segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Adoramos um Deus rico em misericórdia.

 27 de agosto de 2023

Salmo 138; Isaias 51.1-6; Romanos 11.33-12.8; Mateus 16.13-20

Texto: Romanos 11.33-12.8

Tema: Adoramos um Deus rico em misericórdia.

 

Como são grandes as riquezas de Deus! Como são profundos o seu conhecimento e a sua sabedoria! Quem pode explicar as suas decisões? Quem pode entender os seus planos? Como dizem as Escrituras Sagradas: “Quem pode conhecer a mente do Senhor? Quem é capaz de lhe dar conselhos? Quem já deu alguma coisa a Deus para receber dele algum pagamento?” Pois todas as coisas foram criadas por ele, e tudo existe por meio dele e para ele. Glória a Deus para sempre! Amém!

 

A carta aos Romanos, capítulo 1 até o capítulo 11, é um relato do evangelho!

Paulo adora a Deus por aquilo que Deus é.

Ele adora a Deus por causa da riqueza da sua misericórdia e por sua sabedoria.

Como são grandes as riquezas de Deus! Como são profundos o seu conhecimento e a sua sabedoria!

A riqueza de Deus – Rm 2.4; 9.23; 10.12

A sabedoria de Deus – Cristo, 1Co 1.18

Essa riqueza e sabedoria é insondável, Is 55.8; 40.13; Jó 35.7 - 41.11

Como são grandes as riquezas de Deus! Como são profundos o seu conhecimento e a sua sabedoria! Quem pode explicar as suas decisões? Quem pode entender os seus planos? Como dizem as Escrituras Sagradas: “Quem pode conhecer a mente do Senhor? Quem é capaz de lhe dar conselhos? Quem já deu alguma coisa a Deus para receber dele algum pagamento?” Pois todas as coisas foram criadas por ele, e tudo existe por meio dele e para ele. Glória a Deus para sempre! Amém!

Esse é o resumo do que sabemos sobre Deus! E nós só adoramos a quem conhecemos.

Você conhece a Deus? Já experimentou seu poder?

Esse Deus deseja nossa adoração! Rico em misericórdia que não pode ser compreendido.

Quem recebe o convite para glorificar a Deus?

Romanos 12.1: Portanto, meus irmãos, por causa da grande misericórdia divina, peço que vocês se ofereçam completamente a Deus como um sacrifício vivo, dedicado ao seu serviço e agradável a ele. Esta é a verdadeira adoração que vocês devem oferecer a Deus.

Misericórdia: Essa é a palavra chave dos capítulos 9 a 11 de Romanos.

Deus em Jesus tem o coração compadecido pelo nosso sofrimento e nossa dor. Por causa do coração compadecido de Deus, somos convidados a adorar a Deus de corpo e mente.

Quem recebe o convite para glorificar a Deus?

Romanos 12.2: Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês. Assim vocês conhecerão a vontade de Deus, isto é, aquilo que é bom, perfeito e agradável a ele.

1) - São convidados a adorar a Deus aqueles que iniciaram a vida cristã na misericórdia de Deus;

2) - Aqueles que estão em processo de transformação;

Para ser adorado, Deus formou a sua igreja, um corpo vivo, cheio de membros e dons.

Como adoramos a Deus?

Todo dom é um presente de Deus e tem como objetivo o bem do próximo. O dom é algo peculiar que Deus te deu, para que você o sirva e o adore!

No Novo Testamento há 4 listas de dons: 1Co 12; Ef 4; Rm 12; 1Pe 4

Romanos 12.4-8.

Adorando a Deus!

Rm 12.1: nos oferecendo (culto)

Rm 12.2: Transformando-se (o que sabemos muda nossa vida e nosso agir). Essa mudança age no serviço.

Rm 12.4-8: serviço aos outros.

Rm 13: submetendo-se ao Estado (cristãos desanimaram da política).

Rm 14 e 15: Não destruir o fraco na fé.

Rm 16: Relacionamentos saudáveis

Essa adoração só é possível por causa da grande misericórdia divina

Adoramos a Deus por causa da sua misericórdia para conosco. Adoramos a Deus através dos dons que ele nos concede.

Observe:

-         Deus me transforma;

-         Me dá dons;

-         Me faz servi-lo com esses dons.

-         ... usemos os nossos diferentes dons de acordo com a graça que Deus nos deu. Se o dom que recebemos é o de anunciar a mensagem de Deus, façamos isso de acordo com a fé que temos. Se é o dom de servir, então devemos servir; se é o de ensinar, então ensinemos; se é o dom de animar os outros, então animemos. Se o dom é contribuir, que contribua generosamente. Quem tem autoridade, que use a sua autoridade com todo o cuidado. Quem ajuda os outros, que ajude com alegria.

-         7 dons – distribuídos na fala e no serviço

Adoração só é adoração quando é concreta. E para isso é usar o corpo e mudar a mente!

O culto começa internamente e se expressa externamente!

Como está a sua vida de adoração?

As verdades internas (tudo é de Deus) se revelam em atos externos (tudo é para Deus).

Testemunho

Ofertas

Envolvimento

Socorro

Adoramos um Deus rico em misericórdia. Hoje ele nos dispensa a sua misericórdia para que eu o adore!

Glória a Deus para sempre!

Amém

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Deus não está distante!

