segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Escutem o que ele diz!


03 de março de 2019
A transfiguração de Jesus
Salmo 99; Deuteronômio 34.1-12; Hebreus 3.1-6; Lucas 9.28-36
Texto para prédica: Lucas 9.28-36
Tema: Escutem o que ele diz!

Jesus estava por sair da Galileia e ir à Jerusalém, a fim de sofrer e morrer. Pedro, no entanto, não se conformava com o fato de Jesus ter de sofrer e morrer (Mc 8.32; Mt 16.22). Nesse contexto, Jesus diz que os seguidores teriam de assumir e carregar sua cruz. Eles não deveriam se escandalizar com as consequências do carregar a cruz e nem se escandalizar pelo fato de Cristo ir à cruz.
Uma semana se passou, foram dias de reflexão (v.28), e para que seus discípulos entendessem que após a cruz há glorificação, Jesus leva Pedro, João e Tiago para um monte. Esse monte está localizado nas cercanias de Cesáreia de Filipe, ao pé da montanha do Libano. A tradição indica que seja o monte Tabor, a duas horas sudoeste de Nazaré.
Interessante é que Pedro, Tiago e João foram testemunhas da ressurreição da filha de Jairo e mais tarde estavam no momento da prisão de Jesus no Getsêmani.
Curioso é que Lucas ressalta que dois homens apareceram ali e começaram a falar com Jesus. E Pedro, João e Tiago, reconheceram os mesmos como sendo Moisés e Elias. A pergunta é como reconheceram Moisés e Elias? Eles não sabiam como esses homens eram. Os evangelistas não nos explicam como se deu esse reconhecimento (Mc 9.4; Mt 17.3). É possível concluir que diante daquela manifestação glorioso, os discípulos tenham reconhecido Moisés e Elias por esses representarem o começo e o meio da história de Israel. Ou também, por um representar a lei e o outro os profetas.
Enquanto de Marcos e Mateus apenas relatam que Moisés, Elias e Jesus estavam conversando (Mc 9.4; Mt 17.3), Lucas apresenta o conteúdo da conversa. Qual era esse conteúdo? Verso 31: “Eles falavam com Jesus a respeito da morte que, de acordo com a vontade de Deus, ele ia sofrer em Jerusalém”.
Os discípulos haviam ouvido da boca de Jesus a respeito da sua subida a Jerusalém para ser rejeitado, sofrer, morrer e ressuscitar (Lc 9.22). Após uma semana refletindo sobre esse fato, agora, num momento de exultação, ouvem Moisés e Elias conversando com Jesus sobre esse assunto (Lc 9.31). E para que não haja dúvidas quanto a missão do Filho, o próprio Pai anuncia do céu: “Este é o meu Filho, o meu escolhido. Escutem o que ele diz” (Lc 9.35).
Pedro não quis entender e aceitar o fato de Jesus ser rejeitado, preso e morto. Marcos e Lucas dizem que após dizer que iria para Jerusalém para ser rejeitado, passar por sofrimentos e pela morte (Mt 16.22; Mc 8.32), Pedro o chama para o lado e diz que isso nunca iria acontecer.
E quando Pedro, João e Tiago presenciam a transfiguração, a reação de Pedro é uma só: “Bom é estarmos aqui!” (Lc 9.33), vamos parar com essa bobagem de ir à Jerusalém. “Vamos armar três barracas: uma para o Senhor, outra para Moisés e outra para Elias” (v. 33).
A cruz assusta. Ninguém quer sofrer ou ver alguém que ama sofrendo. No entanto, a cruz é a marca de Jesus. Carregar a cruz até o Gólgota era a missão dada pelo Pai ao Filho, missão essa que foi aceita (Fp 2.7).
O diabo não quis que Jesus fosse à cruz e o tentou de todas as maneiras para que a cruz não fosse carregada por Cristo.
E quando Pedro, sem entender, mesmo com tanto tempo para pensar, sugestiona ficar no monte e interromper a caminhada a Jerusalém, o Pai interrompe e toma a palavra para dizer: “Este é o meu Filho, o meu escolhido. Escutem o que ele diz!” (v. 35).
A nuvem que cobriu Moisés, Elias, Jesus, Pedro, Tiago e João era a nuvem que representava a glória de Deus. Aquela que guiava o povo em sua caminhada rumo a terra prometida. E ouviram a mesma voz que já haviam ouvido por ocasião do batismo de Jesus.
No entanto, essa voz, a Palavra do Pai, conforme relatado pelo evangelista Lucas, diz algo extraordinário: “Este é o meu Filho, o meu escolhido. ...” (Lc 9.35).
Ao ressaltar que Jesus é o escolhido, o Pai destaca que a sua obra completa toda a obra de Deus. Ele é o cumprimento da lei (Moisés) e das profecias dos profetas (Elias). E quando o Pai salienta “... Escutem o que ele diz!” (v.35), Deus está repercutindo a promessa proclamada pelos lábios de Moisés (Dt 18.15; Is 42.1).
Ao indicar que Jesus ficou sozinho é uma referência ao fato de ter retornado ao seu estado antes da transfiguração, sem o brilho esplendoroso.
A transfiguração foi um momento de visualizar a glória que há para os que estão no caminho da cruz.
Por mais que a cruz seja pesada, não há como negar que após muitas tribulações nos convém entrar no reino dos céus (At 14.22).
O problema é que queremos a glória, mas, não entendemos e relutamos passar pelos sofrimentos. Não queremos a cruz.
Há duas igrejas, na mesma rua. Uma anuncia: chega de sofrer, deixe a sua cruz pesada – está sempre lotada e todos falam bem dela. Há os que dizem: “Bom é estarmos aqui”. A outra igreja, bem pequena, anuncia: carrega a sua cruz por mais pesada que for. Essa está constantemente vazia, ou com poucas pessoas. E essas para se animarem constantemente ouvem o pregador dizer: “Escutem o que ele diz”.
A glória nunca vem antes da cruz! Só se o nome de uma pessoa for Glória Cruz, para que a glória venha antes. Caso contrário, o céu é a herança dos que nesse mundo suportaram com fé a cruz. O céu é daqueles que se agarraram pela fé na cruz de Cristo, ou seja, na sua maravilhosa obra. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Amar os inimigos


