segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Ministério, sua importância e necessidade!

Sermão temático

Tema: Ministério, sua importância e necessidade!

Fiel é a palavra: se alguém aspira o episcopado, excelente obra almeja” “...apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino, como para convencer os que contradizem” “...Quanto ao ministério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas” (1Tm 3.1; Tt 1.9; Ap 1.20).

Por Edson Ronaldo Tressmann

O ministério ainda é uma ordenação divina e está protegido nas mãos daquele que ressuscitou e virá para julgar os vivos e os mortos.

O Artigo central da Confissão de Augusbugo é o artigo V. Como assim? Não é o artigo IV, da justificação? A centralidade e importância do Artigo V é devido ao fato de que o mesmo remete ao IV e desdobra os Artigos VII e VIII.

A igreja não está a lugares santos e ritos sagrados. Ela é identificada onde se prega o evangelho de maneira pura e clara e sacramentos são administrados conforme a ordem de Cristo.

Assim sendo, Lutero destaca que onde está a Palavra, ali está a igreja (Ubi est verbum, ibi est ecclesia). É na Palavra que está contido tudo o que faz da igreja ser igreja: pregação e sacramentos. Pela pregação e administração dos sacramentos são os meios pelos quais o Espírito Santo, agindo através do ofício da pregação, opera a fé em Cristo. O oficio pastoral não é um fim em si mesmo, mas serve para os propósitos de Deus. Assim, falar da igreja é falar dos ministros.

É o Espírito Santo, dado na Palavra (pregação, Batismo e Santa Ceia) faz alguém um cristão e de uma reunião uma igreja. Onde está a Palavra, está a igreja.

O que o Senhor deu a sua igreja não apenas a seu bem estar, mas a seu próprio ser. O que Deus oferece é que para que haja uma igreja cristã “para conseguirmos essa fé, instituiu Deus o ofício da pregação, dando-nos o evangelho e os sacramentos” (Artigo V da CA). Assim, o Artigo XIV da CA ressalta que sem chamado regular ninguém deve publicamente ensinar, pregar ou administrar os sacramentos na igreja.

A Palavra não depende do oficio pastoral, ao contrário, o oficio pastoral é que depende da Palavra. A Palavra é o fundamento do ministério, da igreja e do cristão.

Ao ler Isaías 55.10, é preciso recordar que Deus cumpre o que aqui promete. A Palavra que não volta vazia, não é qualquer palavra, mas a Palavra a respeito de Cristo (Rm10.17).

A igreja é uma nova criação dentro da velha criação enviada para, por meio da Palavra restaurar a criação caída (2Co 5.17). O Artigo VII da CA registra as seguintes palavras: “sempre haverá e permanecerá uma única igreja cristã, congregação dos santos, entre os quais o evangelho é pregado puramente e os sacramentos administrados de acordo com o evangelho”. Observe por essas palavras que não é a uniformidade da prática que mantêm a unidade.

O tripé pelo qual se reconhece a igreja: Pregação pura e clara; Batismo e Santa Ceia.

Esse tripé sustenta os outros sinais da igreja:

Confissão e Absolvição, ministério (serviços e ministério pastoral), Oração e Louvor, Confissão da fé (catecismo), Cruz e sofrimento pelo evangelho.

O Tripé identifica a igreja e os sinais desse tripé descrevem a vida da comunidade cristã. Mesmo sendo um grupo de pessoas redimidas e santificadas, estão no mundo não redimido e não santificado e os cristãos também lutam contra sua natureza pecaminosa. São justos, mas pecadores.

Como igreja cristã, enfrentamos problemas? Sim! Como enfrentamos? Precisa ser com a graça que proclamamos. Infelizmente, estatutos e regimentos, têm apenas nos congelado em muitas situações e impedido que coisas simples possam fruir normalmente. Destaco que muitos problemas enfrentados podem e precisam ser resolvidos a base do amor de Cristo manifestado na pregação, no batismo e na ceia.

A Palavra de Deus impulsiona o não cristão a fé e o cristão a ortopráxis (ação correta). A ética também é um sinal da igreja cristã. A ação correta, prática da fé orante e confessante, nos apresenta ao mundo. A Palavra que dá e opera a fé, santifica o justificado que permanece pecador.

Como o Espírito Santo me santifica? Pela igreja cristã que proclama o evangelho e administra os sacramentos. Sendo assim, o Espírito Santo me santifica pela remissão dos pecados.

A igreja recebeu de Jesus algo peculiar. É da igreja (composição dos que creem) e de mais ninguém o poder de perdoar os pecadores penitentes. Em outras palavras é possível dizer que a igreja é uma mãe: ela gera, carrega e nutre, mas, não por si mesma e sim pela Palavra de Cristo.

