domingo, 28 de outubro de 2018

Não me envergonho do Evangelho!

Sermão para Celebração do culto da Reforma Protestante.
501 anos Reforma Protestante!
Romanos 1.16-17
Tema: Não me envergonho do Evangelho

John MacArthur no livro O resgate do pensamento Bíblico traz uma frase impactante que nos faz refletir de maneira muito especial sobre o evento da Reforma.
Quando temos uma visão correta das Escrituras, a própria Bíblia vem ao nosso encontro para moldar o que acreditamos do começo ao fim” (2018, p. 23).
É preciso adotar a Bíblia como princípio e critério de tudo o que cremos.
Atualmente tenho observado com certa inquietação o fato de que para muitos as pesquisas de opinião, mais que as Escrituras, determinam a verdade para os cristãos, e até mesmo para suas atuações missionárias. As pessoas, estão agindo norteados por outros objetivos e não por uma visão bíblica de mundo.
Dia 31 de outubro 2018, celebramos 501 anos de Reforma Protestante. Um evento que se tornou possível não por causa de Martinho Lutero, mas, pelo poder da Palavra de Deus. A Palavra de Deus jogou luz em sua vida atribulada. A Palavra de Deus, poderosa, o fez lutar contra a igreja da época em prol da verdade.
Sem o poder da Palavra de Deus a Reforma não seria possível.
Paulo escreve aos cristãos de Roma: “Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
Por qual motivo, Paulo diz que não sente vergonha do evangelho? Logo ele que perseguia os cristãos. Ele autorizou mortes e aprisionamentos de pessoas que criam no evangelho.
Mas, é justamente esse Paulo que escreve: “Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16), mais tarde escreveu aos Filipenses: “...por causa de Cristo, considero que não tem nenhum valor. E não somente essas coisas, mas considero tudo uma completa perda, comparado com aquilo que tem muito mais valor, isto é, conhecer completamente Cristo Jesus, o meu Senhor. Eu joguei tudo fora como se fosse lixo, a fim de poder ganhar a Cristo e estar unido com ele ...” (Fp 3.7-8).
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
Como é poderosa a Palavra de Deus!
Destacar o evangelho que é o poder de Deus é na verdade confessar o que infelizmente muitos tem negado: a suficiência da Bíblia.
Por mais que se proclame a autoridade, inspiração e infalibilidade da Bíblia, em muitas circunstâncias negamos que a mesma seja um guia adequado para todas as questões de fé e conduta.
Já ouvi da boca de uma pessoa cristã, frequentadora assídua da igreja a seguinte expressão: Pastor, eu creio na Bíblia, mas alguns relatos não dá para acreditar. Tal como o fato de Abraão ter ido matar seu filho.
Tenho observado, de maneira geral, que muitos além da Bíblia, tem acrescentado novas revelações e tradições humanas. E por essas tradições meramente humanas, brigam e até abandonam a igreja.
Muitos cristãos, (a não ser que você queira tapar o sol com a peneira) parecem supor que algo a mais que a Bíblia é necessário para ajudar a sobreviver neste mundo moderno. Alguns pastores, ao invés de proclamarem as Escrituras, o evangelho que é o poder de Deus, fazem uso de livros de auto - ajuda ou outros mecanismos para ver se ajudam as pessoas.
Tenho observado livrarias cristãs oferecendo livros que trazem conselhos retirados de outras fontes que não a Bíblia e o argumento é simplesmente a questão do lucro.
Tenho notado pessoas ouvirem e seguirem pessoas que supostamente tem recebido alguma revelação fora da Escritura. E quando conversam com alguém testemunham sobre a revelação como se fosse a verdadeira verdade.
Tenho visto pregadores duvidando da Palavra de Deus como sendo um alimento completo para as pessoas e, complementam o ensinamento bíblico com diversões e meios seculares. Deixou-se de investir em estudos, ensino e aplicação da Palavra de Deus, e passou-se a adotar meros meios humanos, tentando assim fazer com que a igreja cresça.
O crédito do crescimento da igreja não está mais no abrir, analisar, refletir e aplicar a Palavra de Deus, mas, nas técnicas de comunicação atual. Não que não se deva usar tais técnicas, mas, venhamos e convenhamos, não são elas as responsáveis pelo crescimento da igreja.
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
Paulo escreveu essas Palavras por ter sido impactado por esse poder. Logo ele, que assim como escreveu aos Filipenses se dizia irrepreensível conforme os requisitos da lei (Fp 3.6). O poder do evangelho, Cristo Jesus, o fez jogar sua irrepreensibilidade fora, como se fosse lixo (Fp 3.9).
A carta de Paulo aos Romanos é muito interessante, não por ser denominada como o fundamento da Reforma Protestante, mas, por sua mensagem.
