Dia 14 de abril de 2024
Atos
3.13-19; Salmo 4; 1Jo 2.1-5; Lucas 24.35-48
Celebração de 36 anos dos primeiros assentados do MST em
Querência do Norte – PR
Honrado em estar aqui novamente. Estive na
celebração dos 20 anos, 30 anos e agora 36 anos.
Celebrar 36 anos de um evento marcante na
vida de todos vocês. Dia 03 de abril de 1988. Domingo de Páscoa. Desembarcavam
65 pessoas na represa da Jabur. Não traziam apenas enxadas, enxadões, roupas,
lonas, cordas, machados, facões. Assim como se celebra a cada Páscoa,
desembarcavam cheios de esperança de terem chegado na terra prometida.
Logo depois, vieram outras 40 pessoas. E quão
importante foi a chegada dessas famílias. Afinal, o grupo ficou maior e todos
passaram a sonhar o mesmo sonho. Juntos, todos de igual importância construíram
o que hoje conhecemos como assentamento Capanema.
Muitas pessoas que iriam vir não vieram,
outras retornaram, outros que nem sequer esperavam estar aqui, acabaram vindo.
E aqui estamos nós, celebrando 36 anos de história.
Caríssimos jovens: atentem-se para um fato. Você faz parte de
uma geração agraciada. Poder reviver a história por testemunhas vivas.
Acompanhamos as leituras bíblicas desse final
de semana, e dentre as quatro leituras, quero destacar palavras que os farão reviver
àquele domingo do dia 03 de abril de 1988. Atos 3.13-19: Páscoa. Salmo
4: sofrimento, tal como estar num lugar apertado e numa situação sem saída.
1João 2.15: Luta. Lucas 24.35-48: medo, dúvida, alegria e
testemunho.
Dessa forma, ao juntar as palavras páscoa,
sofrimento, luta, medo, dúvida, alegria e testemunho, resumimos o que vocês
enfrentaram num curto espaço de tempo.
Essas mesmas palavras fazem parte daquele
primeiro novo dia dentro da criação: a Páscoa.
As aparições de Jesus aos seus discípulos durante
40 dias após ressuscitado, visava fortalecer a convicção para que eles fossem
testemunhas. Disse Jesus: “Vós sois testemunhas de
tudo isso” (Lc 24.48).
O Jesus ressuscitado apareceu para Maria
Madalena, para os discípulos, para discípulos que estavam voltando para sua
casa, na zona rural, 11 km de Jerusalém. Esses homens desiludidos, tristes,
desanimados, reconhecem aquele estranho que caminhava com eles enquanto esse partia
o pão. A alegria os fez retornar para Jerusalém para testemunhar para os
outros.
O testemunho desses não era suficiente, pois
ainda restava dúvida e preocupações. E Jesus se apresenta e diz: “que a paz esteja com vocês!” (Lc 24.36) e pede para que o toquem e parem de duvidar
(Lc 24.37-39). E depois da dúvida a alegria foi tão intensa que não acreditavam
(Lc 24.40).
Toda caminhada se dá entre dois polos – tristeza
e alegria;
preocupação e exultação;
desanimo e euforia;
dúvida e alegria.
No Salmo 4, vemos um Davi que passando por um
dos momentos mais difíceis da sua vida a ponto de descrever como estando num
lugar apertado e sem saída, testemunha fielmente o cuidado e a proteção de Deus
a ponto de deitar-se e dormir tranquilamente.
Em Atos acompanhamos Pedro, que por medo
havia negado a Cristo, testemunhando a respeito da sua ressurreição (At 3.15).
Na carta de João ouvimos as palavras de
alerta para que se lute contra o pecado. Aqui eu faço uma observação: somos,
todos nós somos pecadores. Todavia, vocês que sempre foram criticados de serem
ladrões, vândalos, lutaram bravamente e criaram suas famílias honestamente.
Obrigado por esse testemunho pessoal de vocês, enquanto muitos ainda dizem o
contrário.
O relato da ressurreição de Jesus Cristo nos
traz luz, graça, força, consolo.
Foi num dia de Páscoa e muitos de vocês
vivenciaram algo idêntico ao que os discípulos de Jesus viveram: dúvida, medo,
insegurança, desânimo. E a exemplo dos discípulos de Jesus, todos nós vivemos
na mesma alegria: Jesus Ressuscitou!
O Jesus Ressuscitado é a nossa maior alegria,
afinal, não temos terra aqui nesse mundo. Nossa pátria não é aqui. Ouçamos o
relato escrito na carta aos Hebreus: “Foi pela fé
que Abraão, ao ser chamado por Deus, obedeceu e saiu para uma terra que Deus
lhe prometeu dar. Ele deixou o seu próprio país, sem saber para onde ia. Pela
fé ele morou como estrangeiro na terra que Deus lhe havia prometido. Viveu em
barracas com Isaque e Jacó, que também receberam a mesma promessa de Deus.
Porque Abraão esperava a cidade que Deus planejou e construiu, a cidade que tem
alicerces que não podem ser destruídos” (Hb 11.8-10).
Ao dizer: “Vós
sois testemunhas de tudo isso” (Lc 24.48) é preciso destacar que é fácil deixar de testemunhar.
Para testemunhar é preciso não
desanimar nunca. È preciso suportar as dúvidas alheias, os desanimados,
os tristes e os desencorajados.
Para testemunhar é preciso alimentar-se
constantemente do testemunho bíblico: Jesus Ressuscitou! Sua vitória é a nossa
vitória. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
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