segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Quando a dúvida bate à porta da fé.

 14 de Dezembro de 2025

Terceiro Domingo no Advento

Salmo 146; Isaías 35.1-10; Tiago 5.7-11; Mateus 11.2-15

Texto: Mateus 11.2-15

Tema: Quando a dúvida bate à porta da fé.

 

E João, ouvindo na prisão falar das obras de Cristo, enviou dois dos seus discípulos para lhe perguntarem: ‘És tu aquele que havia de vir ou devemos esperar outro?” (Mateus 11.2-3).

 

Caríssimos irmãos e irmãs, vou começar com uma pergunta que, para muitos, é um segredo silencioso, talvez até um motivo de vergonha: Em algum momento da sua jornada, você já sentiu a terra tremer sob a sua fé? Já se perguntou: Deus realmente existe? Jesus Cristo é mesmo a resposta? Por que tanta frustração e escândalo na sua Igreja?

Neste mundo saturado por informações nas redes sociais, por notícias de líderes que caem, ou por uma oração que parece não ter sido ouvida, é fácil que a semente da dúvida seja plantada. E a dúvida, meus amigos, é como uma bomba que explode no alicerce da nossa crença. Ela nos paralisa e nos faz sussurrar: Sentir dúvida é pecado?

Permitam-me dizer: a fé não é ausência de questionamento.

Hoje, vamos meditar sobre isso com um dos maiores heróis da Bíblia, um homem que nos provou que é possível estar na fé e na dúvida ao mesmo tempo: João Batista.

Hoje iremos visualizar João Batista, o profeta da voz que clamava no deserto, o homem que batizou o próprio Messias no fim de sua jornada: João está na prisão. Seu ministério está em ruínas. A morte se aproxima.

Muitos esperavam o Messias que varreria o poder opressor de Roma e libertaria os oprimidos. João vê um Jesus que cura doentes, prega aos pobres, mas que não usa seu poder para derrubar prisões políticas. A expectativa de muitos foi frustrada. O Messias não era o Messias que muitos haviam imaginado.

Nesse poço de desespero que João, o convicto, o precursor, o maior de todos os profetas (nas palavras de Jesus), envia a pergunta mais dolorosa: “És tu aquele que havia de vir ou devemos esperar outro?

Como é possível que um cristão convicto de repente coloque sua fé em xeque?

O corpo de João, atormentado na prisão, deseja a libertação. A carne pressiona o espírito. Ele está no limite, vulnerável. A dúvida de João não é fraqueza, mas o resultado de uma crise de fé gerada pela realidade. A dúvida de João, expressa nessa pergunta, nos ensina algo vital: mesmo os maiores servos de Deus são vulneráveis e necessitam da graça divina.

Não diminua sua fé porque você questiona, ao contrário, a dúvida de João torna ele um modelo para nós. Ele não se afastou, ele não abandonou. Ele buscou a resposta na única fonte possível: Jesus Cristo.

Imagine o cenário. Os discípulos trazem a pergunta bomba. A resposta de Jesus poderia ter sido uma repreensão severa. Mas não foi. A resposta de Jesus foi um lembrete suave da sua verdadeira missão: “Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes: Os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho” (Mt 11.4-5).

Jesus não argumentou com João sobre sua identidade. Ele listou fatos que confirmavam o cumprimento das profecias de Isaías 61. Em outras palavras, Jesus estava dizendo: “João, eu não sou o Messias que muitos esperavam, mas sou o Messias que as Escrituras prometeram”.

O Reino de Deus não age de acordo com a nossa lógica de poder e política. O Reino opera através da graça, da cura, da restauração e do anúncio aos marginalizados.

O mais importante, o clímax dessa conversa, é a última frase de Jesus: “E bem-aventurado é aquele que não se escandalizar em mim” (Mt 11.6).

Este é o coração dessa mensagem: Jesus não condenou a dúvida de João; Ele o advertiu contra o escândalo, ou seja, contra o tropeço que leva muitos a se afastar de Cristo porque Ele não se encaixa em suas expectativas.

Caríssimos, qual é o nosso maior risco hoje? Não é a dúvida em si, mas, o afastamento da verdade que é Jesus Cristo.

A fé autêntica sempre convive com a dúvida. A fé é uma luta confiante, é a coragem de voltar para Cristo, mesmo quando tudo parece não fazer sentido.

A dúvida de João o levou a buscar Jesus. Pior que questionar, é parar de perguntar e se afastar.

Jesus lidou com João Batista com graça e com a Escritura. Ele lida conosco da mesma forma. Ele é o autor e aperfeiçoador da nossa fé (Hebreus 12.2).

O maior de todos os profetas enfrentou uma dúvida, mas buscou a resposta em Jesus. E o elogio de Jesus a João, mesmo depois de sua pergunta, mostra que a resposta de Cristo foi suficiente para acalmar seu coração.

Você está em dúvida hoje?

Não deixe a dúvida se transformar em tropeço. Não permita que suas expectativas frustradas o afastem daquele que é a Verdade. Vá a Jesus! Busque a Palavra! Ele conhece o seu coração. Ele entende a sua humanidade. E Ele lhe diz hoje, como disse a João: “Bem-aventurado você, se mesmo em meio à sua dúvida, você não tropeçar em mim”.

Volte-se para Cristo, pois Ele é a âncora que segura sua alma na tempestade. Amém.

 

Edson Ronaldo Tressmann

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Quando a dúvida bate à porta da fé.

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