segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Igreja na Rocha!

 

Salmo 138; Isaías 51.1-6; Romanos 11.33-12.8; Mateus 16.13-20

Texto: Mateus 16.13-20

Tema: Igreja na rocha!

 

O Brasil é tido como um país religioso. Toda essa religiosidade está expressa nos templos, espaços religiosos e festa e feriados.

Todavia, em meio aos mais variados templos, espaços religiosos, festas religiosas, a pergunta que precisa ser respondida é: Quem o povo diz que é Jesus?

Vez ou outra questiono as pessoas: Crer em Deus salva? A resposta de muitos é sim. Entretanto ressalto que o que salva o pecador é a obra de Jesus. A fé na obra de Cristo salva! Só sei quem é Deus em Cristo, no ungido e enviado da parte de Deus (Mt 11.27). E é essa verdade que Pedro confessou, a igreja confessa e é a verdade sobre a qual a igreja está fundamentada.

Jesus indagou: Quem as pessoas dizem ser o Filho do homem?

As respostas mostram confusão da parte das pessoas. Não é desconhecimento da Palavra, mas uma interpretação equivocada.

João Batista – o povo adotou a mesma teoria de Herodes, ou seja, que Jesus fosse João Batista ressuscitado. Ao dizer que Jesus era Elias, indica que muitos lembravam-se da profecia de que Elias voltaria (Ml 4.5). E como todos sabiam que Elias não havia morrido, mas havia sido levado vivo ao céu, muitos supunham que Jesus era Elias enviado de volta e era o precursor de Cristo. E quando ouvimos dos discípulos que Jesus era Jeremias, deve-se as mais variadas lendas acerca desse profeta. Para muitos judeus, o profeta Zacaria havia sido a reencarnação de Jeremias. Muitos acreditavam que a profecia de Dt 18.15,18 (referência a Cristo) referia-se ao ministério e pessoa do profeta Jeremias. Muitos acreditavam, conforme está registrado em 2Macabeus 2.1-12, que o profeta Jeremias em algum momento devolveria à nação de Israel a arca original que ele havia escondido numa caverna. Muitos acreditavam que Jeremias era uma espécie de anjo da guarda da nação.

Além de João Batista, Elias, Jeremias, muitos diziam que Jesus era algum dos profetas. Para muitos, a tradição profética estava em vigor, afinal, os milagres mostravam que um profeta estava entre eles.

Essas opiniões não mostram ignorância Bíblica, mas, confusão bíblica. O povo tinha esperança messiânica, esperavam o cumprimento das profecias, porém, ignoravam a presença do próprio Messias entre eles. O apostolo João escreveu: “veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11).

Esse evento ocorrido em Cesaréia de Filipe, centro do culto pagão ao deus grego Pan, mostra que, além da confusão bíblica havia muita religiosidade idolatra. E nessa terra pagã, em meio a influência religiosa e confusão bíblica, Pedro faz, pelo poder de Deus a mais impactante confissão de fé: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16).

Cristo - tornou nome composto e até sobrenome de família. Mas, conforme o Antigo Testamento e o Novo Testamento, Cristo não é nome, mas, um título especial. Cristo é o ungido e o enviado de Deus para realizar algo.

A confissão de que Jesus é o Cristo envolve crer que sua obra é o centro da salvação.

Essa confissão foi e é dada pelo poder do Pai. O próprio Jesus agradeceu ao Pai pela revelação dada aos seus discípulos (Mt 11.25-27).

Essa não foi a primeira vez que essa confissão de fé foi dada pelos discípulos. Quando André apresentou seu irmão Simão a Jesus o fez na convicção de que ele era o Messias (Jo 1.41). Natanael confessou que Cristo era o Filho de Deus (Jo 1.49). Após a tempestade em que Pedro caminhou sobre as águas, os discípulos declararam que ele era o Filho de Deus (Mt 14.33). Quando Jesus pregou e disse que ele era o “pão da vida” (Jo 6.68-69) e as pessoas abandonaram a Jesus, Pedro confessou que eles criam que Jesus era o “santo de Deus.

Essa confissão é especial por dois motivos!

Primeiro: não é reação emocional diante de um milagre. É algo refletido e sincero.

Segundo: essa confissão tornou-se extraordinária por conduzir a outra verdade, muitas vezes esquecida: Jesus é o fundamento da igreja! Jesus registra que sobre esta confissão dada pelo Pai, a sua igreja será edificada.

Eu não tenho igreja! Eu sou igreja, a igreja de Jesus.

Muitas pessoas querem ser donas de igreja. Como se fosse uma instituição meramente humana.

