Dia
19 de abril – 2º de Páscoa
Sl
148; At 5.29-42; 1Pe 1.3-9; Jo 20.19-31
Texto:
1Pe 1.3-9
Tema:
Resultado Final!
No
capítulo 1, o apostolo Pedro trabalha sobre a conduta na sociedade
Os cristãos eram
odiados pela maioria da população.
Esse ódio disseminado pelo imperador e pelo império trouxe consequências terríveis,
tais como: - Corpos encharcados de óleo e queimando durante os jantares
dos generais; - Pessoas jogadas no Coliseu para serem comidas pelos leões.
Essa situação fez os cristãos se espalharem por toda a parte. E Deus?
Fez uso dessa situação para espalhar a fé sobre a ressurreição a todos os
lugares do Império. No entanto, para que não houvesse desânimo, foi preciso que
Pedro, com uma preocupação pastoral lhes escrevesse essa carta.
Os versos 1 e 2 destacam: o
cristão como uma sementes de Deus! (1Pe 1.1); o cristão está no serviço do
Senhor em todas as situações! (1Pe 1.2).
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua
muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a
ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,” (1Pe 1.3, ARA)
“Louvemos ao Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo! Por causa da sua
grande misericórdia, ele nos deu uma nova vida pela ressurreição de Jesus
Cristo. Por isso o nosso coração está cheio de uma esperança viva” (1Pe
1.3, NTLH)
Os cristãos são
a semente de Deus, semeadas pela perseguição, agora disponíveis ao serviço do
Senhor na certeza do perdão. Nesse momento difícil é como se estivessem subindo
uma montanha, no entanto, aquele que está no alto, Deus, olha para cada um
deles, assim, eles estão sob os cuidados de Deus Pai.
Louvemos ao Deus e
Pai do nosso Senhor Jesus Cristo! Bendito o Deus e Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo (ARA) – essa
formulação aparece em 2Co 1.3; Ef 1.3.
Os
apóstolos, com exceção da carta a Tito e aos Gálatas, iniciaram suas cartas com
gratidão e louvor. Os apóstolos escreviam movidos por um costume judeu. Em Israel,
na medida do possível, tudo era iniciado com oração. A diferença é que, a
partir dos apóstolos, os costumes judeus tiveram acréscimos do evangelho.
Essa
saudação, é feita também aos cristãos, aos eleitos, as sementes semeadas pelo
império, para que mesmo diante da perseguição, do sofrimento, louvassem a Deus
Pai de Jesus Cristo, pois mesmo na perseguição, ele é misericordioso. Os
cristãos precisam ouvir que em Jesus foram regenerados para uma viva esperança.
Bendito – louvado:
eulogetos – elogiado, exaltado. Eulogen – falar bem.
Quando
se diz louvar, glorificar – significa que os seres humanos estão falando bem de
Deus. Quando se diz abençoar, no sentido de bênção de Deus, significa que Deus
nos diz coisas boas. O falar coisas boas é o mesmo que fazer coisas boas.
Pedro,
após anunciar que os cristãos eram sementes, e que estavam mesmo na perseguição
a serviço de Deus, estavam sendo convidados a louvar esse Deus.
Bendito, louvado: não
podemos guardar para nós mesmos o louvor. Ele se manifesta em adoração,
testemunho ou canção (Ef 1.6,12). O louvor não pode ser ignorado pelo mundo.
Enquanto que os judeus diziam: “louvado seja o Deus de Abraão,
Isaque e Jacó” a igreja devido a obra de Jesus passa a dizer: “Louvado seja o Deus Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”.
Essa
mensagem irrita um judeu, pois isso significa reconhecer que Deus se revelou em
Jesus. É testemunhar que Deus se mostrou e revelou em Jesus.
Louvemos ao Deus e Pai
do nosso Senhor Jesus Cristo! Com
que facilidade esquecemos as palavras “nosso Senhor”.
Reconhecer
Jesus como nosso, é reconhecer que ele é o benefício de sua obra é benefício
para mais pessoas (2Co 5.14; Cl 3.4; Gl 4.6; Rm 8.17).
