terça-feira, 2 de abril de 2019

Não vivam no passado

07 de Abril de 2019
Salmo 126; Isaías 43.16-21; Filipenses 3.8-14; Lucas 20.9-20
Quinto Domingo na Quaresma
Texto: Isaías 43.16-21
Tema: Não vivam no passado!


Quem vive de passado é museu e arqueólogo.
No entanto, minha vida parece uma verdadeira aula de arqueologia e uma visita ao museu, só falando e pensando no passado.
Pelo Profeta Isaías, Deus disse ao seu povo: “esqueçam o que se foi; não vivam no passado” (Is 43.18). E ao propor que esqueçam o passado, Deus faz uma promessa: “Eis que faço coisa nova, que está saindo à luz; porventura, não o percebeis? ...” (Is 43.19).
Quando alguém fica preso no passado, não consegue ver as coisas boas do presente e nem a luz do futuro.
O apostolo Paulo consegue desvencilhar-se do passado, dizendo que seu passado era lixo e agora sabe qual é o seu futuro (Fp 3.8-14).
O profeta Isaías é considerado o evangelista do Antigo Testamento, afinal, foi o profeta que mais falou sobre o Messias. Além das dezenas de profecias, relata fielmente como seria a entrega de Jesus pelos pecadores. O profeta Isaías, pelo poder do Espírito Santo parece ter se projetado aos pés da cruz para escrever o capítulo 53.
Um dos eventos que mais é citado no Antigo Testamento (cerca de 150 vezes) é a abertura do mar vermelho para o povo passar e assim iniciar sua jornada de liberdade da escravidão.
No entanto, por mais que o passado tenha sido glorioso (Is 43.16-17), farei coisa mais espantosa e maravilhosa, apenas percebam as coisas.
O grande tema do capítulo 43 é a pergunta de Deus: não o percebeis? (Is 43.19).
Muitas vezes, sejam devido as coisas boas ou até as ruins, paralisamos no tempo. O passado não nos deixa progredir. Ora, por lamentarmos que as coisas boas do passado estão no passado, ora, porque os traumas dos episódios ocorridos nos trancam em nós mesmos.
Paulo relata muito bem essa questão na sua carta aos Filipenses. No meu passado me julgava melhor que outros por ser um fariseu, mas em Cristo, eu sei que o meu futuro é muito extraordinário (Fp 3.8-14).
Deus anuncia ao seu povo por voz do seu profeta a seguinte mensagem. Por mais que sejam espantosas os atos extraordinários de Deus no passado, não é comparado ao que irá fazer no futuro. Parem de olhar para o passado e olhem para o futuro. E o futuro é a libertação do cativeiro Babilônico.
O chamado de Deus aqui é para que o povo pare de olhar para as memórias das glórias do passado e viva na esperança do futuro que já está preparado.
É interessante perceber que a linguagem bíblica descreve o futuro como sendo algo que já está para acontecer amanhã. No entanto, eventos anunciados pelo Profeta Isaías demoraram anos para acontecer, e muitos outros ainda nem sequer aconteceram.
Essa linguagem é constante na Palavra de Deus (Ag 2.6; Tg 5.9; Ap 22.20). No entanto essa linguagem de um futuro muito próximo como se fosse ainda hoje, tal como a expressão do profeta Isaías “...que está saindo à luz ...” (v.19), é a mensagem de Deus para que se olhe para o futuro com certa esperança.
A luz é uma menção clara ao salvador prometido. É demonstração para seu povo, que mesmo no cativeiro, não haviam sido esquecidos por Deus. Em outras palavras, não se esqueçam de que eu os formei para que a luz venha de vocês. E essa luz já está por sair. E com essa mensagem, Deus pergunta ao seu povo: porventura, não o percebeis? (Is 43.19), ou melhor, por acaso, vocês se esqueceram de que eu fiz e eu cumpro promessas?
Não rejeitem a minha promessa, mensagem, olhando para o passado, como se eu pudesse agir somente no passado. Coisas que eu fiz no passado não são nada, comparadas as coisas que farei no futuro. Essa mesma mensagem vale para nós, conforme escreveu Pedro em sua segunda carta: “Nós, porém, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e uma nova terra, nos quais habita a justiça” (2Pe 3.13), por isso o apostolo Paulo inspirado pelo Espírito Santo nos adverte dizendo: “...através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus” (At 14.22).
É preciso lembrar que essa mensagem é verdadeira, pois a mesma procede de Deus. Tanto no verso 1, quanto no verso 14 está registrado: “Assim diz o Senhor”. Deus é a fonte dessa promessa.
E esse Senhor não é qualquer um, mas o que vos redime.
Ao ser chamado de redentor, o profeta destaca que Deus é aquele que defende, protege e resgata (Is 49.26). Na época, entre o povo de Israel, redentor era uma espécie de protetor da família, alguém que ajudava qualquer parente que estivesse com problemas (Is 41.14). O apostolo Paulo escreveu aos Gálatas: “Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus” (Gl 3.26).
Deus tem um relacionamento íntimo conosco assim como teve com seu povo Israel. Os títulos: Senhor (Ex 3.14,15), Santo (Is 1.4), Criador de Israel (Is 40.26; 41.20), vosso Rei (Is 41.21), mostram esse íntimo relacionamento.
Quão maravilhoso é saber que Deus se relaciona conosco e tem intimidade conosco. Não fiquem pensando tão somente nos atos poderosos de Deus do passado, olhem para o futuro que já parece ser hoje.
Ao povo de Israel, o novo, era a ordem de Ciro para que os exilados retornassem à Jerusalém (Is 45.1).
Estamos presos ao tempo, como se tudo estivesse limitado ao aqui e agora. Os doentes sofrem, pensando no tempo em que tinham saúde. Os enlutados choram, achando que a sepultura é a última morada de seu ente querido. Precisamos ouvir a mensagem do profeta Isaías: “Eis que faço coisa nova, ...” (Is 43.19), “...novo céu e nova terra” (Is 65.17).
E dessa forma, Deus nos questiona: “porventura, não o percebeis?” (Is 43.19).
Somos a igreja de Deus, formado como disse o profeta para louvar a esse Deus que tem conosco uma intimidade profunda, amorosa e misericordiosa (Is 43.21).
Edson Ronaldo Tressmann

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