Por mais que valorizemos o lado humano, ser igreja de Jesus, estar na fé, louvar, ofertar, tudo é obra do poder de Deus. Ele nos presenteou com a fé. Pela fé nos leva a adoração, oferta e serviço.

Religiosidade, templos e espaços religiosos, mas, muitos ainda não sabem dizer quem de fato é Jesus!

A Igreja e os Cristãos confessam a Cristo, sua obra como único meio de salvação.

A igreja têm como símbolo a cruz, mas, se fosse uma rocha não seria nenhum absurdo. Um símbolo da ressurreição é a pedra removida do sepulcro.

O Antigo Testamento está cheio de citações referente a rocha (Dt 32.4; Sl 18.2, 31. A rocha é símbolo de Deus.

A resposta de Jesus ante a confissão foi: “tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja...” (Mt 16.18).

André apresentou o seu irmão Simão a Jesus convicto de que esse era o Messias (Jo 1.41). E logo em seguida, Jesus lhe deu o nome grego Pedro (Jo 1. 42) que significa pedra. Em aramaico, Pedro é Cefas que significa pedra.

Dessa forma, quando Jesus exalta a confissão e responde dizendo “tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja...” (Mt 16.18), não tem por objetivo destacar a pessoa de Pedro, mas a confissão de que Cristo é o Filho do Deus vivo, a rocha de salvação.

É interessante que o apostolo Pedro na sua primeira carta chama os cristãos de pedras que vivem (1Pe 2.5), ou seja, pessoas que confessam a rocha que é Cristo.

A igreja abre sua boca para professar a sua fé em Cristo! Sem Cristo, a igreja passa a ser qualquer tipo de denominação. O espetacular na igreja é Cristo! Como disse a uma pessoa outro dia, ser cristão é saber para onde voltar a cada queda em pecado. É saber que Cristo perdoa, pois ele é a rocha de salvação.

Essa fé não é obra humana. Como disse o próprio Jesus, a igreja só pode confessar a respeito da rocha que é Cristo, só permanece na rocha que é Cristo pelo poder de Deus. Deus dá a fé no batismo e na pregação. Deus mantêm a fé pela pregação e santa ceia.

Nunca venho ao culto por ser melhor que outros. Venho ao culto, pois preciso de perdão. E Cristo é a rocha que me salva. Lembre-se: o único pecado para o qual não há perdão é recusar a rocha que me salva.

Ei, não se distraia! É preciso retornar a rocha (Cristo) todos os dias!

Logo após essa confissão, Pedro foi exortado por Jesus para que esse não deixasse Satanás ocupar sua mente (Mt 16.22). Em outras palavras Jesus estava dizendo a Pedro, retorne a rocha. Ela é o fundamento! A rocha veio para ser ferida (Ex 17.6; Nm 20.8-11; 1Co 10.4). O apostolo Paulo precisou alertar o apostolo Pedro para que não se desviasse do evangelho que é Cristo (Gl 2).

A igreja é a composição daqueles que confessam a rocha que é Cristo, o ungido e enviado de Deus para salvar.

Observe o verso 18. Jesus dá um destaque especial ao dizer: minha igreja. O que será que isso significa?

A palavra igreja significa assembleia convocada. A palavra ekklesia era usada para designar a assembleia popular de cidadãos gregos que ajudavam a governar uma determinada cidade ou distrito (At 19.32,39,41. Os atuais conselhos municipais). A palavra igreja era usada para descrever o povo de Israel quando se reunia para as atividades religiosas (Dt 31.30; Jz 20.2). E nós temos essa concepção de igreja entre nós. Parece que só é igreja quem está reunido em culto.

No entanto, aqui Jesus destaca algo novo. Minha igreja – composto por aqueles que estão na rocha que é Cristo (Ef 2.11-3.13; Gl 3.28; Ef 1.22; Cl 1.18). Como escreveu o apostolo Pedro, a igreja é composta pelas pedras vivas que vivem por causa da rocha que é Cristo (1Pe 2.5).

A igreja fundamentada em Cristo e na sua obra está liberta de algo especial. Ela é uma igreja que prevalece apesar dos pesares. Ao dizer que “... as portas do inferno não prevalecerão contra ela ...” (Mt 16.18), Jesus enfatiza que o poder organizado da morte e de Satanás não derrotarão a igreja, ou o crente que está em Cristo. Em toda a bíblia, a palavra porta representa autoridade e poder.

Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo, venceu a morte e o diabo, e todo aquele que crê é a igreja de Cristo e não será derrotado, nem mesmo pela morte (Jo 11.25).

Os cristãos estão na rocha que é Cristo e são alimentados pela rocha que é Cristo. Os cristãos são pedras vivas que levam a esse mundo o perdão e abrem assim o céu para os pecadores. Amém!

ERT

Edson Ronaldo TREssmann

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