segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Não deveis esquecer!

10 de dezembro de 2017
2º Domingo no Advento
Sl 85; Is 40.1-11; 2Pe 3.8-14; Mc 1.1-8
Tema: Não deveis esquecer!

No dia em que escrevo essa mensagem (21 de setembro de 2016), os noticiários divulgam reportagens sobre o mal de Alzheimer. O dia 21 de setembro é o dia mundial de alerta sobre o mal de Alzheimer.
Dados recentes da OMS e entidades não governamentais voltadas para esta doença indicam que o número de pessoas com Alzheimer vai aumentar muito, em torno de 5% ao ano, chegando em 2050 na casa dos 131,5 milhões.
O mal de Alzheimer faz com que a pessoa esqueça coisas de ontem ou até mesmo de conversas da manhã. Por isso, é sempre importante lembrar, recordar.
João Marcos era parente de Barnabé (Cl 4.10). Foi colaborador do apóstolo Paulo (At 12.25; 13.5,13; 15.37,39; 2Tm 4.11; Fm 24). Possivelmente foi discípulo de Pedro (1Pe 5.13). Na casa de sua mãe havia um cenáculo onde se reuniam os apóstolos para orar (At 1.13; 12.12).
João Marcos narra no evangelho tudo o que chegou ao seu conhecimento, quer seja através de sua mãe, Paulo e Pedro. O evangelho escrito por João Marcos é o mais antigo dos evangelhos, data do ano 50 d.C., ou seja, 17 anos após a morte e ressurreição de Jesus Cristo.
O evangelho de Marcos é na verdade uma transcrição das palavras de Pedro. Muitos eram os boatos a respeito de Jesus, por isso, era necessário falar que Jesus era o filho de Deus.
O evangelho busca traduzir a verdade, através de eventos reais e ação direta de Deus na história humana para revelar-se ao ser humano. O apóstolo Paulo em suas cartas descreve o evangelho como sendo a ação de Deus em prol da salvação do mundo, na encarnação, morte e ressurreição de Jesus. O evangelho é a história da salvação! Assim, o apóstolo Pedro recomenda: “Não deveis esquecer”.
Não deveis esquecer!
1 – O evangelho é a revelação de Deus!
Ainda hoje, quando se diz que alguém é pregador do evangelho, vale ressaltar que o evangelho é a mensagem que já está escrita. Sempre lembro aos meus leitores e ouvintes que todo “sermão é um plagio, afinal, o sermão está escrito na Bíblia”. O evangelho já é algo revelado.
João Marcos escreveu tudo o que Pedro lhe transmitiu a respeito de Jesus. Ele não esqueceu do que aprendeu sobre a Palavra de Deus. João Marcos combinou profecias do profeta Malaquias e Isaías. Na verdade plagiou um evangelho anteriormente revelado.
O evangelho do profeta Malaquias (Ml 3.1) plagiado por João Marcos (Mc 1.2), anuncia que “Deus pessoalmente visitaria seu povo”. Essa visita seria previamente anunciada através de alguém que prepararia sua chegada. O evangelho anteriormente proclamado indicou que esse enviado de preparar o caminho da visita Deus, ressaltou que o mesmo “gritaria no deserto” (Is 40.3).
O que será que aconteceu? Afinal, Jesus veio para o seu povo e mesmo tendo ouvido todo esse evangelho não o recebeu?
Pregação e mais pregação! Parece que as pessoas não aprendem nada a respeito de Deus. Disso há argumentos favoráveis a dinamicidade do pastor, a necessidade da oratória, é preciso despertar a atenção dos ouvintes. Nada contra esses meios. A verdade é que todos são necessários e importantes. Mas, o grande problema que as pessoas precisam ter consciência é que “...o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus” (2Co 4.4).
João Marcos não só registrou palavras do apóstolo Pedro em seu evangelho, o próprio Pedro escreveu duas cartas. Na segunda carta seu objetivo é justamente mostrar quem é Deus e o que fez. Havia o perigo dos cristãos caírem no ensino dos falsos mestres que distorciam o evangelho. Pedro deseja fortalecer a fé e a esperança dos cristãos.
Falar sobre Pedro ou João Marcos é quase que redundância, afinal, João Marcos escreveu o evangelho, mas, a voz é de Pedro. Tanto nas palavras ditas, quanto nas palavras escritas, a preocupação é só uma: responder a pergunta sobre quem é Jesus à primeira comunidade cristã. Exatamente por isso que João Marcos inicia o evangelho dizendo: “Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (Mc 1.1).
Jesus era completamente o oposto do Messias aguardado pelo povo. Os judeus esperavam um libertador político. No entanto, veio o libertador do pecado, da escravidão eterna. Esperavam um Messias majestoso, mas, depararam-se com um Messias humilde.
O sermão de João Marcos é um verdadeiro plágio das Escrituras. Ele aponta para as promessas feitas no passado e cumpridas em seus dias.
Atualmente, não vivemos o período em que as promessas que foram feitas estão sendo cumpridas. No entanto, isso pode acontecer. Afinal, o apóstolo Pedro escreveu: “...segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, ...” (2Pe 3.13). Pode ser que vivamos essa promessa! Afinal, não sabemos o dia e a hora, pode ser que seja hoje, amanhã, daqui alguns meses. Se acontecer, ou seja, se Jesus voltar nesse exato momento!? Será que assim como um ladrão, nos pegará de surpresa? Não deveis esquecer. Deus prometeu que enviaria seu filho, e essa promessa já foi cumprida. Jesus prometeu que voltará, e essa promessa também será cumprida.
Não deveis esquecer!
2 – Estamos esperando.
Como esperar? Como estar preparado?
Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos...” (2Pe 3.13). Quem são os que esperam? 2Pe 3.1 – 2, são “pessoas esclarecidas, conhecedores da Palavra de Deus”.
Um detalhe não pode passar despercebido jamais. Jesus não está demorando voltar para punir os cristãos. Sua demora se deve ao fato de Deus “ser longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2Pe 3.9).
Cada ser humano é convidado amorosamente ao arrependimento, afinal, assim como Jesus apareceu diante do povo, aparecerá novamente, mas agora em glória e majestade, como vencedor, para julgar os vivos e os mortos.
Arrependimento não implica abandonar a vida de lazer, de trabalho ou familiar. Arrependimento implica abandonar aquilo que afasta de Deus, abandonar aquilo que afasta do amor e da misericórdia de Deus.
Não se esqueça, aquele pastor que o batizou, apenas teve a honra de jogar água em sua cabeça, mas quem verdadeiramente te batizou foi o próprio Deus, concedendo a você pela Palavra o Espírito Santo. O Espírito Santo é quem te permite viver na graça e na certeza de que se Jesus voltar agora, você tomará posse do novo céu e da nova terra. Amém!


Edson Ronaldo Tressmann

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