Dia 24 de fevereiro de 2019
Sétimo Domingo após Epifania
Salmo 103.1-13; Gênesis 45.3-15; 1Coríntios 15.21-26,30-42; Lucas 6.27-38
Texto para prédica: Lucas 6.27 – 38
Tema: Amar os inimigos

Mais um dia na companhia de Jesus, mas, aqui não é caminhando, e sim escutando o seu sermão. O conhecido sermão do monte, ou como alguns o chamam, sermão da planície.
Jesus fala sobre algo realmente difícil: amar os inimigos!
Amar o inimigo contraria a lei da natureza, no entanto, é a realidade dos que estão em Cristo. Amar o inimigo é uma característica do Pai Celestial, pois seu amor se dirige a cada uma de suas criaturas.
Ressalto aqui a afirmação de Clemente de Alexandria: “Amar os inimigos não significa que devemos amar a maldade, ou a impiedade, ou o adultério, ou o roubo, mas sim amar, apesar de tudo, o ladrão, o ímpio e o adúltero, não porque ele é pecador e denigre o nome do ser humano, mas porque ele é ser humano e principalmente criatura de Deus”.
Num determinado momento, quando os discípulos sugestionaram a Jesus que fizesse chover fogo do céu, Jesus respondeu: “Não sabeis de que espírito sois?” (Lc 9.55).
Constantemente pedimos: Senhor, volte logo para acabar com tanta maldade. No entanto, esses maldosos, Deus quer salvar e nos envia como igreja a amá-los também (2Pe 3). E esse amor envolve, punir o erro, mas acolher e mostrar compaixão com o errante.
É preciso recordar que entre os ouvintes de Jesus, haviam fariseus e escribas. Esses por sua vez haviam distorcido alei prescrita no Antigo Testamento. Eles, conforme apresenta Mateus diziam: “Ame os seus amigos e odeie os seus inimigos” (Mt 5.43). No entanto, essa frase não aparece no AT. É adendo interpretativo dos fariseus e escribas. Ao que Jesus corrige e esclarece que a lei do amor ao próximo é muito mais abrangente do que simplesmente amar as pessoas boas e que gostamos.
Eu sei! Amar os inimigos não é fácil. Por isso é uma característica cristã. Na igreja primitiva foi chamado de exigência peculiar da igreja e algo próprio do cristianismo.
Temos irmãos na fé que infelizmente cometeram erros e pelos tais estão sendo punidos. Alguns estão presos. No entanto, não devemos virar as costas para tais irmãos. Outra coisa, àqueles que assaltaram, ou cometeram adultério, ou assassinaram alguém da nossa família, por mais que sejam considerados nossos inimigos por isso, lembre-se, foram ou são punidos, mas, não podemos esquecer que esses são criaturas amadas por Deus e também precisam ser amados por nós.
Em algumas circunstâncias parece que não basta a punição do Estado (prisão, julgamento e condenação), também queremos punir, sendo que somos chamados para amar.
Se você chegar em casa e ver que alguém está te roubando, bem, esse é seu inimigo. Mas, a sua reação não deve ser outra do que chamar a polícia e permitir que o Estado o puna, mas você, precisa orar por essa pessoa. Mostrar compaixão pela mesma.
O próprio Deus, pegou o homem em delito. Diz o texto: “...naquele dia, quando soprava o vento suave da tarde, o homem e a sua mulher ouviram a voz do Senhor Deus, que estava passeando pelo jardim. Então se esconderam dele, no meio das árvores” (Gn 3.8).
Deus pegou o homem em delito flagrante, no entanto, o puniu do paraíso, mas, não deixou de amá-lo. Nesse sentido, valem para nós o mandamento do amor ao próximo: “...amem os seus inimigos e façam o bem para os que odeiam vocês” (Lc 6.27).