Esse
Deus Pai de Jesus Cristo, a quem somos chamados a louvar fez e faz uma grande
obra na nossa vida: nos faz renascer para uma viva esperança.
... ele nos deu uma nova
vida pela ressurreição de Jesus Cristo. Por isso o nosso coração está cheio de
uma esperança viva. (NTLH)
... nos regenerou para
uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, (ARA)
Renascidos – há
diversas opiniões a respeito desse termo aqui em Pedro. Uns interpretam que
significa viver a partir de Deus. Há àqueles que afirmam que Pedro emprega o
termo renascidos em outro sentido, ou seja, a ressurreição de Jesus deu e dá
aos discípulos uma viva esperança. E devido à dificuldade, a proposta é meditar
na correlação das palavras: renascidos para uma viva esperança.
Buscando
entender em bloco, é preciso ressaltar que a ênfase recai sobre a palavra
esperança. A preocupação do apostolo Pedro é pastoral. Afinal, a carta está
sendo escrita e será lida por cristãos perseguidos e atribulados. E quem
deseja passar esse período de aflição, precisa fortalecer sua esperança.
É como se Pedro
estivesse dizendo: Vocês são cristãos e como tais foram semeados em todo o
império romano e estão no serviço do Senhor e vivem
no perdão de Jesus. Assim, não se abalem, fortaleçam sua esperança na certeza
de que tem um Senhor e esse é Pai de Jesus Cristo que ressuscitou.
Pedro
lembra aos cristãos espalhados como semente que eles possuem uma riqueza e que
essa mesma riqueza está com eles, a viva esperança que os fez renascer,
continua lhes animando a perseverar.
Qual é a sua esperança? Quais foram as suas
esperanças que já morreram?
A
esperança em Jesus é a única que não morre, pois ela é viva. E sua vivacidade
está na certeza da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.
E
essa esperança é apenas uma esperança dos cristãos! Há muitas pessoas que ainda
não renasceram. Jesus ressuscitou, mas pessoas ainda não renasceram (1Pe 4.3).
Todos
que estão em Cristo, estão renascidos e vivem a viva esperança.
Analisando
a vida de Pedro, por ocasião da morte de Jesus, as esperanças de Pedro parece
ter morrido. A ressurreição de Jesus transformou a esperança dos discípulos e
lhes deu um novo sentido. A ressurreição era a certeza da messianidade de
Jesus.
A
esperança viva é um patrimônio do cristão,
ou seja, ele sabe qual é a sua riqueza apesar dos acontecimentos desse mundo. A
ressurreição é a nossa herança. Enquanto no mundo, ainda não usufruímos essa
herança, mas sabemos que temos essa herança. Seguiremos esse estudo no verso 4.
1
Pedro 1.4
No
verso 3 aprendemos que louvar a Deus não envolve apenas a um aguardar no
íntimo, mas na esperança como patrimônio, herança.
Pedro disse
sobre o ser renascido para uma viva esperança e agora diz que essa esperança
viva é cheia de vida por ser uma herança incorruptível, sem mácula,
imarcescível, reservada nos céus para vós outros.
V.
4 Assim esperamos
possuir as ricas bênçãos que Deus guarda para o seu povo. Ele as guarda no céu,
onde elas não perdem o valor e não podem se estragar, nem ser destruídas
Ricas
bênçãos que Deus guarda para o seu
povo - Herança
– essa palavra mostra que o que o cristão possui é real, não é apenas um
sentimento.
Na Bíblia, a
palavra herança, possui um significado importante.
No antigo
testamento, o legado é o alvo das promessas de Deus, relacionados com a terra
de Canaã (Gn 12.7; 50.24; Nm 16.14; Dt 9.5ss; 34.4; Js 22.19) e na sequência
com o mundo celestial de Deus (Dn 12.13). No Novo Testamento encontramos a
palavra especialmente em Paulo (Rm 8.17; Gl 4.7; Cl 3.24; Tt 3.7; At 20.32).
