07
de junho de 2020
Domingo
da Santissima Trindade!
Sl
8; Gn 1.1 – 2.4; At 2.14,22-36; Mt 28.16-20
Texto:
Mt 28.19-20
Tema:
As crianças, em Jesus, têm o poder de transformar o mundo!
As crianças têm o
poder de transformar o mundo!
Descobri isso após o nascimento da minha
filha.
Quando nasce uma criança, os pais se dão
conta do poder transformador de um bebê. Quem viveu essa experiência sabe
do que estou falando!
No entanto, as crianças crescem e
continuam a transformação do mundo (Gn 1.28).
Deus em seu amor e misericórdia insere
as crianças ainda bebês nessa nova realidade transformadora (Tt 3.4-7). Para
essa nova realidade de transformação, Deus inicia com o batismo (meio pelo qual
as crianças são inseridas na comunhão cristã). No entanto, as crianças que
transformam o mundo dos adultos quando nascem, são treinados em casa para
transformar o mundo dos adultos quando adultos (Mt 28.20).
Cada evangelista aborda a grande
comissão sobre uma perspectiva. O evangelistas João Marcos dá ênfase na
pregação; o médico e pesquisador Lucas, enfatiza o testemunho; o apostolo João
destaca a representação de Jesus.
Mateus, o cobrador de imposto,
transformado em discípulo, enfatiza o ato de fazer discípulo. E o discipulado,
conforme apreciado em Mateus se dá de duas maneiras: batismo e ensino.
Esse é o mais magnifico método
missionário! É o método de Jesus.
O que esse método tem a nos ensinar?
Ao deparar com esse método missionário
de Jesus: batizar e ensinar, refletindo sobre, desejo
trazer um outro olhar para o tema.
Sou pastor a poucos anos (15anos), mas,
nesse curto período, tenho observado uma forte ênfase na busca pelo batismo
como um mero ritual. Pais, ao solicitarem o batismo apelam para o fato de que
isso é a vontade de Jesus e é a missão da igreja. Verdade! Mas, ... diante
dessa observação, tenho procurado preparar as pessoas antes de realizar o
batismo do seu filho(a) e após realizar a cerimônia batismal, sempre faço a
observação de que a partir daquele momento iniciará uma parte necessária,
importante e esquecida por de muitos pais: o
ensino.
Quem é responsável pelo ensino?
Não quero tirar a importância e o papel
fundamental da congregação. Mas, ... observe um fato apontado pelo consultor
legislativo no Senado Federal e presbítero da igreja presbiteriana, Rubem
Amorese (2008) no livro “Fábrica de Missionários,” onde nos faz
refletir sobre a questão da terceirização da educação cristã.
Querido
amigo e amiga
Qual é a fábrica de missionários do reino de Deus?
Essa fábrica foi inaugurada no jardim do
Éden: “...Ele
os criou homem e mulher e os abençoou, dizendo: Tenham muitos e muitos filhos;
espalhem-se por toda a terra e a dominem. E tenham poder sobre os peixes do
mar, sobre as aves que voam no ar e sobre os animais que se arrastam pelo chão”
(Gn 1.17-28).
O
texto traz a criação adequada (homem e mulher), pronuncia a bênção ao homem e a
mulher e anuncia uma missão especial ao homem e mulher.
Deus criou homem e mulher e ressaltou
que os filhos eram a bênção e a partir dessa bênção os encarrega de uma missão,
um alvo.
Nesse ponto de vista podemos questionar:
como está a
atuação da fábrica missionária?
Deus nos deu e dá crianças pequenas para
que cuidemos delas e as façamos crescer. A maneira que crescem depende dos
passos que estão seguindo.
Querido pai e mãe, quando você não gosta
da educação do seu filho(a) é preciso reconhecer que a mesma foi dada por você.
A minha casa, a minha
família, é a fábrica missionária de Deus!
Se os bancos dos templos estão cheios de
cabelos brancos, é porque temos falhado ao longo do processo na fábrica
missionária.
Pareço ser rude com essa palavra, mas, é
preciso refletir sobre, afinal, estamos refletindo sobre o método missionário
de Jesus: batizar e ensinar.
