31 de dezembro de 2017
1º Domingo após Natal
Sl 111; Is 61.10-62.3; Gl 4.4-7; Lc 2.22-40
Tema: O Senhor não nos deixa esquecer os seus
feitos maravilhosos!
Desde 2.800 a.C. até o calendário
gregoriano no século XV (1502 – 1585), o réveillon mudou muitas vezes. Na
verdade, foi consolidado em 46 a.C., para demarcar o ano civil no mundo
inteiro, facilitando o relacionamento entre as nações.
A primeira comemoração, chamada “festival de
ano-novo” ocorreu na Mesopotâmia por volta de 2.000 a.C. A festa
iniciava-se por ocasião da lua nova, indicando o equinócio da primavera, ou
seja, um dos momentos em que o sol se aproxima da linha do Equador e onde os
dias e as noites tem a mesma duração, atualmente no Brasil, equivale aos meses
de março, onde os espiritualistas comemoram o ano-novo esotérico.
Os romanos foram os primeiros a
estabelecer um dia no calendário para a comemoração desta grande festa (753ª.C.
– 476 d.C.). O ano começava no dia 1º de março, trocado em 153 a.C. para o dia
1º janeiro e mantido no calendário juliano, adotado em 46 a.C. e em 1582 a
igreja consolidou a comemoração, quando adotou o calendário gregoriano.
Ainda hoje, a China comemora a
passagem do ano em fins de janeiro ou princípio de fevereiro. A comunidade
judaica tem um calendário próprio e sua festa de ano-novo ou Rosh Hashaná, “festa das
trombetas”, dura dois dias em meados de setembro ao início de
outubro. Os muçulmanos comemoram o ano-novo no dia 06 de junho.
O fato é que no mundo inteiro o ano
novo começa entre fogos de artifício, buzinadas, apitos e gritos de alegria.
Esse costume é antigo, e serve para espantar os maus espíritos. As roupas
novas, que nunca foram usadas, combina com o espírito de renovação do ano novo.
O Brasil, celeiro de imigrantes, tem
vários costumes para o ritual de virada de ano-novo.
O primeiro dia do ano é dedicado a
confraternização, é o dia da Fraternidade Universal.
A real motivação para as pessoas
comemorarem a festa de ano novo está no fato da pessoas sentirem desejo de se
renovar.
Quais promessas de renovação você fará no início desse novo
ano? De onde tirar motivação para essa renovação?
O episódio
narrado por Lucas mostra Maria e José ocupados em fazer cumprir a lei (Ex
13.2). A referência dessa ritual é o que havia sido instruído por Moisés ao
povo quando o povo havia acabado de ser libertado da escravidão que perdurara
430 anos.
A instrução
dada por Deus a Moisés e Moisés ao povo ressalta a consagração dos
primogênitos. Essa consagração foi instruída por Deus, pois havia acabado de “passar sobre”
o Egito e salvo os primogênitos de Israel. Ao passar sobre o Egito, Deus deu
nova vida ao seu povo. Todo primogênito, ou seja, os salvos da morte,
tipificavam o povo escolhidos de Deus.
Maria e
José, pessoas cristãs, observando a lei e a instrução de Deus, levam Jesus ao
templo para dedica-lo a Deus. A consagração do primogênito à Deus significava tratar com
distinção, distinguir como especial.
A
princípio, Jesus era uma criança como tantas outras que eram dedicadas a Deus.
Mas, Lucas ressalta que “guiado pelo Espírito Santo, Simeão, reconheceu Jesus como
sendo a salvação ...”.
Simeão é
uma figura tão emblemática quanto Maria, ou seja, pouco se sabe sobre ele. O
fato é que o ponto não está em Simeão, mas naquele que ele reconheceu como
sendo o salvador e a salvação.
Reconhecendo
Jesus, o salvador do mundo, Simeão, movido por uma alegria efusiva, louva a
Deus. Louva com o conhecido cântico de Simeão, Nunc dimittis, agora despedes.
Esse cântico expressa a
universalidade da mensagem do evangelho.
Simeão disse:
“Νυν àπολυεις τον δουλον σου, δέσποτα, ...”; “agora despedes o servo teu, Senhor,...”
