terça-feira, 14 de abril de 2020

Resultado final!

Dia 19 de abril – 2º de Páscoa
Sl 148; At 5.29-42; 1Pe 1.3-9; Jo 20.19-31
Texto: 1Pe 1.3-9
Tema: Resultado Final!

No capítulo 1, o apostolo Pedro trabalha sobre a conduta na sociedade
Os cristãos eram odiados pela maioria da população.
Esse ódio disseminado pelo imperador e pelo império trouxe consequências terríveis, tais como: - Corpos encharcados de óleo e queimando durante os jantares dos generais; - Pessoas jogadas no Coliseu para serem comidas pelos leões.
Essa situação fez os cristãos se espalharem por toda a parte. E Deus? Fez uso dessa situação para espalhar a fé sobre a ressurreição a todos os lugares do Império. No entanto, para que não houvesse desânimo, foi preciso que Pedro, com uma preocupação pastoral lhes escrevesse essa carta.
Os versos 1 e 2 destacam: o cristão como uma sementes de Deus! (1Pe 1.1); o cristão está no serviço do Senhor em todas as situações! (1Pe 1.2).
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,” (1Pe 1.3, ARA)
Louvemos ao Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo! Por causa da sua grande misericórdia, ele nos deu uma nova vida pela ressurreição de Jesus Cristo. Por isso o nosso coração está cheio de uma esperança viva” (1Pe 1.3, NTLH)
Os cristãos são a semente de Deus, semeadas pela perseguição, agora disponíveis ao serviço do Senhor na certeza do perdão. Nesse momento difícil é como se estivessem subindo uma montanha, no entanto, aquele que está no alto, Deus, olha para cada um deles, assim, eles estão sob os cuidados de Deus Pai.
Louvemos ao Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo! Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo (ARA) – essa formulação aparece em 2Co 1.3; Ef 1.3.
Os apóstolos, com exceção da carta a Tito e aos Gálatas, iniciaram suas cartas com gratidão e louvor. Os apóstolos escreviam movidos por um costume judeu. Em Israel, na medida do possível, tudo era iniciado com oração. A diferença é que, a partir dos apóstolos, os costumes judeus tiveram acréscimos do evangelho.
Essa saudação, é feita também aos cristãos, aos eleitos, as sementes semeadas pelo império, para que mesmo diante da perseguição, do sofrimento, louvassem a Deus Pai de Jesus Cristo, pois mesmo na perseguição, ele é misericordioso. Os cristãos precisam ouvir que em Jesus foram regenerados para uma viva esperança.
Bendito – louvado: eulogetos – elogiado, exaltado. Eulogen – falar bem.
Quando se diz louvar, glorificar – significa que os seres humanos estão falando bem de Deus. Quando se diz abençoar, no sentido de bênção de Deus, significa que Deus nos diz coisas boas. O falar coisas boas é o mesmo que fazer coisas boas.
Pedro, após anunciar que os cristãos eram sementes, e que estavam mesmo na perseguição a serviço de Deus, estavam sendo convidados a louvar esse Deus.
Bendito, louvado: não podemos guardar para nós mesmos o louvor. Ele se manifesta em adoração, testemunho ou canção (Ef 1.6,12). O louvor não pode ser ignorado pelo mundo. Enquanto que os judeus diziam: “louvado seja o Deus de Abraão, Isaque e Jacó” a igreja devido a obra de Jesus passa a dizer: “Louvado seja o Deus Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”.
Essa mensagem irrita um judeu, pois isso significa reconhecer que Deus se revelou em Jesus. É testemunhar que Deus se mostrou e revelou em Jesus.
Louvemos ao Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo! Com que facilidade esquecemos as palavras “nosso Senhor”.
Reconhecer Jesus como nosso, é reconhecer que ele é o benefício de sua obra é benefício para mais pessoas (2Co 5.14; Cl 3.4; Gl 4.6; Rm 8.17).
Esse Deus Pai de Jesus Cristo, a quem somos chamados a louvar fez e faz uma grande obra na nossa vida: nos faz renascer para uma viva esperança.
... ele nos deu uma nova vida pela ressurreição de Jesus Cristo. Por isso o nosso coração está cheio de uma esperança viva. (NTLH)
... nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, (ARA)
Renascidos – há diversas opiniões a respeito desse termo aqui em Pedro. Uns interpretam que significa viver a partir de Deus. Há àqueles que afirmam que Pedro emprega o termo renascidos em outro sentido, ou seja, a ressurreição de Jesus deu e dá aos discípulos uma viva esperança. E devido à dificuldade, a proposta é meditar na correlação das palavras: renascidos para uma viva esperança.
Buscando entender em bloco, é preciso ressaltar que a ênfase recai sobre a palavra esperança. A preocupação do apostolo Pedro é pastoral. Afinal, a carta está sendo escrita e será lida por cristãos perseguidos e atribulados. E quem deseja passar esse período de aflição, precisa fortalecer sua esperança.
É como se Pedro estivesse dizendo: Vocês são cristãos e como tais foram semeados em todo o império romano e estão no serviço do Senhor e vivem no perdão de Jesus. Assim, não se abalem, fortaleçam sua esperança na certeza de que tem um Senhor e esse é Pai de Jesus Cristo que ressuscitou.
Pedro lembra aos cristãos espalhados como semente que eles possuem uma riqueza e que essa mesma riqueza está com eles, a viva esperança que os fez renascer, continua lhes animando a perseverar.