Rubem Amorose (2008) apresenta um ponto
de vista muito interessante. Ele diz que o inimigo da igreja, o diabo, desejoso
em varrer os missionários da face da terra em poucas gerações, parou de
perseguir os campos missionários e passou a combater a fábrica de missionários.
Passou a dar muito mamom aos pais, e isso, fez com que os pais perdessem o foco nas
suas missões pessoais (pai, mãe) e de maneira muito especial a educação cristã.
O diabo tem destruído a consciência do chamado missionário. Nossas vocações
tem sido relegadas ou apenas canalizadas com o objetivo de termos bens
materiais. Queremos deixar uma herança financeira para os filhos, e estamos
esquecendo do legado espiritual.
Por falar em legado espiritual, é
preciso recordar duas mães elogiadas pelo apostolo Paulo pela herança
espiritual. A mãe Loide transmitiu valores cristãos a sua filha Eunice e essa
para seu filho Timóteo. O apostolo Paulo escreveu: “Lembro da sua fé sincera, a mesma fé que a
sua vó Loide e Eunice, a sua mãe, tinham ...” (2Tm 1.5). E pensando
nesse legado de fé, o apostolo Paulo escreveu na primeira carta a Timóteo: “Pois o amor ao
dinheiro é uma fonte de todos os tipos de males. E algumas pessoas, por
quererem tanto ter dinheiro, se desviaram da fé e encheram a sua vida de
sofrimentos” (1Tm 6.10).
Certa feita, Martinho Lutero observou
que as crianças não estavam sendo instruídas adequadamente e escreveu
simultaneamente dois catecismos: o Maior e o Menor, pois assim como naquela
época, “o
homem comum e simples não sabe nada da doutrina cristã, especialmente nas
aldeias. E com a chegada do evangelho, aprenderam a abusar de toda liberdade”.
Os filhos, assim como os pais, não têm
mais tempo para o culto doméstico nem para a instrução bíblica. Os filhos não
tem mais presença e exemplo paterno. A estratégia do diabo é manter os pais tão
ocupados, que nem podem mais frequentar regularmente a igreja. E quando
frequentam, o culto precisa ser como uma mensagem de whatsapp: rápido e instantâneo. A fábrica de missionários deixou de
produzir os missionários que o reino de Deus precisa por causa da “vida moderna”.
Infelizmente, para muitos a igreja é
apenas mais uma instituição, a semelhança de outras onde se busca para cumprir
certos rituais. Assim como se procura o cartório em determinadas situações, o
mesmo se dá com a igreja.
O método missionário de Jesus: batizar
e ensinar
foi deturpado pela tendência da terceirização secularizada, ou seja, as coisas
cristãs ensina-se somente na igreja. E os pais em casa não conversam sobre fé
cristã e seus fundamentos. Dessa maneira, a fábrica de missionários não incute
mais a consciência missionária.
Deixou-se de incutir a consciência
missionária!
Querido pai e mãe: “Eduque a criança no caminho em que deve
andar, e até o fim da vida não se desviará dele” (Pv 22.6). Ou seja,
imprima conceitos e valores cristãos no seu filho. Ao servir, sirva com
alegria. Ao ofertar, oferte com gratidão a Deus. Ao falar do seu pastor, honre
o santo ministério. Seu filho frequenta a fábrica de missionários instituída e
inaugurada por Deus com um objetivo: expansão do seu reino.
Querido Pai e mãe, você é o primeiro
missionário para o seu filho(a): “Pais, não tratem os seus filhos de um jeito que faça com que
eles fiquem irritados. Pelo contrário, vocês devem criá-los com a disciplina e
os ensinamentos cristãos” (Ef 6.4). E quando seu filho cresce num
lar missionário, ele será o missionário que Deus quer em sua fábrica de
missionários quando crescer.
Querido pai e mãe: Fábrica de missionários,
pratique o convite de Jesus em seu lar: “Deixem que as crianças venham a mim e não proíbam que
elas façam isso, pois o Reino de Deus é das pessoas que são como estas crianças”
(Mc 10.14). As crianças, em Jesus, têm o poder de
transformar o mundo! Amém!
Edson
Ronaldo Tressmann
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