 20 de agosto de 2023

Salmo 67; Isaías 56.1,6-8; Romanos 11.1-2ª,13-15,28-32; Mateus 15.21-28

Texto Base: Mateus 15.21-28

Tema: Deus não está distante!

 

Ao escrever esse sermão, no Brasil, era o quinto mês da Pandemia. Coisas que antes eram corriqueiras se tornaram distantes e sem perspectiva de retomada. Escolas Públicas, rapidamente migraram para o ensino a distância. Supermercados passaram a vender a distância via wathsap.

Você sabia que Jesus realizou durante o seu ministério duas curas a distância? Mateus 8.5-13; 15.21-18. O servo do centurião e a filha dessa mulher sírio fenícia.

Essas curas a distância não mostra apenas o poder de Deus, mas, a fé, a grande fé de duas pessoas que não eram judias.

Merece destaque o fato de Mateus, que escrevendo para judeus, relata esses dois episódios em que o próprio Jesus Cristo elogiou a fé dessas pessoas.

Antes da Pandemia, a sociedade já vivia certo distanciamento decorrente do individualismo, na pandemia o distanciamento se deu pelo medo.

Nesses cinco meses de pandemia, fui infectado pelo vírus SARS-COV. O pior dessa doença é o isolamento e o distanciamento de quem se ama. É um isolamento forçado. O doente e os sãos não querem, mas, a doença obriga.

A mulher sírio fenícia vivia certo isolamento por parte dos judeus. Por ser mulher, jamais receberia a atenção de um rabino judeu. Os discípulos estavam incomodados com sua gritaria e queriam que Jesus a atendesse logo. Ela jamais poderia ter se aproximado chamando Jesus de “Senhor, filho de Davi” (Mt 15.22).

Havia muitos empecilhos que isolavam os judeus dos gentios. E, como a fama de Jesus se espalhou, aquela mulher só tinha uma alternativa, ir ao encontro de Jesus para buscar socorro para sua filha. As barreiras e obstáculos humanos poderiam impedi-la de achar graça diante de Deus, mas, nada supera a fé, “a certeza de coisas que não se veem” (Hb 11.1).

A fé cegou seus olhos para as barreiras e os obstáculos e abriu seus olhos e sua boca persistente.

Jesus conhecia a fé dessa mulher. O suposto silêncio e as supostas palavras duras de Jesus foram justamente para leva-la a confissão, e ouso dizer, uma das mais belas confissões de fé registradas na Bíblia.

Uma mulher gentia que parecia distante de Deus e que não merecia da atenção e misericórdia de Deus, afinal, não observava a lei e não fazia parte do povo de Deus. No entanto, havia nela algo que a aproximava de Deus: fé em Jesus! Ela, justamente ela, se aproximou exclamando o que muitos judeus ignoravam: “Senhor, filho de Davi” (Mt 15.22). Em outras palavras, você é o prometido de Deus.

Nessa fé, a mulher suplicou, suplicou e confessou!

Enquanto os judeus tratavam os gentios como “cães” e os consideravam impuros, Jesus deu lhe a oportunidade de confessar com sua boca o que tinha em seu coração. Assim, ao citar o exemplo do “cachorrinho,” Jesus Cristo não está falando de um animal imundo, de rua, assim como os judeus, mas de um cachorrinho de estimação. A mulher ao compreender pela fé o recado de Jesus, disse: Senhor, filho de Davi, prometido de Deus. É verdade que como gentia eu não posso me assentar à mesa para comer o pão, mas, como um cachorrinho de estimação me alimento das migalhas que me satisfazem.

Quão grande é a sua fé!

Essa frase contrasta ao episódio ocorrido anteriormente, onde Jesus caminha sobre as águas e Pedro vacila e é repreendido por Jesus como sendo “homem de pequena fé” (Mt 14.31).

Muitas pessoas sentem-se isoladas e distantes de Deus por dizerem que tem uma fé pequena. Não importa o tamanho da fé se é que podemos dizer assim. Toda fé, mesmo que seja uma fagulha, me aproxima de Deus e me dá a salvação.

Deus tomou e toma a iniciativa para me aproximar dEle. Por isso, deixou-nos a Pregação e o Batismo. Pelo poder do Espírito Santo, Deus nos presenteia com a fé (Ef 2.8). Essa fé vai sendo alimentada, para que possamos enfrentar as armadilhas do nosso inimigo e sobressair-se diante das provações. Aqui a fé precisa estar firme. Afinal, se estivermos fracos na fé, qualquer alternativa que nos for dada, será uma âncora que nos conduzirá para mais fundo ainda.

Jesus alertou sobre o perigo que corremos. Ele nos convidou a confiar nEle acima de todas as coisas (Primeiro Mandamento). Muitas são as situações diárias que podem nos afastar da fé e nos fazer tomar o nome de Deus em vão (Segundo Mandamento).

Pelo batismo fui tornado filho e filha de Deus. O Espírito Santo me presenteou com a fé. Aproximou-me de Deus. No entanto, é preciso relembrar a rodovia de mão dupla que Jesus nos disse para seguir: “batizando-os e ensinando-os” (Mt 28.19-20).

