14 de Dezembro de 2025
Terceiro Domingo no Advento
Salmo
146; Isaías 35.1-10; Tiago 5.7-11; Mateus 11.2-15
Texto:
Mateus 11.2-15
Tema:
Quando a dúvida bate à porta da fé.
“E João, ouvindo na prisão falar das obras de Cristo,
enviou dois dos seus discípulos para lhe perguntarem: ‘És tu aquele que havia
de vir ou devemos esperar outro?” (Mateus 11.2-3).
Caríssimos
irmãos e irmãs, vou começar com uma pergunta que, para muitos, é um segredo
silencioso, talvez até um motivo de vergonha: Em
algum momento da sua jornada, você já sentiu a terra tremer sob a sua fé?
Já se perguntou: Deus realmente existe? Jesus
Cristo é mesmo a resposta? Por que tanta frustração e escândalo na sua Igreja?
Neste
mundo saturado por informações nas redes sociais, por notícias de líderes que
caem, ou por uma oração que parece não ter sido ouvida, é fácil que a semente
da dúvida seja plantada. E a dúvida, meus amigos, é como uma bomba que explode no alicerce da
nossa crença. Ela nos paralisa e nos faz sussurrar: Sentir dúvida é pecado?
Permitam-me
dizer: a fé não é ausência
de questionamento.
Hoje,
vamos meditar sobre isso com um dos maiores heróis da Bíblia, um homem que nos
provou que é possível estar na fé e na dúvida ao mesmo tempo: João Batista.
Hoje
iremos visualizar João Batista, o profeta da voz que clamava no deserto, o
homem que batizou o próprio Messias no fim de sua jornada: João está na prisão.
Seu ministério está em ruínas. A morte se aproxima.
Muitos
esperavam o Messias que varreria o poder opressor de Roma e libertaria os
oprimidos. João vê um Jesus que cura doentes, prega aos pobres, mas que não usa
seu poder para derrubar prisões políticas. A expectativa de muitos foi
frustrada. O Messias não era o Messias que muitos haviam imaginado.
Nesse
poço de desespero que João, o convicto, o precursor, o maior de todos os
profetas (nas palavras de Jesus), envia a pergunta mais dolorosa: “És tu aquele que havia de vir ou devemos esperar outro?”
Como é possível que um cristão convicto de repente coloque sua
fé em xeque?
O
corpo de João, atormentado na prisão, deseja a libertação. A carne pressiona o
espírito. Ele está no limite, vulnerável. A dúvida de João não é fraqueza, mas
o resultado de uma crise de fé gerada pela realidade. A dúvida de João,
expressa nessa pergunta, nos ensina algo vital: mesmo os maiores servos de Deus são vulneráveis e
necessitam da graça divina.
Não
diminua sua fé porque você questiona, ao contrário, a dúvida de João torna ele
um modelo para nós. Ele não se afastou, ele não abandonou. Ele buscou a
resposta na única fonte possível: Jesus Cristo.
Imagine
o cenário. Os discípulos trazem a pergunta bomba. A resposta de Jesus poderia
ter sido uma repreensão severa. Mas não foi. A resposta de Jesus foi um
lembrete suave da sua verdadeira missão: “Ide, e
anunciai a João as coisas que ouvis e vedes: Os cegos veem, os coxos andam, os
leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos
pobres é anunciado o evangelho” (Mt 11.4-5).
Jesus
não argumentou com João sobre sua identidade. Ele listou fatos que confirmavam
o cumprimento das profecias de Isaías 61. Em outras palavras, Jesus estava
dizendo: “João, eu não sou o Messias que muitos
esperavam, mas sou o Messias que as Escrituras prometeram”.
O
Reino de Deus não age de acordo com a nossa lógica de poder e política. O Reino
opera através da graça, da cura, da restauração e do anúncio aos
marginalizados.
O
mais importante, o clímax dessa conversa, é a última frase de Jesus: “E bem-aventurado é aquele que não se escandalizar em mim”
(Mt 11.6).
Este
é o coração dessa mensagem: Jesus
não condenou a dúvida de João; Ele o advertiu contra o escândalo, ou
seja, contra o tropeço que leva muitos a se afastar de Cristo porque Ele não se
encaixa em suas expectativas.
Caríssimos, qual é o nosso maior risco hoje? Não é a dúvida em si, mas, o
afastamento da verdade que é Jesus Cristo.
A
fé autêntica sempre convive com a dúvida. A fé é uma luta confiante, é a
coragem de voltar para Cristo, mesmo quando tudo parece não fazer sentido.
A
dúvida de João o levou a buscar Jesus. Pior que questionar, é parar de
perguntar e se afastar.
Jesus
lidou com João Batista com graça e com a Escritura. Ele lida conosco da mesma
forma. Ele é o autor e aperfeiçoador da nossa fé (Hebreus 12.2).
O
maior de todos os profetas enfrentou uma dúvida, mas buscou a resposta em
Jesus. E o elogio de Jesus a João, mesmo depois de sua pergunta, mostra
que a resposta de Cristo foi suficiente para acalmar seu coração.
Você está em dúvida hoje?
Não
deixe a dúvida se transformar em tropeço. Não permita que suas expectativas
frustradas o afastem daquele que é a Verdade. Vá a Jesus! Busque a Palavra! Ele
conhece o seu coração. Ele entende a sua humanidade. E Ele lhe diz hoje, como
disse a João: “Bem-aventurado você, se mesmo em
meio à sua dúvida, você não tropeçar em mim”.
Volte-se
para Cristo, pois Ele é a âncora que segura sua alma na tempestade. Amém.
Edson
Ronaldo Tressmann
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