O primeiro capítulo da carta aos Romanos em si, apresenta de maneira transparente toda a mensagem de Paulo nessa epístola. Os versículos 1-6 pode ser classificado de: Paulo e o evangelho; os versículos 7 a 13: Paulo e os Romanos; os versículos 14 a 17 apresentam: Paulo e a evangelização.
O livro histórico de Lucas (Atos dos Apóstolos) culminou com o relato de que o evangelho chegou a Roma. O apostolo Paulo na carta aos Romanos anuncia justamente sobre o evangelho que foi pregado em Roma.
Qual foi esse evangelho?
O poder de Deus, seu evangelho, fez e faz do pecador, alguém justo diante de Deus.
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
Você tem vergonha desse evangelho? Se não! Por que está permitindo que pregadores do evangelho sejam substituídos por animadores de palco? Por que está preferindo previsões e experiências místicas?
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
Palavras necessárias para nossos dias. Afinal, o tema do momento: crescimento da igreja, aponta e indica os programas necessários e sem os quais a igreja não terá sucesso na busca dos perdidos. Mas, não será apenas o evangelho, o poder de Deus, suficiente para tal?
De nada adianta programas, se não há o evangelho de Cristo.
Na época da Reforma era apenas uma igreja e por falta do evangelho, originou-se a Reforma Protestante! Sem o evangelho a igreja cai.
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
Deus atingiu Paulo pelo poder do evangelho num momento importante e necessário. Pela proclamação do evangelho, o poder de Deus, muitas outras pessoas foram atingidas. O poder do evangelho atingiu Martinho Lutero num momento crítico e foi esse evangelho que redirecionou a igreja.
O poder de Deus, o seu evangelho, continua sendo proclamado e declarando justo diante de Deus o pecador, que por si só merece a condenação eterna.
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
O poder de Deus não se encontra em alguma fonte extrabíblica ou mística, no uso de sinais e maravilhas, discursos animados, insights da psicologia e filosofia secular, ou insights pessoais sobre as necessidades humanas. O poder de Deus, seu evangelho, que declara justo o pecador, reside na inspirada e infalível Palavra de Deus, tão questionada e relegada por muitos.
Quando Jesus foi tentado pelo diabo (Mt 4.1-11), não fez uso de palavras de efeito, ou auto ajuda, nem mesmo realizou exorcismo, ou sessão do descarrego. Jesus apenas enfatizou o poder de Deus por meio da Palavra: Está escrito!
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
O evangelho é o poder de Deus!
Esse poder é experimentado no dia-a-dia. Jesus disse “bem aventurado os que ouvem a palavra de Deus e a observam” (Lc 11.28).
Jesus fala sobre um abençoado estado de vida. Uma vida acompanhada pela paz e alegria, significado e valor, esperança e satisfação, uma vida fundamentalmente feliz e agradável mesmo em situações infelizes e desagradáveis.
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
Não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação, para declaração de justiça do pecador diante de Deus em Jesus.
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
Infelizmente, em todas as épocas, houve e há pessoas que se envergonham do evangelho.
A expressão: “me envergonho” significa ofendo-me por. Assim sendo, em que o evangelho ofende as pessoas?
As pessoas são ofendidas em seu orgulho, afinal, desejam conquistar a salvação, assim como Paulo imaginava que conquistaria pelo cumprimento a lei (Fp 3). Isso ofende as pessoas que imaginam que tem alguma vantagem sobre as outras por causa da sua suposta religiosidade.
Muitos não gostam das palavras “Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação...” (Rm 1.16), pois, em cada um de nós, há escondido um fariseu cheio de auto justiça.
O apostolo Paulo tinha todos os motivos para se vangloriar. No entanto, Deus concedeu o evangelho, seu poder para salvar.
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
Infelizmente, muitas pessoas ainda se envergonham.
Comemorando os 501 anos de Reforma, admiro-me que mesmo entre aqueles que se dizem filhos da Reforma, há vergonha desse evangelho. Afinal, acrescentam algo a mais ao evangelho como requisito de salvação. Dizem que o que salva é a FÉ + alguma coisa = salvação.
O ser humano sempre se ofendeu e se ofende com a doutrina da salvação gratuita em Jesus. Assim como na época do apostolo Paulo, na época de Lutero, continua sendo escândalo proclamar tão somente esse evangelho. As pessoas ao invés do simples e puro evangelho querem um culto show, cheio de luzes e efeitos especiais, querem prodígios e milagres.
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
É interessante notar que Paulo ressalta que evangelho é igual poder de Deus. Ou seja, ele ergue as pessoas, muda e transforma coisas. Um exemplo: sem o evangelho poderoso de Deus, eu estaria condenado. O poder do evangelho que age no Batismo e na Pregação transformou-me num filho de Deus.
Gosto muito da definição de Teodoreto, um bispo sírio do século quinto. Ele comparou o evangelho a uma pimenta. “Por fora, parece fria ...mas a pessoa aperta entre os dentes e experimenta a sensação de fogo ardente”.
