domingo, 24 de março de 2024

Saindo ileso da cova!

30 de março de 2024

Salmo 16; Daniel 6.1-28; 1Pedro 4.1-8; Mateus 28.1-20

Texto: Daniel 6.1-24

Tema: Saindo ileso da cova!

 

Texto: Dn 6.26-27 e Sl 16.9-10

Tema: Saindo ileso da cova!

 

...Pois ele é o Deus vivo, que vive para sempre. O seu reino nunca será destruído; o seu poder nunca terá fim. Ele socorre e salva; no céu e na terra, ele faz milagres e maravilhas” (Dn 6.26-27).

...o meu coração está feliz e alegre, e eu, um ser mortal, me sinto bem seguro, porque tu, ó Deus, me proteges do poder da morte. ... por isso não deixarás que eu desça ao mundo dos mortos” (Sl 16.9-10).

 

 

Acompanhamos na história bíblica que Jacó teve seu nome modificado para Israel (Gn 32.28). As 12 tribos de Israel são os 12 filhos de Jacó. Durante os reinados de Saul, Davi e Salomão, essas tribos permaneceram unidas.

Após a morte de Salomão houve ruptura. Assim, passou a ter o Reino do Norte (10 tribos do Norte, cuja capital era a Samaria) e o Reino de Judá (2 tribos do Sul).

O povo de Deus passou por três cativeiros. O Egípcio (perdurou 430 anos. Esse se deu 1450 anos antes de Jesus Cristo nascer). O segundo cativeiro foi o Assírio em 722 a.C. (o reino do Norte, as 10 tribos foram misturadas com outras pessoas. São os samaritanos do Novo Testamento).

O povo de Deus agora estava recluso a ser somente duas tribos (Judá e Benjamim). E essas duas tribos foi se desviando de Deus e no ano 605 a.C. ocorre o terceiro cativeiro, o Babilônico. Nabucodonosor toma Jerusalém. O povo de Deus fica 70 anos na Babilônia.

A Babilônia foi levando cativos para Babilônia aos poucos. Na primeira leva, levou apenas príncipes e pessoas nobres. Entre esses estava Daniel e seus 3 amigos. Ao ser levado, Daniel tinha 18 anos.

A primeira providência foi modificar o nome desses. Daniel (Beltessazar), Hananias (Sadraque), Misael (Mesaque) e Azarias (Abede-Nego).

A mudança dos nomes era para exaltar os deuses pagãos, que os havia conquistado. Apesar de ter seus nomes alterados, não houve mudança em seu caráter cristão.

O livro de Daniel tem 12 capítulos divididos em 2 partes.

Primeira parte: capítulo 1 até o 6 – seção histórica;

Segunda Parte: capítulo 7 a 12, seção profética.

Esse livro foi escrito em duas línguas: hebraico e aramaico (Dn 2.4 até o cap 7 é em aramaico). O hebraico era voltado ao povo de Deus e a parte aramaica era voltada aos gentios. O capítulo 6 é escrito em aramaico. Assim, temos um relato histórico voltado a todos os povos.

Enquanto Daniel estava na Babilônia, outros judeus foram levados à Babilônia (na segunda leva o profeta Ezequiel que ficou junto ao povo). Em 597 a.C. o Templo foi destruído, ou seja, o que identificava o povo de Deus caiu por terra. Muitos diziam ser judeus e terem o templo, pouco se importando como viviam.

O povo de Deus, reduzido a duas tribos estava em terra pagã, com seu templo destruído. Pareciam estar reduzidos a cinzas.

A Babilônia foi vencida e os medo-persas se tornaram o maior império da história antiga. Ciro foi o conquistador, mas, por ter apenas 25 anos permitiu seu tio Dario com 62 anos reinar em seu lugar.

Dario reinou por dois anos. E nesse intervalo de conquista da Babilônia por parte de Ciro e os dois anos de governo de Dario que aconteceu o evento Daniel na cova dos leões.

Interessante notar que Daniel permaneceu ocupando um cargo importante, chegando, por pensamento e desejo de Dario a quase ocupar o mais alto cargo no governo.

Deus usou Daniel, que fez bom uso da sua inteligência e capacidade para glorificar a Deus.

Daniel era exemplar em todos os sentidos.

Levado aos 18 anos de idade para a Babilônia e agora nos seus 80 anos, já residia nessas terras 62 anos. Daniel já havia presenciado muitos feitos de Deus, entre eles o livramento dos seus amigos Sadraque, Mesaque e Abede-Nego da fornalha ardente.

Esse homem, nos seus 80 anos, enfrentou com fé, é assim que está descrito na carta aos Hebreus 11.

Daniel pela graça de Deus tinha um espírito excelente (Dn 6.3). E por isso, fazia tudo muito bem-feito.

Anote a frase: fazer as coisas bem-feitas é a prática da doutrina teórica. Como escreveu o apostolo Tiago: “a fé sem obras é coisa morta” (Tg 2.17).

Os cidadãos do império medo-persa não conseguiam compreender como era possível um homem judeu, que havia sido trazido cativo pelos Babilônios, estava por ocupar um cargo de alto escalão e poderia se tornar o primeiro-ministro.

