21
de junho de 2020
Sl
91.1-10; Jr 20.7-13; Rm 6.12-23; Mt 10.5,21-33
Texto:
Mateus 10.24-33
Tema: Atitudes ante o envio!
Um professor de Notre Dame, teoriza que a narrativa
da igreja antiga sobre os cristãos torturados e mortos por sua fé era mordaça
para lucrar. (My of Persecution na revista World - 01/06/2013). Será que os
cristãos sofrem? Será que são perseguidos? Há quem negue essa
realidade.
Em pleno século 21, cerca de 260 milhões de cristãos
são perseguidos. Esses números, só se alguém quiser negá-los, confirmam a
perseguição do passado.
Os cristãos foram e são ridicularizados, zombados, torturados
e infelizmente mortos por causa da fé em Jesus. O próprio Cristo deixou dito
que isso iria acontecer.
Graças a Deus que ainda o Brasil goza de liberdade
religiosa. Mas, há países, nos quais testemunhar Jesus Cristo, é correr o risco
de ser punido com prisão e pena de morte. Há países que proíbem a construção de
igrejas cristãs; outros, proíbem reuniões para estudos bíblicos ou cultos. E,
chama atenção o fato de que nesses países o cristianismo está crescendo.
Não adianta tapar o sol com a peneira. As
estatísticas mostram que ano após ano o número de cristãos assassinados e
martirizados, por causa de sua fé, aumenta. Essa certeza é para ânimo ou desanimo?
Claro que essa realidade desanima e desperta pavor. No entanto, o evangelista Mateus
(Mt 10.24-33) deixou registrado três atitudes
ensinadas por Jesus ante o envio a esse mundo. E com essas, Jesus faz com que
seus discípulos olhem para o futuro.
1.
Suportem
com paciência a ingratidão e o ódio do povo contra Cristo;
2.
Sede
prudentes;
3.
Lembrai-vos
do galardão celestial.
Jesus
faz com os discípulos olhem para o futuro.
1)
Suportai.
Ao enviá-los ao mundo para a proclamação do amor de
Deus, Jesus disse aos discípulos que seriam odiados. Todavia, deveriam suportar
com paciência e não temer, no fim de contas, Jesus estaria ao lado deles. Essa
foi sua promessa ao enviá-los ante a ascensão sob sua autoridade (Mt 28.20).
Deus providenciou salvação por meio do sacrifício de
Jesus. A missão do Pai dada a Jesus foi de pagar o preço pela humanidade caída
em pecado.
Mesmo que tenhamos registros dos
milagres de Jesus, sua principal missão não foi erradicar a pobreza e a miséria do mundo,
curar todos os doentes, proporcionar às pessoas uma vida feliz aqui na terra. A missão de Cristo foi
reconciliar a humanidade com o Pai. Ele pagou, como nosso
substituto, a culpa da humanidade. Jesus, com seu sacrifício livrou o pecador do
poder do diabo e da morte eterna. Ou seja, Jesus abriu as portas do céu.
As portas do céu estão abertas pela obra de Cristo.
Mas, esse mundo, onde seu príncipe é o diabo (Jo 14.30), busca ofuscar essa mensagem
distorcendo a mesma e, por vezes calando os cristãos atemorizando-os ante a
perseguição. Lucas anotou as palavras de Paulo e Barnabé aos cristãos de
Listra, Icônio e Antioquia da Psídia e o diz a nós cristãos em plena
perseguição: “...por
muitas tribulações lhes importava entrar no reino dos céus” (At
14.22).
Essa é a vida cristã, viver em meio as tribulações,
não olhando para elas, mas continuando a caminhada. O evangelista Mateus (Mt
10.24-33), mostra os detalhes dessa caminhada. Dessa maneira, Jesus faz com os discípulos olhem
para o futuro. São enviados como ovelhas
ao meio de lobos (v.16), levados diante
de tribunais dos judeus e dos gentios. Seus próprios
familiares os denunciarão (v.36).
Jesus destaca que os discípulos serão odiados por causa do nome de Jesus
(v.22).
Anos mais tarde o apostolo Pedro escreveu: “...alegrem-se
por estarem tomando parte nos sofrimentos de Cristo, para que fiquem cheios de
alegria quando a glória dele for revelada. Vocês serão felizes se forem
insultados por serem seguidores de Cristo...” (1Pe 4.13-14).