Qual é a sua esperança? Quais foram as suas esperanças que já morreram?
A esperança em Jesus é a única que não morre, pois ela é viva. E sua vivacidade está na certeza da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.
E essa esperança é apenas uma esperança dos cristãos! Há muitas pessoas que ainda não renasceram. Jesus ressuscitou, mas pessoas ainda não renasceram (1Pe 4.3).
Todos que estão em Cristo, estão renascidos e vivem a viva esperança.
Analisando a vida de Pedro, por ocasião da morte de Jesus, as esperanças de Pedro parece ter morrido. A ressurreição de Jesus transformou a esperança dos discípulos e lhes deu um novo sentido. A ressurreição era a certeza da messianidade de Jesus.
A esperança viva é um patrimônio do cristão, ou seja, ele sabe qual é a sua riqueza apesar dos acontecimentos desse mundo. A ressurreição é a nossa herança. Enquanto no mundo, ainda não usufruímos essa herança, mas sabemos que temos essa herança. Seguiremos esse estudo no verso 4.
1 Pedro 1.4
No verso 3 aprendemos que louvar a Deus não envolve apenas a um aguardar no íntimo, mas na esperança como patrimônio, herança.
Pedro disse sobre o ser renascido para uma viva esperança e agora diz que essa esperança viva é cheia de vida por ser uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros.
V. 4 Assim esperamos possuir as ricas bênçãos que Deus guarda para o seu povo. Ele as guarda no céu, onde elas não perdem o valor e não podem se estragar, nem ser destruídas
Ricas bênçãos que Deus guarda para o seu povo - Herança – essa palavra mostra que o que o cristão possui é real, não é apenas um sentimento.
Na Bíblia, a palavra herança, possui um significado importante.
No antigo testamento, o legado é o alvo das promessas de Deus, relacionados com a terra de Canaã (Gn 12.7; 50.24; Nm 16.14; Dt 9.5ss; 34.4; Js 22.19) e na sequência com o mundo celestial de Deus (Dn 12.13). No Novo Testamento encontramos a palavra especialmente em Paulo (Rm 8.17; Gl 4.7; Cl 3.24; Tt 3.7; At 20.32).
Por herança entende-se que os filhos de Deus, os eleitos de Deus, ainda tem diante de si coisas grandiosas, a saber a consumação de sua existência e participação no mundo celestial de Deus. Paulo os chama de “co-herdeiros do Cristo” (Rm 8.17). Obterão participação em tudo que lhe pertence.
A palavra herança significa que hoje já somos herdeiros e mesmo assim não estar com a herança em mãos. Já e ainda não. Por isso, os tempos do fim não nos assustam.
Saber que temos uma herança, que (possuímos as ricas bênçãos que Deus guarda para o seu povo) é importante e necessário, pois diante dos sofrimentos e da perseguição, não iremos desanimar (1Jo 3.2).
Engraçado que Pedro classifica essa herança, as ricas bênçãos, com expressões negativas: elas não perdem o valor e não podem se estragar, nem ser destruídas (incorruptível, imaculado, imarcescível).
Esses adjetivos negativos expressam a maravilhosa superioridade da herança celestial, das ricas bênçãos de Deus, sobre qualquer bem imanente. Significa que tudo o que pode acontecer com uma herança humana, de maneira nenhuma acontecerá com a herança celestial.
1Pedro 1.5
Essas bênçãos são para vocês que, por meio da fé, são guardados pelo poder de Deus para a salvação que está pronta para ser revelada no fim dos tempos.
Pedro segue falando da herança. O cristão sabe que possui uma herança e por isso o tempo, a perseguição, não assusta.
A herança já existe e é perfeita, foi preparada por Deus. Ainda está oculta, mas será revelada num momento em que for decisivo. Isso será no ultimo tempo.
Há dois termos para tempo.
Chronos – é o tempo que transcorre regularmente e pode ser medido, enquanto que Kairos é o tempo pleno, marcado por determinados acontecimentos, a hora marcada por Deus, o momento, o prazo.
O apostolo Pedro usa o termo kairos.
Kairos é o limite escatológico para o dia da parousia e do juízo, ou seja, para a implantação definitiva e total do reinado de Deus (Lc 21.8; 1Pe 5.6; Ap 1.3; 11.18).
Essas bênçãos são para vocês que, por meio da fé, são guardados pelo poder de Deus para a salvação que está pronta para ser revelada no fim dos tempos.
A força de Deus vigia os herdeiros do céu para a redenção.
A salvação dos filhos e herdeiros de Deus já é questão firmemente decidida no céu. Pedro reafirma isso, dizendo que pela fé estão guardados para que não haja nenhuma dúvida. Os herdeiros estão guardados pela força de Deus.
Resumo
v.1 O cristão é uma sementes de Deus!       v. 2 – O cristão está no serviço do Senhor!
v.3 – O patrimônio cristão é a esperança!         v. 4 – O cristão recebe de Deus ricas bênçãos!
V. 5 – O cristão é guardado pela força de Deus!
Resumo
v.1 O cristão é uma sementes de Deus semeada para produzir frutos!
v. 2 – O cristão está no serviço do Senhor, produzindo frutos!
v.3 – O patrimônio cristão é a esperança que o faz produzir frutos!
v. 4 – O cristão recebe de Deus ricas bênçãos! Seu patrimônio é a esperança e sua herança é a vida eterna.
V. 5 – O cristão é guardado pela força de Deus! Deus mantêm suas sementes produtivas no serviço, na esperança e certos da herança.