Querendo prejudicá-lo, passam uma lupa em sua vida. Fizeram auditoria, afinal, nesses cerca de 60 anos de funcionalismo público, deveria ter algum desvio moral. Mas, nada foi encontrado.

O desejo em querer obstruir os servos que servem a Deus, é um desejo aguçado pelo inimigo dos filhos de Deus. Dessa forma, não havendo impedimento moral, tiveram a ideia e traçaram a estratégia de colocar Daniel numa encruzilhada: o Reino Medo-Persa ou Deus! (Dn 6.5).

A ideia era fazer Daniel ter que decidir. O rei Dario estava disposto a dar todo poder para Daniel.

Observe o detalhe do texto: “foram todos juntos” (Dn 6.6). Se uniram contra Daniel. Observe a mentira: “Todos nós que ocupamos posições de autoridade no reino, ...” (Dn 6.7). Todos? Daniel não foi consultado.

Estavam unidos para destruir Daniel. A inveja os levou a querer prejudicar o servo de Deus.

Até hoje é assim – há muita união e aparência de unanimidade para destruir os servos e as coisas de Deus.

Os que estavam unidos num plano apresentaram um projeto que a primeira vista foi agradável ao rei Dario (Dn 6.7-8). Trocando em miúdos, a proposta era: Dario, você será deus por 30 dias.

Para prejudicar Daniel, estavam passando até mesmo por cima das suas crenças. Estavam dispostos a ignorar seus deuses.

O rei Dario caiu na cilada. Acabou assinando uma lei que não podia ser revogada (Et 8.8). Revogar a lei era como assinar atestado de incapacidade de ser rei.

Eles conseguiram uma única coisa que poderia destruir Daniel dentro do reino: algo contra sua fé.

Agora, tudo estava preparado. Só restava Daniel cair na cilada aramada por eles (Dn 6.9). E, ao saber da ordem, Daniel sabendo que nada mudaria refugiou-se na única coisa que poderia se refugiar – em Deus.

Ser humano nenhum era capaz de libertá-lo.

Daniel orava três vezes ao dia. Conforme o Salmo 55.17, Daniel orava as 9h, 12h e 15h.

Ele ouviu a lei e foi orar! Ele não ouviu a lei e foi falar com Dario. Foi falar com Deus. Daniel sabia que “importa mais obedecer a Deus que homens” (At 5.29).

Talvez nos questionemos: por que Daniel não orou de janela fechada? Por que não orou ao dormir? Era apenas 30 dias!

Não sei responder essas perguntas. Mas, com Daniel eu aprendo que de joelhos eu chego mais rápido do que correndo.

Quem estava com presa para conseguir seu intento eram os inimigos de Daniel, e parece que conseguiram. Mas, Daniel caiu de pé como se diz ao se ajoelhar (Dn 6.11). Daniel não caiu na fraqueza ou no medo por causa da lei assinada por Dario.

A prática da fé traz muitos problemas!

Os que praticam a fé sabem disso. Questionamentos! Dúvidas! Intrigas!

Enquanto Daniel caia de joelhos, seus adversários corriam para o rei na certeza de que haviam conseguido seu intento. Daniel estava fora da jogada.

A acusação foi: você tem dado tudo a Daniel e até pensa em dar-lhe o cargo de primeiro-ministro. Todavia, ele é ingrato e um traidor. É apenas um escravo (prisioneiro) de Judá (Dn 6.13).

Foi nesse momento em que Dario percebeu que havia caído numa armadilha. Ficou triste e reuniu os melhores advogados para ver o que poderia ser feito para salvar Daniel. Mas, nada era possível fazer. Não havia brecha na lei. Uma tarde de reuniões e nada foi possível fazer.

Como estava demorando, os inimigos de Daniel voltaram uma segunda vez e o rei precisou promulgar a execução da condenação.

Vamos observar um detalhe: enquanto os inimigos de Daniel, vendo que alcançaram seu intento, o chamaram de prisioneiro (Dn 6.13), o rei Dario o chama de servo de Deus (Dn 6.16).

Nesse mundo eu preciso escolher a quem vou servir. Daniel escolheu servir, ser escravo de Deus.

O apostolo João registrou as palavras de Jesus que disse: “a verdade vos libertará” (Jo 8.32) e a verdade é Jesus (Jo 8.36). Em Jesus estamos livres!

A pior escravidão é o pecado. Quando Eva e Adão caíram em pecado, bem e mal foram misturados. Por essa razão, quanto mais se peca, mais difícil é separar as coisas. O certo é errado e o errado é certo.

Daniel estava por ser jogado na cova dos leões, mas, no Senhor era um homem livre. Enquanto o rei Dario não dormiu numa cama no palácio, Daniel dormia tranquilamente com seus ursinhos de pelúcia (Dn 6.18).

Na manhã, Dario foi a cova dos leões com seu coração na mão (Dn 6.19). Dario achava que era o fim (Dn 6.20). A expressão aramaica destaca que o rei falou com voz sofrida.

Nesse momento vemos mais uma coisa fantástica: de dentro da cova dos leões, Daniel mantêm a etiqueta e responde com educação: “Que o rei viva para sempre” (Dn 6.21).

O mesmo Daniel que em nenhum momento buscou se defender, agora com calma explica ao rei: sou inocente diante de Deus e diante de ti.

A tristeza do rei transformou-se em alegria.