Por herança
entende-se que os filhos de Deus, os eleitos de Deus, ainda tem diante de si
coisas grandiosas, a saber a consumação de sua existência e participação no
mundo celestial de Deus. Paulo os chama de “co-herdeiros do Cristo” (Rm 8.17).
Obterão participação em tudo que lhe pertence.
A palavra
herança significa que hoje já somos herdeiros e mesmo assim não estar com a
herança em mãos. Já e ainda não. Por isso, os tempos do fim não nos assustam.
Saber que temos
uma herança, que (possuímos as ricas bênçãos que Deus guarda para o seu
povo) é
importante e necessário, pois diante dos sofrimentos e da perseguição, não
iremos desanimar (1Jo 3.2).
Engraçado que
Pedro classifica essa herança, as ricas bênçãos, com expressões negativas: elas
não perdem o valor e não podem se estragar, nem ser destruídas
(incorruptível, imaculado, imarcescível).
Esses adjetivos
negativos expressam a maravilhosa superioridade da herança celestial, das ricas
bênçãos de Deus, sobre qualquer bem imanente. Significa que tudo o que pode acontecer
com uma herança humana, de maneira nenhuma acontecerá com a herança celestial.
1Pedro 1.5
Essas bênçãos são para
vocês que, por meio da fé, são guardados pelo poder de Deus para a salvação que
está pronta para ser revelada no fim dos tempos.
Pedro segue
falando da herança. O cristão sabe que possui uma herança e por isso o tempo, a
perseguição, não assusta.
A herança já
existe e é perfeita, foi preparada por Deus. Ainda está oculta, mas será
revelada num momento em que for decisivo. Isso será no ultimo tempo.
Há dois termos
para tempo.
Chronos
– é o tempo que transcorre regularmente e pode ser medido, enquanto que Kairos é o tempo pleno, marcado por
determinados acontecimentos, a hora marcada por Deus, o momento, o prazo.
O
apostolo Pedro usa o termo kairos.
Kairos é o
limite escatológico para o dia da parousia e do juízo, ou seja, para a
implantação definitiva e total do reinado de Deus (Lc 21.8; 1Pe 5.6; Ap 1.3;
11.18).
Essas bênçãos são para vocês que, por meio da fé, são
guardados pelo poder de Deus para a salvação que está pronta para ser
revelada no fim dos tempos.
A força de Deus
vigia os herdeiros do céu para a redenção.
A salvação dos
filhos e herdeiros de Deus já é questão firmemente decidida no céu. Pedro
reafirma isso, dizendo que pela fé estão guardados para que não haja nenhuma
dúvida. Os herdeiros estão guardados pela força de Deus.
Resumo
v.1
O cristão é uma sementes de Deus!
v. 2 – O cristão está no serviço do Senhor!
v.3
– O patrimônio cristão é a esperança!
v. 4 – O cristão recebe de Deus ricas bênçãos!
V.
5 – O cristão é guardado pela força de Deus!
Resumo
v.1
O cristão é uma sementes de Deus semeada para produzir frutos!
v.
2 – O cristão está no serviço do Senhor, produzindo frutos!
v.3
– O patrimônio cristão é a esperança que o faz produzir frutos!
v.
4 – O cristão recebe de Deus ricas bênçãos! Seu patrimônio é a esperança e sua
herança é a vida eterna.
V. 5 – O cristão é guardado pela força de Deus! Deus mantêm
suas sementes produtivas no serviço, na esperança e certos da herança.
Sabendo
disso, Pedro escreve aos cristãos espalhados pela província romana, hoje
Turquia, para que “Alegrem-se por isso,
se bem que agora é possível que vocês fiquem tristes por algum tempo, por causa
dos muitos tipos de provações que vocês estão sofrendo” (1Pe 1.6)
O
apostolo Pedro está dizendo: vos alegrais nisso.
Vos alegrais, alegrem-se – é expressada em demonstração de felicidade,
chegando até dar saltos.