Ambos, batismo e Pregação, ensino, nos dão a fé. Mas, o ensino, a pregação, nos faz permanecer na fé e firmar nossa fé. A pregação, o ensino, é alimento para a fé que enfrenta os mais variados ataques durante a semana. Deus disse: “Vocês têm seis dias para trabalhar, porém não trabalhem no sétimo dia, nem mesmo no tempo de arar ou de fazer a colheita” (Ex 34.21; Lv 23.3; Dt 5.13-14).

Nesses dias de isolamento deparei-me com algumas anotações de uma oração escrita por minha esposa. Ela registrou a data da oração (27/11/2016). Havíamos perdido o primeiro filho e, ela muito abalada ainda confiante, escreveu: uma carta para Jesus.

Peço meu Deus, esteja me ouvindo. O Senhor sabe o meu maior desejo. Realiza meu sonho e me dê o maior de todos os presentes. Deixe eu colocar mais um nome em minha família. Eu e meu esposo agradecemos. Mostre-me o sinal que tanto preciso. Obrigado Pai por tudo. Amém!

Veio outra gravidez e mais um aborto retido. Outra gravidez, outro aborto retido. E por fim, a Maria Clara.

Querido irmão e irmã em Jesus! Sabe aquele aparente silêncio de Deus? Quando Deus parece demorar atender e antes de atender, permite e até fala coisas que incomodam. Então! Tudo isso é para nos levar a suplica e a confissão. Jesus não está distante. Ele prometeu estar conosco todos os dias, até o fim dos tempos! (Mt 28.20). Amém!

ERT

Edson Ronaldo TREssmann

terça-feira, 8 de agosto de 2023

Cuidado com a rejeição a Palavra de Deus!

 13 de agosto de 2023

Salmo 18.1-6; Jó 38.4-18; Romanos 10.5-17; Mateus 14.22-33

Texto: Romanos 10.9

Tema: Cuidado com a rejeição a Palavra de Deus!

 

Não há nada pior que a rejeição!

Pais rejeitam filhos. Filhos rejeitam seus pais. Sentir-se rejeitado é a pior situação que alguém pode viver.

Rejeição é o tema de Romanos 10.

O povo de Israel rejeitou a graça salvadora de Deus em Cristo Jesus. O apostolo João escreveu: “veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11).

Israel, o povo de Deus, a quem foram enviados os profetas que anunciaram a vinda do Messias, mas, quando veio, seu povo o rejeitou.

Ao escrever a carta aos Romanos, o apostolo Paulo escreve 3 aspectos da rejeição por parte de Israel.

Romanos 10.1-13: os motivos da rejeição

Romanos 10.14-17: a solução para essa rejeição

Romanos 10.18-21: os resultados da sua rejeição

O que leva alguém rejeitar outra pessoa?

São vários os motivos que levam alguém rejeitar outra pessoa, um presente, uma ajuda.

Mas, o que levou o povo de Israel rejeitar a justiça de Deus em Cristo?

Os versos 1 ao 13 do capítulo 10 de Romanos mostram que Israel rejeitou o Messias por 4 razões:

1 – não sentiam necessidade da salvação;

2 – possuíam grande zelo por Deus a ponto de torna-los fanáticos;

3 – orgulho e hipocrisia;

4 – interpretavam incorretamente sua própria lei;

Alguma dessas razões são motivos atuais para que muitos rejeitem a graça de Deus em Jesus. Quantas pessoas não se julgam pecadoras e rejeitam a salvação? Outras, que estão presas ao fanatismo religioso e assim, se tornam orgulhosas e hipócritas e interpretam a lei para exaltar a si mesmo e rejeitar os outros?

Os israelitas estavam presos a justiça da lei, a qual nenhum ser humano consegue cumprir (Rm 3.10,12; Sl 14.3; 53.3; Ez 17.9; Mq 7.2; Ec 7.20; ...). E se exaltavam a ponto de se tornarem zelosos o que levava os mesmos a rejeitarem as pessoas que não conheciam a lei de Deus e que não as cumpriam. Seu orgulho os levou a rejeitar o próprio Cristo que veio para resgatar os pecadores, e nunca se esqueçam, “de todos os pecadores eu sou o pior” (1Tm 1.15), e se vocês conhecessem os meus pecados, me odiariam e rejeitariam. E Deus, em seu Filho Jesus, mesmo sendo eu pecador, o qual faz com que pessoas me rejeitem, não me rejeitou e nem me rejeita. Pelo contrário veio ao meu encontro.

E ao falar sobre o encontro de Deus em Jesus para salvar, eis que Paulo escreve aos Romanos o segundo aspecto diante da rejeição.

Quando jovem, quando se queria conquistar uma pessoa, fazia-se de tudo para ser notado e não ser rejeitado pela sua pretendente. Assim, buscava saber o que a pessoa gostava para possivelmente fazer algo que fosse aceito e não rejeitado. Ninguém gosta de ser rejeitado, nem Deus. Afinal, o único pecado para o qual não há perdão da parte de Deus é a rejeição a graça divina, o pecado contra o Espírito Santo.

Deus não quer ser rejeitado, por esse motivo, destaca que só há um meio pelo qual o ser humano não seja rejeitado por Deus eternamente: crer em Jesus! Mas, não creio por minha própria força ou razão.

Por esse motivo, Deus nos oferece e dá a solução para crer! Ouvir a Palavra de Deus, ela produz a fé que dá a salvação! (Rm 10.17).

E para que essa Palavra de Deus seja ouvida pelas pessoas para que creiam e sejam salvas, Deus envia seus arautos, seus jornalistas.