Nesse ponto chegamos ao real milagre narrado pelo texto: “havia confiado em Deus” (Dn 6.23). O autor a carta aos Hebreus destaca os heróis da fé dizendo que pela fé a boca de leões foi fechada (Hb 11.33).

Confiar em Deus quando parece haver tantas evidências contrárias. Supostas provas, refutações, possíveis discordâncias.

A fé levou Daniel a obedecer!

Caros jovens – a coroa da vitória se dá na fé.

Apesar de Deus não ter livrado Estevão (apedrejado), Pedro (crucificado), Tiago e Paulo (decapitados), no entanto, pela fé esses triunfaram (Hb 11).

O relato de Daniel nos ensina que a fé nos coloca em risco. A fé colocou Daniel contra o Império, mesmo não fazendo nada de ruim.

Após a condenação dos algozes de Daniel, foi promulgado um novo decreto. Na verdade, um verdadeiro tratado de teologia: “...Pois ele é o Deus vivo, que vive para sempre. O seu reino nunca será destruído; o seu poder nunca terá fim. Ele socorre e salva; no céu e na terra, ele faz milagres e maravilhas” (Dn 6.26-27).

A fé tirou Daniel da cova!

Na fé enfrentamos situações difíceis como a morte.

No salmo 16 a palavra morte é uma referência as tribulações, aos sofrimentos e as situações dificeis por causa da fé.

Pode ser que a minha cova dos leões seja uma ameaça de morte. Um ente querido em fase terminal. Um momento crítico no casamento, na vida social, política ou pública.

No Salmo de Davi (Sl 16) e na história de Daniel recebemos devolta a esperança e a energia que nos ajuda a superar situações dificéis. Recorde-se que amanhã é Páscoa: a esperança raiou com o nascer do sol, a pior de todas as situações já foi vencida: Jesus Ressuscitou!

No dia de Pentecostes (At 2.29-32 e 13.35-37) Pedro pelo poder do Espírito Santo interpretou o Salmo 16, enfatizando que a esperança de Davi estava na promessa de Deus cumprida em Jesus.

O apostolo Paulo, durante a sua primeira viagem missionária, numa sinagoga em Antioquia, testemunhou que em Jesus, mesmo em meio à corrupção e a realidade da morte não estamos eternamente perdidos. O maior risco é abandonar a fé e perder tudo o que Deus nos concede gratuitamente: a salvação.

Jesus venceu a morte! A sepultura não é o fim ultimo da nossa existência. Quando Jesus vier para julgar vivos e mortos, os inimigos do povo de Deus serão lançados na cova eterna e os crentes que foram colocados na cova sairão e gozarão da alegria eterna.

Jesus foi lançado na cova por seus inimigos, imaginando assim estar calando àquele que era incoveniente. Jesus ressuscitou! Aleluia. Os que viverem e morrerem crendo em Cristo, sairá da cova totalmente ileso. Amém!

 

Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 19 de março de 2024

Lugar de todos, para todos!

 Domingo de Ramos

24 de março de 2024

Salmo 118.19-29; Zacarias 9.9-12; Filipenses 2.5-11; Marcos 11.1-19

Texto: Marcos 11.1-19

Tema: Lugar de todos, para todos!

 

Vamos começar uma contagem regressiva! 10    09    08    07   

Espera aí. Para que essa contagem regressiva?

Dizem que só se faz contagem regressiva para algo bom que está por vir.

Domingo de Ramos é o início da contagem regressiva para o maior evento que marca o cristianismo. Jesus foi crucificado e no terceiro dia ressuscitou.

Na sexta feira, Jesus e os seus caminharam por volta de seis e sete horas. Saíram de Jericó e foram até Betânia, onde passam o sábado.

No sábado à noite, já domingo para os judeus, na casa de Simão, o leproso, numa festa foi ungido por Maria.

Os principais sacerdotes que estavam presentes para verem Jesus, realizam uma reunião para consultar a possibilidade de condená-lo a morte.

Na manhã do domingo segue o evento denominado Domingo de Ramos, ou seja, Jesus adentra em Jerusalém sendo ovacionado pela multidão.

A profecia anunciada 500 anos antes por boca do profeta Zacarias (Zc 9.9) estava se cumprindo. As bocas que ovacionavam Jesus, em seus corações tinham expectativas messiânicas equivocadas. Por essa razão e circunstância, a algazarra da entrada em Jerusalém no domingo foi suplantada pelos gritos de crucifica-o na sexta seguinte. Todavia, foram os gritos de crucifica-o que tornaram Jesus Rei. Os gritos de hosana (“oh, salva-nos Senhor”) do domingo se concretizaram nos gritos de crucifica-o na sexta-feira.

Observemos um detalhe interessante. É a primeira vez no Novo Testamento que se é mencionado que Jesus precisava de uma criatura animal (Mc 11.3). Observe ainda que essa criatura pela lei era impura.

Conforme nos é relatado em Êxodo 13.13, por um animal imundo, no entanto, útil para carregar carga, o preço da sua redenção era a morte de um cordeiro. E ao ver a cena em que Jesus adentra Jerusalém sendo aclamado com hosanas “oh, Senhor, salva-nos”, é significativo olhar e perceber que o asno está levando o cordeiro para ser sacrificado e assim redimi-lo.