Essa alegria da forças para suportar as aflições.
A alegria pela salvação é a vontade de Deus.
Pedro ouviu a respeito das aflições que os
cristãos da Ásia Menor estavam passando. E para ajudá-los pastoralmente envia
essa carta. Seu desejo é ensinar sobre a forma de encarar os sofrimentos pelos
quais estavam passando.
É preciso recordar sobre a salvação apresentada
nos vv.3-5.
Quando se está sofrendo, o sofredor não consegue
ver que aquilo terminará. Pedro escreve: “Alegrem-se por isso, se bem que agora é possível que vocês fiquem
tristes por algum tempo, por causa dos muitos tipos de provações que vocês
estão sofrendo” (1Pe 1.6).
Algum tempo – indica uma condição transitória, em contraposição a uma
consumação que virá mais tarde. Um tempo breve em detrimento da eternidade. São
poucos os sofrimentos em comparação a glória que está em jogo.
Pedro não quer diminuir os sofrimentos. Na verdade, ele quer colocar os cristãos sob a
luz correta, isto é, a luz de Deus. Como escreveu Paulo aos Coríntios (2Co
4.17), não dirigimos nosso olhar para o agora, para o visível. Assim, podemos
ver toda a tribulação como sendo momentaneamente peso leve.
Provações
A
palavra provação denota que os sofrimentos não são absurdos, mas estão
inseridos no plano de Deus, que por trás deles há uma intenção divina de amor.
E aqui reside um grande consolo. Deus permite as tentações do diabo para testar
a fé dos cristãos. Deus determina a medida e o limite dos sofrimentos teste.
A
provação não é algo absurdo. Na verdade, a provação faz parte do plano de Deus,
pois por trás das mesmas há uma intenção divina de amor. Jó é o maior exemplo
disso. Ou seja, Deus permitiu a tentação, a provação para testar a fé em Deus.
E Deus determinou a medida e o limite do sofrimento (Tg 1.13).
Qual é a finalidade das provações?
v. 7
Para
saber se o ouro é autêntico precisa passar pelo fogo (Sl 12.6; Pv 17.3; 27.21;
Ml 3.3).
Na
purificação o ouro não é afetado em nada, mas as impurezas são expulsas no
processo. E devido a nossa fé se misturar com impurezas, Deus precisa realizar
um processo de depuração do ouro. Assim, o sofrimento é um teste para a fé.
“Essas provações são
para mostrar que a fé que vocês têm é verdadeira. Pois até o ouro, que pode ser
destruído, é provado pelo fogo. Da mesma maneira, a fé que vocês têm, que vale
muito mais do que o ouro, precisa ser provada para que continue firme. E assim
vocês receberão aprovação, glória e honra, no dia em que Jesus Cristo for
revelado” (1Pe 1.7).
A
fé que vocês tem é verdadeira. Por que a
fé é verdadeira? Porque é dada por Deus (Ef 2.8). A fé honra a Deus (Hb
11.6).
“Vocês o amam, mesmo sem o terem
visto, e creem nele, mesmo que não o estejam vendo agora. Assim vocês se
alegram com uma alegria tão grande e gloriosa, que as palavras não podem
descrever” (1Pe 1.8)
Só é possível servir, amar, crer, e sentir alegria por que o
Senhor está vivo.
A
próxima etapa da salvação é a glorificação de Jesus que virá em glória para
julgar os vivos e os mortos. Vocês já
tiveram noção do plano que estão inseridos? Enquanto uns atravessaram o mar
vermelho, outros estiveram no nascimento de Jesus, outros na crucificação e
ressurreição, nós, estamos na etapa da glorificação. Ou seja, poderemos
participar da vinda de Jesus.
“Vocês têm essa alegria porque
estão recebendo a sua salvação, que é o resultado da fé que possuem”
(1Pe 1.9).
Deus deseja que vivamos sempre com os olhos fixos nesse
resultado final. Amém
ERT
Edson Ronaldo Tressmann
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