O apostolo Paulo que tornou-se um fanático perseguidor da igreja por causa do seu zelo a lei de Deus (Fp 3), atingido pela Palavra de Deus que disse que ele era perseguidor e não cumpridor da lei de Deus, tornou-se um dos maiores arautos de Cristo.

E aos Romanos cita o profeta Isaías 52.7 e Naum 1.15. Parece estranho citar Naum. Afinal, a mensagem desse profeta é sobre a destruição de Nínive. Deus foi paciente com Nínive. 150 anos antes de Naum, Jonas foi enviado a essa cidade. Mas, por terem abandonado o Senhor, agora chegou o momento do julgamento e essa notícia, boa nova para os judeus que os tinham como inimigos, tornou os pés de Naum formosos.

O profeta Isaías anuncia que os pés formosos eram e são daqueles que anunciaram e anunciam a derrota dos inimigos do povo de Israel e que o Messias reinava em Jerusalém.

Pés formosos têm aqueles que anunciam ainda hoje a salvação oferecida por Deus em Jesus e concedida através da pregação.

Para não ser rejeitado, a pessoa faz qualquer coisa. Deus, para não ser rejeitado continua enviando mensageiros que proclamem a sua Palavra para que as pessoas creiam e assim sejam salvas.

Mas, mesmo que a Palavra seja pregada, Paulo ao citar Isaias (53.1) destaca que no tempo em que o profeta Isaías pregou o povo não creu na Palavra de Deus.

A fé, meio pelo qual Deus concede a salvação, não é escolha ou decisão humana, mas obra de Deus pela sua Palavra. Por isso envia pregadores e deseja que sua Palavra anunciada por esses arautos seja ouvida.

As portas estão escancaradas para a pregação do evangelho. Nunca a igreja se ocupou tanto em transmitir a Palavra de Deus pelas redes sociais como têm feito nesse tempo de pandemia.

A igreja como um todo está sendo o jornal vivo de Deus, transmitindo a mensagem da boa nova da salvação em Cristo Jesus. Afinal, o que salva é a fé em Jesus Cristo, e essa fé faltava para os judeus presos a lei. Essa fé falta para muitos em nossos dias, por isso, nós que recebemos a fé pela Palavra de Deus somos os enviados para confessar que Jesus é Senhor e assim pela Palavra, pessoas venham a crer e serem salvas. Amém!

ERT

Edson Ronaldo TREssmann

segunda-feira, 31 de julho de 2023

Providência de Deus!

 06 de agosto de 2023

Salmo 136.1-9; Isaías 55.1-5; Romanos 9.1-5; Mateus 14.13-21

Texto: Mateus 14.13-21

Tema: Providência de Deus!

 

O povo parece ter sido pego de surpresa, afinal, ao saber da notícia do assassinato de João Batista, Jesus foi para outro local solitário, distante da civilização e assim que descobriram, a multidão a pé foi até onde Jesus estava indo.

Jesus, que precisava de descanso e junto a outros discípulos, se recuperar da notícia de assassinato de João Batista, ao sair do barco e ver aquela multidão “ficou com pena deles” (Mt 14.14). Por ter se condoído por dentro, Jesus curou e ensinou àquela multidão e aos discípulos uma valiosa lição. Pelo visto a lição foi deslumbrante, afinal, é um dos únicos milagres registrado pelos quatro evangelistas e cada evangelista dá elementos importantes para entender todo o ocorrido.

É preciso mensurar que era um período difícil e tumultuado no ministério de Jesus. O capítulo 12 de Mateus mostra certa relutância ao ministério de Jesus Cristo, onde era acusado de ser o próprio demônio (Mt 12.24). No final do capítulo 13 (Mt 13.57) os da sua cidade, Nazaré, se escandalizaram dele. No início do capítulo 14, Mateus registra o assassinato de João Batista que já estava preso por causa da proclamação do evangelho.

Assim como apresentava os evangelistas Lucas e João, Mateus também destaca que havia muitas dúvidas a respeito de Cristo. Quem era Jesus? Afinal, esse Messias não parecia ser aquele prometido pelos profetas.

O texto da multiplicação dos pães e dos peixes, no contexto de Lucas, aparece logo após o retorno dos discípulos que haviam sido enviados por Jesus Cristo para pregar a mensagem do Reino de Deus e curar doentes (Lc 9.1-6, 10). Após o relato de um aparente sucesso na empreitada, Jesus visa ensinar uma grande lição.

O contexto desse episódio no evangelho de João se dá diante de uma afirmação de Jesus: “as pessoas não vinham a ele para ter vida” (Jo 5.40). As pessoas duvidavam das Escrituras, do Pentateuco de Moisés, e de Jesus Cristo (Jo 5.46-47).

No relato da multiplicação temos os discípulos que haviam presenciado e até realizado milagres pela autoridade de Cristo. Temos a multidão que buscaram Jesus por terem presenciado milagres de Cristo, e ambos, presenciam o maior de todos os milagres. Um milagre semelhante ao milagre que o povo de Deus vivenciou enquanto caminhavam no deserto: o maná.

Ante as dúvidas e a rejeição em relação a Cristo, o apostolo João relata que àqueles que viram o milagre da multiplicação, confessaram: “De fato, este é o Profeta que devia vir ao mundo” (Jo 6.14). Essa exclamação é o reconhecimento do povo de que Deus estava cumprindo sua promessa anunciado para e por Moisés (Dt 18.15). Era como se o povo estivesse dizendo: Deus está aqui com seu Profeta.