O evangelho é o poder de Deus por fazer o que nenhum outro escrito, ou anuncio é capaz de fazer: reconciliar-nos com Deus e nos garantir um lugar no Reino de Deus.
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16) – pois não há coisa mais gloriosa e abençoada que aquilo que o evangelho oferece e dá: salvação. A salvação eu recebo no evangelho de Deus (Rm 1.1): Jesus Cristo.
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvar todos os que creem, primeiro os judeus e também os não judeus. Pois o evangelho mostra como é que Deus nos aceita: é por meio da fé, do começo ao fim. Como dizem as Escrituras Sagradas: “Viverá aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus”” (Rm 1.16-17). Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Sacerdócio Perfeito!


28 de outubro de 2018
23º Domingo após Pentecostes
Sl 126; Jr 31.7-9; Hb 7.23-28; Mc 10.46-52
Tema: Sacerdócio Perfeito!

Devido a uma briga entre seus pastores, Abraão e Ló se separaram. Os reis da Mesopotâmia não eram tolos e não deixaram de tirar partido dessa situação. Em suas guerras de pilhagem, esses reis orientais haviam saqueado as pequenas comunidades que se haviam formado ao longo das férteis praias do rio Jordão. Após separar-se de seu tio Abraão, Ló e sua família estabeleceram-se numa dessas vilas e caíram vítimas dos reis do Oriente. Foram levados prisioneiros e estavam a caminho de uma vida de exílio e escravidão.
Um dos servos, que havia escapado, dirigiu-se à tenda de Abraão levando a má notícia, e "ouvindo Abraão que seu sobrinho estava preso, fez sair trezentos e dezoito homens dos mais capazes, nascidos em sua casa, e os perseguiu até Dã” (Gênesis 14:14).
Topando com os grupos saqueadores embriagados pelo sucesso, Abraão e seu pequeno exército atacaram tarde da noite. Os inimigos que não foram mortos, fugiram para salvar a vida. Ló e toda a sua família foram salvos.
Alegria e gratidão enchiam os corações daquela família enquanto voltavam para casa. De súbito, saindo não se sabe de onde, apareceu um estranho, trazendo consigo pão e vinho. Seu nome era Melquisedeque. Esse “Era sacerdote do Deus Altíssimo: abençoou ele a Abrão, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo; que possui os céus e a terra; e bendito seja o Deus Altíssimo que entregou os teus adversários nas tuas mãos" (Gênesis 14:18-20). Seguiu-se um fato estranho. Pois, não havendo motivo evidente e sem nenhuma sugestão, Abraão deu a Melquisedeque o dízimo “de tudo”. Então, como misteriosamente surgiu, assim Melquisedeque desapareceu. Não há registro algum de que Abraão o tenha encontrado antes nem depois. Nada mais encontramos a respeito dele no Antigo Testamento, exceto uma referência messiânica concernente a Cristo: “O Senhor jurou e não se arrependerá: tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (Salmo 110:4).
Quem foi esta misteriosa figura de nome Melquisedeque? Por que apareceu ele a Abraão? Que lhe aconteceu depois desse encontro? Por que é mencionado no Salmo 110:4? Por que o escritor de Hebreus supõe que sabemos mais a respeito de Melquisedeque do que realmente sabemos quando o apresentou antes (veja Hebreus 5:6)?
O Espírito Santo responde essas perguntas na passagem de Hebreus 7.
O tema recorrente que emerge desta seção é que o sacerdócio de Cristo é perfeito porque tem sua origem no sacerdócio de Melquisedeque. O seu sacerdócio perfeito pode ser visto em sua Pessoa (Hb 7.1-10), em sua Promessa (Hb 7.11-22), e em seu Desempenho (Hb 7.23-28).
Sua Pessoa
Os primeiros versículos do capítulo sete de Hebreus concentra-se na pessoa e origem de Melquisedeque (Hb 7.1-10). Só em Hb 7.11-28, se faz menção a Jesus Cristo. Nesses versículos é que se acentua que seu sacerdócio é superior ao levítico, e isso justamente por ter origem em Melquisedeque. Essa superioridade está no vínculo messiânica, conforme apontado pelo salmista (Sl 110:4).
O texto Hebreus 7.1-3: proporciona um comentário sobre o encontro de Abraão com Melquisedeque, assim como registrado no capítulo 14 de Gênesis. Parte do que se diz aqui pode facilmente ser extraído da narrativa de Gênesis; o restante é discernimento adicional proporcionado pelo escritor da carta aos Hebreus mediante a iluminação do Espírito Santo.
Melquisedeque abençoou a Abraão (Hb 7.1; Gn 14.19).
É importante destacar que Abrão é o pai dos hebreus. Jesus Cristo descende de Abrão. E Abrão foi abençoado por Melquisedeque.
