeta Jeremias convida o povo a ter humildade, e reconhecer que a esperança está em Deus. Ficar quietos e com muita paciência esperar pelo socorro de Deus. O mesmo ensino Paulo transmite aos romanos: “E também nos alegramos nos sofrimentos, pois sabemos que os sofrimentos produzem a paciência, a paciência traz a aprovação de Deus, e essa aprovação cria a esperança. Essa esperança não nos deixa decepcionados, pois Deus derramou o seu amor no nosso coração, por meio do Espírito Santo, que ele nos deu” (Rm 5.3-5). Humildade e esperança no Senhor.
            O profeta em meio às lágrimas diz: “Não tenho muito tempo de vida, a minha esperança no Senhor acabou” (Lm 3.18). É assim que nos sentimos diante das tragédias, das situações difíceis. No entanto, o profeta nos aponta para o fato de que mesmo na tristeza, sozinho, e em meio a todo sofrimento e dor sua esperança é restaurada quando pensa e reconhece “o amor do Senhor Deus não se acaba, e a sua bondade não tem fim. Esse amor e essa bondade são novos todas as manhãs; e como é grande a fidelidade do Senhor! Deus é tudo o que tenho... O Senhor é bom para todos os que confiam nele. O melhor é ter esperança e aguardar em silêncio a ajuda do Senhor. E é bom que as pessoas aprendam a sofrer com paciência desde a juventude. Quando Deus nos faz sofrer, devemos ficar sozinhos, pacientes e em silêncio. Devemos nos curvar, humildes, pois ainda pode haver esperança...” (Lm 3.22 – 29).
            Diante dessa verdade nos resta apenas ter Humildade. Humildade para reconhecer que muitas vezes não nos importamos com Deus. Não oramos, não colocamos e deixamos nas mãos de Deus tudo aquilo que nos incomoda e perturba. Não nos dedicamos a Ele nem a sua obra fielmente. Relaxamos na vida de comunhão e de mordomos. E ao reconhecermos nossa falha, que o pedido de Humildade feito pelo profeta Jeremias ao povo possa ser ouvido por nós, e que reconheçamos que somos totalmente dependentes de Deus, que sem Ele nada somos, que precisamos dEle em toda e qualquer circunstância, pois o próprio Deus disse: “A minha graça é tudo o que você precisa, pois o meu poder é mais forte quando você está fraco” (2Co 12.9).
            Orar, Confiar, Servir a Deus com alegria e em toda e qualquer situação mostrará a nossa confissão prática assim como foi a do profeta Jeremias: Deus é bom.
NO SILÊNCIO E NAS LÁGRIMAS, A CERTEZA
Deus é tudo o que tenho
            A cidade está destruída, arrasada. Como se diz: “uma tristeza de se ver”. A dor e o sofrimento são visíveis entre as pessoas que restaram. As lágrimas eram demonstração do tamanho da tragédia que havia ocorrido. Em meio e toda essa cena desoladora, o profeta transmite uma bela certeza, “Deus é tudo o que tenho; por isso, confio nele” (v. 24).
            Deus é tudo o que tenho; por isso, confio nele” (v. 24). Palavras lindas, pois a situação não era nada fácil. Nessas palavras vemos também um coração fiel e cheio de confiança, “... Porque a boca fala do que está cheio o coração” (Mt 12.34b). O profeta anunciou com seus lábios a certeza que tinha em seu coração, ele conhecia, reconhecia e confessava a misericórdia de Deus, ele sabia que “o amor do Senhor Deus não se acaba, e a sua bondade não tem fim. Esse amor e essa bondade são novos todas as manhãs; e como é grande a fidelidade do Senhor!” (Lm 3.22-23).