O cenário que envolve esse grande milagre era de rejeição a pessoa de Cristo, era de dúvidas sobre quem era Jesus e, a morte de João Batista. O oposto era a alegria dos discípulos dos resultados da pregação e cura que haviam realizado. Em meio à nostalgia, se encontram diante de um problema. Cerca de 12 mil com fome. Era preciso 200 moedas de prata para comprar pão para toda aquela multidão. Após fazerem uma vaquinha, só recebem de um menino, cuja mãe era bem atenta, 5 pães e 2 peixes.

Ante esse problema social, os discípulos só enxergam uma solução: “Mande essa gente embora, a fim de que vão aos povoados e comprem alguma coisa para comer” (Mt 14.15). No entanto, Jesus dá outra sugestão: “Deem vocês mesmos comida a eles” (Mt 14.16).

Como? Não é possível? Só Deus é capaz de fazer! Não temos 200 moedas de prata, apenas 5 pães e 2 peixes.

Discípulos - haviam acabado de relatar sucesso numa empreitada. Agora, cheios de dúvida e inquietação. Os discípulos que estavam na prova prática da fé, temem e questionam que não há o que fazer. A multidão que buscava apenas o milagre físico, cheios de incertezas e interrogações, parecia que nada encontrariam. O apostolo João diz que esse evento, a multiplicação, foi um momento de prova prática da fé (Jo 6.6).

O Jesus que se condoeu da multidão, iria, assim como Deus no deserto, providenciar o necessário a ponto de se fartarem (Mt 14.20).

Deus deu maná no deserto! Deus, por meio de Elias, não deixou que secasse a farinha da tigela e nem o azeite no jarro da viúva de Sarepta (1Rs 17.16). Deus, por meio do profeta Eliseu, providenciou alimento para 100 profetas tendo apenas 20 pães (2Rs 4.42-44).

Recordemos que no dia 01 de dezembro de 2019, o mundo recebeu a notícia de uma possível doença altamente contagiosa. O primeiro caso foi detectado em 31 de dezembro de 2019. Perguntas! Dúvidas! Medo! Pavor!

A medida que o vírus ia se espalhando, o mundo começou a discutir os possíveis resultados do caos social e econômico. A OCDE previu que seriam necessários longos anos para que o mundo se recuperasse economicamente. Estudos indicavam que de cada 100 empresas, 50 abririam falência. O mundo passaria a contar com milhões de desempregados. Perguntas! Dúvidas! Medo! Pavor!

O mundo passou a orar para que uma vacina fosse desenvolvida. E, esse mundo, que contou muitos meses de paralisação, após todo esse episódio não se deu conta de que Deus esteve agindo e oferecendo o necessário para o corpo e a vida.

O mundo que previu quebradeira, desemprego, fome, caos social, é um mundo que há tempos deixou de se saciar com as bênçãos de Deus ignorando-as. Recordemos que, além da Pandemia, uma nuvem de gafanhotos devorou plantações e pastagens.

O mundo que vive a tragédia do muito sem Deus, precisou viver em meio ao caos esperando em Deus.

Deus continua provendo o necessário! Todo tempo de solidariedade, tempo em que pessoas foram auxiliadas por medidas governamentais de auxílio financeiro, o ponto é: Deus está de uma maneira ou outra provendo sustento.

No tempo de Pandemia passamos o período prático da fé. Deus, como sempre o fez nos sustentou. A tigela não esteve seca e nem o jarro sem azeite. Os poucos pães foram divididos e muitos alimentados.

No tempo prático de fé, aprendemos que Deus providenciou todo necessário, assim como sempre o fez. Cada dia a providência especial de Deus se faz presente em nossa vida: o pão nosso de cada dia nos dá hoje! Deus continua presente e socorre os seus. Amém!

 

Edson Ronaldo Tressmann

terça-feira, 18 de julho de 2023

Vida que está por vir

 

23 de julho de 2023

Salmo 119.57-64; Isaías 44.6-8; Romanos 8.18-27; Mateus 13.24-30,36-43

Texto: Rm8.22ss

Tema: Vida que está por vir

 

O que o apóstolo Paulo escreve aqui, perece ter sido esquecido por uma boa parcela da população. Ele fala da vida que está por vir. Você tem pensado nisso? Olhar para o futuro, pensar nele, chega assustar. Mesmo que se tenha avançado e se tenha ocorrido muitas melhorias na área da tecnologia, informação, conhecimento, saúde, em outras áreas estamos indo de mal à pior.

Nos últimos 150 anos, a humanidade experimentou mais mudanças do que em toda a história anterior, ou seja, 150 anos se avançou o que não se avançou em 5.633 anos (5783 anos tem a terra). Até pouco tempo atrás, uma geração para outra se dava num intervalo de 20 a 25 anos. Grandes mudanças surgiam com o nascimento de uma nova geração (os pais viviam uma realidade, os filhos outra e os netos outra). Atualmente, a cada dois anos é necessário reformular nossas ideias, conceitos e estilo de vida. Nã6 há intervalo entre as gerações.

