domingo, 7 de setembro de 2025

Em caso de desorientação: a ovelha perdida e a esperança de retorno!

 14 de setembro de 2025

Décimo quarto domingo após Pentecostes

Salmo 119.169-176; Ezequiel 34.11-24; 1Timóteo 1.12-17; Lucas 15.1-10

Texto: Salmo 119.176

Tema: Em caso de desorientação: a ovelha perdida e a esperança de retorno!

 

Como ovelha perdida, tenho andado sem rumo. Ó Senhor Deus, vem buscar este teu servo, pois não esqueço os teus mandamentos!” (Sl 119.176)

 

Essa passagem expressa a profunda sensação de estar perdido, de ter se desviado do caminho, mas, ao mesmo tempo, de manter viva a lembrança da Palavra de Deus e o desejo sincero de retornar à sua presença. É a oração de alguém que, mesmo na angústia, sabe que sua verdadeira casa e seu verdadeiro Pastor estão com Deus.

Essas palavras nos remetem à conhecida Parábola da Ovelha Perdida, contada por Jesus em Lucas 15.3-7 e Mateus 18.12-14. Jesus usou essa história para ilustrar o cuidado e a alegria de Deus por cada pessoa que se perde, mas é encontrada. Ele não quer que ninguém se perca e se alegra imensamente ao resgatar uma vida que se desviou.

A imagem do pastor que deixa noventa e nove ovelhas para buscar uma única perdida nos mostra que, para Deus, cada um de nós é inestimável. A busca do pastor não é uma cobrança, mas um ato puro de amor e de resgate.

No Salmo 119, o maior da Bíblia, cada verso é um louvor à Palavra de Deus. A última estrofe, que contém o versículo 176, combina um lamento de angústia com uma declaração de fé e esperança.

Quando o salmista se descreve como uma “ovelha perdida”, ele usa uma metáfora reflexiva. Ovelhas são animais vulneráveis, facilmente desorientados, que não conseguem encontrar o caminho de volta sozinhas. Ao reconhecer-se assim, o salmista mostra sua total dependência e fragilidade. O termo hebraico para “perdido” descreve alguém que está alienado, desconectado e sem rumo.

Seu pedido, “vem buscar o teu servo”, não é uma exigência, mas um ato de humildade e entrega. O salmista reconhece que a iniciativa do resgate pertence a Deus. Ele se coloca em sua verdadeira identidade, a de servo de Deus, alguém que pertence a Ele e confia que o Pastor virá em seu socorro.

A frase “pois não me esqueci dos teus mandamentos” não é uma justificativa para o resgate, mas um sinal de esperança. Ela mostra que, mesmo em meio ao desvio, a lei de Deus permanece em seu coração. A Palavra não é apenas um conjunto de regras, mas a voz de Deus que nos chama de volta.

Lembrar-se dos mandamentos, mesmo no erro, é um sinal de que o Espírito de Deus ainda está agindo. Assim como o Filho Pródigo, que se lembrou da bondade do seu pai, a lembrança da Lei de Deus nos dá a esperança de que existe um caminho de volta e que a salvação depende não da nossa perfeição, mas da graça de Deus em nos buscar.

A Lei de Deus, mostra o estado de “ovelha perdida”. A consciência que nos fala de acordo com a Lei de Deus nos faz ver o quanto “tenho andado sem rumo” (Sl 119.176). Diante disso, a oração: “Ó Senhor Deus, vem buscar este teu servo” (Sl 119.176) é a expressão de fé naquele que vem ao encontro para restaurar a caminhada.

O salmista reconhece-se pecador e confia inabalavelmente na graça de Deus.

As palavras: “Ando errante como ovelha perdida; vem buscar o teu servo, pois não me esqueci dos teus mandamentos” (Sl 119.176) são de alguém que deseja ser resgatado.

A riqueza teológica e espiritual dessa última estrofe desse Salmo 119 reside na combinação de um lamento de angústia com uma declaração de fé e esperança.

No seu contexto original é preciso destacar que esse é o maior salmo da Bíblia. Todos os 176 versículos visam entoar um hino de louvor a lei de Deus descrita como mandamentos, estatutos, preceitos e testemunho.

A metáfora “Como ovelha perdida, tenho andado sem rumo” (Sl 119.176) no mundo antigo era extremamente poderosa.

Ovelhas são animais que facilmente se perdem, são extremamente vulneráveis, pois dependem de alguém que as guie. Perdida, uma ovelha, não consegue encontrar o caminho de volta sozinha.

Nesse contexto, o salmista se diz se vulnerável e desorientado.

O termo hebraico que descreve perdido significa alguém desviado do caminho, é alguém desorientado, fragilizado e alienado. Está desconectado e perdido no mundo.

O pedido para que seja buscado indica que por si só, não pode encontrar o caminho de volta. Precisa ser buscado e levado de volta.

Ao se dizer como servo o salmista reforça sua identidade e vínculo com Deus. Ele sabe que é de Deus, pertence a Deus.

A frase: “pois não esqueço os teus mandamentos” não é uma chantagem. É um sinal de esperança, por saber quem é esse Deus. Diz que mesmo que sua vida seja errante, a lei de Deus está em seu coração e por isso, não é um perdido por completo.

Em algum momento da vida você se sentiu desorientado?

Temos crises de fé, momentos de angústia, em alguns momentos o caminho de Deus é distante e confuso. Essa breve oração (Sl 119.169-176) nos dá palavras para falar com Deus sobre a nossa fragilidade.

A imagem da ovelha perdida encontra sua plena realização no Bom Pastor Jesus Cristo. Quando ouvimos na leitura de Lucas 15, Jesus contando a Parábola da Ovelha Perdida, Ele nos revela que Deus é o Pastor que ativamente busca o que se perdeu. Dessa forma, podemos também refletir que o clamor do salmista “vem buscar este teu servo” é o que Deus, em Cristo, veio fazer por nós. Ele é a resposta divina ao nosso clamor de busca e socorro.

O fato de o salmista não se esquecer dos mandamentos sublinha a importância da Palavra de Deus em nossa vida. A Palavra não é apenas um conjunto de regras, mas a voz de Deus que nos chama de volta quando nos desviamos. Mesmo quando o coração está confuso, a lembrança da Palavra nos dá a esperança de que existe um caminho de volta.

O consolo que este texto nos traz ensina que a nossa salvação não depende de quão bem “andamos” ou de quão “não errantes” somos. Dependemos da ação graciosa de Deus em nos buscar. O salmista não foi resgatado porque era perfeito.

Somos lembrados por essa oração do salmista que, mesmo em nossa condição mais vulnerável e desorientada, a nossa fé se manifesta não na nossa capacidade de encontrar o caminho, mas na nossa súplica a Deus para que Ele nos encontre no nosso caminho. Amém

 

Edson Ronaldo Tressmann

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por seguir esse blog. Com certeza será uma bênção em sua vida.

Entre lógicas: do mundo e do Reino de Deus! (Lc 16.1-15)

  21 de setembro de 2025 Décimo quinto domingo após Pentecostes Salmo 113; Amós 8.4-7; 1Timóteo 2.1-15; Lucas 16.1-15 Texto: Lucas 16...