Belém
A Padaria de Deus aberta para todos!
“E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como
grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas
origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”
(Miquéias 5.2)
Conforme tradição da igreja, no
segundo domingo de Advento (10 de dezembro) será acessa a segunda vela presente
na coroa de Advento. A mesma simboliza a vela de Belém.
A vela de Belém pode ser
denominada como “salvação para todos”.
O tema do segundo domingo de advento é o arrependimento
através da mensagem de João Batista.
Quem era João Batista? Filho do sacerdote Zacarias. O nome hebraico Zacarias
significa “Deus se lembrou”. Ele era
sacerdote no Templo de Jerusalém, do turno de Abias (1Cr 24.10-19; Lc 1.5). Era
descendente sacerdotal de Levi. Dessa maneira é estranho ver João Batista
realizando seu ministério no deserto, sendo que por descendência e direito,
deveria estar no Templo.
Qual é a razão disso?
Um detalhe pouco comentado é o fato
de Lucas apresentar em seu evangelho que quando João Batista iniciou seu
ministério de pregação, haviam dois sumo sacerdotes, Anás e Caifás (Lc 3.2).
A julgar só por esse detalhe, vemos
algo incomum, ou seja, não era possível pela ordem divina ter dois sumo
sacerdotes.
Lucas denuncia também que Anás,
populista, tendo cinco filhos negociou com os Romanos, e eles passaram a decidir
quem seria sumo sacerdote. E após a morte dos seus cinco filhos, os Romanos
decidiram por Caifás, genro de Anás. Assim temos os dois sumo sacerdotes.
Infelizmente, Deus deixou de falar do
seu Templo e passou a falar do deserto. Havia corrupção e isso levou Deus a se
comunicar com seu povo no deserto.
Pode-se dizer que a igreja estava
vivendo o exílio da corrupção e por causa dela, Deus se comunica no deserto por
meio de João Batista.
O ministério de João Batista no
deserto já era uma figura de linguagem de convite ao arrependimento. O
arrependimento necessário para o Senhor Jesus que já estava por iniciar seu
ministério.
Deixemos de lado por um momento a
pessoa de João Batista, e retornemos a vela de Belém. A vela que representa a “salvação para
todos”.
Analisando a palavra Belém,
vemos que a mesma significa “casa do pão”, ou seja, lugar de comida. E em
Belém, nasceu aquele que anos mais tarde, em sua pregação, disse: “Eu sou o pão da
vida” (Jo 6.48).
O profeta Miquéias, setecentos anos
antes do nascimento de Jesus disse ao povo: “E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar
como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e
cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”
(Miquéias 5.2).
Havia tantas cidades maiores, mais
importantes, mais destacadas, mas, Deus resolve em seu preceito que Jesus
nasceria em Belém, uma pequena e para muitos insignificante cidade. Na verdade,
a pequena Belém era útil para o povo apenas para uma coisa. Belém é o ponto de
partida para quem ia para o Egito (Jr 41.17). Foi daqui que iniciou-se a fuga do
menino Jesus para o Egito (Mt 2.1-15; Lc 2.4-15; Jo 7.42).
Deus sai da sua terra para resgatar
seu Filhos escravizados, assim como aconteceu nos dias de Moisés. Deus tirou do
Egito o seu povo escravizado.
João Batista no deserto, é a mensagem
de que Deus, se ausenta do Templo para buscar seu povo que estava vivendo no
deserto da corrupção.
Jesus nasceu em Belém. Essa verdade,
ocorreu por três motivos. Sendo eles:
1 – Profético: Para que se cumprisse a profecia (Mq 5.2). E, sendo o
caminho para o Egito, conforme profetizado pelo profeta (Os 11.1).
2 – Simbólico: Belém, casa do pão. Jesus, o pão da vida (Jo 6.48).
3 – Histórico: O último filho de Jacó nasceu em Belém (Gn 35.16-19). Seu
nome foi Benoni “filho da minha dor”.
Jacó o chamou de Benjamim “filho da mão direita”.
Jesus, o filho de Deus, que nasceu em Belém, nasceu para ser o homem das dores
(Is 53.3) e filho da destra de Deus (At 7.55).
Ao observar que Boaz e Davi nasceram
em Belém e, combinando as palavras do profeta que disse “... cujas origens
são desde os tempos antigos...”, vemos Deus agindo na história. Como disse o apostolo Paulo:
“... quando
chegou o tempo certo...” (Gl 4.4).
Mais uma vez vamos festejar o segundo
domingo de advento. De tudo o que ouvimos até o momento, quais lições podemos tirar?
- Deus, mesmo que no deserto, continua
nos convidando ao arrependimento;
- A salvação é para todos – por isso,
insiste e convida a todos ao arrependimento;
- Jesus não foi reconhecido por causa
da corrupção reinante na igreja. Mas, Deus em amor e misericórdia, veio ao seu
povo e pelo deserto, por João Batista, mostrou esse amor e misericórdia ao povo
que veio salvar.
Querido e querida.
Não posso terminar essa mensagem sem
alertar a todos.
É muito comum ouvir que há situações
desastrosas em tal e tal instituição religiosa. No entanto, Deus não se cala. Ele continua falando em muitas instituições religiosas e por vezes no deserto de um blog, numa postagem no face, num grupo de whats, num grupo pequeno de estudo, numa pequena igreja no interior ... . Ele
continua anunciando seu amor. Ele continua preparando seu povo para o dia em
que irá voltar para julgar os vivos e os mortos.
A todos nós, cabe a missão de
permanecer com os olhos fixos em Jesus, tão somente em Jesus, o cordeiro de
Deus, o pão da vida.
Deus,
enviou da sua padaria, Belém, o pão que sacia a fome de toda a humanidade. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por seguir esse blog. Com certeza será uma bênção em sua vida.