quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

A padaria de Deus aberta para todos!

Belém
A Padaria de Deus aberta para todos!

E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Miquéias 5.2)

Conforme tradição da igreja, no segundo domingo de Advento (10 de dezembro) será acessa a segunda vela presente na coroa de Advento. A mesma simboliza a vela de Belém. 
A vela de Belém pode ser denominada como “salvação para todos”. O tema do segundo domingo de advento é o arrependimento através da mensagem de João Batista.
Quem era João Batista? Filho do sacerdote Zacarias. O nome hebraico Zacarias significa “Deus se lembrou”. Ele era sacerdote no Templo de Jerusalém, do turno de Abias (1Cr 24.10-19; Lc 1.5). Era descendente sacerdotal de Levi. Dessa maneira é estranho ver João Batista realizando seu ministério no deserto, sendo que por descendência e direito, deveria estar no Templo.
Qual é a razão disso?
Um detalhe pouco comentado é o fato de Lucas apresentar em seu evangelho que quando João Batista iniciou seu ministério de pregação, haviam dois sumo sacerdotes, Anás e Caifás (Lc 3.2).
A julgar só por esse detalhe, vemos algo incomum, ou seja, não era possível pela ordem divina ter dois sumo sacerdotes.
Lucas denuncia também que Anás, populista, tendo cinco filhos negociou com os Romanos, e eles passaram a decidir quem seria sumo sacerdote. E após a morte dos seus cinco filhos, os Romanos decidiram por Caifás, genro de Anás. Assim temos os dois sumo sacerdotes.
Infelizmente, Deus deixou de falar do seu Templo e passou a falar do deserto. Havia corrupção e isso levou Deus a se comunicar com seu povo no deserto.
Pode-se dizer que a igreja estava vivendo o exílio da corrupção e por causa dela, Deus se comunica no deserto por meio de João Batista.
O ministério de João Batista no deserto já era uma figura de linguagem de convite ao arrependimento. O arrependimento necessário para o Senhor Jesus que já estava por iniciar seu ministério.
Deixemos de lado por um momento a pessoa de João Batista, e retornemos a vela de Belém. A vela que representa a “salvação para todos”.
Analisando a palavra Belém, vemos que a mesma significa “casa do pão”, ou seja, lugar de comida. E em Belém, nasceu aquele que anos mais tarde, em sua pregação, disse: “Eu sou o pão da vida” (Jo 6.48).
O profeta Miquéias, setecentos anos antes do nascimento de Jesus disse ao povo: “E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Miquéias 5.2).
Havia tantas cidades maiores, mais importantes, mais destacadas, mas, Deus resolve em seu preceito que Jesus nasceria em Belém, uma pequena e para muitos insignificante cidade. Na verdade, a pequena Belém era útil para o povo apenas para uma coisa. Belém é o ponto de partida para quem ia para o Egito (Jr 41.17). Foi daqui que iniciou-se a fuga do menino Jesus para o Egito (Mt 2.1-15; Lc 2.4-15; Jo 7.42).
Deus sai da sua terra para resgatar seu Filhos escravizados, assim como aconteceu nos dias de Moisés. Deus tirou do Egito o seu povo escravizado.
João Batista no deserto, é a mensagem de que Deus, se ausenta do Templo para buscar seu povo que estava vivendo no deserto da corrupção.
Jesus nasceu em Belém. Essa verdade, ocorreu por três motivos. Sendo eles:
1Profético: Para que se cumprisse a profecia (Mq 5.2). E, sendo o caminho para o Egito, conforme profetizado pelo profeta (Os 11.1).
2Simbólico: Belém, casa do pão. Jesus, o pão da vida (Jo 6.48).
3Histórico: O último filho de Jacó nasceu em Belém (Gn 35.16-19). Seu nome foi Benoni “filho da minha dor”. Jacó o chamou de Benjamim “filho da mão direita”. Jesus, o filho de Deus, que nasceu em Belém, nasceu para ser o homem das dores (Is 53.3) e filho da destra de Deus (At 7.55).
Ao observar que Boaz e Davi nasceram em Belém e, combinando as palavras do profeta que disse “... cujas origens são desde os tempos antigos...”, vemos Deus agindo na história. Como disse o apostolo Paulo: “... quando chegou o tempo certo...” (Gl 4.4).
Mais uma vez vamos festejar o segundo domingo de advento. De tudo o que ouvimos até o momento, quais lições podemos tirar?
- Deus, mesmo que no deserto, continua nos convidando ao arrependimento;
- A salvação é para todos – por isso, insiste e convida a todos ao arrependimento;
- Jesus não foi reconhecido por causa da corrupção reinante na igreja. Mas, Deus em amor e misericórdia, veio ao seu povo e pelo deserto, por João Batista, mostrou esse amor e misericórdia ao povo que veio salvar.
Querido e querida.
Não posso terminar essa mensagem sem alertar a todos.
É muito comum ouvir que há situações desastrosas em tal e tal instituição religiosa. No entanto, Deus não se cala. Ele continua falando em muitas instituições religiosas e por vezes no deserto de um blog, numa postagem no face, num grupo de whats, num grupo pequeno de estudo, numa pequena igreja no interior ... . Ele continua anunciando seu amor. Ele continua preparando seu povo para o dia em que irá voltar para julgar os vivos e os mortos.
A todos nós, cabe a missão de permanecer com os olhos fixos em Jesus, tão somente em Jesus, o cordeiro de Deus, o pão da vida.
Deus, enviou da sua padaria, Belém, o pão que sacia a fome de toda a humanidade. Amém!


Edson Ronaldo Tressmann

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