segunda-feira, 20 de maio de 2019

Não estou só, porque o Pai está comigo (Jo 16.32)

Salmo 67; Atos 16.9-15; Apocalipse 21.9-14,21-27; João 16.23-33 ou João 5.1-9
Texto para prédica: João 16.23-33; 5.7
Tema: Não estou só, porque o Pai está comigo (Jo 16.32)

Dentro da série trienal temos proposto como leitura do evangelho dois textos: João 16.23-33 e João 5.1-9. Olhando para esses dois textos, desejo destacar para nossa reflexão a resposta do paralitico à Jesus: Senhor, não tenho ninguém ... (Jo 5.7) e também as palavras de Jesus: não estou só, porque o Pai está comigo (Jo 16.32).
No Brasil já temos uma população de 30 milhões de idosos e cerca de 7 milhões de pessoas não tem ninguém para cuidar deles.
A cada oração, a vó Lili agradece a Deus pelas pessoas que cuidam dela. É maravilhoso ter alguém que se preocupa conosco. E ao mesmo tempo é ruim quando não temos ninguém para nos ajudar com tarefas simples do dia-a-dia como muitas pessoas não têm e como àquele paralitico não tinha.
Um dos grandes males dessa sociedade egoísta e individualista é a solidão. Mesmo que se tenha milhares de seguidores nas redes sociais, amigos on line, a solidão parece ser a maior companhia do ser humano em nossos dias.
Deus, o criador de todas as coisas, no sexto dia da criação, fez uma observação: não é bom que o homem viva sozinho (Gn 2.18). Por que? O ser humano precisa de alguém outro para partilhar. E interessante que Deus criou uma mulher e não outro homem. As diferenças fisiológicas, sexuais e emocionais completam o ser humano.
Deus não aceita a solidão! Ele não quer a solidão! A questão é: porque muitas pessoas estão sozinhas?
Há milhares de pessoas como aquele paralitico que desejoso em ser curado, precisando de alguém para o colocar no tanque de Betesda, mas que, infelizmente não tinha ninguém para ajudá-lo (Jo 5.7). Talvez a doença fez com que outros o abandonassem.
Há pessoas que desanimaram da vida a dois, preferem viver suas vidas sozinhas. Diante de uma decepção amorosa, a solidão parece ser a melhor companhia.
É preciso diferenciar entre solidão e solitude. Solitude é a pessoa que está só por opção e não sofre por isso. Solidão é a falta de companhia que faz sofrer.
Uma grave doença dos nossos dias é a depressão. Pessoas que sofrem desse mal, mesmo estando em meio a uma multidão se sente só e sofre por isso.
A cura para a solidão não é apenas ter uma pessoa ao lado! É preciso de uma companhia fraterna, empática.
Jesus, no seu discurso de despedida disse que mesmo almejando o apoio dos seus amigos, iria sentir-se abandonado, mas, confessa que não estará sozinho, pois o Pai está com ele (Jo 16.32).
Observe bem as palavras de Jesus. Ele sabe, e reconhece o amargor da solidão nas horas extremas, mas, reconhece e confessa a presença do Pai nos piores momentos da vida.
Deus no jardim do Éden observou que a solidão é ruim, mas, porque há tantas pessoas sofrendo com a solidão?
A solidão (não opcional) é consequência do pecado. O pecado, além de nos conduzir à solidão nesse mundo, é a força que nos conduz para uma vida solitária sem Deus.
Nelson Bomilcar, no livro Os sem-igreja destaca que para muitos a igreja institucionalizada deixou de fazer sentido. Esse fenômeno ocorre desde os novatos na fé até pastores que abandonam os púlpitos.
O Pr. Idauro Campos, no livro Desigrejados: Teoria, história e contradições do niilismo eclesiástico, ressalta que os sem igreja são dois tipos de pessoas: os decepcionados com alguma pessoa ou a própria forma de administração da igreja e os críticos do sistema que são àquelas pessoas que dizem ter chegado à conclusão de que a institucionalização da igreja, seus templos, liturgia, programas, nada mais é do que um empreendimento humano sem relação nenhuma com o evangelho.
Já falei por quase 10 minutos, e apenas destaquei que a igreja tem sua responsabilidade social com àqueles que enfrentam a solidão não opcional por terem sido abandonados. De maneira muito especial com àqueles que estão marginalizados devido a solidão.
No entanto, querido irmão e irmã em Jesus, apesar de destacar e apontar esse caminho social, preciso como cuidador de almas, destacar o perigo da solidão espiritual. Alertar sobre o perigo de uma vida sem Deus, sem evangelho, sem a igreja, sem a fé.
Jesus destacou que na hora do medo, da perseguição, da dificuldade, pessoas abandonam as outras, inclusive seus amigos (Jo 16.32).
Mas, e daí, quando isso acontecer como presenciamos e tem acontecido?
Só nos resta confessar: “...não estou só, porque o Pai está comigo” (Jo 16.32).
Essa belíssima confissão foi feita por Jesus aos seus amigos. E Jesus fez essa confissão por estar em comunhão com o Pai.
Cristãos sem igreja, sem evangelho, sem outros irmãos na fé, no momento da perseguição, da dificuldade, dificilmente farão essa confissão, pois, não crerão mais que Deus está com eles. Esse é o perigo que a solidão espiritual pode causar numa pessoa.
Sempre digo para pessoas o seguinte: “Sabe quando a fé faz diferença? Nos piores momentos da vida”. Quando tudo parece dar errado, uma força (FÉ) nos cobre e nos segura a ponto de nos fazer continuar seguros. A fé nos impulsiona a confessar assim como confessou Jesus: “...não estou só, porque o Pai está comigo” (Jo 16.32) e ainda, nos piores momentos da vida, a fé nos faz sentir paz em Jesus, pois, por mais que passemos por aflições, temos ânimo, pois àquele que está conosco e quem estamos, Jesus, venceu o mundo (Jo 16.33). Amém!
Edson Ronaldo Tressmann

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