Quando criança, não havia energia elétrica em nossa casa durante 24 hrs no dia. Até os 20 anos, minha viagem mais longa foi de 70 km. Hoje, possuo vários aparatos eletrônicos e se faz reunião com várias pessoas sem sair de casa.

As famílias, quando estão reunidas precisam se esforçar para não acabarem discutindo devido as muitas diferenças filosóficas.

Esta aceleração do tempo, do ritmo de vida, é apenas um dos indícios do que o apostolo Paulo fala no verso 22 da carta aos Romanos capitulo 8. Além disso, houve um aumento da violência, aumento dos desastres naturais, falsos profetas e outros sinais de que a criação está prestes a dar a luz. Mas a intenção de Paulo não é gerar desânimo, pelo contrário, é apontar para a esperança, pois os problemas que estamos vivendo hoje e ainda por algum tempo, não podem ser comparados com a glória que está por vir (Rm 8.18). Toda esta turbulência que estamos vivendo hoje são as dores de parto que a criação de Deus está passando! Eu considero esta comparação de Paulo tremenda, porque há algumas coisas importantes sendo ditas aqui. Uma delas é que não será apenas a nossa alma que será redimida, mas toda a criação (Rm 8.19-21). Ou seja, o pecado gerou destruição e morte em toda a criação (florestas são devastadas, animais são extintos, rios são poluídos, etc.) por isso, também ela será libertada juntamente com os filhos de Deus. Ou seja, quem será destruído e erradicado (lançado ao inferno) será o homem e a mulher que negam a existência de Deus e rejeitam Jesus como Salvador e Senhor. O universo não tem culpa disso, então não há motivo para Deus o destruir. Estamos caminhando para um desfecho da vida e da história como a conhecemos. Até pouco tempo atrás, este assunto era visto como um mito religioso, mas atualmente, tem ganhado destaque no cinema, em documentários e até nos meios científicos e acadêmicos. Outra coisa importante que Paulo escreve, é que a vida terá continuidade, porém de maneira diferente como a conhecemos hoje. É a nova vida que a Palavra de Deus nos comunica (Mt 24.3-14). Presenciar isto é um anseio de Paulo e deve ser o anseio de todo aquele que é nascido espiritualmente (Rm 8.22-23).

Você tem orado pela volta de Jesus? Você tem vivido nesta expectativa da nova vida? Ou a tua vida está tão boa que você não quer que mude?

Existem duas situações doentias, uma delas é idolatrar a própria vida e não conseguir viver sem ela. A outra é detestar a própria vida e não conseguir viver com ela. Mas desejar o encontro com Cristo, desejar a eternidade é saudável. É testemunhar da esperança na qual fomos salvos.

A volta de Cristo deve ser a nossa esperança, deve ser um dos alicerces da nossa fé. Talvez alguns estejam aguardando dados mais concretos sobre isto, mas vejam o que Paulo escreve nos versos 24 - 25. O que temos por enquanto são a Palavra de Deus, alguns sinais proféticos e a esperança. Paulo descreve esta esperança como um gemido interno que nos faz caminhar numa direção, mesmo não tendo a visibilidade e elementos concretos do ponto de chegada. Há um vídeo do pouso de um avião em meio à uma densa neblina. Os pilotos não tinham nada além dos sinais no seu painel. Mas se orientaram por eles e pousaram em segurança. Quando nos guiamos pela fé e pela esperança, não significa acreditar em qualquer coisa, mas acreditar nos sinais e na orientação clara da Palavra de Deus. Aqui entra um elemento fundamental, o Espírito Santo (Rm 8. 26 – 27).

Num primeiro momento, parece que Paulo muda de assunto, pois escreve agora sobre a oração. Mas a oração à que Paulo se refere, não é aquele momento solene, cujas palavras são recitadas com certa formalidade e que nem todos arriscam fazer. A oração a que Paulo se refere é este gemido interior, da alma, que nem sempre é possível traduzir em palavras. Esta oração é aquele momento em que o Espírito de Deus se encontra com nosso Espírito e ocorre um diálogo que somente os dois entendem.

Creio que todos os cristãos podem ter este momento de intimidade com Deus. Pois o resultado desta intimidade com Deus, concedida pelo Espírito Santo é o que possibilita enxergar, reconhecer e confiar nos sinais que Deus nos dá. Sem o agir do Espírito Santo, a palavra e os sinais serão indecifráveis, incógnitos e obscuros. É por isso que muitos não entendem o Evangelho. Quem vai te dar clareza do Evangelho, entendimento dos sinais, a certeza da salvação e a esperança sobre a vida futura é o Espírito Santo. Amém

segunda-feira, 10 de julho de 2023

Eficácia da Palavra

 16 de julho de 2023

Salmo 65.9-13; Isaías 55.10-13; Romanos 8.12-17; Mateus 13.1-9,18-23

Tema: Eficácia da Palavra

 

Isaías capítulo 40 a 55 reflete sobre teologia da palavra. No capítulo 40 faz um contraste entre o ser humano e Palavra de Deus. O ser humano é passageiro como a erva e flor e a Palavra é Eterna (Is 40.6-8). A Palavra foi o meio usado por Deus na criação do Universo (Is 40.26); Deus colocou ordem na terra através da Palavra (Is 48.26); e ele pode continuar usando este poder para transformar a natureza (Is 50.2).