            Tudo havia sido tirado. Tudo! Vírgula. Restou aquilo que é o mais importante: Deus. E o que é mais importante no nosso viver muitas vezes é esquecido. Um exemplo: é Marta e Maria. Enquanto Maria estava aos pés de Jesus ouvindo seus ensinamentos, aproveitando a oportunidade, Marta se agitava de um lado para o outro e já incomodado por não ser auxiliada por sua irmã. Pediu a Jesus que a repreendesse. Jesus, no entanto, olhou em sua direção e disse: “Marta, Marta, você está agitada e preocupada com muitas coisas, mas apenas uma é necessária! Maria escolheu a melhor de todas, e esta ninguém vai tomar dela” (Lc 10.41-42). Outro exemplo: Quando Jesus ensinava uma grande multidão, um homem lhe pediu que Jesus com sua autoridade mandasse seu irmão repartir com ele a herança. A resposta de Jesus foi contundente: “...Seu tolo! Esta noite você vai morrer; e aí quem ficará com tudo o que você guardou?” (Lc 12.20). Assim Jesus ensinou que não adianta ficarmos paralisados com as coisas deste mundo, pois as mesmas são passageiras. Por isso, costumo dizer: ninguém tem medo de morrer. Na verdade, temos medo de deixar nossa esposa, nossos filhos pequenos, nosso carro novo, etc. Estamos apegados as coisas desse mundo. E Deus em sua palavra, através de seu filho Jesus, no tema do qual mais falou, nos ensina que nossa prioridade é o reino dos céus.
            Nós até podemos planejar, mas nossa vida está nas mãos de Deus. O que nos importa é estarmos sempre na fé e na certeza de seu cuidado. As coisas acontecem quando menos imaginamos. Não sabemos quando será nossa partida desse mundo. O que importa é reconhecer como Jeremias, Deus é tudo o que eu tenho. E sendo assim, confessemos junto com Paulo: “... para mim viver é Cristo, e morrer é lucro. Mas, se eu continuar vivendo, poderei ainda fazer algum trabalho útil...” (Fp 1.21-22a).
            Depositemos a nossa confiança em Deus, “não andeis ansiosos....” (MT 6.24). A ansiedade nos faz olhar para outras coisas e nos esquecer daquele que está no comando. Pois sempre que nos encontramos sem saída confessemos com o profeta Jeremias: Deus é tudo o que tenho.
            Não confiemos e nem depositemos expectativas em nós mesmos. Pedro agiu assim, e na hora H, negou a Jesus seu mestre. Pedro se apresentava pronto para uma situação que ele não conhecia, mas quando a viveu, negou o seu Senhor três vezes. Pedro se julgou melhor do que era e se sentiu o dono da situação. Não sabia o que aconteceria, qual seria a situação, mas se julgou apto e pronto para enfrentá-la. Olhou para ele mesmo. Faltou humildade para pedir a Jesus forças para conseguir passar por aqueles momentos dos qual Jesus estava anunciando.
            Não olhemos para nós. Olhemos para Jesus. Deus é tudo o que tenho. Jesus disse: “... No mundo vocês vão sofrer; mas tenham coragem. Eu venci o mundo” (Jo 16.33). Peçamos forças a Deus em Cristo para suportamos esses momentos aos quais nós não sabemos como serão e quais serão.
            Deus é tudo o que tenho – saber e reconhecer isso em dias de tribulação renova a nossa esperança, nos dá consolo e conforto. Jeremias confessou: “Deus é tudo o que tenho”. Mostrou nessas palavras sua inteira confiança em Deus, que não desampara mesmo em meio às tragédias.
            Deus é tudo o que tenho. Que seja a nossa confissão diária, pois em meio a maior tragédia, Deus não nos abandonou, veio ao nosso socorro: “Mas Deus nos mostrou o quanto nos ama: Cristo morreu por nós quando ainda vivíamos no pecado” (Rm 5.8). Amém!
Conclusão
            Nesse dia-a-dia corrido e agitado é comum as pessoas se aproximarem de nós e fazerem o seguinte comentário: “nossa, como você está pálido?” Que todos os motivos e motivadores da nossa palidez nos levem a confessar: Deus é Bom e Deus é tudo o que eu tenho. Amém!