A maneira pela qual a igreja se identifica (Pregação, Batismo e Santa Ceia) e os sinais que a identificam (Confissão e absolvição, ministério, oração, louvor, instrução, cruz e sofrimento pelo evangelho) muitas vezes têm gerado muitos incômodos. Um desses é a polêmica a qual refletimos: Quando um pastor deve ser demitido? Quanto tempo permanecer numa paróquia?

Pode-se discutir amplamente o assunto, mas, em minha humilde opinião sigo a recomendação de Paulo à Tito: “... de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino, como para convencer os que o contradizem” (Tt 1.9). Quando não se têm mais o ensino correto e, sem isso, não pode mais se defender nem pessoalmente e espiritualmente, um ponto final é colocado.

Os incômodos humanos, relacionados a organização estrutural, geram polêmica por ser adaptações humanas. E humanamente falando, estutos e regimentos são adequados por serem humanos e assim falhos. Mas, o importante é lembrar que mesmo nesses incômodos humanos, Deus age pela sua igreja que prega clara e puramente e administra os sacramentos de acordo com a ordem de Cristo. “...Quanto ao ministério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas” (Ap 1.20).

Pelos inúmeros escândalos o Diabo tenta encobrir a igreja e fazer com que as pessoas se isolem dela. Pelos escândalos, o diabo divide e fragmenta a igreja. E Deus, em seu amor e misericórdia oculta a igreja nas suas fraquezas e deficiências (2Co 12.9; 1Co 1.18-21) engana o diabo e exalta a obra de Jesus.

Diante dessa reflexão, minhas singelas observações:

1 –Se o Artigo V da CA fala do ministério da palavra como sendo algo confiado a cada batizado (1Pe 2.9). Todo batizado é um proclamador da libertação em Cristo. No entanto, um age como cristão individual, à base desse sacerdócio universal, o outro, o pastor, age à base do chamado recebido de outros cristãos. Um age (leigo, serva, jovem, criança), sob Deus, em seu próprio nome (1Pe 2.9); o outro (pastor) age, sob Deus, em nome da congregação que o chamou (Koehler, 1981, p. 251). Assim, sem chamado de uma congregação, o pastor não é pastor, mas um leigo que serve como outro leigo nos mais variados ministérios. Cristo dá os mais variados dons a igreja (Ef 4.11-13), nenhum é maior ou melhor. Todos contribuem para o mesmo fim, Jesus ser engrandecido e crido. Assim, um pastor no exercício do ministério leigo não é ofensa, nem diminuição. Ele está aguardando chamado para voltar em nome da congregação a ser pastor chamado.

2 – Convém lembrar que a única diferença entre pastor licenciado e aguardando chamado é que o que está ativo possui um chamado. Mas, todos, eméritos, licenciados, aguardando chamado e os com chamado, servem ao Senhor na atual situação na qual se encontram (Koehler, p. 255).

3 – Não estranhe a observação acima sobre presbíteros, diáconos, diaconisas, afinal, o trabalho de ensinar e educar os novos é uma parte essencial no ministério público. Tanto que a Bíblia cita que a qualidade essencial do ministro é que seja apto a ensinar. Mas, não se pode furtar a atenção especial ao trabalho com crianças e a congregação pode chamar ou eleger alguém para determinado trabalho. Esses não exercem o oficio pastoral, mas, são importantes dentro do ministério. Para esses, também é possível dizer que possuem um chamado divino, assim como todos os crentes em Cristo possuem (1Pe 2.9).

4 – Onde está a igreja, há autoridade para administrar o evangelho. E é a igreja local que retêm a autoridade de chamar eleger e ordenar ministros (Poder e Primado do Papa, p.356). O chamado do pastor se limita a sua congregação e seus limites (At 20.28). De acordo com ortopráxis, boa conduta, não se envolva em assuntos de outro pastor, nem ronde comunidades vacantes. Só se assume um local e se envolve nos seus assuntos quem é chamado pela congregação que age como executiva da vontade de Deus (Koehler, 1981,p. 253). Assim, um pastor, presbítero, diácono, diaconisa, chamados pela congregação, é como se tivessem sidos chamados pelo próprio Deus. Isso é chamado divino. E quando devo aceitar? A divindade do chamado está na pergunta: onde pode o homem chamado prestar maior serviço ao reino de Cristo? (Koehler,p. 253). Será que devo sair, pois não tenho mais nada a oferecer onde estou? Ou, meus dons e talentos se aplicam melhor naquela outra congregação e onde estou não sou tão útil e necessário?

Reflexões!

Em Cristo

Edson Ronaldo Tressmann - Querência do Norte – PR


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