Sermão
para Celebração do culto da Reforma Protestante.
501
anos Reforma Protestante!
Romanos
1.16-17
Tema:
Não me envergonho do Evangelho
John MacArthur no livro O resgate do pensamento Bíblico traz uma frase impactante
que nos faz refletir de maneira muito especial sobre o evento da Reforma.
“Quando temos uma visão correta das
Escrituras, a própria Bíblia vem ao nosso encontro para moldar o que
acreditamos do começo ao fim” (2018, p. 23).
É preciso adotar a Bíblia como princípio
e critério de tudo o que cremos.
Atualmente tenho observado com certa
inquietação o fato de que para muitos as pesquisas de opinião, mais que as
Escrituras, determinam a verdade para os cristãos, e até mesmo para suas
atuações missionárias. As pessoas, estão agindo norteados por outros objetivos
e não por uma visão bíblica de mundo.
Dia 31 de outubro 2018, celebramos 501
anos de Reforma Protestante. Um evento que se tornou possível não por causa de
Martinho Lutero, mas, pelo poder da Palavra de Deus. A Palavra de Deus jogou
luz em sua vida atribulada. A Palavra de Deus, poderosa, o fez lutar contra a
igreja da época em prol da verdade.
Sem o poder da Palavra de Deus a
Reforma não seria possível.
Paulo escreve aos cristãos de Roma: “Eu não me
envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
Por qual motivo, Paulo diz que não sente vergonha do evangelho? Logo ele que
perseguia os cristãos. Ele autorizou mortes e aprisionamentos de pessoas que
criam no evangelho.
Mas, é justamente esse Paulo que
escreve: “Eu
não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm
1.16), mais tarde escreveu aos Filipenses: “...por causa de Cristo, considero que não tem
nenhum valor. E não somente essas coisas, mas considero tudo uma completa
perda, comparado com aquilo que tem muito mais valor, isto é, conhecer
completamente Cristo Jesus, o meu Senhor. Eu joguei tudo fora como se fosse
lixo, a fim de poder ganhar a Cristo e estar unido com ele ...” (Fp
3.7-8).
“Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus
...” (Rm 1.16).
Como é poderosa a Palavra de Deus!
Destacar o evangelho que é o poder de Deus é na
verdade confessar o que infelizmente muitos tem negado: a suficiência da Bíblia.
Por mais que se proclame a autoridade,
inspiração e infalibilidade da Bíblia, em muitas circunstâncias negamos que a
mesma seja um guia adequado para todas as questões de fé e conduta.
Já ouvi da boca de uma pessoa cristã,
frequentadora assídua da igreja a seguinte expressão: Pastor, eu creio
na Bíblia, mas alguns relatos não dá para acreditar. Tal como o fato de Abraão
ter ido matar seu filho.
Tenho observado, de maneira geral, que
muitos além da Bíblia, tem acrescentado novas revelações e tradições humanas.
E por essas tradições meramente humanas, brigam e até abandonam a igreja.
Muitos cristãos, (a não ser que você queira tapar o sol com a peneira) parecem supor
que algo a mais que a Bíblia é necessário para ajudar a sobreviver neste mundo
moderno. Alguns pastores, ao invés de proclamarem as Escrituras, o evangelho
que é o poder de Deus, fazem uso de livros de auto - ajuda ou outros mecanismos
para ver se ajudam as pessoas.
Tenho observado livrarias cristãs
oferecendo livros que trazem conselhos retirados de outras fontes que não a
Bíblia e o argumento é simplesmente a questão do lucro.
Tenho notado pessoas ouvirem e seguirem
pessoas que supostamente tem recebido alguma revelação fora da Escritura. E quando
conversam com alguém testemunham sobre a revelação como se fosse a verdadeira
verdade.
Tenho visto pregadores duvidando da
Palavra de Deus como sendo um alimento completo para as pessoas e, complementam
o ensinamento bíblico com diversões e meios seculares. Deixou-se de investir em
estudos, ensino e aplicação da Palavra de Deus, e passou-se a adotar meros
meios humanos, tentando assim fazer com que a igreja cresça.
O
crédito do crescimento da igreja não está mais no abrir, analisar, refletir e
aplicar a Palavra de Deus, mas, nas técnicas de comunicação atual.
Não que não se deva usar tais técnicas, mas, venhamos e convenhamos, não são
elas as responsáveis pelo crescimento da igreja.
“Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus
...” (Rm 1.16).
Paulo escreveu essas Palavras por ter
sido impactado por esse poder. Logo ele, que assim como escreveu aos Filipenses
se dizia irrepreensível conforme os requisitos da lei (Fp 3.6). O poder do
evangelho, Cristo Jesus, o fez jogar sua irrepreensibilidade fora, como se
fosse lixo (Fp 3.9).
A carta de Paulo aos Romanos é muito
interessante, não por ser denominada como o fundamento da Reforma Protestante,
mas, por sua mensagem.
O primeiro capítulo da carta aos Romanos
em si, apresenta de maneira transparente toda a mensagem de Paulo nessa epístola.
Os versículos 1-6 pode ser
classificado de: Paulo
e o evangelho; os versículos
7 a 13: Paulo
e os Romanos; os versículos
14 a 17 apresentam: Paulo e a evangelização.
O livro histórico de Lucas (Atos dos
Apóstolos) culminou com o relato de que o evangelho chegou a Roma. O apostolo Paulo
na carta aos Romanos anuncia justamente sobre o evangelho que foi
pregado em Roma.
Qual foi esse evangelho?
O poder de Deus, seu evangelho, fez e
faz do pecador, alguém justo diante de Deus.
“Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus
...” (Rm 1.16).