O que chama atenção é que à luz do costume do Antigo Testamento, o maior abençoa o menor. E essa ordem parece estar inversa neste caso. No entanto, vamos prosseguir com o texto.
Melquisedeque é sacerdote e também rei (Hb 7. 2; Gn 14.18).
Ele é “rei de justiça, rei de Salém, rei de paz".
Salém é o primitivo nome da cidade santa de Jerusalém.
Como rei de Jerusalém, Melquisedeque é também rei de “justiça” e de “paz".
O escritor aos Hebreus sugere que seu sacerdócio é eterno (Hb7.3).
A justiça e a paz são duas faces da mesma moeda. “O efeito da justiça será paz, e o fruto da justiça repouso e segurança, para sempre. O meu povo habitará em moradas de paz” (Is 32:17.18). A justiça remove o problema da ausência de paz. O salmista disse: “Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram” (Sl 85.10). Onde se beijaram? Na cruz. Jesus disse: “A minha paz vos dou” (Jo 14.27). Ele a comprou como o Justo que morreu na cruz. A paz tem de ser fruto da justiça. É precisamente por isto que o sacerdócio levítico era ineficaz e o de Melquisedeque eficaz. Como sacerdote de Deus, ele é rei de justiça e de paz. Por isso, Jesus Cristo segue a ordem de Melquisedeque, pois só ele é justo, somente nele se encontra a paz.
Ao rei de justiça e de paz. “Abraão separou o dízimo de tudo”. Melquisedeque não tem ascendentes (Hb 7.3). Melquisedeque não tem pai, não tem mãe, não tem genealogia, não tem descendentes. Ele não nasceu e nunca morreu. Em tudo isto, foi “semelhante ao Filho de Deus" e, talvez, mais significativo que tudo, seu sacerdócio foi perpétuo.
Não podemos dogmatizar enquanto examinamos a evidência, mas parece que Melquisedeque era uma revelação de Jesus Cristo no Antigo Testamento. Sabemos que Deus considerou Abraão como seu amigo e com frequência lhe manifestava confiança. Paulo diz que Deus “preanunciou o evangelho a Abraão” (Gl 3:8).
A Grandeza de Cristo — Hebreus 7.4-10
Essas palavras nos fazem conhecer um pouco da lógica judaica.
O escritor conclui que o sacerdócio de Melquisedeque é superior ao levítico por Abraão ter-lhe pago dízimos.
Vamos seguir essa linha de raciocínio. Levi (antepassado da tribo sacerdotal) era bisneto de Abraão. Diz o registro que Abraão pagou dízimos a Melquisedeque (Gn 14.20). Portanto, é razoável concluir que Levi pagou dízimos a Melquisedeque, porque ele era descendente de Abraão, e “ainda não tinha sido gerado por seu pai, quando Melquisedeque saiu ao encontro deste” (Hb 7.10). Levi, sacerdote que recebia dízimos do povo, por sua vez pagou dízimos a Melquisedeque na pessoa de seu bisavô Abraão. A conclusão é que Melquisedeque é superior a Levi.
A lógica sutil deste argumento e fica patente é que aquilo que fazemos e somos tem repercussões em nossos descendentes.
O reconhecimento de Abraão da supremacia de Melquisedeque influenciou a vida e ministério de Levi. Porque Abraão pagou dízimos a Melquisedeque, este é superior a Levi.
Quer se goste, quer não, fomos influenciados por nossos pais e avós; por nossa vez, teremos profunda influência sobre nossos filhos e netos. A riqueza de nossa herança nacional é produto de decisões tomadas por nossos antepassados. Estamos recebendo os benefícios de seu viver piedoso e nós, por nossa vez, estamos preparando o palco para as gerações futuras.
Muitos abraçam uma ética que permite a trapaça, a imoralidade e a transigência nos princípios bíblicos, enquanto insistem constantemente que isto não faz diferença apreciável coletivamente, como nação. Tal argumento é mera admissão da verdade que a semeadura numa geração raramente é colhida nessa mesma geração. Todavia, é inevitavelmente colhida em algum tempo no futuro, Assim como a conduta de Abraão influenciou a vida de Levi, assim também nossa conduta por certo terá repercussões nas gerações vindouras.
Sua Promessa Hb 7.11-22
As limitações do sistema levítico com suas pesadas leis e a incapacidade dos sacerdotes de mudarem o caráter do povo pela lei revelaram a necessidade de mudança.
A própria elaboração do Antigo Testamento foi um substitutivo temporário, e prometia tal mudança. A mudança era necessária a antiga ordem: Hebreus 7.11-19.
