domingo, 28 de outubro de 2018

Não me envergonho do Evangelho!

Sermão para Celebração do culto da Reforma Protestante.
501 anos Reforma Protestante!
Romanos 1.16-17
Tema: Não me envergonho do Evangelho

John MacArthur no livro O resgate do pensamento Bíblico traz uma frase impactante que nos faz refletir de maneira muito especial sobre o evento da Reforma.
Quando temos uma visão correta das Escrituras, a própria Bíblia vem ao nosso encontro para moldar o que acreditamos do começo ao fim” (2018, p. 23).
É preciso adotar a Bíblia como princípio e critério de tudo o que cremos.
Atualmente tenho observado com certa inquietação o fato de que para muitos as pesquisas de opinião, mais que as Escrituras, determinam a verdade para os cristãos, e até mesmo para suas atuações missionárias. As pessoas, estão agindo norteados por outros objetivos e não por uma visão bíblica de mundo.
Dia 31 de outubro 2018, celebramos 501 anos de Reforma Protestante. Um evento que se tornou possível não por causa de Martinho Lutero, mas, pelo poder da Palavra de Deus. A Palavra de Deus jogou luz em sua vida atribulada. A Palavra de Deus, poderosa, o fez lutar contra a igreja da época em prol da verdade.
Sem o poder da Palavra de Deus a Reforma não seria possível.
Paulo escreve aos cristãos de Roma: “Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
Por qual motivo, Paulo diz que não sente vergonha do evangelho? Logo ele que perseguia os cristãos. Ele autorizou mortes e aprisionamentos de pessoas que criam no evangelho.
Mas, é justamente esse Paulo que escreve: “Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16), mais tarde escreveu aos Filipenses: “...por causa de Cristo, considero que não tem nenhum valor. E não somente essas coisas, mas considero tudo uma completa perda, comparado com aquilo que tem muito mais valor, isto é, conhecer completamente Cristo Jesus, o meu Senhor. Eu joguei tudo fora como se fosse lixo, a fim de poder ganhar a Cristo e estar unido com ele ...” (Fp 3.7-8).
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
Como é poderosa a Palavra de Deus!
Destacar o evangelho que é o poder de Deus é na verdade confessar o que infelizmente muitos tem negado: a suficiência da Bíblia.
Por mais que se proclame a autoridade, inspiração e infalibilidade da Bíblia, em muitas circunstâncias negamos que a mesma seja um guia adequado para todas as questões de fé e conduta.
Já ouvi da boca de uma pessoa cristã, frequentadora assídua da igreja a seguinte expressão: Pastor, eu creio na Bíblia, mas alguns relatos não dá para acreditar. Tal como o fato de Abraão ter ido matar seu filho.
Tenho observado, de maneira geral, que muitos além da Bíblia, tem acrescentado novas revelações e tradições humanas. E por essas tradições meramente humanas, brigam e até abandonam a igreja.
Muitos cristãos, (a não ser que você queira tapar o sol com a peneira) parecem supor que algo a mais que a Bíblia é necessário para ajudar a sobreviver neste mundo moderno. Alguns pastores, ao invés de proclamarem as Escrituras, o evangelho que é o poder de Deus, fazem uso de livros de auto - ajuda ou outros mecanismos para ver se ajudam as pessoas.
Tenho observado livrarias cristãs oferecendo livros que trazem conselhos retirados de outras fontes que não a Bíblia e o argumento é simplesmente a questão do lucro.
Tenho notado pessoas ouvirem e seguirem pessoas que supostamente tem recebido alguma revelação fora da Escritura. E quando conversam com alguém testemunham sobre a revelação como se fosse a verdadeira verdade.
Tenho visto pregadores duvidando da Palavra de Deus como sendo um alimento completo para as pessoas e, complementam o ensinamento bíblico com diversões e meios seculares. Deixou-se de investir em estudos, ensino e aplicação da Palavra de Deus, e passou-se a adotar meros meios humanos, tentando assim fazer com que a igreja cresça.
O crédito do crescimento da igreja não está mais no abrir, analisar, refletir e aplicar a Palavra de Deus, mas, nas técnicas de comunicação atual. Não que não se deva usar tais técnicas, mas, venhamos e convenhamos, não são elas as responsáveis pelo crescimento da igreja.
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
Paulo escreveu essas Palavras por ter sido impactado por esse poder. Logo ele, que assim como escreveu aos Filipenses se dizia irrepreensível conforme os requisitos da lei (Fp 3.6). O poder do evangelho, Cristo Jesus, o fez jogar sua irrepreensibilidade fora, como se fosse lixo (Fp 3.9).
A carta de Paulo aos Romanos é muito interessante, não por ser denominada como o fundamento da Reforma Protestante, mas, por sua mensagem.
O primeiro capítulo da carta aos Romanos em si, apresenta de maneira transparente toda a mensagem de Paulo nessa epístola. Os versículos 1-6 pode ser classificado de: Paulo e o evangelho; os versículos 7 a 13: Paulo e os Romanos; os versículos 14 a 17 apresentam: Paulo e a evangelização.
O livro histórico de Lucas (Atos dos Apóstolos) culminou com o relato de que o evangelho chegou a Roma. O apostolo Paulo na carta aos Romanos anuncia justamente sobre o evangelho que foi pregado em Roma.
Qual foi esse evangelho?
O poder de Deus, seu evangelho, fez e faz do pecador, alguém justo diante de Deus.
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
