Pentecostes
Dia
31 de maio de 2020
Salmo
25.1-15; Números 11.24-30; Atos 2.1-21; João 7.37-39
Texto:
Nm 11.24-30
Tema:
Ainda é Pentecostes!
Hoje
é dia de Pentecostes!
E
há pelo menos 3 pentecostes narrados na Bíblia e um em pleno século 21. Como assim? Deixe-me explicar melhor.
O
primeiro pentecostes na Bíblia, se deu por ocasião da Torre de Babel. Claro que
foi o pentecostes ao contrário. As diferentes línguas fizeram as pessoas se
afastar uma da outra e se espalhar pela terra. Esse pentecostes foi necessário,
afinal, o ser humano voltou-se contra a vontade de Deus. Enquanto Deus desejava
que eles se espalhassem pela terra, eles resolveram se unir em torno de si mesmos
e num só lugar (Gn 11).
Isso
já nos leva ao pentecostes narrado por Lucas em Atos 2. Nessa ocasião o
Espírito Santo foi enviado e nas mais variadas línguas, todas as pessoas
ouviram a mesma mensagem. Os turistas que estavam presentes em Jerusalém,
ouviram na sua própria língua a mensagem de Deus. Era preciso que a mensagem a
respeito de Cristo se espalhasse e começou por esse dia em Jerusalém através
dos turistas ali presentes.
E
outro pentecostes é odo deserto. Narrado por Moisés em Números 11.24-30. Qual foi o motivo
desse pentecostes?
O
povo está marchando para Moabe. Desde Nm 10.11 até 12. 12.16 acompanhamos a
caminhada do povo do Sinai até Cades. E uma das marcas desse povo na sua
caminhada é a reclamação. Com muita frequência o povo se esquecia e ignorava as
bênçãos de Deus. E pior, encontravam defeitos na providência divina.
Três
dias depois do culto de louvor no Mar Vermelho (Êx 15.22-27), murmuraram contra
Moisés e Deus por não terem água para beber. O tempo passou e 3 dias após
deixarem o Sinai (Nm 10.33) queixam-se novamente.
O
povo de Deus permaneceu quase um ano acampado numa região monótona. Isso os
levou ao desanimar nas dificuldades de uma nova jornada.
O
povo passou a reclamar. O termo hebraico – asapsup – é usado por
Moisés para descrever a gentalha, ou melhor, os egípcios que saíram do Egito e
acompanharam o povo de Deus (Êx 12.38). Esses passaram a reclamar.
Seis
dias da semana, o povo vivia um verdadeiro milagre. O pão do céu (Sl 78.24;
105.40), caia todas as manhãs e provinha o sustento necessário. Mas, quando se
passa a reclamar, esquecer e ignorar a providencia de Deus, ficamos enjoados. Os
incandescentes desejavam que o cardápio de Deus fosse melhorado (Nm 11.8).
E,
Moisés que havia cantado triunfantemente a respeito do Senhor (Nm 10.35-36), queixou-se
com Deus sobre o seu chamado (Nm 11.11-15). Em outras palavras, Moisés desanimou.
E frustrado e desanimado, Moisés levou seus fardos ao Senhor e, aceitou a decisão
de Deus (Nm 11.17).
E
Deus decidiu repartir o comando (Nm11.17) e enviar auxiliares espirituais para
que o povo tivesse cuidado também espiritual, haja visto que o social já havia
encarregados para fazê-lo (Êx 18).
Deus
disse a Moisés para que escolhesse 70 anciãos e esses receberiam de Deus o seu
Espírito e teriam a missão de ajudar na condução espiritual do povo (Nm 11.25).
Deus
decidiu e prometeu o Espírito e o mesmo foi distribuído para 70 anciãos
escolhidos por Moisés (Nm 11.25,29). O “ruah” (Espírito) deu a eles o dom da profecia
(Nm11.26-30). E esse dom é característica do Espírito de Deus (1Sm 10.6-13;
19.20-24; Jl2.28; At 2.4; 1CO 12.10).
Esse é o Pentecostes do deserto!
Profetizaram
por Deus ter colocado neles seu Espirito.
Mas,
dentre os 70 escolhidos, 68 estavam reunidos no tabernáculo. Eldade e Medade
não estavam presentes. Não sabemos por qual motivo, mas, não foram
disciplinados pelo Senhor e nem por Moisés. Não perderam a bênção de Deus,
mesmo fora do tabernáculo receberam o Espirito e profetizavam.
Ao
receber a notícia, Josué ficou perturbado e solicitou a Moisés que eles
parassem com aquilo. Moisés teve que lidar com a questão da exclusividade
espiritual. João Batista (Jo 3.26-30), Jesus (Lc 9.46-50) e Paulo (Fp 1.15-18)
também tiveram que lidar com esse assunto.
Não
se sabe explicar, mas Josué achava que Moisés e Deus estavam perdendo alguma
coisa ao permitir que esses dois homens recebessem o Espírito Santo e
profetizassem.
Moisés,
ao contrário de Josué, ficou cheio de alegria (Nm 11.29).
O
Espírito Santo não é uma exclusividade de uma pessoa ou de uma igreja. O
Espírito de Deus sopra onde quer.
Em
pleno ano de 2020, século 21, vivenciamos o pentecostes. Os templos estão
fechados e apenas um grupo, pastor e 5 ou seis auxiliares estão no templo. E será que só eles
recebem o Espirito Santo? E os que estão em casa, online? Serão esses prejudicados?
O pentecostes de 2020 é
maravilhoso!
Ao
perguntar para Josué: “Você está com ciúmes por mim?” (Nm 11.29), Moisés
enfatiza a universalidade do evangelho. O Espírito Santo faz com que as pessoas
conheçam a Cristo.
Dias
atrás um colega de ministério compartilhou comigo uma experiência maravilhosa. Disse-me
que após uma das transmissões on-line de um culto, uma pessoa entrou em contato
dizendo que já estava afastada da igreja 25 anos. E agora, em isolamento, tendo
recebido o compartilhamento do culto e assistido o mesmo, está disposta a
seguir uma igreja após a pandemia. Pentecostes do século 21!
O
Espírito Santo faz do ser humano um interlocutor de Deus. Viva o pentecostes em
meio ao COVID-19. Amém!
ERT
Edson
Ronaldo TREssmann
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