Esta Palavra revela também o plano salvífico de Deus anunciadas nas profecias. Através delas ele antecipou seu plano de salvação (Is 42.9; Is 46.10; Is 48.3-6). É neste trecho que ele anuncia o sofrimento e triunfo do Messias – chamado de “meu Servo” (Is 52.10-Is 53.12). Este servo que reinaria em pessoa e assustaria todos os reis terrenos (Is 52.15), sofreria em favor de toda a humanidade (Is 52.12-14), mas sua segunda vinda deixará os reis sem saber o que falar (Is 52.15). Os homens rejeitara sua mensagem (Is 53.1); sua pessoa (Is 53.2) e também a sua missão (Is 53.3). Seu sofrimento em lugar dos homens faria que fosse expulso entre Deus e homens (Is 53.4-6); embora fosse submetido ao sofrimento (Is 53.7), à morte (Is 53.8), e ao sepultamento (Is 53.9). O resultado disto é que ele seria exaltado e recompensado ricamente (Is 53.10-12). O pecado de toda a humanidade foi colocado sobre o “Servo do Senhor”.

O resultado disto seria que as “fronteiras de Israel se estenderiam para todos os lados”. “As cordas das barracas” serão estendidas (Is 54.2-3). Isto significa que ação do “Servo do Senhor” iria beneficiar todas as nações. Javé então seria “o Deus de toda terra” (Is 54.5; 49.6). Javé volta oferecer sua “misericórdia” ou “amor inabalável” (hesed) e “a aliança da paz” (Is 54.5,9-10).

A oferta gratuita da salvação era feita a todas as nações através do filho, descendente de Davi (Is 55.1-9). Isto é mencionado em Atos 13.45-49; Atos 26.22-23.

Assim, a perícope de Isaías 55. 10-11 é um tipo de conclusão deste trecho e mostra a eficácia da Palavra de Deus. A Palavra poderosa do Criador é comparada à chuva, que infalivelmente produz seu efeito na terra (Salmo 65.9-13). É uma comparação expressiva para as pessoas dos países do Oriente. Depois das primeiras chuvas da primavera (março e abril), o deserto morto de Judá volta a ficar verde.

Para nós esta verdade também se torna perceptível. O efeito da chuva é notado com facilidade após uma estiagem. A grama seca começa a ficar verde logo no dia seguinte a precipitação da chuva. A chuva não deixa de produzir um resultado positivo e assim a Palavra é eficaz e sempre produz um resultado positivo no coração daquele que a ouvem e a entendem (Mt 13.23). Não existem forças humanas ou sobre-humanas que possam impedir a ação de Deus através palavra e impedir que o plano salvífico se concretize.

Após falar isto, o povo recebe a garantia do retorno da tribo de Judá da Babilônia para sua terra (Isaías 55. 12-13). Isto é garantia do cumprimento da aliança e concretização do plano de salvação de Deus em Jesus.

ERT

terça-feira, 4 de julho de 2023

Descanso para a alma

 Salmo 145.1-14; Zacarias 9.9-12; Romanos 7.14-25; Mateus 11.25-30

Texto: Mt 11.25-30

Tema: Descanso para a alma

 

O ser humano busca e necessita de descanso.

Deus, desde a criação, deseja dar descanso ao ser humano (Gn 2.2). No sexto dia, Deus criou o homem, e já descansou em Deus, pois tudo estava preparado para usufruto do homem.

O ser humano busca e necessita de descanso. Onde encontrar? Para as fadigas humanas encontra-se descanso numa praia, num sitio, ... O que destrói o descanso é a avareza.

Estamos em meio à cultura da produtividade, da competição, da eficiência. Isso cansa, gera raiva, angustia e tristeza. É preciso descansar!

E o descanso para a alma? Há pessoas com a alma doente!

O salmista Davi convida: “Descansa no Senhor e espera nele” (Sl 37.7), e no Salmo 145 escreveu: “O Senhor sustém os que vacilam e apruma todos os prostrados” (Sl 145.14). A alusão é para aqueles que não têm poder de ir por si mesmos; que se afundariam sob os encargos da vida se não fossem apoiados.

O ser humano busca e necessita de descanso.

Ao escrever a carta aos Romanos, o apostolo Paulo destaca um descanso necessário: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo dessa morte?” (Rm 7.24) e louva a Deus “por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 7.25).

Muitos pregadores chamaram o texto de Mateus 11.25-30 a pérola mais preciosa do Evangelho de Mateus. E a razão para isso é o extraordinário convite de Jesus: “Venham a mim, todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso” (Mt 11.28).

Esse convite de Jesus tem um contexto especial e muito nos ensina sobre a misericórdia de Deus.

Jesus enviou os seus e destacou as mais variadas situações diante da mensagem do Reino (Mt 10). Jesus falou sobre a perseguição, injúria prisão, inimizade dentro da família. Jesus realizou milagres em Corazim e Betsaida e as pessoas reagiram com incredulidade. João Batista estava preso por ser o precursor de Jesus (Mt 11.2). Diante da situação de juízo e condenação, Jesus convida: Venham a mim, todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso” (Mt 11.28).

Com esse convite, Jesus reforça o que havia dito para os discípulos de João Batista: “Felizes são aqueles que não abandonam a sua fé em mim” (Mt 11.6). É uma luz em meio a escuridão! É uma palavra para os que estão na cidade que persegue, odeia e dúvida a respeito da mensagem de Jesus Cristo.