Rev. Edson Ronaldo Tressmann
44 – 3462 - 2796

terça-feira, 19 de junho de 2012

IELB - 108 anos comunicando a vida! Parte 4

24/06/12 – 4º Domingo após Pentecostes
Sl 124; Jó 38. 1 - 11; 2Co 6. 1 - 13; Mc 4. 35 - 41

Tema mensal: IELB: 108 anos comunicando a Vida no Brasil.
Tema: Vida de uma história fundamentada na Biblioteca divina


        Numa biblioteca conseguimos muitas histórias. Histórias importantes. Histórias que nos ensinam. Como IELB, fazemos parte dessa biblioteca, afinal, 108 anos já nos dão critérios para sermos uma história que ensina. E falando em história, temos a nossa história registrada em dois belos livros, cujo titulo é: Grão de Mostarda, Volumes I e II. E entre os mais variados relatos históricos, quero apenas enumerar parte da mensagem proferida em cada um dos aniversários mais destacados da IELB.

  Por ocasião do 25º aniversário foi publicado o livro “Fuenfundzwanzig Jahre unter dem Suedlichen Kreuze” ou seja, “Vinte e cinco anos sob o cruzeiro do Sul” editado por Otto H. Beer. (Grão de Mostarda: A história da Igreja Evangélica Luterana do Brasil. Mário L. Rehfeldt. Vol 1, p. 106)
      Por ocasião do 50º aniversário houve celebrações de agradecimento pelo trabalho missionário do Sínodo de Missouri no Brasil. O então presidente do Distrito, pastor R. Hasse, pregou na ocasião da convenção no culto do jubileu de ouro sobre o texto do Salmo 126.2 -3: “Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo; então, entre as nações se dizia: Grandes coisas o Senhor tem feito por eles. Com efeito, grandes coisas fez o Senhor por nós; por isso, estamos alegres.” (Grão de Mostarda: A história da Igreja Evangélica Luterana do Brasil. Mário L. Rehfeldt. Vol 1, p. 168)
        Por ocasião do 75º aniversário celebramos conforme as palavras do Dr. Jacob A. O. Preus o fato de sermos o maior campo missionário da LCMS em toda a sua história, que eram de 135 anos.
        Como IELB tínhamos algumas alegrias e tristezas, afinal já eram 75 anos de missão em terras brasileiras.
        A IELB já atuava em Portugal, Paraguai, trabalho esse que havia sido iniciado pela Argentina em 1936. Havia um instituto em São Leopoldo e um seminário em Porto Alegre e um que havia sido fechado após 11 anos de funcionamento, o ICSP. Já estávamos envolvidos com trabalho com deficientes auditivos e um intenso trabalho social. Também tínhamos iniciado nosso ministério através da Hora Luterana. Tínhamos programa na televisão, TV Erechim (Alto Uruguai, RBS TV), denominado A Hora, produzido e apresentado pelo pastor Edgar Tilp. Também a Comunidade Canoas, RS, havia criado em 1972, as Faculdades Canoenses. Em 1979, no dia 13 de outubro, foi lançada a pedra fundamenta do novo campus da futura Universidade Luterana do Brasil (ULBRA).
        Por ocasião do 75º aniversário o então presidente Johannes H. Gedrat disse em entrevista ao Mensageiro Luterano que éramos uma família complicada, mas ao mesmo tempo maravilhosa. Uma família de 300 pastores, 177.000 (Cento e setenta e sete mil) fiéis batizados. E que tinha como alvo a independência financeira da LCMS.
        Ao celebrar seus 75 anos a IELB dizia que lhe faltava palavras e gestos para agradecer a Deus pelas inúmeras bênçãos. Deus é tão grande e gracioso e nós pequenos e nossa comemoração insuficiente.
        Em São Pedro do Sul, local onde se iniciou oficialmente a IELB, reuniram-se no dia de 17 de junho cerca de 1.000 (um mil) pessoas. Que lancharam ali mesmo em campo aberto. Em sua mensagem o então presidente da IELB ressaltou a vastidão da seara brasileira e a necessidade de fiéis trabalhadores para a ceifa. Em Porto Alegre, no dia 18 reuniram-se cerca de 6.000 (seis mil) pessoas, num culto de duas horas e quarenta e cinco minutos. E assim como feito em 1904 na conferência de fundação em Rincão São Pedro, o Salmo 48 foi lido e usado como voto solene. Com esse salmo foi expressada a gratidão da IELB pelas bênçãos derramadas por Deus nesses 75 anos e promessa de reconsagração ao olhar para o futuro, no qual foi pedido que: “o nosso Deus para todo o sempre e nosso guia até a morte.” (Mensageiro Luterano, Edição Especial, Álbum Histórico 75 anos Igreja Evangélica Luterana do Brasil, pp. 74).
        Na ocasião do 100º aniversário o então presidente Pr Carlos Walter Winterle transmitiu a mensagem a partir do tema “A semente de mostarda – Ontem, Hoje e Sempre”, com base em Mateus 13.31-32 e Hebreus 13.8. “Winterle enfocou o tamanho insignificante do grão de mostarda, comentado na parábola de Jesus, mas que é capaz de fazer brotar um arbusto. O Reino de Deus, frisou Winterle, não se instala como uma empresa, que recorre aos sofisticados recursos do marketing para crescer. Foram os imigrantes alemães, "nossos avós, bisavós, que trouxeram essa semente" ao Sul do país. Alertou, contudo, que ainda há muito chão a ser semeado e que existe muita fruta madura que precisa ser colhida.” (Mensageiro Luterano, Março de 2004, nº 3, ano 87, p. 9)
        Para celebrar o 100º aniversário da IELB, foi escolhido o dia 11 de janeiro de 2004. Assim, durante todo o ano teríamos a possibilidade de realizar festividades lembrando a data tão especial para a IELB. O Culto do Centenário foi celebrado nas dependências da ExpoGramado, Centro de Eventos localizado em Gramado, RS. Tivemos a participação de mais de doze mil pessoas, e transmitido ao vivo pela Rádio Excelsior AM, de Gramado, RS.

        Em cada uma dessas datas e tantas outras recebemos preciosos aprendizado e transmitimos valiosos ensinamentos. Podemos classificar esses 108 anos como, IELB, uma igreja que ensinou e foi ensinada com a graça de Deus. Esse ensino e aprendizado pode ser classificados como uma biblioteca histórica da IELB em terras brasileiras. E a marca essencial da biblioteca histórica da IELB é que em todas as situações sejam quais foram, sempre esteve fundamentada na biblioteca divina – a Bíblia.

        A história nos ensina.
        A IELB nesses 108 anos oficialmente no Brasil aprendeu com suas querelas e possuidora de uma história, fazendo parte da biblioteca histórica brasileira transmite ricos ensinamentos. Um breve exemplo:
                 Um povo estrangeiro teve que se abrasileirar. Um povo que teve que aprender a ofertar. Um povo teve que aprender como se relacionar com as outras denominações, etc, etc, etc.

        E os aprendizados continuam. E o valor do aprendizado e do ensino se deve ao simples e importante fato de que a IELB se fundamenta numa outra biblioteca, a divina.

        O aprendizado ainda não terminou, nem tampouco o ensino. E justamente por estarmos na escola da fé, tendo como livro principal a biblioteca divina, nunca há formatura, há sempre novos alunos, aprendendo com velhos alunos que continuam sendo aprendizes. E assim queremos nesse dia tão especial, dia em que comemoramos 108 anos de IELB meditar sobre duas, de tantas belas histórias registradas na Biblioteca divina. Uma é a história de Jó e a outra é a história dos discípulos.