Esse animal era um animal dos pobres, dos colonos. E ao montar em um jumento, Jesus está cumprindo a profecia anunciada 500 anos antes por boca de Zacarias (Zc 9.9). a entrada num jumento destaca que Jesus é o Rei Humilde que doravante havia sido profetizado. Nesse Rei Jesus a paz seria dada.

Na manhã de segunda-feira Jesus se dirige ao Templo.

O templo era o centro da vida nacional e religiosa dos judeus. Seria natural, se o povo estivesse olhando para as Escrituras, o lugar para Jesus ser reconhecido e entronizado como Rei. Todavia, tudo estava errado. Já vemos o cenário complicado quando no início João Batista prega e batiza no deserto. E agora, vemos os sacerdotes não reconhecerem Jesus.

O Templo que é de Deus – foi apoderado por àqueles há quem o Templo havia sido confiado. Observem uma mera aplicação: o Templo é a casa de Deus. Cuidar dele, zelar dele é cuidar da casa de Deus.

O fato ocorrido no templo gera um momento de crise e nos momentos de crise, Jesus passa a noite em oração. No outro dia, na terça-feira, a figueira que havia sido amaldiçoada é vista completamente seca.

Uma árvore cheia de folhas era sinal de muitos frutos. No entanto, essa figueira cheia de folhas não tinha frutos. Agora, uma árvore seca não se esperava nada.

Era decepcionante ter uma árvore verde e cheia de folhas sem fruto nenhum. Essa árvore frondosa era Israel, que por sua religiosidade e cheia de cerimônias, estava sem frutos. E Jesus mostrou pela figueira cheia de folhas e depois seca como estava Israel. Tanto que João Marcos registra a purificação do templo (vv.15-19) entre a maldição da figueira (vv.12-14) e a descoberta de que ela havia secado (vv. 20-26).

O duplo negativo “nunca jamais” (Mc 11.13) no grego significa maldição enfática. Era o desprazer de Jesus quanto ao templo e as lideranças religiosas.

Ao ser edificado no deserto como tabernáculo e anos mais tarde o Templo por Salomão, a casa de Deus é a esquina do encontro de Deus com o ser humano. O tabernáculo e depois o Templo objetivavam dar a paz de Deus a todas as nações e não somente aos judeus.

No Templo havia um espaço em que se permitia o acesso aos gentios.

O templo era formado por uma série de pátios que conduziam ao templo propriamente dito e ao lugar santo.

Primeiro: pátio dos gentios;

Segundo: pátio das mulheres;

Terceiro: pátio dos israelitas e o pátio dos sacerdotes.

O comércio tornou-se conveniente, afinal, os romanos dominavam os judeus e por isso, a moeda romana precisa ser cambiada para a moeda judaica (shekel). Os animais também eram vendidos no pátio dos gentios e ali eram carimbados como sendo “sem defeito”.

O pátio dos gentios - no único lugar em que os gentios podiam transitar, o comércio tornou-se um entrave.

O único espaço aberto no templo para “todas as nações” o pátio externo, dos gentios, o comércio tornou o mesmo em sendo inadequado para o culto.

A expulsão dos cambistas foi um protesto verbal de Jesus.

Se no projeto original de Deus, nesse lugar, no pátio dos gentios, eles podiam orar e meditar, era inadmissível e intolerável mudar o propósito da casa de Deus.

Jesus, que nos amou até a morte de cruz, era apaixonado pela reverência a casa de Deus.

O único lugar em que os gentios podiam conhecer a Deus era nesse pátio. E com aquele comércio, que Deus estariam conhecendo. Afinal, o lugar de oração e meditação, foi transformado em uma feira a ponto de ninguém conseguir orar e meditar. Ouvia-se bois mugindo, ovelhas com seus balidos, arrulho de pombas, gritos de vendedores, filas para trocar dinheiro, tilintar de moedas, mas não se ouvia clamores e adorações.

O gentio havia perdido o espaço que Deus lhe havia dado. No Templo, Deus estava recluso aos gentios.

A falsa piedade de supostamente estarem pensando nas pessoas que vinham de longe e facilitar a vida desses não se justifica. A lei prescrita em Deuteronômio 14.24-26 definia os animais a serem oferecidos em sacrifícios e a permissão de Deus em se levar o dízimo em vez de produtos agrícolas propriamente ditos. Com a suposta alegação de que a troca de dinheiro facilitaria a vida do peregrino os judeus passaram a obter muito lucro. Por causa do lucro é que os sacerdotes se enfureceram com Jesus querendo de qualquer maneira o matar (Mc 11.18).

Essa não foi a primeira vez que Jesus havia ido ao Templo.

Aos 12 anos Jesus estava no Templo e ao ser procurado por José e Maria, o menino respondeu: “é necessário estar na casa do meu pai” (Lc 2.49).

Jesus desde que nasceu sabia da sua missão, estar ocupado com as coisas do Pai. O zelo pelo Templo como escreveu Werner de Boor foi tanto que isso o levou a morte.

William Hendriksen destaca que ao purificar o templo, Jesus atacou o espírito secularizado dos judeus e expôs sua corrupção e ganância (Mc 11.17).

Ao virar as mesas Jesus atacou o que é muito importante para o ser humano: bens, finanças. É como o amor de muitos casais: eu amo meus bens.

