quinta-feira, 25 de abril de 2019

Antes de refletir sobre o capítulo 3 de Gênesis


Estudando Gênesis
Antes de ir para o capítulo 3 de Gênesis
Anjos

Estamos estudando Gênesis capítulos 1 a 4. Após termos refletido sobre a criação e que os dois capítulos de Gênesis não abordam duas criações, mas, que essa é a didática do Espírito Santo. Precisamos agora, parar e responder algumas questões antes de prosseguir, pois, preciso saber quem é o causador da queda e porque levou a criação com a ruina da queda em pecado.
Quando os anjos foram criados? Quando se afastaram de Deus?
A doutrina dos anjos deve advir das Escrituras Sagradas e não da razão humana. A Bíblia, de Gênesis e Apocalipse.
A teologia racionalista moderna repudia a existência dos anjos e do diabo, pelo simples fato de terem se afastado da Escritura como fonte de fé.
Os anjos não foram criados antes do mundo, visto que nenhuma criatura existiu anteriormente à criação (Jo 1.1-3; Cl 1.16), e nem foram criados após o sexto dia, uma vez que naquele dia, Deus cessou de criar (Gn 2.2,3). Por isso a expressão, descansou Deus.
O termo anjo maleach, ángelos não mostra a essência dos anjos, mas seu oficio e significa enviado, mensageiro. A Escritura atribui esse termo aos ministros da Palavra de Deus (Mt 2.7; Mt 11.10) ao filho de Deus, anjo incriado (Ml 3.1; Jo 3.17-34; Is 63.9; Gn 48.16).
Os anjos são destituídos de forma corpórea.
Os anjos são criaturas finitas. Como seres humanos, os anjos são seres reais, dotados de inteligência e vontade (Ef 3.1º; Hb 1.14). Inteligência e vontade que os anjos caídos também têm (Gn 3; Mt 4). Apesar de que os anjos caídos terem sua mente depravada e pervertida.
Mesmo que os anjos sejam imateriais, podem atuar sobre os corpos dos seres humanos assim como a alma atua sobre o corpo (Gn 19.16; Mt 4.5).
Fazemos distinção entre obsessão espiritual e obsessão corporal. A obsessão espiritual é o impedimento para que os incrédulos creiam (Cl 1.13). As pessoas perversas cuja mente se vê possuída são exemplificadas por Judas e os fariseus (Lc 22.3; Jo 13.2; At 5.3; 2Ts 2.9-11; 2Co 4.4).
A obsessão corporal é quando o diabo habita e governa o corpo de modo imediato e local, controlando sua vontade (Mc 5.1-19; Lc 8.26-39).
Todos que se recusam a crer, agem por instigação de Satanás, porquanto ele os retém em seu poder. A própria negação da existência do diabo é uma ação do diabo no coração do ser humano (At 26.18; C 1.13; 2Co 11.14).
A obsessão espiritual não elimina a responsabilidade humana (Mt 25.41), já que a pessoa peca por livre e espontânea vontade (Jo 8.43-45). Agora, na obsessão corporal, a pessoa não dispõe de funções próprias intelectuais, emocionais e volitivas. Satanás que se acha na pessoa, age nela e por ela, de sorte que, em todos os casos de obsessão corporal, a responsabilidade humana deixa de existir
Como os anjos são seres inteligentes, eles podem entrar em contato tanto entre si como com os seres humanos (Lc 1.13,19). Fizemos um teatro no retiro altamente doutrinário e nem nos damos conta.
É preciso destacar que os anjos possuem conhecimento como criaturas e não como Deus, ou seja, os anjos não são onisciente. O conhecimento dos anjos se dá em virtude peculiar, conhecimento natural (2Sm 14.20); por meio de revelação divina, conhecimento revelado, 1Pe 1.12; Lc 2.9-12; pela visão privilegiada que desfrutam, conhecimento beatifico, Mt 18.10.
