terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Apegado na Palavra de Deus!

 30 de janeiro de 2022

4º Domingo após Epifania

Dia festivo

Salmo 71.1-14; Atos 20.28-35; Tito 1.1-9; Lucas 10.1-9

Texto: Tt 1.9

Tema: Apego na Palavra de Deus!

 

Dia 25 de janeiro celebramos a conversão de Saulo e no dia 26 de janeiro o dia de Tito, Pastor e confessor. Fala-se muito do apostolo Paulo e pouco se sabe ou se reflete sobre Tito.

Tito foi um cristão de origem grega que exerceu um papel de destaque nos primeiros anos da Igreja Cristã. Seu nome é mencionado no Novo Testamento e é conhecido principalmente pela epístola dirigida a ele.

Companheiro de Paulo e um líder importante na igreja primitiva. Provavelmente também foi um filho na fé de Paulo, convertido em uma de suas pregações (Tt 1.4). O curioso é que Tito não é citado no livro escrito por Lucas, Atos dos Apóstolos. A referência ao seu nome é encontrado em 2Coríntios, Gálatas, 2Timóeo e Tito.

Tito foi considerado como sendo “companheiro e cooperador”. Na carta aos Gálatas (Gl 2.3), Paulo registra que Tito acompanhou Paulo e Barnabé numa visita a Jerusalém para debater com os apóstolos e líderes da igreja a respeito da controvérsia sobre os ex gentios (cristãos convertidos) em relação à lei mosaica ante a circuncisão e alimentos impuros e puros.

Tito foi levado para destacar que sendo grego, não circuncidado, e desempenhava um importante papel de liderança e até pastoreio em Creta. A decisão foi que o evangelho deveria ser pregado e os gentios convertidos não serem submetidos aos regulamentos judaicos (At 15.13-19).

Em Corinto, Tito esteve presente num momento muito complicado daquela igreja. Havia muita discórdia e facções entre seus membros. Para Corinto, Tito levou a carta de Paulo com recomendações e exortações a respeito dessas situações (2Co 8.16-18). Nessa igreja, em uma de suas três visitas, supervisionou a arrecadação para ajudar os irmãos pobres de Jerusalém. Ante essas situações, o apostolo Paulo ficou muito satisfeito.

O apostolo Paulo levou Tito para Creta, deixando-o ali para que completasse a sua obra (Tt 1.5). Tito em Creta exerceu função semelhante a Timóteo em Éfeso.

Na carta à Tito, o apostolo Paulo determina coisas bem especificas para que Tito exerça a obra missionária na ilha de Creta. Sua função foi organizar, colocar as coisas em ordem na ilha de Creta. Escolher e nomear os pastores para as congregações. Apesar de haver muitas interpretações a respeito das palavras “marido de uma só mulher” é necessário enfatizar que o entendimento é que o apostolo Paulo enfatiza que o ministério é ocupado por homens, pois se pudesse ser exercido por mulher, o apostolo teria dito também “esposa de um só marido”.

Paulo destaca que o pastor precisa ser alguém de quem as pessoas falam bem, que expõe suas opiniões com sobriedade e que seja uma pessoa confiável (Tt 1.7-8). Como representante de Deus, o pastor fala, ensina e orienta com a Palavra de Deus a qual ele precisa estar apegado.

Provavelmente Tito tinha uma personalidade forte e impunha grande liderança e firmeza em suas decisões.

Sendo grego e estando apegado à Palavra de Deus, Tito se encaixava na posição de trabalhar contra o paganismo dos habitantes da cidade de Creta e estabelecer ali a sã doutrina naquela região.

Tito foi convocado e enviado por Paulo para que nada faltasse a Apolo, outro grande pregador d evangelho na época (Tt 3.12-13). Foi também enviado para Nicópolis para ajudar Ártemas e Tíquico. Após essa missão, foi enviado para evangelização na Dalmácia. Isso ocorreu enquanto Paulo escrevia a segunda carta a Timóteo (2Tm 4.10). Concluindo seu trabalho, retornou para Creta e permaneceu ali até idade avançada.

Entre as muitas exortações dadas para Tito, a mais destacável é do verso 9 do capítulo 1 da carta à Tito: “exortar pelo reto ensino” (Tt 1.9). Essa recomendação é salutar para nossos dias, afinal, é preciso focar no ponto certo.

Em muitas situações dentro da igreja, o ponto alto parece ser as pessoas. O pastor é piedoso, a liderança é ativa, e assim por diante. É maravilhoso se for assim, mas, essas características sem o ponto certo, não passará disso.

