Texto:
Atos 9.4-5
Tema:
Por que me persegues? Eu sou Jesus!
O ser humano após a queda, por natureza,
é tão cego e corrompido pelo pecado que o seu coração carnal é inimigo de Deus.
Por isso, a máxima de Freud que o homem criou Deus é falsa, afinal, tudo o que
o homem natural quer é Deus.
O homem por sua natureza, sendo essa
pecaminosa, não consegue apaziguar Deus pelas obras da Lei.
Saulo, era assim, um judeu apaixonado
pelas tradições dos seus pais. Quanto a lei, fariseu, zeloso (Fp 3). E por seu
zelo e amor a tradição religiosa, buscava prender e permitir a morte de
cristãos, pois, os do caminho (referência aos cristãos) seguiam uma seita. E
sendo uma seita, precisava ser eliminada.
Saulo, amava a Deus, mas acreditava por
ter sido criado assim que se alcançava a misericórdia de Deus pelas obras da
lei, as quais, após conhecer a Cristo, jogou tudo fora (Fp 3.8).
Após conhecer a Cristo, Paulo anos mais
tarde escreveu na segunda carta aos Coríntios que Deus reconciliou consigo o mundo (2Co 5.19).
Saulo, não sabia disso. Por mais que
amasse a Deus, não compreendia e nem sequer aceitava o fato de Deus ter
permitido seu filho morrer na cruz, afinal, como um bom judeu sabia que maldito todo aquele que for pendurado no
madeiro (Dt 21.23), mas, após conhecer Cristo, Paulo entendeu que Jesus
tornou-se maldição em nosso lugar (Gl 3.13).
Quando lemos o episódio da conversão de
Saulo na estrada para Damasco, precisamos compreender que conversão é a outorga
da fé na promessa divina da salvação por causa de Cristo, ao pecador que,
através da lei divina, aprendeu a lamentar os seus pecados. E isso aconteceu
com Saulo.
Por amor a Deus, ele estava perdido em
seu fanatismo, e zeloso pela lei, julgava estar cumprindo a vontade de Deus.
Mas, quando Jesus o fez ver que era o próprio Deus que ele estava perseguindo,
caiu em si.
A Bíblia foi escrita em duas cores: lei
e evangelho. A Bíblia foi costurada com duas linhas: lei e evangelho.
As palavras: Saulo, Saulo, por que me persegues?
soaram como uma pregação de lei àquele que julgava estar atuando na causa de
Deus.
Será
que eu sou um perseguidor de Cristo?
Quando ouço relatos de colegas e
congregações que estão em conflito fico pensando: como é possível as pessoas amarem e ao mesmo tempo brigarem pela mesma
coisa.
Saulo amava as coisas de Deus – o
problema era que não sabia que sua atitude zelosa pela lei e tradição
religiosa, era perseguição à Cristo.
Saulo cria em Deus, mas, julgava que sua
salvação estava fundamentada na lei de Deus, e por ser zeloso a lei de Deus,
tornou-se um fanático perseguidor da igreja.
Mas, quando a luz de Cristo brilhou ao
seu redor, e sem ver percebeu que era a Cristo que ele perseguia, chegou à
conclusão de que a salvação é um presente gratuito de Deus, como escreveu anos
mais tarde aos cristãos da Ásia Menor (Ef 2.8-9).
Saulo perseguia a igreja, os cristãos,
por amor a Deus, por amor a lei, a tradição. E nesse sentido, corro um grande
risco. O risco de me tornar um perseguidor de Cristo.
Será
que eu sou um perseguidor de Cristo?
As palavras do próprio Cristo mostram
uma maneira pela qual posso estar perseguindo a Jesus. Ele disse: “Quem
recebe vocês está recebendo a mim; e quem me recebe está recebendo aquele que
me enviou. Quem receber um profeta, porque este é profeta, terá uma parte da
recompensa dele; e quem receber uma pessoa boa, porque ela é boa, terá uma
parte da recompensa dela” (Mt 10.40-41). Quando desprezamos o
pregador perseguimos a Jesus.
Será
que eu sou um perseguidor de Cristo?
Jesus perguntou e respondeu a Saulo e
também a nós: Saulo,
Saulo, por que me persegues? ... Eu sou Jesus!
Jesus disse: “...
aos discípulos:
Quem ouve vocês está me ouvindo; quem rejeita vocês está me rejeitando; e quem
me rejeita está rejeitando aquele que me enviou” (Lc
10.16). Rejeitar a pregação de um pregador do evangelho, é perseguir Jesus.
Paulo aos Tessalonicenses, escreveu: “...Quando levamos a vocês a mensagem de Deus, vocês a ouviram e
aceitaram. Não a aceitaram como uma mensagem que vem de pessoas, mas como a
mensagem que vem de Deus, o que, de fato, ela é. Pois Deus está agindo em vocês,
os que creem” (1Ts 2.13).
Será
que eu sou um perseguidor de Cristo?
Sim. Quando tento impedir que o
evangelho seja pregado (1Ts 2.16).
O pesquisador, Dr Lucas ao escrever o
livro dos Atos dos apóstolos ressalta as muitas perseguições lançadas pelo
diabo contra a igreja. E me chama a atenção uma muito especial. Quando os
apóstolos recebiam reclamação quanto ao trabalho social da igreja (Atos 6). Os
apóstolos então dividiram o trabalho deixando claro que o trabalho deles era de
oração e proclamação e dos escolhidos a administração.
Tenho visto que em muitos lugares,
pastores e congregações tem sofrido muito por discussões. E as discussões se
devem ao amor pelo reino, amor por Jesus e por toda a igreja. Mas,
centralizando o trabalho em si mesmo, o pastor se torna um perseguidor de
Cristo. Quando os congregados não fazem a função para a qual foram escolhidos,
também perseguem a Cristo.
Será
que precisamos cair d cavalo? Ficar sem enxergar três dias? Não.
Precisamos apenas olhar para as palavras
de Jesus a Saulo e pensar em nós. Amamos a Deus, somos zelosos em seu reino. No
entanto, zelamos pelo patrimônio, mas ofendemos as pessoas, não as acolhemos.
Em outras circunstâncias, desejamos a pregação, mas menosprezamos o pregador.
A conversão de Saulo foi libertá-lo da escravidão
do zelo pela lei que o tornara um fanático perseguidor da igreja.
Ainda hoje, Jesus continua perguntando: ...
porque me persegues? ... Eu sou Jesus!
Ainda hoje, é necessário a conversão, ou seja,
deixe de olhar para você e seu zelo e olhe para aquele que ressuscitou dos
mortos e faz brilhar o seu evangelho em sua vida. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
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