14
de outubro de 2018
21º
Domingo após Pentecostes
Sl
90.12-17; Am 5.6-7,10-15; Hb 3.12-19; Mc 10.17-22
Tema:
Deus é bom!
Qual
é o seu conceito de bom? O que define se algo é bom?
Paralelo ao relato de Marcos 10.17-22, o
texto de Lucas 18.18-23, descobre-se que o jovem rico era um líder judeu,
conhecedor da lei, das tradições e costumes dos judaizantes.
Chama atenção, o fato de que esse jovem,
conhecedor e aparente cumpridor da lei, parece não ter encontrado nas
observâncias e no conhecimento da lei de Deus paz para sua alma, afinal,
aproxima-se de Jesus com uma pergunta inquietadora: “...o que devo fazer para conseguir a vida
eterna” (Mc 10.17b). (Pode lembrar a angústia de Martinho Lutero).
Assim
como àquele jovem rico (ou como Lutero), milhares de pessoas continuam
angustiadas em sua religiosidade aparente sem certeza de salvação.
Milhares de pessoas vivem seus dias
nesse mundo sem ter a certeza da salvação em Jesus Cristo. Por outro lado, há o
grupo daqueles que se dedicam a Deus por mera pretensão de conseguir alguma
suposta recompensa (Teologia da Prosperidade).
João Marcos (Mc 10.17-22) diz que o jovem fala em fazer algo.
O jovem rico, ao fazer a pergunta à
Jesus sobre o que fazer para conseguir a vida eterna traz implicitamente a
conclusão de que ele já cumpria os mandamentos e assim a sua salvação estava
garantida e que nada mais era preciso. A pergunta daquele jovem aguardava somente
a confirmação de Jesus de que não lhe faltava mais nada. Mas, para sua
surpresa, Jesus redireciona sua compreensão sobre a questão da salvação.
Aquele jovem rico materialmente se
aproximou de Jesus o chamando de “Bom Mestre”, mas, estava equivocado a respeito
do conceito de Bom. Ele se achava “bom”, pois, não matava, não cometia adultério, não
roubava, não dava falso testemunho, não tirava nada dos outros, respeitava seu
pai e mãe (Mc 10.19-20). Dessa maneira esperava receber de volta o elogio de
Jesus, no entanto, Jesus nem sequer agradece o elogio, ele diz que só Deus é
bom (Mc 10.18).
É preciso observar que os mandamentos
citados por Jesus são da segunda tábua. Há algum motivo em Jesus citar esses mandamentos?
Pela minha leitura e entendimento do texto, Jesus cita esses mandamentos por
duas razões. Primeiro: Jesus os cita
por amor àquele jovem. Pois, se ele se achava bom a ponto de querer que Jesus
lhe garantisse a vida eterna pelos supostos requisitos da lei, Jesus mostra que
suas realizações eram apenas exteriores e que ele não era tão bom quanto se
imaginava ser. Jesus propõe aquele jovem: “Venda tudo o que tem e dê o dinheiro aos pobres... Depois
venha e me siga” (Mc 10.21).
Jesus cita os mandamentos da segunda
tábua por amor aquele jovem e também por amor a nós. O segundo motivo pelo qual
Jesus citou os mandamentos da segunda tábua, é por que esses mandamentos: respeito aos
pais; não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho,
não cobice a ponto de tirar o que é do outro, mostram nossos graves
pecados.
Afinal, não conseguimos cumprir
integralmente a lei de Deus. E quando dizemos que a cumprimos, é só por mera
aparência. Talvez nenhum de vocês tenha de fato adulterado, mas, “todo aquele que olha com olhos impuros para
uma mulher, seu coração já cometeu adultério” ( ). Pelo que saiba, ninguém de nós cometeu
homicídio, mas, “todo aquele que odeia
seu irmão, é um assassino” (1Jo
).
Você é bom?
As pessoas se contentam e ostentar sua
suposta bondade quando se trata das realizações da lei de Deus. Na lava jato de
Deus, nenhum de nós escapa e nem é preciso delação premiada.
Infelizmente, quando o assunto é vida
espiritual, queremos ostentar nossa suposta bondade. Chamamos Jesus de bom
mestre, mas queremos ser bons também, afinal, não matamos, não roubamos, mas ...
Se nesse mundo, perante os homens,
podemos nos apresentar como bons, e ostentamos ser bons, é preciso que diante
de Deus, reconheçamos que só ele é bom. E sua bondade é revelada em Jesus,
aquele que veio cumprir a lei e morrer por nós.
Enquanto queremos nos apresentar como bons,
o apostolo Paulo recomenda: “.....” (Cl 2.16-17).
Somos bons em Cristo! Hb 11.6
Jesus foi buscado por aquele jovem rico
que sua pergunta queria apenas ostentar o quanto era bom, mas, quando
desmascarado por Jesus, viu que não era bom.
Assim como aquele jovem, que não sabemos
seu nome, milhares estão vivendo seus dias buscando se auto justificar em sua
suposta bondade.
Muitos, aparentemente vivem vidas
consagradas, mas, espiritualmente andam cegos. Não deixem-se enganar pelo pecado, nem
endureça o seu coração (Hb 3.13). Não se agarre naquilo que você não
é capaz de cumprir. Pois, quando olhamos para a lei de Deus, vemos quem somos e
o que somos e o quanto precisamos da bondade de Deus em Jesus.
Ouça a voz de Deus (Hb 3.15). Assim como
Jesus fez com aquele jovem rico pobre, o faz conosco ainda hoje, ou seja, nos
leva a examinar nosso coração e vida e encontrar descanso no único que é bom: Deus! Que
enviou seu único Filho para nos salvar e nos tornar bons aos seus olhos.
Amém
Edson Ronaldo Tressmann
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