A ênfase: “exortar pelo reto ensino” (Tt 1.9) é a tarefa mais desgastante do ministério. É uma tarefa árdua. Na vida ministerial surgem tantas demandas nas quais o pastor pode perder o foco. Sem tempo de estudo e preparação, dúvidas surgirão e as mesmas não serão sanadas, porque o pastor não tem tempo para pesquisa e depois exortação no reto ensino.

E para que possa exortar pelo reto ensino, o homem de Deus é apegado a Palavra de Deus. A palavra grega para “apegado” é ἀντεχόμενον – estar apegado com afinco a algo e presta muita atenção, pois ama. Não deixa o objeto de lado, pois deseja estar em contato direto e constante.

Com Tito, líderes e pastores aprendem duas coisas essenciais: 1) - apego à Escritura; 2) – exortar pelo reto ensino.

Com Tito aprendemos a manter o foco e não perder a direção. Não se apegue a outras coisas a ponto de ignorar a Palavra de Deus e assim deixar de exortar e ser exortado pela Palavra que dá vida. Amém!

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Enquanto houver Pregação, há o Tempo da graça!

 23 de janeiro de 2022

Terceiro Domingo após Epifania.

Texto para pregação: Lucas 4.16-30

Tema: Enquanto houver Pregação, há o Tempo da graça!

 

Jesus leu o texto proposto para aquele encontro na sinagoga (Is 61.1-2). Só pela leitura as pessoas já ficaram admiradas a ponto de não tirarem os olhos dele (v. 20). Esse olhar não era apenas pela leitura que fazia, mas, pela sua fama (v.14,23) que já havia se espalhado. Muitos que ali estavam o viram crescer, o conheciam desde a infância (v.22), eram seus vizinhos.

Pessoas admiradas com aquele que entre eles havia crescido agora ser considerado um profeta devido os feitos que realizava e por serem seus conhecidos, desejavam que milagres fossem realizados entre eles também.

Esse relato com algumas variações foi descrito por João Marcos, Mateus e Lucas. O evangelista Lucas visa destacar que diante da pregação da Palavra de Deus só há duas reações: aceitação ou rejeição.

As pessoas de Nazaré são um exemplo claro de como as pessoas reagem diante da pregação. Num primeiro momento ficam maravilhadas, mas, após um período tentam silenciar aquele que anuncia a Palavra de Deus. Na sinagoga, admirados, mas quando exortados pela Palavra, arrastaram Jesus para fora da sinagoga e cidade (v.29).

É preciso recordar que muitos que presenciaram os milagres de Jesus desejaram fazer dEle um rei, mas, quando estavam sob pressão, gritaram crucifica-o.

Na sinagoga em Nazaré, diante dos seus amigos, conhecidos, familiares, vizinhos. Para muitas dessas pessoas Jesus prestou algum serviço de carpintaria. E ante essas pessoas declara o ano da graça do Senhor. Ou melhor, o ano da libertação de acordo com a lei apresentada por Moisés em Levítico 25. O profeta Ezequiel anunciou que é o ano do perdão (Ez 46.17). E ele Jesus foi o enviado de Deus para resgatá-los.

Jesus disse para seus conhecidos, amigos, familiares de que naquele dia estava se cumprindo a profecia anunciada pelas Escrituras por boca do profeta Isaías. Era como se Jesus estivesse anunciando: por anos vocês frequentam essa sinagoga, ouviram essas palavras e hoje, estão vendo seu cumprimento. Jesus é o evangelizador dos perdidos e condenados.

Enquanto houver proclamação acontece o tempo da graça divina. A proclamação, o tempo da graça de Deus, é a boa nova para o oprimido e quebrantado.

Para muitos em Nazaré, Jesus era amigável, mas, insignificante. E aparecer de repente dizendo que nEle Deus perdoa os pecados e assim oferece a libertação era inaceitável.

As pessoas apenas ouviram o som das palavras, ou melhor, o som da Palavra de Deus, mas a reação a esse som foi espantoso. A Palavra de Deus desmascarou aquelas pessoas e elas, não aceitando o fato, realizaram o primeiro insulto a Jesus (v.29) e o rejeitaram. E assim como o Espírito julgou o povo que rejeitou a proclamação do profeta Ezequiel, julgou os do tempo de Jesus e as pessoas do nosso tempo. O Espirito disse que as pessoas nos tratam como seres que possuem boas palavras, mas não fazem nada do que falamos (Ez 33.32).

Não adianta ouvir e nada fazer. Conselho é bom quando se segue o mesmo. O apostolo Tiago adverte: “Não se enganem; não sejam apenas ouvintes dessa mensagem, mas a ponham em prática” (Tg 1.22). O apostolo Paulo orienta a Tito e seus ouvintes: “Ensine essas coisas e use toda a sua autoridade para animar e também para repreender os seus ouvintes. E que ninguém despreze você” (Tt 2.15). Por isso, recorde que um dos motivos pelos quais Deus enviou e envia pregadores é para preparar o povo de Deus para o serviço e ampliação do reino de Deus (Ef 4.12).