O monte Sinai foi uma linha divisória na história de Israel. Foi um dos lugares onde Moisés e os israelitas libertados se acamparam durante o Êxodo. Enquanto estiveram aí, Moisés encontrou-se com Deus, e foram instituídas algumas mudanças fundamentais. Antes do Sinai não havia nenhuma lei escrita de procedência divina. A presença da lei encontrava-se entrelaçada na consciência humana. Nem havia sacerdócio com os consequentes altares e cerimônias ritualísticas. Cada família oferecia seus próprios sacrifícios a Deus. O cabeça da família ocupava o lugar de sacerdote. Retornando Moisés ao acampamento, depois de passar quarenta dias com Deus no monte Sinai, tudo se alterou. Foi codificada a lei de Deus, constituindo-se um elaborado sistema de diretrizes. Em poucas palavras, a lei pode dividir-se em quatro partes principais: 1. A lei moral: essa ensina como é Deus. Nela vemos revelada sua natureza imutável. 2. A lei cerimonial: que prefigura a vinda de Cristo. Nela temos o sacerdócio, o sistema sacrificial, e o tabernáculo com seus móveis e vestimentas especiais. 3. A lei das purificações: que instruía o povo no tocante a leis relativas a enfermidades, dieta e higiene pessoal. 4. A lei civil: que ensinava o relacionamento humano. Grande parte desta lei civil, a despeito da diferença da estrutura política, ainda se encontra presente nas sociedades modernas.
Com esta nova lei, Deus inaugurou o conceito de um sacerdócio centralizado. Foram-se os dias em que o cabeça de cada família oferecia sacrifícios pela sua própria casa. A tribo de Levi foi escolhida para este privilégio, e cada família trazia aos levitas o animal a ser sacrificado.
É importante notar que a lei e o sacerdócio foram instituídos no monte Sinai, e no texto de Hebreus capítulo sete, vemos os dois inseparavelmente vinculados. Sua relação mútua se evidencia de imediato.
Em nosso pecado, quebramos os mandamentos divinos. A lei revelou o pecado e deixou-nos expostos quanto ao que somos depravados, necessitados de redenção. A lei desfaz qualquer ilusão de auto justiça que os homens possam ter. Se fôssemos perfeitos, teríamos acesso direto a Deus, sem a necessidade de sacerdote; o problema é que não somos perfeitos. Precisamos de um sacerdote que ofereça sacrifícios a Deus em propiciação por nossos pecados.
Ora, a lei não pode salvar. Sua finalidade exclusiva é expor os pecados. A salvação, porém, é alcançada através do sacerdócio. A lei revelava o problema; o sacerdócio, a solução.
Diante desta verdade, logo ficou óbvio aos israelitas que embora o sacerdócio levítico pudesse revelar a solução, ele não podia provê-la.
Os versículos 23-28 de Hebreus 7, dizem por que o sacerdócio levítico não pode salvar. É preciso notar a ineficácia básica do sacerdócio levítico.
A lei instituiu o sacerdócio levítico, que, por sua vez, era incapaz de fazer-nos justos (perfeitos) diante de Deus (Hb 7.11-12). A solução deste problema deve encontrar-se num novo sacerdócio.
Para mudar o sacerdócio era preciso mudar a lei. A lei estipulava que o sacerdócio devia proceder da tribo de Levi (Hb 7.13-17).
Observe: Jesus Cristo, nosso Sumo Sacerdote, não pertencia à tribo de Levi, mas à de Judá (Hb 7.14). Historicamente, a tribo de Judá nunca serviu no tabernáculo. Assim, se Jesus procedesse de Levi, estaria vinculado a um sacerdócio imperfeito.
Com que sacerdócio, pois, está ele vinculado? O salmista responde em sua profecia, no Sl 110.4, ou seja, com o sacerdócio de Melquisedeque.
A lei, à semelhança do sacerdócio levítico, era ineficaz, porque não podia tornar a pessoa perfeita diante de Deus (Hb 7.18-19). Assim, a esperança do Antigo Testamento não se via no Sinai, mas num Sacerdócio novo, que pudesse conduzir o povo numa relação reta com Deus.
Aliança Estabelecida por um Juramento — Hebreus 7.20-22
O sacerdócio levítico passou a existir em virtude da lei. O sacerdócio de Cristo veio por intermédio de uma promessa que Deus fez com base em seu amor e graça imutáveis, e não se condicionava ao nosso desempenho. Esta promessa assegura-nos acesso a Deus (Hb 7.19).
Como se isto não bastasse, o escritor aos Hebreus sublinha o fato de que o Senhor não mudará de opinião (Hb 7.21). Como se isso não fosse suficiente, a própria promessa assegura-nos que Jesus Cristo, segundo a ordem de Melquisedeque, será sacerdote eterno. Não existe a mais leve possibilidade de Jesus não alcançar-nos e ajudar-nos na solução do nosso maior problema.
Seu Desempenho Hebreus 7.23-28
O autor já indicou o contraste entre Melquisedeque com Levi, e Cristo com Arão (Hb 7.11-19).