(Lc 2.29). O interessante é justamente o fato de Simeão não ter se expressado
com o termo “κυριοσ” (Senhor), mas sim δέσποτα (Senhor). Ao usar o termo δέσποτα (Senhor),
Simeão transmite a mensagem de que Jesus é o senhor de escravos que dá a
liberdade aos escravos. Ou seja, o filho veio libertar os que estão escravizados. Com
a chegada de Jesus, os filhos se reconheciam livres. Assim, como foi por
ocasião da chegada do anjo da morte. Os filhos de Israel se tornaram livres e
receberam uma nova vida.
Milhares de
pessoas vão continuar reféns desse ano que está terminando. Alguns querem que o
novo ano seja de fato novo. Os fogos, segundo a tradição pagã afugentará os
maus espíritos que querem impedir que o novo seja de fato novo. Mas, os filhos
de Deus, não querem e nem precisam estar sob uma tradição pagã. Pelo Batismo,
cada filho e filha foi consagrado a Deus. O batismo torna os filhos e filhas
distintos e especiais. Os batizados vivem na luz e são guiados pelo Espírito
(Gl 5.16, 22,23,25).
O
historiador Lucas ressalta que Simeão apresenta Jesus como “uma luz para
mostrar o caminho a todos os que não são judeus ...” (Lc 2.32). No
entanto, pelo Espírito Santo, Simeão esclarece aos pais José e Maria que, ao
ter sido enviado para ser luz, Jesus seria hostilizado e perseguido (Jo 1.11).
Simeão, guiado pelo Espírito Santo, apresenta para José e Maria que Jesus,
conforme citação do próprio antigo testamento (Is 42.6; 46.13; 49.6; 52.10)
será salvação para uns e perdição e ódio para outros. Alerta ainda que “... a tristeza,
como uma espada afiada, cortará o seu coração, Maria” (Lc 2.35). Ou
seja, Simeão guiado pelo Espírito Santo mostra à Maria o sofrimento pelo qual
Jesus irá passar. Antes de anunciar todos esses acontecimentos a José e Maria,
Simeão os abençoou.
A missão de
Jesus era uma missão divina. Ele veio para ser luz e para mostrar o caminho de
luz.
O encontro
surpreendente e as fortes emoções não haviam terminado nesse encontro com
Simeão. Após terem sido abençoados por Simeão e saírem pensativos sobre a
missão de Jesus, José e Maria se deparam com Ana.
Ana era uma
senhorinha que ficava no templo. Talvez entregasse doces as muitas crianças que
por lá passavam. Era uma vovó que queria abraçar todos os bebês que eram
dedicados a Deus.
Essa viúva,
de 84 anos, dedicava-se a oração e outras atividades no Templo. Ela conhecia as
profecias a respeito do Salvador, afinal, era filha de Fanuel, da tribo de
Aser, uma das doze de Israel. Acredita-se que tenha ouvido as palavras de
Simeão, e por saber da sua veracidade, louvou a Deus por que em Jesus, a
salvação havia chegado.
Mais um ano chega ao fim!
Mais um ano se iniciará!
As expectativas para
esse ano foram satisfeitas? Quais são as expectativas para o novo ano?
Querido
povo de Deus! O ano termina e outro se inicia. Há muitos motivos para louvar a
Deus! Afinal, em Jesus, Deus resolveu a pior tragédia humana. Ele trouxe luz,
salvação e perdão!
A música “muito dinheiro
no bolso, saúde pra dar e vender!” é mais uma oferta consumista.
Quem nesse ano, enfrentou problemas de saúde, problemas financeiros, parece não
ter nenhum motivo para louvar a Deus.
Problemas!
Nem se sabe
como foi possível atravessar um ano tão difícil. O que a Palavra de Deus diz é
que não foi pelas próprias forças e capacidades. Assim, chego ao final de mais
um ano e poderei iniciar um novo ano na certeza de que “...são maravilhosas as coisas que Deus faz!
Todos os que se alegram por causa delas querem entendê-las” (Sl
111.2). Amém!
Rev. M.S.T. Edson Ronaldo Tressmann
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