O evento ocorrido em Nazaré mostra um verdadeiro sentimento de inveja (Lc 4.23). Eles queriam ver os milagres realizados em Cafarnaum. Não aceitavam o fato de que entre seus conhecidos, amigos e familiares, Jesus não se dispunha a realizar nenhum milagre. E assim ignoravam a maior e maior de todas as proclamações: o ano aceitável do Senhor. A libertação.

Quantas vezes nossos interesses também têm nos impedido de ouvir a maior de todas as proclamações?

Quando as coisas acontecem como queremos é fácil estar admirado com o Senhor, mas, quando algo começa a dar errado ou quando somos exortados, o Senhor torna-se um empecilho e seu enviado um estorvo. É difícil reconhecer, mas, em muitas situações a nossa admiração para com Deus é uma admiração a nós mesmos.

A proclamação de Jesus só tinha um objetivo: conquistar as pessoas para Deus. A proclamação a respeito da obra de Jesus tem apenas um objetivo: conquistar as pessoas para Deus. No entanto, as pessoas apenas ouvem as palavras, cheias de admiração, mas, desejando apenas seus interesses.

Jesus veio e foi enviado para prestar ajuda à verdadeira e mais profunda miséria, a saber, para que as pessoas reconheçam a maldição do pecado. E os moradores de Nazaré não se reconheciam ovelhas perdidas e necessitadas de ajuda. Consideravam os gentios impuros e sem merecimento para serem resgatadas, por isso rejeitaram a Cristo por dizer a respeito da salvação dos gentios.

Interesses pessoais e inveja com relação à salvação dos outros tem prejudicado o trabalho missionário.

O tempo da graça de Deus está disponibilizado a todos! Enquanto houver quem pregue, vive-se o tempo da graça. Aproveitemos esse tempo, pois não sabemos quanto tempo ainda temos para aproveitar desse tempo da graça, a qual é tão importante e necessário para nós. Afinal, somos pecadores e precisamos da graça de Deus em Jesus para sermos salvos. Amém

ERT

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Timóteo - escolhido para a obra de Deus!

 23 de janeiro de 2022

3º Domingo após Epifania

Dia festivo

Salmo 71.15-24; Atos 16.1-5; 1Timóteo 6.11-16; Mateus 24.42-47

Texto: Atos 16.1

Tema: Timóteo – escolhido para a obra de Deus!

 

Timotheos (Τιμοθεος) provavelmente significa “que honra a Deus”.

Lucas em sua pesquisa realata uma breve biografia de Timóteo: Chegou também a Derbe e Listra. E eis que estava ali certo discípulo por nome Timóteo, filho de uma judia crente, mas de pai grego;” (Atos 16.1).

De acordo com Lucas em Atos 14.6, Derbe e Listra eram “cidades da Licaônica”. Há muita dúvida com respeito a cidade natal de Timóteo. Provavelmente nasceu em Listra, uma província romana da Galácia (hoje, região na Turquia).

O pai de Timóteo era grego, sua mãe, Eunice e, sua avó Loide, judias (At 16.1; 2Tm 1.5). Convertidas ao cristianismo durante a primeira passagem do apostolo Paulo por Listra e Derbe (At 14.6-22).

Timóteo é um dos personagens mais conhecidos do Novo Testamento. Duas epistolas neotestamentárias são endereçadas para ele. Existem referências diretas e indiretas em outros livros da Bíblia (Atos, 1Coríntios e Tessalonicenses).

Na segunda viagem missionária, ao retornar pela região da Licaônica, o apostolo Paulo ficou impressionado com o desenvolvimento de Timóteo e resolveu leva-lo consigo. Há quem afirme que Timóteo tenha sido levado por Paulo para substituir João Marcos.

A partir dali se iniciava uma grande parceria que resultou em grandes frutos para a Igreja Primitiva. O legado da parceria desses dois homens de Deus serve de exemplo para nós até os dias de hoje.

Dia 24 de janeiro celebramos o dia de Timóteo, Pastor e Confessor. Timóteo foi um jovem líder da Igreja Primitiva e por tudo que ouvimos a seu respeito nas Escrituras é possível tirarmos algumas conclusões.

1 – Pensar na obra da evangelização.

Quando Paulo escolheu Timóteo para acompanhá-lo foi preciso circuncida-lo. Isso por causa dos judeus, afinal, Paulo considerou que Timóteo levaria o Evangelho a muitas regiões predominantemente habitadas por judeus.