A purificação do Templo nos ensina muitas e variadas lições.

Jesus não se interessa em que você apenas esteja no templo. Jesus se interessa sobre o real interesse pelo qual se está no Templo. Muitos estavam lá apenas para obter lucro.

Outro fato importante que nos é ensinado é que o maior lucro da igreja são as pessoas e não dinheiro.

Se parece ríspida o modo de Jesus fazer, por causa da sua atitude, Jesus proclama de forma eloquente que a verdadeira adoração e o relacionamento com Deus é o essencial e especial no templo.

Jesus é motivado por zelo à casa de Deus (Sl 69.10) e, amor aos gentios.

Recordo a observação de Matthew Henry que escreveu que Jesus nunca usou a força para levar alguém para o Templo, mas usou toda sua força para expulsar àqueles que o estavam profanando. Já imaginou a faxina que seria se começasse a expulsar quem não tem mais zelo pelo Templo?

Com esse relato aprendo também a tomar muito cuidado para não industrializar a fé. Todavia, fazendo um contraponto. A industrialização da fé só está ocorrendo por um fato, erro, pecado: as pessoas estão deixando de ofertar.

Jesus certa vez esteve observando como as pessoas faziam as suas ofertas no Templo. E ao ver a oferta de uma viúva pobre ensinou que a verdadeira oferta é de coração e confiança em Deus.

Os industrializadores da fé são os que muito podem ofertar, mas, por não quererem se desapegar e ofertar generosamente acabam cobrando dos outros.

A leitura sobre Jesus no Templo expulsando cambistas e mercadores nos alerta o zelo pelo Templo. E para zelar do Templo, Deus amorosamente abençoa seus filhos e filhas e espera justamente dos seus filhos e filhas ofertas generosas e abundantes para que não caia no perigo de industrializar a fé e tornar a piedade fonte de lucro.

Jesus se revoltou contra a distorção do projeto de Deus.

Deus queria a oração e meditação dos gentios. Deus quer salvar. Esse continua sendo seu projeto.

O que falta muitas vezes é Jesus voltar e virar as mesas. Afinal, se vende tudo na igreja: sabonetes abençoados, lenços, caneta ungida, colares milagrosos, envelopes para fogueira santa; ...

Vamos começar a contagem regressiva! 10    09    08    07   

Espera aí. Para que essa contagem regressiva?

Domingo de Ramos - início da contagem regressiva para o maior evento que marca o cristianismo. Jesus foi crucificado e no terceiro dia ressuscitou. E essa festa a celebraremos, mas, estamos em outra contagem regressiva – a da volta de Jesus. Enquanto Jesus não volta, continuemos consumidos por zelo da casa do nosso Deus. Um lugar de todos e para todos. Amém!

 

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 11 de março de 2024

Em Jesus - uma nova aliança!

 17 de março de 2024

Salmo 119.9-16; Jeremias 31.31-34; Hebreus 5.1-10; Marcos 10.35-45

Texto: Jeremias 31.31-34

Tema: Em Jesus -  uma nova aliança!

 

...farei uma nova aliança com o povo de Israel e com o povo de Judá...” (Jr 31.31)

 

A foto da princesa de Gales, tornou-se notícia no mundo inteiro. Motivo? Apesar da falta de brilho no cabelo, unhas opacas, roupas com tom de usadas dos filhos. O que chamou atenção foi a falta da aliança da princesa na mão esquerda.

É de fato necessário usar aliança?

A aliança destaca compromisso e comprometimento com outra pessoa.

No Antigo Testamento, Deus estabeleceu alguns pactos (alianças) com os homens. E pode se dizer que essas alianças possuem um sinal visível assim como as alianças nas mãos dos casados. Um arco íris lembra a aliança de Deus com Noé. As estrelas marcam a aliança de Deus com Abraão. A referência aos Dez Mandamentos marca a aliança mosaica.

Aliança é um acordo ou pacto. Quando uma mulher olha para outro homem ou outro homem olha para uma mulher e vê uma aliança no seu dedo na mão esquerda, indica que a pessoa já tem um pacto, um acordo com outra pessoa. O pacto, o acordo é de amor, dedicação e respeito até o fim da vida de um deles.

O problema das alianças humanas é que geralmente não são cumpridas. Na aliança entre Deus e os homens, o problema são os seres humanos e não Deus.

O profeta Jeremias proclamou a promessa de Deus: “...farei uma nova aliança com o povo de Israel e com o povo de Judá...” (Jr 31.31).

No hebraico, pacto é berith e significa concerto. Aliança diz respeito ao concerto entre Deus e o seu povo (Pv 2.17).

A nova aliança - proclamada pelo profeta Jeremias, foi anunciada aproximadamente 650 anos antes de Jesus nascer. E é em Jesus que temos o novo acordo de Deus com seu povo.

O pacto mosaico, a lei que não pode ser cumprida pelo ser humano devido a natureza pecaminosa, mostra a necessidade da nova aliança.

A nova aliança é uma maravilhosa mensagem para quem se acha preso a observância legalista que não consegue cumprir.

É preciso ouvir novamente a profecia: “...farei uma nova aliança com o povo de Israel e com o povo de Judá...” (Jr 31.31).