Como amar o meu próximo? De que maneira? Como expressar esse amor em palavras e ações?
1 Fazendo o bem aos que nos odeia (v.27)
2 Deseje o bem para quem lhe amaldiçoar (v.28)
3 – Orar pelos que nos maltratam (v.28)
Quando Jesus exorta a fazer e desejar o bem e também orar por quem nos persegue, calúnia e odeia, nada mais é do que não se deixar guiar pelo sentimento, mas tão somente pela Escritura Sagrada. Nossos sentimentos provém de uma raiz contaminada pelo pecado. Nosso coração é enganoso (Jr 17.9).
Orar pelos que nos maltratam, nada mais é do que deixar nas mãos de Deus toda a angústia da nossa alma.
Os versos 29 a 30 são exemplos práticos para incutir em nós o amor ao inimigo. Jesus menciona um ataque físico, roubo e uma doação imprevista.
Para quem não gosta de levar desaforo para casa, um tapa na cara é vergonhoso. Ah quem se defende dizendo que Jesus não disse mais nada depois que virar o outro lado, ou seja, pra cima dele.
Jesus nos ensina algo extraordinário aqui. Ele diz que não é o tratamento do outro que irá determinar a minha maneira de agir. Minha ação não depende da sua ação ou reação, mas do Espírito que está em mim (Gl 5.16).
O discípulo de Jesus não age determinado pelo comportamento dos outros, mas sim pelo seu mestre.
A perseguição, o ódio, a calúnia, são situações corriqueiras na vida de um cristão. E para esse mundo que se opõe ao evangelho e aos que o pregam e proclamam, Jesus recomenda: “amem os seus inimigos”.
Ao citar o exemplo “se alguém tomar a sua capa...” (v.29), Jesus está enfatizando para que seus discípulos abram mão do que tem de mais precioso e não cometem o pecado do anseio pela vingança.
E recomenda junto a isso a ser solicito, mesmo quando não esteja disposto a ser.
Amar os inimigos, nada mais é do que, um canal pelo qual correm as águas misericordiosas de Deus. Amar o inimigo é fluir o amor que recebo de Deus a cada dia da minha vida.
Amar o inimigo não é um fardo, nem sequer um peso, é estender as mesma mão, a qual temos estendidas para nós.
Ao dizer: “Façam aos outros a mesma coisa que querem que eles façam a vocês” (v.31), Jesus esta enumerando que é preciso fazer, agir com o próximo, da mesma maneira que você quer que faça com você mesmo. Já falamos tanto em direito, o mesmo direito que você tem, o outro também tem. A mesma coisa que você quer seu próximo quer. O que você quer que seja preservado na sua vida, preserve na vida do outro.
Nos versos 32 a 34 é uma exortação contra fazer o bem esperando retribuição por essa prática, ou seja, Jesus condena o fato das pessoas se ajudarem esperando uma contrapartida.
O amor ao próximo será recompensado por Jesus (v.35).
Cuidado com o espírito julgador. Todos nós sabemos que há avaliações. Pais avaliam os filhos. Educadores avaliam seus educandos. Juízes julgam e avaliam réus. Não é esse julgamento e avaliação que Jesus está condenando.
Jesus condena a avaliação ou julgamento que destrói e piora a situação do próximo. A avaliação e julgamento construtivo e que visa ajudar é bem-vindo.
O problema é que muitas vezes, a avaliação ou julgamento que fazemos de outros apenas tem por objetivo nos exaltar e denegrir o outro.
Amar o próximo é uma prática misericordiosa. A mesma prática que Deus em seu filho teve e tem por nós.
Edson Ronaldo TREssmann