A explicação do porque Timóteo não ter sido circuncidado até o momento em que Paulo o conheceu está no fato de seu pai ser grego. A Bíblia não dá indícios de que seu pai tenha tido alguma influência em sua educação religiosa. Mas, vejo com similaridade aos nossos dias. Quantos casais que um é de uma igreja e outro de outra daí decide o seguinte: nosso filho decide onde seguirá quando crescer.

Timóteo foi muito bem instruído espiritualmente por sua mãe e por sua avó. É importante o papel da família, ou parte dela, na educação cristã (Pv 22.6).

Paulo enviou Timóteo para a obra de evangelização em varias comunidades por ele organizada. Nestas Igrejas a evangelização deveria continuar. Assim aconteceu em Corinto (1 Coríntios 4,17); em Filipos (Filipenses 2,19) e em Tessalônica (1 Tessalonicenses 3,2).

2 – Exemplo em sua conduta

Através de Lucas, no livro de Atos dos Apóstolos, percebemos como Timóteo era querido entre os membros da igreja na região da Licaônica. Sua conduta era boa a ponto dos irmãos que estavam em Listra e em Icônio darem bom testemunho dele (At 16.1-2).

Timóteo era exemplo não apenas dentro da comunidade cristã, mas diante da sociedade. Seu exemplo era tão positivo que sua reputação chegou até Icônio.

3 - Timóteo foi um jovem escolhido para a obra de Deus

A Bíblia mostra que na separação de Timóteo para o ministério, Paulo e os anciãos locais oraram por ele impondo-lhe as mãos. Isso significa que ele recebeu um dom espiritual e foi autorizado para o seu ministério (1Tm 4.14; 2Tm 1.6).

É preciso deixar bem claro que apesar de Timóteo ter sido muito próximo de Paulo, não foi Paulo quem o escolheu. Quem escolheu aquele jovem para desempenhar um importante ministério foi o próprio Deus. Paulo sabia disso, e quando o aconselhava acerca do ministério, fazia-o lembrar de que existiam profecias anteriores acerca do papel importante que ele desempenharia na Igreja (1Tm 1.18; 4.14).

Caro jovem, você já pensou em exercer o ministério pastoral?

4 - Timóteo foi um exemplo de liderado

Embora Timóteo até tivesse o preparo suficiente para desempenhar sua missão, a Bíblia mostra sua humildade e capacidade de ser liderado. Ele aparece na narrativa bíblica assumindo o papel de discípulo em relação a Paulo. Não podemos encontrar na Bíblia referências sobre um Timóteo desobediente, fazendo o que lhe dava na cabeça, participando de contendas ou reclamando com Paulo. Timóteo foi a prova de que um grande líder precisa ser um grande liderado. Ele sempre estava atendo, cumprindo o que lhe fosse ordenado.

5 - Timóteo foi um exemplo de obreiro e líder

A forma com que Timóteo respeitava a liderança de Paulo e se submetia a ele, com certeza o preparou para ser um exemplo de obreiro e um grande evangelista que foi um dos líderes da Igreja Primitiva (2Tm 4.5). Além de porta-voz de Paulo em diversas situações, ele participou com o apóstolo de várias viagens missionárias.

O capítulo 16 do livro de Atos dos Apóstolos mostra Timóteo juntamente com Paulo, Silvano e mais tarde Lucas, evangelizando várias províncias até chegar à Europa.

Timóteo atuou como líder da igreja em Éfeso (1Tm 1.3) e ajudou os anciãos na evangelização e na solidificação da fé. Timóteo nunca esmoreceu em sua fé mantendo firme na confissão de Jesus Cristo mesmo na prisão (Hebreus 13.23).

6 – Exemplo de parceria

Lucas em Atos 17 narra que Timóteo e Silas foram deixados por Paulo em Bereia para continuarem seu trabalho durante um período. Logo depois Timóteo foi encontrar Paulo em Atenas, e em seguida, foi enviado a Tessalônica. Por fim, mais tarde ele partiu para Corinto levando as boas notícias a Paulo (1Ts 3.6,7).

Timóteo estava presente em Éfeso com Paulo durante a sua terceira viagem missionária. Partiu com Paulo de Corinto até Éfeso e depois até Cesaréia, na viajem para Jerusalém (At 18.18-23).