Analisando a história, vemos que em Atenas, também
Roma, haviam milhares de adoradores de centenas de ídolos. E ninguém era
perseguido por causa dessa religião. No entanto, quando o nome de Jesus, o
verdadeiro Deus, passou a ser proclamado, passou haver ódio e perseguição.
Jesus disse: “Se me odeiam e me levarão à morte de cruz, vocês não
precisam esperar algo diferente. O discípulo não está acima do seu mestre”
(v.25).
Além das várias perseguições que acompanhamos no
mundo, mesmo em países com liberdade religiosa, há perseguições disfarçadas. Como seria essa
perseguição disfarçada?
Quando algum pregador erguer sua voz contra algum
pecado conforme apontado pela Palavra de Deus, o mesmo é acusado de
preconceito, e sua voz passa a ser rechaçada. Somos odiados, perseguidos e nem
percebemos.
O evangelista Lucas registrou as palavras de Jesus:
“Eu vim para lançar fogo sobre a terra e bem quisera que
já estivesse a arder” (Lc 12.49).
Este
é o fogo é a tribulação e a perseguição. O desejo de Jesus
não se deve ao fato de querer o mal dos seus, mas por saber que isto serve para
o bem de sua igreja, a purificação de seus fiéis.
O apostolo Pedro escreveu aos cristãos da Ásia Menor
enquanto eram perseguidos: “Essas provações são para mostrar que a fé que vocês têm é
verdadeira. Pois até o ouro, que pode ser destruído, é provado pelo fogo. Da
mesma maneira, a fé que vocês têm, que vale muito mais do que o ouro, precisa
ser provada para que continue firme. ...” (1Pe1.7).
Jesus
faz com os discípulos olhem para o futuro.
2) Sede prudentes (v.16)
É preciso ser cuidadoso. Não se coloquem
desnecessariamente em perigo. Cuidado! Não busquem ser mártires. Sejam simples.
A palavra simples, significa ser sincero, fiel. Não neguem a verdade
a respeito de Cristo, custe o que custar. Não seja alguém que busca agradar às
pessoas com meias verdades.
Em matéria de fé, não se pode procurar agradar
gregos e troianos. A verdade precisa ser dita doa a quem doer. Jesus destaca a
fidelidade a Jesus, proclamando sua palavra com fidelidade. “Não temais os
que podem matar o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode
fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo” (v.28). Cuidem
para no momento de perseguição não negarem o Filho do homem e sua mensagem.
Jesus destaca que o maior de todos os
relacionamentos é com a cruz de Cristo. “... quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é
digno de mim” (v.37). Tome sua cruz sobre si e siga a Jesus, e não
tema o ódio das pessoas desse mundo que apenas querem interromper essa conexão
com Cristo e sua cruz. Jesus está ao lado dos seus para ampará-los e
fortalecê-los.
Ao dizer não temais!
(v. 26) Jesus quer nos transmitir consolo e certeza. Esta palavra não temais com seus sinônimos aparece mais
de 300 vezes na Bíblia, pois Jesus quer que recebamos da sua Palavra consolo e
certeza de cuidado.
Jesus
faz com os discípulos olhem para o futuro.
3) Jesus os consola com a promessa do galardão celestial (v.41).
Jesus diz que quando os discípulos forem levados
diante dos tribunais, dos reis e ao martírio, o Espírito Santo daria a eles as
palavras certas para dizer. O salmista Davi nos ensina a pedir: “Ó Senhor, põe as
palavras certas na minha boca, e eu te louvarei” (Sl 51.15).
Jesus faz com que os discípulos olhem para a glória
futura que está reservada aos que creem e sofrem e são perseguidos por crer.
Sabendo do desânimo ao qual os discípulos estariam expostos, lembra-lhes: “Quem vos recebe
a mim me recebe, recebe aquele que me enviou” (v.40).
Querido irmão e irmã em Jesus. Diante da perseguição
desse mundo orientado pelo diabo, só poderemos persistir, fixando nossos olhos
para frente. A contemplação da glória celestial nos dá forças para suportar
desavenças, ódio e até mesmo o martírio.
Nesse sentido, continuemos corajosos no anunciar a Palavra
de Deus. Continuemos a convidar ao arrependimento e à fé, apontando a vinda de
Cristo para julgar vivos e mortos. Continuemos abundantes no servir a nosso
Deus por nossas ofertas, serviço e trabalho no reino de Deus.
Lembre-se que é Jesus quem disse: Não temais! Amém.
ERT
Edson Ronaldo Tressmann
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