        Semelhantemente a história de vida da IELB que emociona e ensina, são essas duas histórias, que mesmo estando separadas por mais ou menos 2.000 anos, nos transmitem um rico ensinamento. Deixem-me relatar um pouco dessas histórias contidas na biblioteca divina.

1 – A história de Jó

        História é um olhar para o ontem. A história não quer só nos fazer voltar ao passado, quer também nos mostrar que o passado nos ajuda no presente, pois o aprendizado nos auxilia a viver melhor o hoje e nos prepara para o futuro.
        A história desse homem que morava no deserto da Arábia, rico, justo, amoroso com seus filhos, nos emociona e auxilia em nossa vida diária. Nos seus dias era um homem de uma moral que encontramos em poucos no nosso dia, “ele se desviava do mal”.
        Um homem desses tem amigos e também inimigos. O inimigo desse homem, por coincidência é nosso inimigo também. E ele disse ao melhor amigo de Jó: “se ele perder toda a sua riqueza, os seus bens materiais, com certeza irá negar sua fé”.
        Esse homem rico e íntegro, amoroso, cristão, perdeu quase tudo o que possuía, restou-lhe apenas sua amada esposa e alguns amigos.
        A primeira lição que a história de Jó nos ensina é como lidar com as perdas. Jó perdeu coisas valiosas, algumas que o dinheiro pode comprar – bens materiais, mas perdeu algo que o dinheiro não pode comprar – filhos. Entre tantas perdas, continuou firme, íntegro, fiel e temente a Deus.
        Jó pela fé reconhecia que Deus não desamparava os seus. Mesmo antes de ter sido dito pelo apóstolo Paulo, Jó sabia que: “... até agora o Universo todo geme e sofre como uma mulher que está em trabalho de parto” (Rm 8.22). Reconhecia que o sofrimento e a dor fazem parte da vida diária da humanidade.
        Jó é uma história de vida que nos emociona e ensina. Emociona devido às enormes perdas que teve. Em um só dia perdeu sua riqueza e seus filhos (1.14-19). Quem de nós suportaria tantas perdas? Em meio a tudo, recebemos um belo ensino: “...Nasci nu, sem nada, e sem nada vou morrer. O Senhor deu, o Senhor o tirou; louvado seja o teu nome”.
        Jó permaneceu integro, e mesmo assim, foi permitido por Deus que caísse sobre ele tumores desde a planta do pé até a cabeça. Esses terríveis acontecimentos levam a sua esposa ao desespero, mas Jó transmite um belo ensino: “...Você está dizendo uma bobagem! Se recebemos de Deus as coisas boas, porque não vamos aceitar também as desgraças?...” (2.10).
        Deus não desampara os seus. Deus é o nosso auxilio em toda e qualquer situação, assim como descreve o salmista: “O Senhor está comigo, e eu não tenho medo, que mal pode alguém me fazer?” (Sl 118.6), “O Senhor é a minha rocha poderosa e o meu abrigo” (Sl 62. 7).
        Uma história real que emociona e ensina. Os bens materiais não estão condicionados a vida cristã íntegra e fiel. A vida cristã não é uma vida tranqüila sem dor e sem sofrimento. Nossa vida de fé não depende do que temos ou queremos ter.
        Deus permitiu coisas ruins acontecerem a Jó, mas não o deixou de lado, esteve com ele em toda a situação, falou com ele e assim lhe mostrou seu cuidado e amor. O mesmo foi e é com a IELB. Tendo passado e ao passarmos por situações dolorosas e difíceis, ouvimos o que Deus nos ensina na sua santa Palavra. Debruçamos-nos sobre a biblioteca divina e dessa biblioteca recebemos forças para não caiamos na tentação de ouvirmos outras vozes que simplesmente quer nos afastar desse Deus amoroso e misericordioso que nos cuida e ama.

        IELB, 108 anos comunicando a Vida de uma história fundamentada na Biblioteca divina.

        2 - A história dos discípulos.
       