Você tem vergonha desse evangelho? Se não! Por que está permitindo que pregadores do evangelho sejam substituídos por animadores de palco? Por que está preferindo previsões e experiências místicas?
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
Palavras necessárias para nossos dias. Afinal, o tema do momento: crescimento da igreja, aponta e indica os programas necessários e sem os quais a igreja não terá sucesso na busca dos perdidos. Mas, não será apenas o evangelho, o poder de Deus, suficiente para tal?
De nada adianta programas, se não há o evangelho de Cristo.
Na época da Reforma era apenas uma igreja e por falta do evangelho, originou-se a Reforma Protestante! Sem o evangelho a igreja cai.
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
Deus atingiu Paulo pelo poder do evangelho num momento importante e necessário. Pela proclamação do evangelho, o poder de Deus, muitas outras pessoas foram atingidas. O poder do evangelho atingiu Martinho Lutero num momento crítico e foi esse evangelho que redirecionou a igreja.
O poder de Deus, o seu evangelho, continua sendo proclamado e declarando justo diante de Deus o pecador, que por si só merece a condenação eterna.
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
O poder de Deus não se encontra em alguma fonte extrabíblica ou mística, no uso de sinais e maravilhas, discursos animados, insights da psicologia e filosofia secular, ou insights pessoais sobre as necessidades humanas. O poder de Deus, seu evangelho, que declara justo o pecador, reside na inspirada e infalível Palavra de Deus, tão questionada e relegada por muitos.
Quando Jesus foi tentado pelo diabo (Mt 4.1-11), não fez uso de palavras de efeito, ou auto ajuda, nem mesmo realizou exorcismo, ou sessão do descarrego. Jesus apenas enfatizou o poder de Deus por meio da Palavra: Está escrito!
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
O evangelho é o poder de Deus!
Esse poder é experimentado no dia-a-dia. Jesus disse “bem aventurado os que ouvem a palavra de Deus e a observam” (Lc 11.28).
Jesus fala sobre um abençoado estado de vida. Uma vida acompanhada pela paz e alegria, significado e valor, esperança e satisfação, uma vida fundamentalmente feliz e agradável mesmo em situações infelizes e desagradáveis.
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
Não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação, para declaração de justiça do pecador diante de Deus em Jesus.
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
Infelizmente, em todas as épocas, houve e há pessoas que se envergonham do evangelho.
A expressão: “me envergonho” significa ofendo-me por. Assim sendo, em que o evangelho ofende as pessoas?
As pessoas são ofendidas em seu orgulho, afinal, desejam conquistar a salvação, assim como Paulo imaginava que conquistaria pelo cumprimento a lei (Fp 3). Isso ofende as pessoas que imaginam que tem alguma vantagem sobre as outras por causa da sua suposta religiosidade.
Muitos não gostam das palavras “Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação...” (Rm 1.16), pois, em cada um de nós, há escondido um fariseu cheio de auto justiça.
O apostolo Paulo tinha todos os motivos para se vangloriar. No entanto, Deus concedeu o evangelho, seu poder para salvar.
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
Infelizmente, muitas pessoas ainda se envergonham.
Comemorando os 501 anos de Reforma, admiro-me que mesmo entre aqueles que se dizem filhos da Reforma, há vergonha desse evangelho. Afinal, acrescentam algo a mais ao evangelho como requisito de salvação. Dizem que o que salva é a FÉ + alguma coisa = salvação.
O ser humano sempre se ofendeu e se ofende com a doutrina da salvação gratuita em Jesus. Assim como na época do apostolo Paulo, na época de Lutero, continua sendo escândalo proclamar tão somente esse evangelho. As pessoas ao invés do simples e puro evangelho querem um culto show, cheio de luzes e efeitos especiais, querem prodígios e milagres.
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16).
É interessante notar que Paulo ressalta que evangelho é igual poder de Deus. Ou seja, ele ergue as pessoas, muda e transforma coisas. Um exemplo: sem o evangelho poderoso de Deus, eu estaria condenado. O poder do evangelho que age no Batismo e na Pregação transformou-me num filho de Deus.
Gosto muito da definição de Teodoreto, um bispo sírio do século quinto. Ele comparou o evangelho a uma pimenta. “Por fora, parece fria ...mas a pessoa aperta entre os dentes e experimenta a sensação de fogo ardente”.
O evangelho é o poder de Deus por fazer o que nenhum outro escrito, ou anuncio é capaz de fazer: reconciliar-nos com Deus e nos garantir um lugar no Reino de Deus.
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16) – pois não há coisa mais gloriosa e abençoada que aquilo que o evangelho oferece e dá: salvação. A salvação eu recebo no evangelho de Deus (Rm 1.1): Jesus Cristo.
Eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvar todos os que creem, primeiro os judeus e também os não judeus. Pois o evangelho mostra como é que Deus nos aceita: é por meio da fé, do começo ao fim. Como dizem as Escrituras Sagradas: “Viverá aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus”” (Rm 1.16-17). Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

Um comentário:

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