7 – Presente em qualquer situação

Uma missão muito importante que Timóteo desempenhou foi a de levar a primeira epístola de Paulo à igreja de Corinto e após isso retornou a Éfeso. Em seguida foi enviado à Macedônia para realizar os preparativos da chegada de Paulo posteriormente (At 19.22). Paulo também revelou a intenção de enviá-lo a Filipos, devido à preocupação que ele sentia em relação aos crentes daquela cidade. Após seu primeiro aprisionamento, Paulo deixou Timóteo em Éfeso para suprir as necessidades da igreja local. Durante esse período em que pastoreava a igreja de Éfeso, o apostolo Paulo lhe escreveu a primeira carta.

Além das viagens missionárias que Timóteo fez ao lado de Paulo, o mesmo estava junto do apostolo Paulo na Macedônia quando a epístola de 2Coríntios foi escrita. Timóteo esteve em Corinto quando Paulo escreveu a Epístola aos Romanos e também mais tarde, quando as epístolas aos Colossenses, Filipenses e Filemom foram escritas.

Durante sua última prisão em Roma, Paulo pediu que Timóteo fosse visitá-lo antes do inverno (2Tm 4.6-9). Não é possível afirmar com certeza onde Timóteo estava naquele momento. Também não sabemos se ele conseguiu chegar antes de Paulo ter sido martirizado.

8 – Suas limitações não o impediram de servir no ministério

Timóteo era muito jovem quando começou a exercer seu ministério (1Tm 4.12). Provavelmente era tímido e tinha dificuldades de se expressar (1Co 16.10,11; 2Tm 1.6-10). E embora jovem, parece que ele tinha a saúde fraca e frequentemente estava doente (1Tm 4.12; 5.23). Timóteo foi um dos líderes da Igreja Primitiva que mais refutou as falsas doutrinas e heresias, principalmente em Éfeso. Paulo não poupou elogios a Timóteo por seu conhecimento das Escrituras.

A vida missionária de Timóteo é um exemplo para nós. Já na sua adolescência começou seu ministério de evangelização. Amém.

ERT

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Tu és o Cristo!

 16 de janeiro de 2022

2º Domingo após Epifania

Dia festivo

Serie Trienal Reformulada

Salmo 118.19-29; Atos 4.8-13; 2Pedro 1.1-15; Marcos 8.27-35

Texto: Marcos 8.27-35

Tema: Tu és o Cristo!

 

Os textos nos faz lembrar de um evento muito importante e que é um divisor de águas. Dia 18 é dia em que a igreja lembra a Confissão de Pedro.

Em que sentido essa confissão é um divisor de águas?

O que salva o pecador é a obra de Jesus. A fé na obra de Cristo salva! Só sei quem é Deus em Cristo, no ungido e enviado da parte de Deus (Mt 11.27). Essa verdade Pedro confessou. A igreja confessa essa verdade, aliás, sobre essa verdade a igreja está fundamentada.

Jesus indagou: Quem diz os homens que sou eu? A resposta dos discípulos mostra a confusão por parte das pessoas a respeito de Jesus. Não é desconhecimento da Palavra, mas uma interpretação equivocada.

Dessa forma ao responder que Jesus era João Batista – devia-se ao fato do povo ter adotado a mesma teoria de Herodes. Ou seja, Jesus era João Batista ressuscitado. A resposta de que Jesus era Elias, indicava que muitos se lembravam da profecia de que Elias voltaria (Ml 4.5). Por saberem que Elias havia sido levado vivo ao céu muitos supunham que Jesus era Elias enviado de volta e Ele era o precursor de Cristo.

O evangelista Mateus escreve que outros respondiam que Jesus era Jeremias. Isso devia-se as mais variadas lendas acerca desse profeta. Para muitos judeus, o profeta Zacarias havia sido a reencarnação de Jeremias. Acreditavam que a profecia anunciada por Moisés (Dt 18.15,18) referia-se ao ministério e pessoa do profeta Jeremias. Muitos acreditavam, conforme registrado em 2Macabeus 2.1-12 que o profeta Jeremias em algum momento devolveria à nação de Israel a arca original que ele havia escondido numa caverna. Acreditavam que Jeremias era uma espécie de anjo da guarda da nação.

Além de João Batista, Elias, Jeremias, outros diziam que Jesus era algum dos profetas. Essa ideia estava aflorada entre o povo, pois a tradição profética estava em vigor, afinal, os milagres mostravam que um profeta estava entre eles.

É preciso lembrar que a resposta acerca da pessoa de Jesus não era por ignorância bíblica, mas, confusão bíblica.

O povo de Deus tinha esperança messiânica, esperavam o cumprimento das profecias, porém, ignoravam a presença do próprio Messias entre eles. O apostolo João escreveu: “veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11).

O evento que marca a confissão de Pedro ocorreu em Cesaréia de Filipe. O local geográfico merece ser enfatizado, pois era o centro do culto pagão ao deus grego Pan. Dessa forma convém refletir que além da confusão bíblica causada pelo equivoco da interpretação bíblica, havia por todos os lados muita religiosidade idolatra.