       A IELB tem nesses seus 108 anos de vida, uma história que emociona e ensina. E a história que emociona e ensina a IELB é a história de um professor brilhante com 12 alunos especiais. Suas lições eram apresentadas ao ar livre. Ensinava em cima de um barco, num monte, na sinagoga, no templo, etc, e seus alunos com ele e uma grande multidão que sempre o acompanhava.
        Esse professor ensinava através de relatos ocorridos diariamente entre as pessoas. Seu ensino era simples com lições incríveis. Lições que penetravam e ficavam na mente de todos que o ouviam.
        Num desses dias, bonito, agradável, o barco estava à beira da margem e o professor de lá falava. Mais uma aula magnífica estava iniciando. Nessa aula o professor resolveu contar quatro histórias: do agricultor, do lampião, da semente, e de um pequeno grão de mostarda.
        No seu ensino sobre o grão de mostarda, Jesus ensinou que a menor de todas as sementes ao germinar e crescer, quando grande, se torna uma das maiores hortaliças. Nas margens do lago da Galileia, local onde estavam reunidos, chegava a alcançar cerca de 2 metros e meio a três metros de altura, e assim, até os passarinhos podiam se aninhar nela.
        O professor mostrou que o evangelho é uma semente, semeada pelos quatro cantos da terra, e por essa semente se opera a fé, e pela fé se aninha milhares de pessoas no reino de Deus.
        Essa semente, esse evangelho é comunicado pela IELB nesses 108 anos de vida em terras brasileiras, mesmo diante da palavra do professor que apresenta a rejeição de muitos. A IELB segue semeando, a exemplo de Jesus que tinha diante de si um publico que desejava apenas surpreende-lo num erro.
        Depois de ter se dedicado a um dia de aula extenuante, o professor, que já sendo tarde deseja descansar. Para isso resolve ir até o outro lado do lago, num lugar chamado Gadara.
        Os alunos atendem ao pedido do professor e navegam até o outro lado. Mas as lições não haviam terminado. Esse professor ensinava além das palavras, ele ensinava através dos acontecimentos. E todo esse ensino, seja por palavras ou acontecimentos, era necessário, para que seus alunos fossem bem preparados para a seqüência da missão de Deus.
        Olhando para a biblioteca da IELB, vemos os preciosos ensinos, sejam pela Palavra de Deus ou pelos acontecimentos, o quanto crescemos como igreja, como povo de Deus. 108 anos de uma rica e maravilhosa caminhada em terras brasileiras. Uma caminhada de aprendizado e ensino.
        No barco, onde a calmaria, de repente, foi surpreendido por um forte temporal de vento. As ondas se chocavam contra o barco que ia se enchendo de água. Parecia o fim. Os alunos estavam desesperados, gritando pedindo socorro. O professor estava dormindo tranquilamente. Desesperados acordam e reclamam com o professor: não está nem um pouco preocupado, vamos morrer! Venha ajude-nos!
        A IELB tem em suas fileiras muitos alunos. E como estão esses alunos? Muitos desesperados. Afinal, estamos com mais de 20 locais sem pastor. Estamos precisando de pastores. Será que é o fim?
        O professor acorda, levanta e vê aquela cena, discípulos apavorados, vento forte que agitava as ondas, e com autoridade diz: “Silêncio! Fique quieto!” (v. 39b). Ele resolveu a situação que assustava os alunos. E depois os questionou sobre algo que incomodava o professor: “Por que é que vocês são assim tão medrosos? Vocês ainda não têm fé?” (v. 40).
        Sabemos que Deus não tenta ninguém, mas as tentações que Deus permite cair sobre nós são para provar, fortalecer e purificar a nossa fé. Os discípulos precisam estar cada vez mais certos de que Jesus de fato era Filho de Deus, pois muitos dos que ouviam Jesus duvidavam disso e Jesus mostra que somos completamente dependentes dele.
        Histórias, a de Jó e dos Discípulos,  com uma grande lição: o cuidado de Deus. Cuidado esse que culminou na morte e ressurreição de Jesus. E em Jesus somos cuidados por Deus. E por estarmos fundamentados em Jesus, a IELB é uma história que emociona e ensina.

        Numa biblioteca conseguimos muitas histórias. Histórias importantes. Histórias que nos ensinam. Como IELB, fazemos parte dessa biblioteca, afinal, 108 anos já nos dão critérios para sermos uma história que emociona e ensina. No entanto, nosso orgulho está em termos uma história, por estarmos fundamentados na biblioteca divina.
        Amém!

Rev. Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com

segunda-feira, 11 de junho de 2012

IELB - 108 anos Comunicando a Vida! Parte 3

17/06/12 – 3º Domingo após Pentecostes
Sl 1; Ez 17. 22 - 24; 2Co 5. 1 - 10; Mc 4. 26 - 34
Tema do mês: IELB: 108 anos comunicando a Vida no Brasil
Tema: Vida consolada na certeza das promessas e não escrava dos números.



            Planejamos ser uma igreja com 300 mil membros até o ano de 2010. Essa meta não foi atingida. Restringimos os mesmos números a 275 mil até 2014. O que aconteceu? Porque recuamos desse plano inicial? Não poderíamos ter permanecido o número, ou até nos desafiado a sermos muito mais? Questões difíceis de serem respondidas.

