segunda-feira, 29 de abril de 2019

Por que me persegues? ... Eu sou Jesus!


Texto: Atos 9.4-5
Tema: Por que me persegues? Eu sou Jesus!

O ser humano após a queda, por natureza, é tão cego e corrompido pelo pecado que o seu coração carnal é inimigo de Deus. Por isso, a máxima de Freud que o homem criou Deus é falsa, afinal, tudo o que o homem natural quer é Deus.
O homem por sua natureza, sendo essa pecaminosa, não consegue apaziguar Deus pelas obras da Lei.
Saulo, era assim, um judeu apaixonado pelas tradições dos seus pais. Quanto a lei, fariseu, zeloso (Fp 3). E por seu zelo e amor a tradição religiosa, buscava prender e permitir a morte de cristãos, pois, os do caminho (referência aos cristãos) seguiam uma seita. E sendo uma seita, precisava ser eliminada.
Saulo, amava a Deus, mas acreditava por ter sido criado assim que se alcançava a misericórdia de Deus pelas obras da lei, as quais, após conhecer a Cristo, jogou tudo fora (Fp 3.8).
Após conhecer a Cristo, Paulo anos mais tarde escreveu na segunda carta aos Coríntios que Deus reconciliou consigo o mundo (2Co 5.19).
Saulo, não sabia disso. Por mais que amasse a Deus, não compreendia e nem sequer aceitava o fato de Deus ter permitido seu filho morrer na cruz, afinal, como um bom judeu sabia que maldito todo aquele que for pendurado no madeiro (Dt 21.23), mas, após conhecer Cristo, Paulo entendeu que Jesus tornou-se maldição em nosso lugar (Gl 3.13).
Quando lemos o episódio da conversão de Saulo na estrada para Damasco, precisamos compreender que conversão é a outorga da fé na promessa divina da salvação por causa de Cristo, ao pecador que, através da lei divina, aprendeu a lamentar os seus pecados. E isso aconteceu com Saulo.
Por amor a Deus, ele estava perdido em seu fanatismo, e zeloso pela lei, julgava estar cumprindo a vontade de Deus. Mas, quando Jesus o fez ver que era o próprio Deus que ele estava perseguindo, caiu em si.
A Bíblia foi escrita em duas cores: lei e evangelho. A Bíblia foi costurada com duas linhas: lei e evangelho.
As palavras: Saulo, Saulo, por que me persegues? soaram como uma pregação de lei àquele que julgava estar atuando na causa de Deus.
Será que eu sou um perseguidor de Cristo?
Quando ouço relatos de colegas e congregações que estão em conflito fico pensando: como é possível as pessoas amarem e ao mesmo tempo brigarem pela mesma coisa.
Saulo amava as coisas de Deus – o problema era que não sabia que sua atitude zelosa pela lei e tradição religiosa, era perseguição à Cristo.
Saulo cria em Deus, mas, julgava que sua salvação estava fundamentada na lei de Deus, e por ser zeloso a lei de Deus, tornou-se um fanático perseguidor da igreja.
Mas, quando a luz de Cristo brilhou ao seu redor, e sem ver percebeu que era a Cristo que ele perseguia, chegou à conclusão de que a salvação é um presente gratuito de Deus, como escreveu anos mais tarde aos cristãos da Ásia Menor (Ef 2.8-9).
Saulo perseguia a igreja, os cristãos, por amor a Deus, por amor a lei, a tradição. E nesse sentido, corro um grande risco. O risco de me tornar um perseguidor de Cristo.
Será que eu sou um perseguidor de Cristo?
As palavras do próprio Cristo mostram uma maneira pela qual posso estar perseguindo a Jesus. Ele disse: “Quem recebe vocês está recebendo a mim; e quem me recebe está recebendo aquele que me enviou. Quem receber um profeta, porque este é profeta, terá uma parte da recompensa dele; e quem receber uma pessoa boa, porque ela é boa, terá uma parte da recompensa dela” (Mt 10.40-41). Quando desprezamos o pregador perseguimos a Jesus.
Será que eu sou um perseguidor de Cristo?
Jesus perguntou e respondeu a Saulo e também a nós: Saulo, Saulo, por que me persegues? ... Eu sou Jesus!
Jesus disse: “... aos discípulos: Quem ouve vocês está me ouvindo; quem rejeita vocês está me rejeitando; e quem me rejeita está rejeitando aquele que me enviou” (Lc 10.16). Rejeitar a pregação de um pregador do evangelho, é perseguir Jesus. Paulo aos Tessalonicenses, escreveu: “...Quando levamos a vocês a mensagem de Deus, vocês a ouviram e aceitaram. Não a aceitaram como uma mensagem que vem de pessoas, mas como a mensagem que vem de Deus, o que, de fato, ela é. Pois Deus está agindo em vocês, os que creem” (1Ts 2.13).
Será que eu sou um perseguidor de Cristo?
Sim. Quando tento impedir que o evangelho seja pregado (1Ts 2.16).
O pesquisador, Dr Lucas ao escrever o livro dos Atos dos apóstolos ressalta as muitas perseguições lançadas pelo diabo contra a igreja. E me chama a atenção uma muito especial. Quando os apóstolos recebiam reclamação quanto ao trabalho social da igreja (Atos 6). Os apóstolos então dividiram o trabalho deixando claro que o trabalho deles era de oração e proclamação e dos escolhidos a administração.
Tenho visto que em muitos lugares, pastores e congregações tem sofrido muito por discussões. E as discussões se devem ao amor pelo reino, amor por Jesus e por toda a igreja. Mas, centralizando o trabalho em si mesmo, o pastor se torna um perseguidor de Cristo. Quando os congregados não fazem a função para a qual foram escolhidos, também perseguem a Cristo.
Será que precisamos cair d cavalo? Ficar sem enxergar três dias? Não.
Precisamos apenas olhar para as palavras de Jesus a Saulo e pensar em nós. Amamos a Deus, somos zelosos em seu reino. No entanto, zelamos pelo patrimônio, mas ofendemos as pessoas, não as acolhemos. Em outras circunstâncias, desejamos a pregação, mas menosprezamos o pregador.
A conversão de Saulo foi libertá-lo da escravidão do zelo pela lei que o tornara um fanático perseguidor da igreja.
Ainda hoje, Jesus continua perguntando: ... porque me persegues? ... Eu sou Jesus!
Ainda hoje, é necessário a conversão, ou seja, deixe de olhar para você e seu zelo e olhe para aquele que ressuscitou dos mortos e faz brilhar o seu evangelho em sua vida. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

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