14 de abril de 2019
Domingo de Ramos
Salmo 118.19-29; Deuteronômio 32.36-39; Filipenses 2.5-11; Lucas 23.1-56
Texto da prédica: Fp 2.5-11
Tema: Cristologia prática!
Na África, dois missionários
Moravianos moravam numa linda residência. Próximo havia um leprosário. O que fazer? Fizeram o seguinte:
desceram das alturas e foram morar com os leprosos. Numa das cartas enviadas,
pediam oração, pois um deles já estava com manchas brancas. Quando o primeiro
morreu, o outro pediu um substituto. Quem
iria?
Ele se fez carne. Fez-se nosso vizinho.
A igreja precisa exercer uma pastoral
cristológica. Nossa tarefa é encarnar a presença de Cristo em nosso servir.
O que fez todas as coisas tornou-se humano.
O cristianismo é Jesus Cristo.
O texto de Filipenses era um cântico
cristológico. Observe também os textos de Isaias 41.8 - 9; 49.5 - 6. Em Isaias
53, vê-se que o servo era esperado. Este texto é aplicado cristologicamente em
Atos quando Felipe evangeliza o etíope.
A figura do servo de Yavé é
uma figura da pessoa de Jesus.
Cristologicamente temos que ler o que
está escrito: haja
em vós o mesmo sentimento que houve em Jesus Cristo. É preciso lembrar novamente que esse era um hino
litúrgico, cantado quando o Senhor estava sendo celebrado.
É preciso observar que o desafio
cristológico da igreja é descer a escada, enquanto que a sociedade em geral
busca apenas subir a escada.
Jesus buscou uma escada para descer.
1) “sendo na forma
de Deus...”- forma
é a plena realidade de Deus. Ele era Deus, igual a Deus. Jesus era tão
plenamente Deus como o Pai, e tão humano como cada um de nós, e mais humano
ainda do que nós porque não tinha pecado. Desce por amor, chegando a morrer
como um marginal no império Romano.
2) “se despojou de
si mesmo...”- ou esvaziou-se. Em Isaias 53 é dito que derramou
sua vida na morte.
Paulo aos Filipenses diz que não
buscou o ser igual a Deus, embora era Deus.
No texto de Isaias capítulo 14, temos
Lúcifer, que sendo uma estrela de luz quiz usurpar o ser igual a Deus.
Outro exemplo é Nabucodonosor, vendo
a grandeza de seu Reino, queria se fazer Deus, e virou uma besta do campo. Também
Herodes, que acabou comido por vermes.
Estes exemplos mostram o esquema diabólico
da mania de grandeza, ou como alguns o chamam: “síndrome de Lúcifer”.
Estamos observando com tristeza, que
a busca pelo poder e o abuso de poder é o maior e pior dos perigos, tanto na
esfera secular como na esfera eclesiástica.
Olhemos
para Jesus Cristo. Sendo igual a
Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas a si mesmo se esvaziou.
Sendo Senhor, se desprendeu de tudo,
e se fez servo esse é o sentido de esvaziou-se.
3) Obediência de Servo.- “Estou entre vós como aquele que serve e não
como o que manda”.
Seria está uma boa paráfrase da cristologia aplicada a vida diária? João 5.18.
4) Plenamente humano.
Na Segunda Guerra, um padre disse na
prisão a Bonhoeffer: “Desde pequeno, eu
sempre desejei ser um santo”, ao que Bonhoeffer respondeu: “Eu não, desde pequeno o que eu sempre quis é
ser humano”.
5) Se humilhou. Era o único que poderia ser orgulhoso, mas chegou a
uma condição humildade total. “Humano
assim só poderia ser Deus mesmo” - afirmou Boff.
Não podemos confundir humildade com
fraqueza, nem convardia, mas autenticidade, ser o que se é. Quando teve que
defender os outros foi corajoso e tomava posição. Quando teve que defender a si
mesmo, não abriu a sua boca.
6) Morte de cruz. Não foi qualquer tipo de morte, mas a
mais terrível e escandalosa morte possível. Uma morte particularmente para
escravos. Um Romano nunca poderia ser morto numa cruz.
A igreja precisa de um ministério kenótico, cristologicamente comprometida, que
desce da escada para servir as pessoas.
Jesus lavava os pés, e dava pão. Um
ministério de cruz e toalha. Uma liturgia dos olhos, dos pés e das mãos. (Teologia Practica, de Casiano Floristán
- Salamanca:Sigueme, 1994).
Jun Stam diz que a presença prática
da igreja revoluciona a sociedade. Deus nos ajude a servir! Amém
Edson Ronaldo Tressmann
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