       O planejamento é importantíssimo e necessário, assim como observamos na própria Palavra de Deus. Agora, se existe algo na igreja que eu não posso dizer que será exatamente como eu planejei é o número. O número é uma estimativa, faz parte do planejamento.
      Caro irmão e irmã no Senhor:                  
      Infelizmente os números estão desanimando as pessoas. Se a igreja não cresce, permanece pequena, saímos à caça das bruxas. Deve – se ter um culpado. Quem será? Pastor? Diretoria? Estrutura da IELB? Os números desanimam, destroem e fazem enormes estragos. E isso ocorre, pois estamos querendo nos consolar neles. Parece que são eles que nos animam e motivam. Números não é problema. O problema é aquilo que falo parafraseando o apóstolo Paulo: “Pois o amor aos números é a raiz de todos os males...    
            Não há problemas quanto aos números, no entanto, como igreja, nosso olhar precisa voltar ao verdadeiro fundamento, Jesus. Sua igreja é como um pequeno grão de mostarda. Foi e continua sendo semeada, e continuará crescendo. Quanto? Quando? Como? Eu só posso dizer que irá continuar crescendo. A nossa missão é “semear e regar” e o crescimento será dado por Deus. Cabe-nos voltar ao fundamento dessa promessa. E olhando para ela, nos questionar como estamos realizando essa missão. Daí sim, nosso planejamento ter sua eficácia, as estatísticas serem nossos acusadores. Agora o não crescer, não nos autoriza destruir, caçar bruxas, pois não há as mesmas para serem caçadas.
            O fato de saber que somos parte desse pequeno grão de mostarda é motivo de alegria e ânimo para continuar. Se o grão por um momento não está crescendo assim como nós desejamos, tudo bem. Continuemos esperando naquele que nos enviou para semear. O ânimo para continuar na missão está na certeza de que Deus é quem age e continuará agindo através dessa pequena semente anunciada a cada culto, estudo bíblico e distribuída através dos sacramentos.
       Não são os números que deveriam nos confortar, motivar ou desmotivar.  Eles adequadamente utilizados são uma bênção. Mas, infelizmente, por ainda sermos pecadores, nosso inimigo nos desmotiva e começa a apontar e destruir supostos culpados. Afinal, a igreja não pode estar estagnada, precisa e deve crescer. E assim nos perdemos e acabamos deixando a tentação nos vencer.
            Os números são aliados as promessas de Deus, no entanto, não os nossos números, mas os números de Deus. Vejamos esse pequeno exemplo no texto de Marcos 4. 26 – 29, 31.

Disse ainda: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse a semente à terra; depois, dormisse e se levantasse, de noite e de dia, e a semente germinasse e crescesse, não sabendo ele como. A terra por si mesma frutifica: primeiro a erva, depois, a espiga, e, por fim, o grão cheio na espiga. E, quando o fruto já está maduro, logo se lhe mete a foice, porque é chegada a ceifa. ... É como um grão de mostarda, que, quando semeado, é a menor de todas as sementes sobre a terra;

            Observaram os números. São pequenos, nada extraordinários e nem animadores. Mas, nesses pequenos números Deus mostrou que o poder esta nEle e não naquele que semeia. O poder está na semente. Continuemos a semear a verdadeira semente do evangelho que é Jesus salvador.
            Ouço as pessoas dizerem: “se fossemos uma igreja com mais membros teríamos muito mais potencial”. No entanto, digo, graças a Deus que mesmo uma igreja pequena produz com tanto potencial coisas riquíssimas e maravilhosas. E isso só é possível, porque essa igreja permanece sendo alimentada e semeando a verdadeira semente.
            Os exemplos das coisas extraordinárias são: capelães, pastores pelo mundo, ação social, etc. De um pequeno número Deus continuará fazendo assim como já fez toda a diferença nesse mundo.
            Estamos na semana dos preparativos finais para a celebração dos 108 anos de IELB no Brasil. É preciso e urgente que voltemos nosso olhar na certeza de que somos parte do cumprimento da promessa de crescimento do grão de mostarda. E se saímos desse pequeno grão e produzimos tantos frutos, com certeza, semeando essa mesma semente muitos outros frutos serão colhidos. Quando? Quantos? Não sei.
            Se hoje somos uma igreja pequena, saibamos que ela veio de uma igreja menor ainda. E dessa igreja pequena podemos e é o nosso desafio fazermos outras igrejas pequenas. Não que iremos nos separar. Nada disso! Mas com certeza ao irmos de mudança à outro lugar, precisamos levar junto conosco a nossa fé, a nossa igreja. Aliás, cada local, cada casa, precisa ser uma pequena igreja na sua rua, no seu bairro. E assim em cada local a semente do grão de mostarda continuará sendo semeada e crescerá com a graça de Deus.  

          
           Não nos preocupemos simplesmente em crescer. Relembremos que Jesus disse que enquanto o homem dormia a semente germinou, cresceu e produziu. É necessário sermos mais agricultores semeadores do que empresários atrás de lucro e crescimento. Empresários pensam nos números, vivem de números. Agricultores aguardam pacientemente a colheita acreditando que semearam uma boa semente e que a mesma germinará e crescerá a seu tempo.
            Continuemos a lançar a semente e saibamos que a mesma por ser promessa de Deus irá germinar, crescer e produzir muitos frutos. Assim como germinou, cresceu e produziu frutos a sementinha trazida desde a Alemanha para os Estados Unidos e dos EUA para o Brasil.
            O texto de Marcos 4 nos chama a confiar nas promessas de Deus. E como igreja que confia nas promessas de Deus, continuemos a semear e a regar na certeza de que o crescimento vem de Deus (1Co 3.6), assim como sempre veio.
            Se começarmos a classificar somente como bom o trabalho que cresce, ou a igreja que cresce, estaremos correndo o risco de perder o verdadeiro conteúdo da semente, a vida. E a nossa proposta em 2012 é fundamentar e o fundamento é Jesus. Abandonar esse fundamento é correr o risco de querer fazer o papel do Espírito Santo.
            Somos uma igreja que atua como enviada de Deus ao mundo (Jo 20.21). E agindo como enviada de Deus ao mundo através da pregação da Palavra, do viver a palavra pela ação social, estamos realizando a missão de Deus. E sendo uma missão de Deus, a nós, instrumento, igreja foi dada a seguinte tarefa: semear, semear e semear.
            Nesse culto que nos prepara para a festa dos 108 anos de IELB queremos testemunhar e nos animar nas promessas de Deus de que assim como em 1900 iniciou-se com apenas 17 famílias em São Pedro, Pelotas, RS, nos fez hoje essa imensa árvore de 238.281 (duzentos e trinta e oito mil, duzentas e oitenta e uma pessoas), nós iremos continuar semeando e esperando o crescimento que virá de Deus. E vindo o crescimento assim como veio, que Deus seja louvado e os homens diminuídos.
    