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Terceiro dia com Jesus! (Lc 6.17-26)


Dia 17 de fevereiro de 2019
Sexto Domingo após Epifania
Salmo 1; Jeremias 17.5-8; 1Coríntios 15.12-20; Lucas 6.17-26
Texto para prédica: Lucas 6.17-26
Tema: Terceiro dia com Jesus!

O profeta Jeremias fala de dois tipos de confiança e seus resultados.
A confiança no homem e a confiança em Deus.
Como escreveu o próprio apostolo Paulo: “Se a nossa esperança em Cristo só vale para esta vida, nós somos as pessoas mais infelizes deste mundo” (1Co 15.19).
As palavras de Paulo se assemelham a do profeta Jeremias, ou seja, muitas vezes a nossa confiança é momentânea. Vale para o aqui e agora. Assim, é preferível confiar no ser humano. É preferível ouvir a voz do coração (Jr 17.9).
O autor a carta aos hebreus escreveu para que “...deixemos de lado tudo o que nos atrapalha e o pecado que se agarra firmemente em nós ...” (Hb 12.1).
Jesus, já que o seguimos por dois dias, podemos acompanha-lo em mais um. E hoje, Jesus está descendo um monte e interrompe a caminhada num lugar plano para lhes falar.
A multidão era composta por pessoas da Judeia, Jerusalém, Tiro, Sidom. Essas pessoas estavam ali para ouvir Jesus, tocar em Jesus e serem curadas por ele (v.18,19).
Em seu sermão, a semelhança do Profeta Jeremias, Jesus fala sobre dois tipos de consequências. E essas consequências se deve pelo estado espiritual da pessoa.
Observe que Jesus “...olhou para os seus discípulos ...” (v.20).
Ao olhar para os discípulos, não um grupo restrito, mas as todos que ali estavam, Jesus está lhes garantindo que apesar de todo infortúnio, não há vida mais feliz e abençoada do que ser seguir de Cristo.
Jesus fala de pessoas felizes e infelizes.
Felizes são os pobres, os que têm fome, os que choram, os odiados, rejeitados, insultados.
Os infelizes são os ricos, os que têm de tudo, os que estão rindo, os que são elogiados.
De que adianta estar bem aqui e agora, mas viver longe do salvador Jesus. Viver longe de Cristo aqui e agora é desejar passar toda uma eternidade em sofrimento.
Jesus garante que ser seu discípulo é ser uma pessoa feliz, mesmo passando privações desse mundo. O discípulo, mesmo estando aqui e agora, não vive para o aqui e agora.
Jesus está no início do seu ministério. E o mesmo está voltado a pregação. Mesmo que Jesus tenha sido insistentemente convencido a ficar em Cafarnaum (Lc 4.43), ele anunciou que a boa notícia do Reino precisava ser proclamada a todas as pessoas. Jesus não prega clandestinamente, seu ministério é público.
Numa das primeiras oportunidades que vemos Jesus pregar, o mesmo abre sua boca e ensina a verdade e condena a falsa doutrina e a vida falsa.
Jesus disse: “Felizes são vocês, os pobres, pois o Reino de Deus é de vocês” (v.20).
Quem conhece uma pessoa pobre sabe o quanto é difícil a vida da mesma. Ela está privada muitas vezes de coisas simples. Não é fácil a vida de um pobre. Então, será que Jesus está falando desses pobres de conhecemos e que passam necessidade física?
Ao dizer: “Felizes são vocês, os pobres, pois o Reino de Deus é de vocês” (v.20), ouvimos da boca de Jesus palavras doces e ao mesmo tempo palavras duras. Pois as mesmas são um duro golpe nos fariseus.
Se os pobres carecem de algo para viver melhor e com mais dignidade, o que Jesus diz aqui tem um sentido similar. Ou seja, os fariseus, tinham a concepção e defendiam a ideia de que “quem cumpre a lei com exatidão é rico junto de Deus, e quem cumpria literalmente todas as tradições dos antigos pais era mais rico ainda diante de Deus e assim poderia se encaminhar tranquilamente para o dia de acerto de contas”.