A profecia nada mais é do que uma revelação. Não se trata de uma revelação humana como infelizmente muitos buscam. A profecia é uma revelação da vontade de Deus. Ao proclamar: “...farei uma nova aliança com o povo de Israel e com o povo de Judá...” (Jr 31.31), o profeta Jeremias revela o desejo de Deus em fazer uma nova aliança, ou seja, a disposição de Deus em perdoar. Em Jesus, Deus esquece o pecado do seu povo.

Deus não envia profetas por aí para revelar sonhos, ou outras revelações. Os profetas que Deus envia proclamam apenas a vontade de Deus. E a vontade de Deus é que o pecador se arrependa, e assim receba o perdão e creia que pela nova aliança, Cristo, se está salvo.

A nova aliança proferida por Jeremias é proclamada a cada culto na santa ceia. Na noite em que Jesus instituiu a santa ceia, disse: “Bebam todos vocês porque isto é o meu sangue, que é derramado em favor de muitos para perdão dos pecados, o sangue que garante a aliança feita por Deus com seu povo” (Mt 26.28).

No sangue de Jesus está a nova aliança. Por causa do sangue de Jesus, a morte, o último inimigo foi destruído. A obra de Jesus nos dá um novo acordo com Deus.

Nada substitui ou muda essa nova aliança. O pecado não é capaz de alterá-la. A única coisa que impede alguém de ser beneficiada por essa nova aliança é recusar-se a crer na mesma.

A nova aliança é constantemente proclamada para que o pecador se arrependa e receba da mesma o perdão.

Nas alianças entre Deus e os homens havia sinais (arco íris, estrelas, arca da aliança), tal como uma aliança na mão da mulher casada e de um homem casado. Os elementos da santa ceia, pão e vinho, são visíveis, no entanto, a santa ceia é a realidade e concretude da nova aliança. Assim como no pão recebemos o verdadeiro corpo de Cristo, no vinho recebemos o verdadeiro sangue de Cristo para perdão dos nossos pecados.

Todo pecador, em Jesus, têm um novo acordo com Deus. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

Discípulo serve!

 17 de março de 2024

Salmo 119.9-16; Jeremias 31.31-34; Hebreus 5.1-10; Marcos 10.35-45

Texto: Marcos 10.35-45

Tema: Discípulo serve!

 

O evangelho de João Marcos narra as reações ante ao anúncio de Jesus de que iria para Jerusalém sofrer, ser crucificado e ressuscitar.

O fato de Jesus seguir na frente não é por destaque. Ir na frente significa que está certo e convencido do que se está fazendo. Todavia, muitos e inclusive os discípulos não compreenderam isso.

Durante a caminhada, Tiago e João sonhavam com honrarias e poder. Esse desejo gerou discórdia e competição entre os discípulos.

Aos seus discípulos, Jesus enumera que ser discípulo envolve servir e não ser servido.

Essa recomendação é muito propícia para a igreja de nossos dias. A maioria da membresia deseja ser servida, todavia, quando surge uma oportunidade para servir, se afugenta.

Aprendemos na Palavra de Deus que toda autoridade procede de Deus. Contudo, a autoridade é realizada no exercício do servir. Servir é: entregar-se em prol de um bem comum para um bem comum.

O Novo Testamento enfatiza com propriedade que servir aos santos é uma prática genuína e recorrente.

Diakoneo, termo que ocorre 37 vezes no Novo Testamento, significa servir.

Servir é ser discípulo daquele que veio para servir.

Queridos irmãos e irmãs na fé. O serviço ou o servir não pode ser atribuição de um pequeno grupo da igreja. Cada pessoa recebeu e recebe de Deus um maravilhoso dom. E esse dom foi lhe dado para servir os demais. O dom individual é muito importante e necessário para o coletivo. Não deixe de fazer uso desse dom, pois a falta do exercício desse dom na coletividade, o corpo todo sofre.

Servir faz parte da natureza de Deus. Jesus de maneira voluntária veio servir. O apostolo Paulo escreveu aos cristãos de Filipos: “...antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo...” (Fp 2.7). Lucas registrou as palavras de Jesus: “Eu entre vós sou como quem serve” (Lc 22.27). Mateus escreveu: “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20.28).

A igreja é uma composição de discípulos que servem. O corpo precisa da arte de servir!

Alguns pequenos exemplos de servir:

- Jesus “lavou os pés dos discípulos” (Jo 13.5);

- Discípulos “...distribuíram os pães e os peixes que Jesus multiplicou” (Mt 14.19);

- Discípulos “encheram seis potes de água, 80 litros cada pote e Jesus transformou água em vinho” (Jo 2.7);

Jesus realizou milagres. E para a realização dos milagres, houve espaço para servir. Enquanto se serve, Jesus realiza seus milagres.

Para Deus, o servir ocorre também nas pequenas situações. Um exemplo prático: as casquinhas são pintadas e enchidas com amendoim. Tiramos as fotos e divulgamos. Todavia, se muitas pessoas não ajuntassem as casquinhas; as casquinhas não serão feitas, pois faltou o serviço de recolher e guardar as casquinhas de ovos.

Jesus quer discípulos! Ao ordenar: “Ide fazei discípulos de todas as nações...” (Mt 28.19), o ir já é uma espécie de servir. Nesse servir, pelo Batismo e Ensino Jesus vai fazendo discípulos e entre os seus discípulos, o maior é o que serve.