Sabendo disso, Pedro escreve aos cristãos espalhados pela província romana, hoje Turquia, para que “Alegrem-se por isso, se bem que agora é possível que vocês fiquem tristes por algum tempo, por causa dos muitos tipos de provações que vocês estão sofrendo” (1Pe 1.6)
O apostolo Pedro está dizendo: vos alegrais nisso.
Vos alegrais, alegrem-se – é expressada em demonstração de felicidade, chegando até dar saltos.
Essa alegria da forças para suportar as aflições. A alegria pela salvação é a vontade de Deus.
Pedro ouviu a respeito das aflições que os cristãos da Ásia Menor estavam passando. E para ajudá-los pastoralmente envia essa carta. Seu desejo é ensinar sobre a forma de encarar os sofrimentos pelos quais estavam passando.
É preciso recordar sobre a salvação apresentada nos vv.3-5.
Quando se está sofrendo, o sofredor não consegue ver que aquilo terminará. Pedro escreve: Alegrem-se por isso, se bem que agora é possível que vocês fiquem tristes por algum tempo, por causa dos muitos tipos de provações que vocês estão sofrendo” (1Pe 1.6).
Algum tempo – indica uma condição transitória, em contraposição a uma consumação que virá mais tarde. Um tempo breve em detrimento da eternidade. São poucos os sofrimentos em comparação a glória que está em jogo.
Pedro não quer diminuir os sofrimentos. Na verdade, ele quer colocar os cristãos sob a luz correta, isto é, a luz de Deus. Como escreveu Paulo aos Coríntios (2Co 4.17), não dirigimos nosso olhar para o agora, para o visível. Assim, podemos ver toda a tribulação como sendo momentaneamente peso leve.
Provações
A palavra provação denota que os sofrimentos não são absurdos, mas estão inseridos no plano de Deus, que por trás deles há uma intenção divina de amor. E aqui reside um grande consolo. Deus permite as tentações do diabo para testar a fé dos cristãos. Deus determina a medida e o limite dos sofrimentos teste.
A provação não é algo absurdo. Na verdade, a provação faz parte do plano de Deus, pois por trás das mesmas há uma intenção divina de amor. Jó é o maior exemplo disso. Ou seja, Deus permitiu a tentação, a provação para testar a fé em Deus. E Deus determinou a medida e o limite do sofrimento (Tg 1.13).
Qual é a finalidade das provações?
v. 7
Para saber se o ouro é autêntico precisa passar pelo fogo (Sl 12.6; Pv 17.3; 27.21; Ml 3.3).
Na purificação o ouro não é afetado em nada, mas as impurezas são expulsas no processo. E devido a nossa fé se misturar com impurezas, Deus precisa realizar um processo de depuração do ouro. Assim, o sofrimento é um teste para a fé.
Essas provações são para mostrar que a fé que vocês têm é verdadeira. Pois até o ouro, que pode ser destruído, é provado pelo fogo. Da mesma maneira, a fé que vocês têm, que vale muito mais do que o ouro, precisa ser provada para que continue firme. E assim vocês receberão aprovação, glória e honra, no dia em que Jesus Cristo for revelado” (1Pe 1.7).
A fé que vocês tem é verdadeira. Por que a fé é verdadeira? Porque é dada por Deus (Ef 2.8). A fé honra a Deus (Hb 11.6).
Vocês o amam, mesmo sem o terem visto, e creem nele, mesmo que não o estejam vendo agora. Assim vocês se alegram com uma alegria tão grande e gloriosa, que as palavras não podem descrever” (1Pe 1.8)
Só é possível servir, amar, crer, e sentir alegria por que o Senhor está vivo.
A próxima etapa da salvação é a glorificação de Jesus que virá em glória para julgar os vivos e os mortos. Vocês já tiveram noção do plano que estão inseridos? Enquanto uns atravessaram o mar vermelho, outros estiveram no nascimento de Jesus, outros na crucificação e ressurreição, nós, estamos na etapa da glorificação. Ou seja, poderemos participar da vinda de Jesus.
Vocês têm essa alegria porque estão recebendo a sua salvação, que é o resultado da fé que possuem” (1Pe 1.9).
Deus deseja que vivamos sempre com os olhos fixos nesse resultado final. Amém
ERT
Edson Ronaldo Tressmann

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