Recorde-se: em Jesus Cristo, o descanso é certo!

Ao agradecer a Deus por revelar essa verdade às “pessoas sem instrução” e “esconder dos sábios e instruídos”, Jesus está alertando os líderes religiosos. Eles diziam possuir todo sistema de regulamento e a observância dessas regras como requisito de bênçãos e salvação. Recordemos que Saulo, por causa dessas regras e de todo sistema religioso, tornou-se fanático e perseguidor da igreja, no entanto, em Jesus Cristo, “jogou tudo fora como se joga o lixo” (Fp 3).

O apostolo Paulo aprendeu que o verdadeiro descanso para a ala está em Cristo. Para oferecer esse descanso a outras pessoas, trabalhou arduamente e escreveu cartas para deixar esse verdadeiro descanso registrado.

Infelizmente ainda há muitas pessoas buscando descanso fora de Jesus Cristo.

O convite de Jesus: Venham a mim, todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso” (Mt 11.28), é aberto para todos. Há pessoas cansadas do legalismo, da imposição de regras. Há pessoas cansadas do moralismo. Há pessoas cansadas da observância dos ritos religiosos como obrigação. Há pessoas cansadas da prática da caridade como requisito de salvação.

Ao convidar, venham a mim, Jesus destaca, creia apenas em mim. Fora de Cristo não há salvação.

Para seguir nossa reflexão, é necessário destacar o fato das versões não diferirem na primeira parte: “Vinde a mim”. Todavia, uma possível tradução de πρός με seria “comigo”.

No texto original os particípios estão no vocativo (κοπιῶντες e πεφορτισμένοι) e isso é importante, pois indica que Jesus faz um convite amoroso e não dando uma ordem para busca-lo.

A ideia é tal como convidar uma pessoa com fome para sentar-se e comer a refeição que já está pronta.

O termo πεφορτισμένοι (sobrecarregado), além de ser um vocativo, é também um particípio passivo perfeito, indicando que alguém colocou alguma carga nas pessoas e isso as deixou sobrecarregadas e cansadas. Por isso, Jesus destaca no seu convite a palavra ἀναπαύσω (alivio).

Observe que o alivio, o descanso, só é encontrado em Cristo.

Jesus está destacando o descanso nEle, em detrimento da lei do sábado.

Chama atenção o fato de Jesus destacar o descanso, mas falar sobre carga, jugo, canga.

Como carpinteiro, possivelmente Jesus fez muitas cangas para muitos clientes do seu pai José. A canga é colocada sobre animais para executar seu trabalho.

A palavra jugo (canga) é uma metáfora para destacar duas coisas: se é um discípulo e está a serviço no Reino de Deus.

No Novo Testamento a palavra jugo é sempre usada como metáfora usada para referir-se a liderança religiosa que por seus preceitos colocava pesadas cargas sobre as pessoas. E dessa forma, enquanto os líderes colocavam o jugo da lei, Jesus coloca o jugo do Reino, suave e leve.

Como discípulo e no serviço – aprendemos a ser mansos e humildes. Ser manso e humilde é amar a verdade e estar sob seu poder.

Sem isso não se é discípulo – pois sem amor a verdade e se colocar sob seu poder é cair na tentação do ego. E meu ego pecaminoso me conduz até para onde não quero ir.

A verdade é só uma: Jesus (Jo 14.6). Estar sob essa verdade, é ser liberto (Gl 5.13). Não há mais sobrecarga, apesar de se estar a serviço.

Jesus ao fazer o convite e destacando quem é o Pai, está reafirmando a critica feita aos judeus pelos profetas Isaías e Jeremias (Is 5.21; 29.14-19; Jr 9.22ss) e destaca para que apenas o sigamos. Levantar-se, sentar a mesa e saborear a refeição.

Jesus não exige nada das pessoas, por isso, “seu jugo é suave, e seu fardo é leve”.

Jesus louva ao Pai. Ele reconhece como Deus é maravilhoso, afinal, enquanto João Batista está preso e o Reino de Deus ser atacado por perseguições, calúnias, prisão, desentendimentos familiares, incredulidade, Deus age no mundo para dar descanso.

Eu preciso do descanso de Deus em Jesus, pois, “nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto... o pecado habita em mim... em mim não habita bem nenhum... o mal que não quero, esse eu faço... a lei de Deus guerreia contra mim... Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7.15, 17, 18, 19, 23, 24), e assim junto com o apostolo Paulo, damos “graças a Deus por Jesus Cristo” (Rm 7.25) e junto com Jesus damos “graças a Deus por ter revelado isso a nós, seus pequeninos” (Mt 11.25).

Para terminar, ouça novamente as palavras de Jesus: “Venham comigo todos os que estão cansados e sobrecarregados que eu darei alivio a vocês. Venham junto comigo e aprendam de mim, pois sou bondoso e humilde no coração e vocês acharão descanso para a alma. Pois eu sou bom e a minha carga é leve” (Mt 11.28-30). Amém!

 

ERT

Edson Ronaldo Tressmann

Entre lógicas: do mundo e do Reino de Deus! (Lc 16.1-15)

  21 de setembro de 2025 Décimo quinto domingo após Pentecostes Salmo 113; Amós 8.4-7; 1Timóteo 2.1-15; Lucas 16.1-15 Texto: Lucas 16...