Numa região pagã e idolatra e em meio à influência religiosa e confusão bíblica, Pedro faz, pelo poder de Deus, a mais impactante confissão de fé: “Tu és o Cristo” (Mc 8.29).

Cristo tornou nome composto e até sobrenome de família. No entanto, conforme o Antigo e o Novo Testamento, Cristo não é nome, mas, um título especial. Cristo - é o ungido e o enviado de Deus para realizar algo. Assim, pelo poder do Espírito Santo, quando Pedro disse: Tu és o Cristo – estava dizendo: tu és o centro da salvação.

É preciso lembrar aos leitores e ouvintes da Bíblia que essa não foi à primeira vez em que essa confissão de fé foi dada pelos discípulos.

Quando André apresentou seu irmão Simão a Jesus o fez na convicção de que ele era o Messias (Jo 1.41). Natanael confessou que Cristo era o Filho de Deus (Jo 1.49). Após a tempestade em que Pedro caminhou sobre as águas, os discípulos declararam que ele era o Filho de Deus (Mt 14.33). Quando Jesus pregou e disse que ele era o “pão da vida” (Jo 6.68-69) e as pessoas abandonaram Jesus, Pedro confessou que eles criam que Jesus era o “santo de Deus.

Tu és o Cristo - essa confissão é especial por dois motivos!

Primeiro: não é reação emocional diante de um milagre, mas uma confissão refletida e sincera.

Segundo: essa confissão tornou-se extraordinária por conduzir a outra verdade, muitas vezes esquecida. Jesus é o fundamento da igreja! Mateus registrou que Jesus disse que sobre esta confissão dada pelo Pai na boca de Pedro a sua igreja seria, estaria e continua edificada.

A pergunta de Jesus “quem dizem os homens que eu sou?” atravessa milênios e continua em discussão e oferece várias imagens de Jesus. Por vezes ele é milagreiro, um rei triunfante, um sacerdote, um psicólogo, um monge, um economista, um revolucionário e etc. Cada imagem de Jesus revela uma faceta da vivência de um indivíduo cristão.

A pergunta de Jesus continua nos interpelando: “quem dizem os homens que eu sou?” Levando em consideração o contexto histórico em que Jesus e a comunidade de Marcos viviam compreendemos uma situação especifica que ainda é real para muitos.

Entre o povo de Deus havia uma febre messiânica que os contagiava e movimentava. Depois de terem sido dominados e sofrido opressão sob a Babilônia, os persas e os gregos, o movimento revolucionário dos macabeus (166-63 a.C.) que despertou o desejo de libertação acabou fracassando. Mesmo assim, muitos pensavam que os líderes macabeus iriam libertá-los politicamente. Dessa forma, o que seria um movimento libertador, tornou-se uma monarquia tão opressora quanto à dos gregos. Dessa forma, a frustração do povo de Deus aumentou e nesse momento que os romanos obtiveram o domínio da Palestina. Assim, novamente uma potência estrangeira humilhava o povo de Deus e a terra prometida. E, além da alta carga de tributos, havia imposição de cultura e religiosidade. Houve muita revolta e indignação. Não bastassem, os romanos nomearam os idumeus que eram inimigos dos judeus para reger a Palestina ainda administrava Herodes Magno e seus filhos Arquelau, Antipas e Filipe, brutais e tiranos. Espalharam ódio e desespero no meio do povo. Arquelau sufocou a revolta dos judeus de Jerusalém, massacrando 3mil pessoas na praça do Templo na Páscoa. Reis herodianos construíram palácios em cidades como Cesáreia, Jerusalém, Séforis, Tiberíades, Jodefá, etc. Aumentaram tributos, intensificaram a exploração, opressão e a violência contra os camponeses (90% da população na Palestina). Famílias inteiras eram vendidas por causa das dívidas.

Os líderes religiosos nada fizeram, ao contrário, desempenhavam um papel visando seus próprios privilégios. A situação era tão grave que Deus colocou o seu precursor João Batista no deserto. O Templo, casa de oração, tornou-se um “covil de ladrões” (Mc 11.17).

O povo estava espiritualmente abandonado. Vivendo tensões sociais, políticas, econômicas, culturais e religiosas. Era natural o crescimento de movimentos de resistência com visão apocalíptica e escatológica do reino de Deus. Dessa maneira, num contexto histórico, recheado de revoltas populares, Jesus aparece diante do povo com a fama de ser mais um dos profetas. E assim, sua identidade era facilmente distorcida.