Nessa perspectiva, você é rico ou pobre diante de Deus?
Felizes são vocês, os pobres, pois o Reino de Deus é de vocês” (v.20).
Feliz é você que não tem para apresentar diante de Deus, que reconhece sua miserabilidade e clama tão somente pela misericórdia de Deus (Sl 25.16-22; 69.30; 70.6; 74.21; 86.1-6; Sf 3.12).
Por amor aos fariseus Jesus anuncia: “...ai de vocês que agora são ricos, ...” (v. 24).
Não podemos colocar a certeza da salvação nos méritos humanos. Todo aquele que crê em Jesus e na sua obra magnifica, mesmo sendo pobre, não tendo nada para apresentar diante de Deus, é rico (Is 41.17; 66.2; Sl 68.10; 72.2,4,12; 34.19; 38.21; 9.15; 10.14; 37.15).
Observem as palavras de Jesus: “Felizes são vocês, os pobres, pois o Reino de Deus é de vocês” (v.20).
O reino é dos pobres! Dos que que creem. Dos que não tem para apresentar diante de Deus. Jesus disse ao seu rebanho: “Meu pequeno rebanho, não tenha medo! Pois o Pai tem prazer em dar o Reino a vocês” (Lc 12.32).
Muitas são as situações em que nos sentimos desconfortáveis. E esse desconforto se deve ao fato de sermos acusados de não guardarmos o sábado, ou não pararmos de beber, jogar baralho, e assim por diante.
A tristeza é enorme diante dessas acusações e apontamentos. No entanto, Jesus está me garantindo algo maravilhoso: “Felizes são vocês, os pobres, pois o Reino de Deus é de vocês” (v.20).
Você é pobre? Então, você é feliz! Os que se acham ricos, merecedores de algo por supostamente cumprirem a lei, “ai de vocês que agora são ricos” (v. 24).
Jesus combate todo orgulho e arrogância humana que pretende ser alguma coisa diante de Deus por suas realizações.
O discípulo de Jesus é feliz!
Felizes são vocês que agora têm fome, pois vão ter fartura” (v. 21).
Os escribas e fariseus não tinham fome pela justiça de Deus. Eles já se julgavam merecedores do céu, afinal, cumpriam todos os desígnios da lei de Deus.
Os pobres que não tem nada para apresentar, ao se aproximar e encontrar esse Deus generoso e misericordioso, buscam de todas as maneiras satisfazê-lo. Elas estão com fome para isso.
Quando alguém está com fome, em poucos minutos devora todo um prato de comida. O mesmo é para o pobre. Ele sabe que não tem nada para apresentar diante de Deus, mas, quando sabe que em Jesus é feliz, busca de toda a maneira servir-se e devorar ardentemente o que esse Deus oferece e dá. E assim fica saciada.
Felizes são vocês que agora choram, pois vão rir” (v.21).
Lucas em sua pesquisa, apresenta pessoas que não conhecem a dor e as lágrimas do arrependimento. Esses são aqueles que confiam em si mesmos.
Um Discípulo pobre, com fome e que chora, é Feliz!
O pobre e o faminto se alegram, pois sabem, que a salvação não está neles próprios, mas na graça de Deus em Cristo.
Interessante notar que na segunda e terceira bem aventurança há uma palavrinha “agora”.
Essa palavra mostra que em Jesus, a promessa de Deus estava sendo cumprida (Is 25.6; 49.10; 35.10; Sal 126.1; Ap 7.17; 21.4).
O verso 22, mostra como será a vida do discípulo, daquele que é pobre, quem tem fome e que chora. Ele será odiado, rejeitado, insultado, mas no final ouvirão da boca de Jesus: “Venham e recebam o Reino que o meu Pai preparou para vocês desde a criação do mundo” (Mt 25.34).
Edson Ronaldo TREssmann