O discípulo é agraciado em ser discípulo. O servir demonstra seu discipulado. O problema é quando durante a caminhada, a exemplo de Tiago e João, alguns querem status, honras, elogios e poder pelo seu servir.

É muito nobre, mas não é cabível que apenas um, ou um pequeno grupo, sirva. É preciso que todos sirvam, pois quanto mais servirem, mais fácil se torna a obra, mas amplo fica o horizonte. Cuidemos com a centralização em torno de uma pessoa. Isso traz sobrecarga, serviços deficientes, obras inacabadas. Centralizar é impedir que outros sirvam. Centralizar é monopolizar e individualizar o que Jesus solicita para todos. Servir é expandir.

Uma alternativa para a descentralização é a delegação. É pedir e deixar com que outros façam. O diácono realiza um serviço pelo servir.

Os diáconos são mordomos do serviço de Deus aos santos. Diáconos servem nos bastidores, servindo e suprindo a necessidade dos irmãos. Há pessoas que servem e outros veem, e há aqueles que servem sem outros verem e a igreja também é beneficiada por seu agir.

Àquele que serve já tem uma recompensa guardada pelo Pai Celestial, quer seja aqui, quer seja na eternidade.

O servir se torna essencial para o andamento do ofício pastoral, evangelístico e profético da igreja. Foi dito no início da expansão do cristianismo: “...Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir as mesas” (At 6.2). Para que o específico da igreja ocorra – pregar, é preciso e é urgente que haja quem sirva. Para servir é preciso disposição e humildade. Muitas vezes, o servir chega ao ponto de ter que carregar o próximo nas costas.

Servir gera um impacto tremendo fora da igreja. Vocês ouvem o bom testemunho pela cidade devido ao vosso servir. Já ouvimos: uma igreja tão pequena e quantas coisas realizam (At 2.42-46; 6.1-7). Quando os discípulos servem, a congregação cai na graça dos homens e se multiplica.

Servir é pensar no outro. Não visa aplausos, elogios ou qualquer outra coisa. Visa tão somente estar sob a sombra de Jesus e seguir seus passos, afinal, seguindo a nossa frente, Jesus sabe o que está fazendo e é certo o que faz.

O único ofício constante e sem fim na igreja é servir. Esse servir ocorre pelo fato da igreja ser composta por pessoas generosas, caridosas, misericordiosas. Isso se deve ao fato da igreja ter como cabeça Jesus Cristo – o diácono que serviu e serve a igreja.

Jesus estava caminhando rumo a cruz e muitas pessoas o seguiam (Mc 8.27 – 10.52). O perigo que se apresentou, se apresenta ainda hoje. O perigo de supor que por seguir Jesus se merece mais do que àqueles que não o seguem. O perigo é querer destaque. Um queria estar à direita e outra a esquerda. A direita é o lugar de mais alta honra e esquerda um pouco inferior. Corre-se o perigo de Tiago e João, ou seja, preocupar-se consigo mesmo. Corre-se o perigo de julgar-se com direito de obter méritos por servir.

Ao invés de honra, Jesus propõe entregarem a vida pelo Reino. E, mesmo tendo dito sim, poucos dias depois, abandonaram Jesus na hora do sofrimento (Mc 14.50).

Ao servir, não queira a honra. Por hora, é necessário sofrimento e cruz.

Não deixe a ideologia secular dominar nossa mentalidade. Não se se contaminem pela ideologia do privilégio e rivalidade. Não deem lugar para ambição pessoal.

Jesus fala que o diácono é o doulos. Essa palavra indica um serviço realizado pelas mulheres e pelos escravos. Ou seja, no Reino de Jesus, o status, o maior, o melhor são aqueles que servem com amor aos demais. Assim como Jesus serviu, ele nos servirá quando voltar (Lc 12.37). Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 4 de março de 2024

Grandeza do Brilho de Deus sobre as mulheres!

 Mensagem em homenagem ao dia da mulher

Texto: Provérbios 31.10-31

Tema: Grandeza do Brilho de Deus sobre as mulheres!

 

A formosura é uma ilusão, e a beleza acaba, mas a mulher que teme o Senhor Deus será elogiada. Deem a ela o que merece por tudo o que faz, e que seja elogiada por todos” (Provérbios 31.31)

 

A mulher tem a habilidade de assumir e exercer vários papéis. Por esse motivo é cobrada e comparada.

Cobranças e comparações fazem parte da vida da mulher.

Não bastasse as cobranças e comparações do marido, há também a dos filhos, da sociedade.

Cobranças e comparações trazem frustrações e uma busca desnecessária. Isso gera baixa autoestima e muitas mulheres já nem se reconhecem mais.

A dama de Provérbios 31 é destacada como sendo “respeitada pelos seus filhos que também falam bem dela, e o seu marido a elogia” (Pv 31.28)

Quando foi à última vez em que foi elogiada?

Quem a elogiou?

Qual foi o motivo de ter sido elogiada?

Dama de Provérbios 31: os seus filhos a respeitam e falam bem dela, e o seu marido a elogia. Ele diz: Muitas mulheres são boas esposas, mas você é a melhor de todas”. Que mulher é essa?