Os anjos, como seres inteligentes que são, possuem, além disso, liberdade de querer e, em vista do serviço para o qual são designados, grande poder. A vontade dos anjos é livre tanto com respeito a atos imanentes, tais como escolher e rejeitar (Jd 6), como atos externos, quais sejam movimentar-se, falar, Louvar a Deus, etc (Lc 2.9-15). Ainda que os anjos maus, como inimigos declarados de Deus, não possam senão opor-se a ele, eles o fazem de própria e livre vontade. Por João 8.44, vemos que os anjos tem grande poder (Sl 103.20; 2Ts 1.7; 2Rs 19.35), mesmo assim, é um poder infinito, inteiramente debaixo do controle divino (Jó 1.12). Emborao poder dos anjos seja sobre humano (Sl 91.11,12; Lc 11.21,22) eles não são onipotentes, mas estão subordinados a Deus (Dn 7.10).
Ainda que só Deus opere milagres (Sl 72.18), as Escrituras Sagradas ensinam que os anjos bons (2Rs 19.35), os profetas (2Rs 6.5,6), e os apóstolos (At 3.6-12), realizam milagres em seu nome e mediante seu poder divino.
O diabo também realiza milagres (2Ts 2.9-12) para enganar as pessoas e de maneira especial os que não dão crédito a Deus.
Todos os anjos foram criados na mesma justiça, bondade e santidade, pois cabia-lhes glorificar a Deus e prestar serviços sagrados. Não havia nos anjos propensão para o mal. Eis que Deus disso que “tudo era muito bom” (Gn 1.31). O fato é que um grupo de anjos não permaneceu nesse estado original, porém espontaneamente se afastaram de Deus, caindo em pecado. Passaram do estado da graça para o estado de miséria.
Os anjos bons são aqueles que permaneceram na bondade, justiça e santidade em que foram criados (Mt 18.1º; 6.10; 1Tm 5.21; Lc 20.36; Gl 1.18). Os anjos maus deixaram a sua própria habitação (Jd 6). Voluntariamente se afastaram de Deus e foram condenados eternamente (Mt 25.41; Ap 20.10; 2Pe 2.4; Jd 6).
O que não sabemos é em que tempo se deu a queda. Será que foi após a criação do homem e antes da formação da mulher? Pois, Deus deu uma ordem ao homem (Gn 2.16).
Não é possível determinar com segurança quando os anjos maus pecaram pela primeira vez. E por ninguém tê-los levado a queda não recebem a misericórdia e a salvação de Deus em Jesus (Mt 8.29; 25.41; Tg 2.19).
Os anjos maus se apostataram de Deus por livre e espontânea vontade. Eles pecaram sem qualquer tentação (Jd 6), enquanto que Eva foi ludibriada por satanás (Gn 3.1-7), e Adão tentado por Eva. Aqui entra um detalhe importante. Observe Gn 2.16 – o homem vacilou e descuidou. Deveria perguntar. Questionar.
Mesmo que os anjos maus sejam astutos (Gn 3.1; 2Co 11.3; Ef 6.11), pela queda são estúpidos. A própria morte de Cristo, promovida pelo diado (Lc 22.53), foi a sua própria ruina (Jo 12.31). Ele nem sequer deduziu que o preço a ser pago era o sacrifício.
Os anjos maus agem para criar inimizade contra Deus (Ap 12.7). Todo seu plano é intentar e destruir o ser humano temporalmente e eternamente (Gn 3.1; 1Pe 5.8). Com esse empenho, buscam prejudicar o ser humano em seu corpo (Lc 13.11-16); em suas posses terrenas (Jó 1.12;Mt 8.31-32); em sua alma (Jo 13.27; At 5.3; Ef 2.2-3).
A fúria do diabo é de maneira especial direcionada contra a igreja.
1 – investe contra a igreja a todo o tempo (Mt 16.18);
2 – impede as pessoas de ouvirem e aceitarem o evangelho (lc 8.12);
3 – dissemina doutrina errônea (Mt 13.25; 1Tm 4.1);
4 – incita perseguição (Ap 12.7);
5 – além do anticristo (aquele que afasta de Cristo 2Ts 2), o diabo causa transtorno ao estado politico e administrativo da igreja (1Cr 21.1; 1Rs 22.21-22) e ao estado doméstico (50 pastores em estado de divórcio).
É preciso alertar que Deus se serve dos anjos maus para punir os ímpios que rejeitam a verdade (2Ts 2.11-12) e para provar os fiéis (Jó 1.17; 2Co 12.7).
Conclusão
Tudo o que a Bíblia escreve sobre os anjos maus é para nossa advertência, a fim de que possamos escapar ao justo juízo de Deus, crendo naquele que destruiu as obras do diabo (1Jo 3.8).

Edson Ronaldo Tressmann

Bibliografia
MUELLER, John Theodore. Dogmática Cristã: Um manual sistemático dos ensinos bíblicos. Concórdia, Porto Alegre, RS, 2004. Pp. 199 - 206

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