Nos versículos 1 a 3, não temos contraste algum; trata-se simplesmente de uma apresentação do misterioso Melquisedeque.
Nos versículos 4 a 10, o contraste com Abraão faz Melquisedeque superior a Levi.
Nos versículos 11 a 19, o contraste de seu relacionamento com o Sinai significa que Melquisedeque está livre das imperfeições da lei. Visto que Levi era imperfeito, não podia fazer o povo perfeito; ninguém pode aperfeiçoar alguém se ele próprio é imperfeito.
Nos versículos 20 a 28, temos um resumo das diferenças entre as duas ordens.
O contraste de Capacidades nos Sacerdócios (Hb 7:23-25).
Os levitas habilitavam-se para o sacerdócio tendo por base o desempenho exterior. Observavam rigorosamente a lei, vestiam-se de acordo com a recomendação, lavavam-se de acordo com certas fórmulas, e executavam muitas outras ordenanças cerimoniais. Sua linhagem tinha de ser correta (descendente da tribo de Levi) e sua consagração exterior devia ser precisa. Mas, devido às deficiências das qualificações íntimas, era necessário que houvesse muitos deles; a todo instante precisavam ser substituídos por causa de sua pecaminosidade e subsequente morte.
O Sacrifício de Cristo — Hebreus 7.26-28
Uma vez por ano os fiéis em Israel reuniam-se diante do tabernáculo (ou templo) no Dia da Expiação (Lv 16). Era uma ocasião solene em que o sumo sacerdote entrava no sagrado santuário, o Santo dos Santos, através do véu que o separava da área do Santo Lugar. Aqui, num lugar sombrio, ele espargia o sangue do sacrifício sobre o propiciatório da arca do concerto para fazer expiação pelo pecado. O primeiro a ser sacrificado era um novilho, cujo sangue era trazido para o Santo dos Santos e espargido sobre o propiciatório pelo sumo sacerdote, que assim fazia expiação pelos seus próprios pecados. Sete vezes espargia o propiciatório com o dedo. Então, voltando à congregação silenciosa, sacrificava um bode e, com seu sangue, voltava ao Santo dos Santos para repetir o ritual sagrado, desta vez pelos pecados do povo. Era necessário que o sumo sacerdote oferecesse ‘‘todos os dias sacrifícios, primeiro por seus próprios pecados, depois pelos do povo’’(Hb 7.27), “porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens sujeitos à fraqueza” (Hb 7.28). Os sacrifícios oferecidos eram ineficazes porque o sacrifício de um animal não podia pagar a pena pelos pecados do homem (Hb 10.4). Um sacerdócio imperfeito só podia oferecer sacrifícios imperfeitos. Havia necessidade de um Sumo Sacerdote perfeito que pudesse oferecer sacrifício perfeito. O homem havia pecado, por isso tinha de pagar a sua pena. Era preciso, pois, que o Sumo Sacerdote fosse um homem sem pecado. O escritor diz que temos tal sumo sacerdote na pessoa de Jesus Cristo (Hb 7.26). Como Homem perfeito, ele podia oferecer sacrifício perfeito, e isso ele fez oferecendo-se a si mesmo. Esta é a mensagem da cruz: “Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados” (1Pe 2.24).
Como vencedor da morte, ele continua a funcionar como nosso Sumo Sacerdote no céu, porque seu sacerdócio é “perfeito para sempre" (Hb 7.28). Estando completo seu ministério de expiação, agora ele está empenhado num contínuo ministério de intercessão.
Vemos que pelo fato de Jesus Cristo ser sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, não está limitado pela lei dada no Sinai, nem pelas limitações do sistema sacrificial. Nos versículos 1-10 vimos que Cristo aperfeiçoou o sacerdócio mediante sua Pessoa (quem ele era), trazendo consigo uma Ordem Superior. Os versículos 11-22 revelaram a promessa (por que ele veio), que devia trazer uma Superior Aliança. Finalmente, nos versículos 23-28, vemos o desempenho de nosso Senhor (o que ele fez), ao tornar-se Superior Sacerdote.
O sacerdócio de Cristo, vinculado à ordem de Melquisedeque, e, portanto, não limitado pelo sistema sacrificial do Antigo Testamento, é perfeito. Como cristãos, podemos ficar tranquilos, porque:
Não temos de pagar por nossos pecados — Jesus pagou.
Não temos de oferecer sacrifício — Jesus se ofereceu.
Não temos de procurar um sacerdote melhor — Jesus é perfeito.
Não temos de procurar alguém que interceda diante de Deus por nós — Jesus intercede.
Fomos libertos para desfrutar de uma vida realizada em serviço grato a Deus.
O próprio Jesus disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10:10).

Bibliografia:
Walter A. Henrichsen. Depois do sacrifício. Estudo prático da carta aos Hebreus. Tradução: Luiz Aparecido Caruso. Editora Vida, 1996. Pp. 75 - 86

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Um servir agradecido!