          IELB – 108 anos comunicando a vida no Brasil.
É a comunicação da vida que nos deu, dá e dará vida, renovou, renova e renovará em nós a certeza de que nossa igreja com suas congregações estão consoladas nas  promessas e não escrava e desanimada pelos números. Deus nos abençoe. Amém!



Pr Edson Ronaldo Tressmann
44 - 3462 2796


terça-feira, 5 de junho de 2012

IELB - 108 anos comunicando a vida. Parte 2

10/06/12 – 2º Domingo após Pentecostes
Sl 130; Gn 3. 8 - 15; 2Co 4. 13 – 5.1; Mc 3. 20 - 35
Tema do mês: IELB: 108 anos comunicando a Vida no Brasil
Tema: Vida no perdão que leva a Santificação


            O salmo130 é classificado como penitencial, ou seja, de arrependimento. Vejamos o seu rico conteúdo.
            Das profundezas clamo a ti Senhor
            Palavras de alguém verdadeiramente arrependido e preocupado com a sua miséria. Muitas vezes nos encontramos em desgraça, mas não reconhecemos verdadeiramente onde e como nos encontramos.
            A ti clamo              
            Este clamor só pode ser feito por um pecador que anseia pela graça de Deus. E para ansiar pela graça de Deus é necessário que consigamos ver o abismo no qual nos encontramos.
            Escuta, Senhor, a minha voz; estejam alertas os teus ouvidos às minhas súplicas.
            Sabendo e reconhecendo que somente Deus pode ouvir as suas suplicas o salmista pede a Deus. Ele sabe que nenhuma criatura humana pode atender aos seus pedidos e socorrê-lo.
            Se observares, Senhor, iniqüidades, quem, Senhor, subsistirá?
            O salmista olha para a ira de Deus. E diante da ira de Deus ninguém pode subsistir. Cada um de nós precisa olhar para o juízo de Deus. E diante da ira de Deus reconhecer a sua verdadeira situação, pecador perdido e condenado. E atemorizados, assim como esteve Lutero em boa parte de sua vida, pois o mesmo não sabia o que fazer para agradar a Deus, clamarmos ao nosso Deus. Clamar por misericórdia.
            Diante do juízo de Deus, da ira de Deus, nos aterrorizamos. Mas, não somos chamados a olhar para o juízo de Deus simplesmente para nos aterrorizar, mas, justamente vermos o quanto Deus em Jesus nos ama. Diz o salmista:
Contigo, porém, está o perdão,    
       Palavras ditas também pelo profeta: “Quem, o Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniqüidade e te esqueces da transgressão do restante da tua herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia” (Mq 7.18). E sendo Deus rico em perdoar podemos fazer eco às palavras do apostolo Paulo: “Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31). E a explicação de Lutero é correta e válida: “Quem é por nós, se Deus é contra nós?
            Somente em Deus temos o perdão, não adianta buscar em outros deuses, não adianta querer agradar a um panteão de deuses através de sacrifícios. O Perdão está em Deus e oferecido gratuitamente a você por Jesus com sua morte e ressurreição.
            para que te temam.
            Milhares de pessoas infelizmente vivem suas vidas buscando agradar a Deus para receber algo em troca.
            Já visitei pessoas que ao terem um parente acamado dizem que não são merecedoras daquilo. Afinal, serviram a Deus fielmente em suas vidas e não entendem o porquê de Deus permitir passar por tamanho sofrimento.
            Se o objetivo de Deus é que o temamos, o sirvamos em eterna justiça e bem aventurança, o primeiro passo é que reconheçamos a sua graça, o seu amor em Jesus e não em nossas realizações. Disse o profeta Isaias: “nossos atos de justiça não passam de trapos de imundície...” (Is 64.6) e ainda Lucas: “somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer” (Lc 17.10).
            O ponto do salmo 130 é o convite para olharmos ao nosso salvador como aquele que nos oferece e dá o perdão. Não podemos olhar para nossos méritos e realizações. Pois, tudo aquilo que realizamos é feito em resposta ao amor de Deus, nada é para ganhar o amor de Deus. A santificação, a vida de realização de um cristão provém da vida de um filho perdoado. Ama-se a Deus por ser amado por ele.
            Disse o salmista: “Para que te temam”.
            Antes desse temor, antes daquilo que fazemos, entra a obra graciosa de Deus, o seu Perdão em Jesus Cristo. Se eu não reconheço a minha situação como pecador e não agraciar-me com o perdão que me é oferecido, nunca poderei agradar verdadeiramente ao meu Deus, nunca terei uma vida verdadeiramente santificada. Disse Davi no Salmo 51.17:  Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”. Ouçamos outras palavras do salmista: “Percorrerei o caminho dos teus mandamentos, quando me alegrares o coração” (Sl 119.32).
            Não podemos nos esquecer que quando Jesus enviou seus apóstolos, os enviou para que primeiramente pregassem arrependimento. Pois, com arrependimento vem o perdão. E pelo perdão dos pecados somos justificados pela graça de Deus em Jesus. Se eu me reconheço um miserável pecador e me aproprio da justiça de Jesus Cristo conquistado por mim na cruz, eu sou justificado. E justificado eu passo a viver uma nova vida, uma vida santificada. É isso que diz o salmista, “Contigo, porém, está o perdão, para que temam” (Sl 130.4).