O povo que esperava um libertador político recebe o salvador dos pecados e tornou-se difícil aceita-lo como tal, por isso, o apostolo João destaca que veio para o seu povo, mas seu povo não o recebeu. Diante do Jesus crucificado muitos passaram a duvidar e reagir com desprezo, pois, como Jesus poderia ser um rei triunfante após ter sido humilhantemente morto.

O trabalho fundamental dos evangelistas com seus escritos foi definir a identidade de Jesus. Para construção dessa identidade narram a pergunta de Jesus Cristo: quem o povo diz que sou eu?

Com o objetivo de apresentar quem é Jesus, João Marcos inicia dizendo que Jesus é o prometido da parte de Deus conforme proclamado pelo seu proclamador. No batismo de Jesus ouvimos o próprio Deus dizer quem é Jesus (Mc 1.11). Os demônios também disseram quem é Jesus (Mc 1.25; 3.11; 5.7) e agora, ouve-se dizer quem é Jesus por boca dos discípulos.

Marcos apresenta que tipo de Jesus é o Cristo. Enquanto o povo aguardava o libertador político glorioso e poderoso, o evangelista diz que Jesus é o Messias que deveria sofrer, ser rejeitado, ser morto e ressuscitar (Mc 8.31).

Tu és o Cristo – Jesus é o ungido enviado da parte de Deus para realizar o grande e maravilhoso plano da salvação. Jesus é o centro da salvação. Amém!

ERT

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás. (Salmo 50.15)

 09 de janeiro 2022

1º Domingo após Epifania – Batismo do Senhor

Lecionário anual

Salmo 50.1-15; 1Reis 8.6-13; Romanos 12.1-5; Lucas 2.41-52

Texto: Salmo 50.15

Tema: Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás. (Salmo 50.15)

 

Sem dúvida a palavra desse Salmo já serviu muitas vezes de estímulo para invocar a Deus. Quantas vezes já temos invocado a Deus, clamado por auxílio em momentos de aflição e de angústia. Mesmo assim, levanto a pergunta: Compreendemos bem esta palavra de Deus? Vamos analisá-la.

Quem está falando aqui? Deus pessoalmente está falando (v.1).

Ele está falando para quem? Ele está falando a seus filhos, aqueles que pela fé na graça de Cristo são seus filhos. A estes ele dá uma ordem, um convite, e uma promessa.

Invoca-me. A ordem é ao mesmo tempo é um convite: Invoca-me. Chama por mim. Clama. Apresenta-me tua necessidade, teu problema, tua angústia.

Angústia - Especialmente quando? Na angústia. Angústia é um sofrimento grande, uma aflição grande, uma tristeza profunda, um problema desesperador para o qual a força humana não encontra solução.

Eu te livrarei Jesus promete livramento. É uma promessa categórica, incondicional.  Jesus atenderá ao pedido imediatamente. E livrará a pessoa de sua angústia. Será possível? Sim, a promessa de Deus nos dá esta certeza. Ouçamos novamente o versículo: Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei.

O problema!

Aqui começa o grande problema. A realidade da vida parece contradizer essa verdade. Quanto sofrimento em nosso derredor. Quanta angústia no mundo. Hospitais cheios de doentes. Quanto desespero. Quantos clamores sobem diariamente a Deus? Mais de cem países em guerra. Milhares de refugiados dos quais muitos são cristãos. Quantos clamores por socorro sobem diariamente aos céus? Mas o céu parece fechado. Deus parece não ouvir mais. A realidade da vida parece contradizer esta afirmação de Deus.

Algumas seitas têm uma resposta simples. Orações não são atendidas porque as pessoas não têm fé suficiente. Será? Não, esta não é uma resposta correta.

Certo pastor afirmou: Por muito tempo eu não tive coragem para pregar sobre este texto. Ele se perguntava: Será que estou compreendendo bem este texto? De que angústia Deus está falando aqui? O que significa a palavra: Invoca-me no dia da angústia? Que angústia é essa da qual Deus está falando aqui? O que significa: Eu te livrarei?

O dito pastor foi compreender este texto somente após ler o relato e a pregação de um pastor da Idade Média, que passou a guerra dos Trinta Anos (1618 – 1648) Uma guerra cruel na qual os Católicos queriam exterminar os protestantes na Europa.