Você tem vergonha desse evangelho? Se
não! Por que
está permitindo que pregadores do evangelho sejam substituídos por animadores
de palco? Por que está preferindo previsões e experiências místicas?
“Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus
...” (Rm 1.16).
Palavras necessárias para nossos dias. Afinal,
o tema do momento: crescimento da igreja,
aponta e indica os programas necessários e sem os quais a igreja não terá
sucesso na busca dos perdidos. Mas, não será apenas o evangelho, o poder de Deus,
suficiente para tal?
De nada adianta programas, se não há o
evangelho de Cristo.
Na época da Reforma era apenas uma
igreja e por falta do evangelho, originou-se a Reforma Protestante! Sem o evangelho
a igreja cai.
“Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus
...” (Rm 1.16).
Deus atingiu Paulo pelo poder do
evangelho num momento importante e necessário. Pela proclamação do evangelho, o
poder de Deus, muitas outras pessoas foram atingidas. O poder do evangelho atingiu
Martinho Lutero num momento crítico e foi esse evangelho que redirecionou a
igreja.
O poder de Deus, o seu evangelho,
continua sendo proclamado e declarando justo diante de Deus o pecador, que por
si só merece a condenação eterna.
“Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus
...” (Rm 1.16).
O poder de Deus não se encontra em
alguma fonte extrabíblica ou mística, no uso de sinais e maravilhas, discursos
animados, insights da psicologia e filosofia secular, ou insights pessoais
sobre as necessidades humanas. O poder de Deus, seu
evangelho, que declara justo o pecador, reside na inspirada e infalível Palavra
de Deus, tão questionada e relegada por muitos.
Quando Jesus foi tentado pelo diabo (Mt
4.1-11), não fez uso de palavras de efeito, ou auto ajuda, nem mesmo realizou
exorcismo, ou sessão do descarrego. Jesus apenas enfatizou o poder de Deus por
meio da Palavra: Está
escrito!
“Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus
...” (Rm 1.16).
O evangelho é o poder de Deus!
Esse poder é experimentado no dia-a-dia.
Jesus disse “bem
aventurado os que ouvem a palavra de Deus e a observam” (Lc 11.28).
Jesus fala sobre um abençoado estado de
vida. Uma vida acompanhada pela paz e alegria, significado e valor, esperança e
satisfação, uma vida fundamentalmente feliz e agradável mesmo em situações
infelizes e desagradáveis.
“Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus
...” (Rm 1.16).
Não me envergonho do evangelho, pois é o
poder de Deus para salvação, para declaração de justiça do pecador diante de
Deus em Jesus.
“Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus
...” (Rm 1.16).
Infelizmente, em todas as épocas, houve
e há pessoas que se envergonham do evangelho.
A expressão: “me envergonho” significa ofendo-me por.
Assim sendo,
em que o evangelho ofende as pessoas?
As pessoas são ofendidas em seu orgulho,
afinal, desejam conquistar a salvação, assim como Paulo imaginava que
conquistaria pelo cumprimento a lei (Fp 3). Isso ofende as pessoas que imaginam
que tem alguma vantagem sobre as outras por causa da sua suposta religiosidade.
Muitos não gostam das palavras “Eu não me
envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação...”
(Rm 1.16), pois, em cada um de nós, há escondido um fariseu cheio de auto
justiça.
O apostolo Paulo tinha todos os motivos
para se vangloriar. No entanto, Deus concedeu o evangelho, seu poder para salvar.
“Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus
...” (Rm 1.16).
Infelizmente,
muitas pessoas ainda se envergonham.
Comemorando os 501 anos de Reforma, admiro-me
que mesmo entre aqueles que se dizem filhos da Reforma, há vergonha desse
evangelho. Afinal, acrescentam algo a mais ao evangelho como requisito de
salvação. Dizem que o que salva é a FÉ + alguma coisa = salvação.
O ser humano sempre se ofendeu e se ofende
com a doutrina da salvação gratuita em Jesus. Assim como na época do apostolo
Paulo, na época de Lutero, continua sendo escândalo proclamar tão somente esse
evangelho. As pessoas ao invés do simples e puro evangelho querem um
culto show, cheio de luzes e efeitos especiais, querem prodígios e milagres.
“Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus
...” (Rm 1.16).
É interessante notar que Paulo ressalta
que evangelho
é igual poder
de Deus. Ou seja, ele ergue as pessoas, muda e transforma coisas. Um exemplo: sem o evangelho poderoso de Deus, eu estaria
condenado. O poder do evangelho que age no Batismo e na Pregação transformou-me
num filho de Deus.
Gosto muito da definição de Teodoreto, um bispo sírio do
século quinto. Ele comparou o evangelho a uma pimenta. “Por fora, parece fria ...mas a pessoa
aperta entre os dentes e experimenta a sensação de fogo ardente”.
O evangelho é o poder de Deus por fazer
o que nenhum outro escrito, ou anuncio é capaz de fazer: reconciliar-nos com
Deus e nos garantir um lugar no Reino de Deus.
“Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus
...” (Rm 1.16) – pois não há coisa mais gloriosa e abençoada que
aquilo que o evangelho oferece e dá: salvação.
A salvação eu recebo no evangelho de Deus (Rm 1.1): Jesus Cristo.
“Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus
para salvar todos os que creem, primeiro os judeus e também os não judeus. Pois
o evangelho mostra como é que Deus nos aceita: é por meio da fé, do começo ao
fim. Como dizem as Escrituras Sagradas: “Viverá aquele que, por meio da fé, é
aceito por Deus”” (Rm 1.16-17). Amém!
Edson Ronaldo
Tressmann
Obrigado pela exposição da palavra de uma forma tão simples e verdadeira
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