            A primeira parte do plano de Deus é o seu consolo - o perdão, e perdoado, Deus espera que o pecador percorra o caminho da santificação. A santificação é viver a vida de um filho perdoado de Deus. Não somos nós que a decidimos viver e nem a vivemos para obter as bênçãos de Deus. Santificação é uma vida proporcionada por Deus, pois se vive em santificação aquele que verdadeiramente reconhece-se pecador e perdoado vive em prol do seu semelhante através de seus dons, no exercício da sua vocação.
            No jardim do Éden, Deus levou Adão e Eva a reconhecerem a gravidade do pecado. “Onde estás?”. Deus os fez reconhecer que afastados de Deus estavam perdidos e condenados. Após o reconhecimento do pecado, Deus lhes fez uma promessa e a promessa os animou a viver suas vidas e a servir a Deus em alegria. E esse servir em amor e alegria foi também o que motivou Abel de quem Deus se agradou.
            Vivemos dias em que muitos pregadores, muitas doutrinas ditas bíblicas, estão fazendo uma interpretação e ensino equivocado com respeito a santificação. A vida santificada passou a ser vivida como moeda de troca. Eu faço isso... e assim Deus me abençoou...
            A Bíblia, no entanto, nos ensina com as Palavras de Jesus que: “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (João 15.5). Observemos que a vontade de Jesus é que estejamos enxertados nele (mensagem postada no blog, confira abaixo). Ou seja, crer nele de todo o coração, depositar nele toda a certeza e confiança, nos apegar a ele com os braços da fé. Crendo, depositando e apegados a Jesus pela fé, produziremos os frutos. Frutos que provém de uma vida de perdão. Sem o perdão não há frutos. E não há perdão sem reconhecimento do pecado.
            O mundo está doente, e esse mundo doente está querendo sarar suas doenças através de uma suposta vida santificada. Milhares são os que buscam de todo o coração agradar a Deus para receberem a retribuição divina. No entanto, o mundo doente, irá ver que a retribuição não vem, ou que, demora a chegar e assim estará a um passo da incredulidade. O meu agrado a Deus, a minha vida santificada vem do agrado de Deus em Jesus por mim.
            Um mundo doente primeiramente precisa se reconhecer doente. Jesus é o médico que veio curar com seu perdão. Reconhecer o nosso pecado é o primeiro passo para uma vida santificada. Mas, não se preocupe em querer ter uma vida santificada, pois a mesma frui naturalmente pelo perdão em Jesus. A santificação e Justificação são partes da mesma moeda. Vive uma vida santificada aquele que reconhece verdadeiramente o perdão de Deus em Jesus.
            As pessoas que ia cantando a Jerusalém era um povo santificado, no entanto, reconheciam que a santificação provinha do perdão de Deus. Seu cântico revela essa verdade: “contigo, porém, está o perdão, para que te temam”.
            IELB – 108 anos comunicando a vida em terras brasileiras. Vida que gera santificação. Não uma santificação falsa, onde se busca fazer para se obter. Mas, uma vida cristã vivida sob o perdão e a graça de Deus em Jesus.
            IELB – 108 anos comunicando a vida em terras brasileiras. Uma vida comunicada em meio ao reconhecimento de que somos sim uma igreja doente, pois é composta por pecadores. Mas, que ao mesmo tempo se confessa como uma “comunhão dos santos”, pois sabe e reconhece-se perdoada em Jesus.
            O pecado causa grandes estragos. A inveja leva ao indiferentismo. Calúnias levam a demissão. Julgamentos levam a separação. Etc, Etc, Etc.
            IELB – 108 anos comunicando a vida em terras brasileiras. No meio disso, a igreja comunica a vida fazendo uso dos dois fios nos quais a Bíblia foi escrita, Lei e Evangelho. A Lei de Deus foi aplicada em muitas dessas situações e assim, pecadores foram e são advertidos e com a advertência veio o arrependimento, com o arrependimento, a igreja proclamou o Evangelho, anunciando o perdão aos pecadores arrependidos e com o perdão veio a vida de santificação.
            IELB – 108 anos comunicando a vida em terras brasileiras. Quantas situações já ocorreram e quantas mais irão surgir, pois a igreja não está livre dos ataques do diabo. No entanto, a IELB vai continuar comunicando a vida vivendo a sua verdadeira santificação como povo perdoado de Deus em Jesus.
            A IELB vai continuar vivendo na certeza de que mesmo sendo uma igreja cheia de pecadores é uma igreja verdadeiramente perdoada e santificada. Deus nos abençoe no viver nossa santificação. Amém!

Pr Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com

Dar a vida pelos irmãos! (1Jo 3.16)

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