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Sementes de Deus

Missão profética

Segundo dia com Jesus

Dia 10 de fevereiro de 2019
Quinto Domingo após Epifania
Salmo 138; Isaías 61.1-8; 1Coríntios 14.12–20; Lucas 5.1-11
Texto para prédica: Lucas 5.1-11
Tema: Segundo dia com Jesus

Hoje, mais uma vez queremos andar com Jesus. Seguir junto a ele em sua caminhada rumo a cruz. E hoje a nossa caminhada será na praia.
Quem aqui já caminhou na praia? É uma das melhores sensações.
Vamos nesse culto caminhar com Jesus na praia do lago da Galileia. Com certeza, não há companhia melhor para uma caminhada.
O problema da caminhada, era que, devido à enorme admiração pelas curas e expulsão de demônios em Cafarnaum, Jesus não conseguia andar, nem sequer apreciar a vista (v.1).
No entanto, mesmo cercado por uma multidão, Jesus viu dois barcos, onde os pescadores que haviam trabalhado a noite toda lavavam as redes para poderem voltar a pesca durante a noite (v.2).
Jesus solicitou que Simão Pedro afastasse um pouco o barco da margem para que de cima do barco, Jesus ensinasse a multidão (v.3). Deve ter sido um maravilhoso sermão. Jesus sempre encantava as pessoas com suas parábolas, meio pelo qual ensinava.
O interessante, é que mesmo sem saber quais palavras Jesus proferiu naquele dia para àquela multidão, após terminar de ensinar por palavras faladas, Jesus solicita que Pedro e seus companheiros vão para um lugar mais profundo e joguem as redes para pescar (v.4).
Bem, Simão, teimoso quer dialogar com Jesus. Ele diz como um experiente pescador que sabe que naquele horário não pegaria peixe, pois, haviam retornado a pescaria e as redes estavam sendo lavadas. Não era hora para pesca. Mas, confiante na palavra de Jesus fez o que ele havia dito (v. 5). Para surpresa de Pedro, eles pescaram tanto peixe que as redes estavam por estourar (v. 6). Foi preciso outro barco e homens para ajudar a tirar os peixes da água. Os dois barcos ficaram cheios de peixes a ponto de afundar (v.7).
Quem gosta de pesca, com certeza queria vivenciar uma experiência dessa! Pegar tanto peixe a ponto do barco quase afundar.
Esse milagre foi vivenciado por Pedro, Tiago e João. Todos ficaram impactados (v.10). No entanto, o impacto parece ter sido maior em Pedro. Pescador experiente, sabia que pegar tantos peixes naquele horário inimaginável, só poderia ser obra de Deus, tanto que Pedro: “...ajoelhou-se diante de Jesus e disse: - Senhor, afaste-se de mim, pois eu sou um pecador!” (v.8). E Jesus lhe respondeu: “Não tenha medo! De agora em diante você vai pescar gente” (v.10).
Pedro, Tiago e João, arrastaram os barcos para a praia, deixaram tudo e seguiram Jesus (v.11).
A experiência de Pedro nos anos de pesca levou-o a duvidar, ou pelo menos questionar Jesus, dizendo-lhe, em minha experiência, eu não iria, mas só irei porque você está falando. Sei que não pegarei peixe, mas, quem irá passar vergonha é você (v.5).