Este pastor relatou o seguinte: Eu estava pregando sobre esse texto: Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás, quando o culto foi interrompido por gritos e os ouvintes saíram correndo para se esconder na mata. É que um grupo de guerrilheiros havia invadido a vila. Mataram pessoas, queimaram casas. Um horror. O pastor ficou na igreja, ajoelhado diante do altar, clamando a Deus por compaixão e clemência. Alguns guerrilheiros chegaram à igreja. Pegaram o pastor. Tiraram-lhe a roupa, zombaram, bateram, judiaram dele. O cemitério – como era costume – ficava do lado da igreja. Ali estavam sepultados sua esposa e seus filhos, vítimas da guerra. Na sepultura de sua esposa, a “pedra sepulcral” era uma cruz. Os guerrilheiros pegaram o pastor e o amarraram semimorto e disseram: Podes morrer como teu Jesus. Então foram embora. Acalmado o tumulto as pessoas voltaram. Viram mortos pelas ruas, casas depredadas e saqueadas, algumas queimadas. Alguns foram até a igreja e viram o pastor amarrado à cruz da sepultura de sua esposa. Eles o soltaram. Ele ainda estava vivo e o levaram para casa, onde cuidaram dele. Ele sobreviveu. Após alguns meses, recuperado, ele pôde subir novamente ao púlpito. Ele iniciou seu sermão assim: No meu último culto havíamos começado a meditar sobre o versículo 15 do Salmo 50, quando fomos interrompidos. Hoje quero continuar esse sermão.

Todos nós, reunidos aqui hoje, passamos por muitas aflições e sofrimentos. Temos clamado a Deus. E parece que Deus não nos ouviu, não nos ouve, nem nos atende mais. Parece até que Deus não está aprovando a causa de nossa confissão luterana que defendemos, pois sofremos uma derrota após a outra. O rei Gustavo Adolfo, da Suécia, que veio em nosso socorro, pereceu no campo de batalha. – Preciso, no entanto, dizer que toda essa angústia, por mais cruel e dolorosa, não é ainda a angústia da qual fala o nosso texto, no Salmo 50. Nosso texto fala de uma angústia muito, muito maior.

A angústia aqui está no singular e se refere à grande angústia que a lei de Deus provoca na alma ao nos acusar de pecadores, ao proferir sobre nós a sentença da maldição de Deus: “Pois a alma que pecar essa morrerá” (Ez 18.4). Este morrer não é simplesmente a morte do corpo, mas se refere à eterna condenação, aos eternos horrores infernais. Dessa angústia nenhuma força humana, nem nossa vida piedosa nos podem livrar. Somente Deus pode nos livrar dela. Deus nos diz categoricamente: “Eu te livrarei”. Ele nos livrou por seu Filho, Jesus Cristo, que se tornou nosso irmão, nascendo da virgem Maria, e como substituto, em teu e meu lugar, em lugar de toda a humanidade, cumprir perfeitamente a lei de Deus. Por seu amargo sofrer e morrer na cruz pagou a nossa dívida. Por sua ressurreição declarou sua vitória sobre: Pecado, morte e Satanás. Vitória essa que ele oferece agora por seu Evangelho e sacramentos a toda a humanidade. Pelos quais o Espírito Santo opera e mantém a fé na graça de Cristo. Deus, independente da fé, se forte ou fraca, promete atender, livrá-lo da angústia, consolando com o perdão e a vida eterna. Como? Dizendo: “Tem bom ânimo, perdoados estão os teus pecados” (Mt 9.2) e: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá e todo o que vive e crê em mim, não morrerá eternamente” (Jo 11.25,26). Muitos invocaram a Deus diante da angústia da morte. Deus os atendeu. Ele os firmou na fé. Podemos pensar nos milhares de mártires do passado e do presente, os que foram jogados diante de leões, queimados, martirizados até à morte, em nossos dias degolados ou encarcerados. Eles suportaram tudo, não somente com coragem, mas louvando e glorificando a Deus, em meio à dores, certos de que em breve estarão com o Salvador em sua glória.

Deus atendeu e livra, como ainda hoje atende e livra. E nós entoamos hinos de louvor, mesmo no sepultamento de nossos irmãos e irmãos na fé, pois sabemos que nossos queridos que partiram na fé em Cristo, estão com o Salvador.

Cada dia invocamos a Deus, pedindo perdão. Cada dia ele nos consola, por Palavra e sacramentos, com o perdão dos pecados.

Nisto incluímos também nossas pequenas angústias materiais e corporais, sabendo que Deus ouve a seus filhos. Só que em relação a essas angústias menores dizemos humilde e confiadamente: Seja feita a tua vontade, entregando tudo nas mãos de Deus. Em tudo damos graças a Deus e glorificamos o seu nome.

Terminado o sermão, a comunidade pôs-se de pé e entoou um hino de louvor a Deus, por este consolo.

Após a leitura desse relato e desse sermão, disse o pastor, compreendi melhor esse versículo e criei coragem para pregar sobre o mesmo. Sem dúvida, nós devemos dizer o mesmo. Amém.

ERT

Dar a vida pelos irmãos! (1Jo 3.16)

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