Primeiro: Essa dama não se ilude pela beleza, a formosura é uma ilusão, e a beleza acaba, ... (Pv 31.30-31).

Não é pecado cuidar do corpo, se maquiar, se arrumar para sair. O pecado é quando se faz com má intenção. Como se canta por aí: “tô sentindo que não é pra mim...

A Palavra de Deus descreve muitas belas mulheres.

Não é pecado ser bonita, mas a beleza feminina traz muitos problemas. E os homens que o digam.

A Palavra de Deus descreve belas mulheres e que sua beleza causou muitos problemas.

Abigailela era bonita e inteligente, e seu marido mal e grosseiro” (1Sm 25.3)

Por ser bonita de corpo, Bate-Seba chamou atenção de Davi (2Sm 11). Por causa dessa bela mulher, cometeu adultério e assassinato.

Sara era muito bonita (Gn 12) e por isso Abraão mentiu que ela era sua irmã. Tinha medo de ser morto pelos egípcios por causa dela.

Raquel era bonita de rosto e de corpo (Gn 29.17) e Jacó trabalhou por ela 14 anos. O sogro soube o valor da beleza e do que a beleza é capaz.

Tamar, filha de Davi, que por ser bela chegou a ser abusada por seu irmão (2Sm 13)

Abisague (1Rs 1) era tão bela a ponto de ter sido a pivô da briga entre os irmãos Salomão e Adonias.

Não é pecado ser bonita, mas, a beleza não é a característica essencial da Dama de Provérbios 31.

Ao ler Provérbios 31, o motivo dos filhos falarem bem e o marido elogiar a mulher, não é a sua beleza. Aliás, a Dama de Provérbios 31 reconhece que “a formosura é uma ilusão, e a beleza acaba...

A Dama de Provérbios 31, mesmo quando “a formosura e a beleza acabam ...” continua sendo elogiada aos 100kg, quando os cabelos grisalham e quando sua pele enruga.

As mulheres da Bíblia, as heroínas, são destacadas, quer sejam belas ou não, pela característica essencial que possui a Dama de Provérbios 31: temer ao Senhor!

Dorcas: usou seus dons para ajudar pessoas (At 9.36)

Maria: aceitou com disposição ser instrumento de Deus (Lc 1.27)

Hulda: seriedade no estudo e transmissão da Palavra de Deus (2Rs 22.20)

Priscila: abriu sua casa para receber a igreja. Sua hospitalidade ajudou a propagar o evangelho (Rm 16.3-5)

Miriã: louvava a Deus com alegria (Ex 15)

Viúva Pobre: ofertou o que tinha na certeza do cuidado de Deus para o amanhã (Lc 21)

Várias mulheres com uma característica comum: temiam a Deus. A Dama de Provérbios 31 é essa mulher. Uma mulher exaltada pelos filhos e elogiada pelo marido.

As mulheres do século 21 no Ocidente lutam por igualdade e empoderamento; as mulheres do Oriente apenas desejam poder dirigir, abrir uma conta bancária e viajar ao exterior sozinha.

Queridas mulheres – vocês só têm um limite. O limite de Deus. Para vocês não é permitido serem pastoras.

Esse limite não é desprezo. A Palavra narra mulheres ocupando posições estratégicas, de influência e liderança.

A mulher é o complemento da criação de Deus. Tanto é que Adão virou poeta: “Agora sim! Esta é carne da minha carne e osso dos meus ossos...” (Gn 2.23).

O problema não é a mulher e sua atuação. A questão é o machismo. Onde o suposto macho alfa exige submissão da mulher, mas se esquece que para a mulher ser submissa, cabe ao homem estar disposto a dar a vida por essa mulher (Ef 5.22-25).

Cuidado! A Bíblia não idealiza a mulher. A Bíblia exalta a grandeza da mulher.

Essa grandeza da mulher é descrita em Provérbios 31. Essa grandeza é o brilho de Deus sobre as mulheres!

A Dama de Provérbios 31, o brilho de Deus sobre as mulheres:

1 – Preciosa

2 – Confiável

3 – Abençoadora

4 – Administradora

5 – Visionária

6 – Previdente

7 – Segura

8 – Generosa

9 – Elegante

10 – Educadora

11 – Piedosa

12 - Exemplar

A Bíblia valoriza a mulher!

A humilhação de Jesus Cristo não foi nascer de mulher, mas, poder se livrar do sofrimento e não o fez.

A Dama de Provérbios 31

É esforçada

Sábia

Altruíta

Otimista

Temente a Deus

Quando a bela morena Sunamita perguntou onde encontrar seu amado, a resposta foi: “siga as pegadas do rebanho” (Ct 1.6-7)

Querida mulher, não deixe de seguir as pegadas do rebanho. Continue na comunhão com seu Amado Jesus e seja temente a Ele. Mesmo se seus filhos não falarem bem de você e nem for elogiada pelo seu marido, lembre-se, ao final Jesus dirá: Tomai posse do banquete celestial que vos está preparado.

Edson Ronaldo Tressmann

Não creia em todo espírito (1Jo 4.1)

  27 de abril de 2024 Salmo 150; Atos 8.26-40; 1João 4.1-21; João 15.1-8 Texto: 1João 4.1-21 Tema: Não creia em todo espírito (v.1) ...