21 de outubro de 2018
22º Domingo após Pentecostes
Sl 119.9-16; Ec 5.10-20; Hb 4.1-13; Mc 10.23-31
Tema: Um servir agradecido!

Após o episódio com o jovem rico, Jesus olha ao seu redor e faz uma constatação aos seus discípulos: confiar nos bens deste mundo apenas afasta as pessoas de Deus.
Não há nenhum problema em ser rico! O problema é fazer das riquezas o seu verdadeiro deus. O problema é confiar nos bens materiais e nas coisas deste mundo e se esquecer de que tudo o que somos e temos é bênção de Deus.
Aqueles que possuem posses materiais precisam viver suas vidas como se não as tivessem. Precisam se manter humildes no seu relacionamento com o próximo e viver completamente dependente de Deus.
Os bens materiais são bênçãos de Deus!
Os mais abastados financeiramente são chamados a agradecer a Deus por todas as coisas, e reconhecer que sem Deus não haveria nada.
Ao ter dito aos seus discípulos que confiar nos bens deste mundo apenas afasta as pessoas de Deus, levou os mesmos a conclusão: “...quem é que pode se salvar?
O ser humano por suas forças é incapaz de se salvar. Depende exclusivamente da graça de Deus. Cada homem e mulher precisa do maravilhoso presente que Deus dá: a fé. Afinal, o justo vive pela fé (Rm 1.17). Somente por meio da fé em Cristo há salvação. Essa fé é doada gratuitamente nos corações pelo Espírito Santo, através do batismo, ou pela Pregação da Palavra. A fé é fortalecida pelo estudo da Palavra e pelo corpo e sangue de Jesus Cristo dados com e sob o pão e o vinho. A fé faz com que o pecador se agarre a Cristo.
Diante da constatação de que os bens materiais não salvam e de que é preciso deixar tudo e seguir a Cristo, Pedro responde: “Nós deixamos tudo e te seguimos”. E ouve a resposta de Jesus, “...aquele que, por causa de mim e do evangelho, deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos e terra receberá muito mais, ainda nesta vida ...”. No entanto, essa resposta de Pedro parece indicar que as pessoas esperam bênçãos divinas por sua fidelidade a Cristo.
Mas, pastor, eu posso, devo, esperar por bênçãos de Deus, quando sirvo a Cristo com fidelidade? SIM e NÃO.
É necessário lembrar que Jesus está advertindo seus discípulos contra a despreocupação.
Está sendo muito comum, pessoas buscarem determinadas igrejas por julgar que, lá Deus derrama suas bênçãos. Milhares de pessoas estão trabalhando, dedicando-se à igreja pensando somente na recompensa. Jesus é contra essa tendência!
A fidelidade, o servir árduo e o amor ao reino é uma resposta ao amor de Deus.
Após regressarem da missão a qual os discípulos haviam sido enviados, os mesmos estavam eufóricos, pois os espíritos se submetiam a eles. Jesus respondeu: “Porém não fiquem alegres porque os espíritos maus lhes obedecem, mas sim porque o nome de cada um de vocês está escrito no céu” (Lc 10.20). Em outras palavras, Jesus está dizendo, não se orgulhem disso.
A fidelidade no servir não é motivo para orgulho e nem de espera de recompensa.
Você espera recompensa pela sua fidelidade a Deus? Se o teu servir, ofertar e trabalhar pelo reino de Deus é esperando receber bênçãos divinas, saiba que isso não agrada a Deus. Jesus, mesmo sendo Deus “...não tentou ficar igual a Deus. Pelo contrário, ele abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos. E, vivendo a vida comum de um ser humano” (Fp 2.6-8).
Nosso servir a Jesus e atuação no reino de Cristo não deve ser esperando as recompensas. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Deus é bom!


14 de outubro de 2018
21º Domingo após Pentecostes
Sl 90.12-17; Am 5.6-7,10-15; Hb 3.12-19; Mc 10.17-22
Tema: Deus é bom!

Qual é o seu conceito de bom? O que define se algo é bom?
Paralelo ao relato de Marcos 10.17-22, o texto de Lucas 18.18-23, descobre-se que o jovem rico era um líder judeu, conhecedor da lei, das tradições e costumes dos judaizantes.
Chama atenção, o fato de que esse jovem, conhecedor e aparente cumpridor da lei, parece não ter encontrado nas observâncias e no conhecimento da lei de Deus paz para sua alma, afinal, aproxima-se de Jesus com uma pergunta inquietadora: “...o que devo fazer para conseguir a vida eterna” (Mc 10.17b). (Pode lembrar a angústia de Martinho Lutero).
Assim como àquele jovem rico (ou como Lutero), milhares de pessoas continuam angustiadas em sua religiosidade aparente sem certeza de salvação.