No entanto, quando acontece, o que não era possível acontecer, Pedro reconhece que está diante de Deus. Sim o seu criador e aquele que seria seu juiz por ocasião do juízo final.
Diante de Deus, a reação de Pedro só poderia ser a que foi, ou seja, temor (v. 8). Tanto que Jesus lhe diz: “Não tenha medo” (v. 10).
Diante do temor de Pedro, tudo o que ele esperava, como bom judeu, era que Jesus lhe repreendesse pelos seus muitos pecados, no entanto, não foi isso que Jesus fez.
Por que Pedro estava tão aterrorizado?
Diante de Deus, a única coisa que Pedro se lembrava era dos seus pecados, afinal, estava diante dele o criador, e também o juiz. Por isso, seu pedido: “...Senhor, afaste-se de mim, pois eu sou um pecador” (v.8).
Que palavras terríveis: afaste-se de mim. Por que Pedro fez esse pedido?
Pedro, um judeu, cresceu aprendendo que ninguém subsiste diante de Deus justamente por causa dos seus pecados. E agora, diante de Deus, esperava somente a morte.
Pedro esperava do Senhor apenas a morte. Ele sabe que está diante de Deus. Seus pecados o atemorizavam e tinha Deus como aquele que apenas pune. E o diabo, ardiloso como é aproveitou-se desse momento e fez Pedro desesperar-se. Ao que Jesus lhe disse: “Não tenha medo!...” (v.10).
A expressão “não tenha medo”, “não temais” é muito forte e impactante. Há pessoas que afirmam que há para cada dia do ano um não temas. No entanto, não importa se essa fosse a única vez que a mesma aparecesse na Bíblia, o importante é que as mesmas foram ditas por Jesus.
Não temas é uma expressão que aparece na Bíblia de Jerusalém 47 vezes; na Revista e Corrigida, 84 vezes e na Revista e Atualizada, 92 vezes.
Ao dizer não tenha medo, Jesus estava se apresentando a Pedro assim como Deus é, ou seja, um Deus misericordioso. Tanto que o envia para pescar gente.
Será que precisamos pedir: “...Senhor, afaste-se de mim, pois eu sou um pecador” (v.8).
Pecador eu sou! E por ser pecador, preciso pedir, ó Senhor, fica comigo, pois eu sou um grande pecador.
O autor a carta aos Hebreus escreveu: “Portanto, há duas coisas que não podem ser mudadas, e a respeito delas Deus não pode mentir. E assim nós, que encontramos segurança nele, nos sentimos muito encorajados a nos manter firmes na esperança que nos foi dada. Essa esperança mantém segura e firme a nossa vida, assim como a âncora mantém seguro o barco. ...” (Hb 6.18-19).
O barco de Pedro, agora estava ancorado num Deus cheio de misericórdia. E por isso, largou tudo para seguir a Jesus. Junto com ele, seguiram Jesus, Tiago e João.
Uma caminhada na praia cm Jesus é capaz de nos ensinar uma tão bela lição. Continuemos na caminhada, e enquanto caminhamos, vamos pescando gente, pois, há tantos por ai que estão afastados do Senhor e querendo que o Senhor se afaste delas devido aos seus pecados. Pecados esses, perdoados em Jesus. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

Saindo ileso da cova!

30 de março de 2024 Salmo 16; Daniel 6.1-28; 1Pedro 4.1-8; Mateus 28.1-20 Texto : Daniel 6.1-24 Tema : Saindo ileso da cova!   Tex...