Milhares de pessoas vivem seus dias nesse mundo sem ter a certeza da salvação em Jesus Cristo. Por outro lado, há o grupo daqueles que se dedicam a Deus por mera pretensão de conseguir alguma suposta recompensa (Teologia da Prosperidade).
João Marcos (Mc 10.17-22) diz que o jovem fala em fazer algo.
O jovem rico, ao fazer a pergunta à Jesus sobre o que fazer para conseguir a vida eterna traz implicitamente a conclusão de que ele já cumpria os mandamentos e assim a sua salvação estava garantida e que nada mais era preciso. A pergunta daquele jovem aguardava somente a confirmação de Jesus de que não lhe faltava mais nada. Mas, para sua surpresa, Jesus redireciona sua compreensão sobre a questão da salvação.
Aquele jovem rico materialmente se aproximou de Jesus o chamando de “Bom Mestre”, mas, estava equivocado a respeito do conceito de Bom. Ele se achava “bom”, pois, não matava, não cometia adultério, não roubava, não dava falso testemunho, não tirava nada dos outros, respeitava seu pai e mãe (Mc 10.19-20). Dessa maneira esperava receber de volta o elogio de Jesus, no entanto, Jesus nem sequer agradece o elogio, ele diz que só Deus é bom (Mc 10.18).
É preciso observar que os mandamentos citados por Jesus são da segunda tábua. Há algum motivo em Jesus citar esses mandamentos? Pela minha leitura e entendimento do texto, Jesus cita esses mandamentos por duas razões. Primeiro: Jesus os cita por amor àquele jovem. Pois, se ele se achava bom a ponto de querer que Jesus lhe garantisse a vida eterna pelos supostos requisitos da lei, Jesus mostra que suas realizações eram apenas exteriores e que ele não era tão bom quanto se imaginava ser. Jesus propõe aquele jovem: “Venda tudo o que tem e dê o dinheiro aos pobres... Depois venha e me siga” (Mc 10.21).
Jesus cita os mandamentos da segunda tábua por amor aquele jovem e também por amor a nós. O segundo motivo pelo qual Jesus citou os mandamentos da segunda tábua, é por que esses mandamentos: respeito aos pais; não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, não cobice a ponto de tirar o que é do outro, mostram nossos graves pecados.
Afinal, não conseguimos cumprir integralmente a lei de Deus. E quando dizemos que a cumprimos, é só por mera aparência. Talvez nenhum de vocês tenha de fato adulterado, mas, “todo aquele que olha com olhos impuros para uma mulher, seu coração já cometeu adultério” (     ). Pelo que saiba, ninguém de nós cometeu homicídio, mas, “todo aquele que odeia seu irmão, é um assassino” (1Jo      ).
Você é bom?
As pessoas se contentam e ostentar sua suposta bondade quando se trata das realizações da lei de Deus. Na lava jato de Deus, nenhum de nós escapa e nem é preciso delação premiada.
Infelizmente, quando o assunto é vida espiritual, queremos ostentar nossa suposta bondade. Chamamos Jesus de bom mestre, mas queremos ser bons também, afinal, não matamos, não roubamos, mas ...
Se nesse mundo, perante os homens, podemos nos apresentar como bons, e ostentamos ser bons, é preciso que diante de Deus, reconheçamos que só ele é bom. E sua bondade é revelada em Jesus, aquele que veio cumprir a lei e morrer por nós.
Enquanto queremos nos apresentar como bons, o apostolo Paulo recomenda: “.....” (Cl 2.16-17).
Somos bons em Cristo! Hb 11.6
Jesus foi buscado por aquele jovem rico que sua pergunta queria apenas ostentar o quanto era bom, mas, quando desmascarado por Jesus, viu que não era bom.
Assim como aquele jovem, que não sabemos seu nome, milhares estão vivendo seus dias buscando se auto justificar em sua suposta bondade.
Muitos, aparentemente vivem vidas consagradas, mas, espiritualmente andam cegos. Não deixem-se enganar pelo pecado, nem endureça o seu coração (Hb 3.13). Não se agarre naquilo que você não é capaz de cumprir. Pois, quando olhamos para a lei de Deus, vemos quem somos e o que somos e o quanto precisamos da bondade de Deus em Jesus.
Ouça a voz de Deus (Hb 3.15). Assim como Jesus fez com aquele jovem rico pobre, o faz conosco ainda hoje, ou seja, nos leva a examinar nosso coração e vida e encontrar descanso no único que é bom: Deus! Que enviou seu único Filho para nos salvar e nos tornar bons aos seus olhos. Amém

Edson Ronaldo Tressmann

Saindo ileso da cova!

30 de março de 2024 Salmo 16; Daniel 6.1-28; 1Pedro 4.1-8; Mateus 28.1-20 Texto : Daniel 6.1-24 Tema : Saindo ileso da cova!   Tex...