segunda-feira, 18 de junho de 2018

Pastor, ministro e servo da igreja, se apresenta nas muitas situações como servos de Deus (2Co6.4)

Data: 24/06/2018
Texto: 2Corintios 6.1-13 
Tema: Pastor, ministro e servo da igreja, se apresenta nas muitas situações como servos de Deus (2Co6.4)
1 – Enfrentando pressões internas;
2 – Enfrentando pressões externas;
3 – Capacidade à enfrentar as pressões;
4 – Paradoxos que conflitam entre si;

No capítulo 5.18-21, o apostolo Paulo escreveu sobre o ministério da reconciliação. A reconciliação entre o ser humano e Deus. No entanto, um reconciliação buscada e realizada pelo ofendido, ou seja por Deus. Deus em Jesus reconciliou o homem consigo. É bela a descrição do ministério da reconciliação. Deus em Jesus, resolveu a maior tragédia humana. Esse é o puro evangelho – Deus busca o homem. Na religião e religiosidade – o homem busca a Deus. E nessa busca por Deus, o homem pegam atalhos, mediadores e intercessores. O mundo esqueceu-se de que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (2Co 5.19).
Por 114 anos a IELB (Igreja Evangélica Luterana do Brasil) transmite a mensagem da graça, da justificação em terras brasileiras. Nossa principal missão é proclamar a salvação gratuita em Cristo Jesus. Proclamamos que em Jesus somos reconciliados com Deus. A justificação é a declaração de Deus de que todo aquele que está em Cristo não deve mais nada.
E o maravilhoso é que todos nós, pastores, leigos, servas, crianças, temos o ministério da reconciliação. Somos embaixadores de Cristo nesse mundo.
Há três perigos ante o ministério da reconciliação (2Co 6.1-3). O perigo de receber em vão a graça de Deus, ou seja, receber a mensagem da reconciliação de Deus em Jesus como sendo destituída de verdade. O perigo de desprezar a pregação, não aproveitando a oportunidade de ouvi-la. E também há o perigo de censurar o evangelho através de escanda-los.
Ao escrever aos coríntios, o apostolo disse que Deus o habilitou para ser ministro de uma nova aliança (2Co 3.6). Além de ter lhe dado o ministério da reconciliação (2Co 5.18), confiou a ele a palavra da reconciliação (2Co 5.19). Todo esse ministério da justiça de Deus é sublime e glorioso (2Co 3.9). Desse ministério de Deus, o apostolo era embaixador (2Co 5.20).
Nesse contexto, Paulo escreve aos coríntios nesse capítulo (2Co 6.1-13), sobre as muitas situações que enfrentou, mas em meio a essas tempestades (assim que João Crisóstomo chama essa perícope) a mensagem do evangelho da reconciliação chegou aos coríntios.
Enquanto que os coríntios desprezavam o embaixador e a mensagem que o mesmo trazia, o apostolo aproveitou todos as provações (2Co 5.4-5), tempestades (2Co 5.8-10), paradoxos (2Co 5.10-13) e situações de amor (2Co 5.11-13), para transmitir a mensagem da reconciliação. Afinal, Paulo diz: “E nós, na qualidade de cooperadores com ele, ...” (2Co 6.1).
O apostolo sabe que todas as coisas são benéficas, até mesmo o sofrimento e as rejeições, pois tudo contribui para que a mensagem da reconciliação seja anunciada. Deus nos dá a honra se colaborarmos como seus embaixadores nesse mundo. Afinal, “todas as coisas fazem parte daquilo que Deus quer para nós” (1Ts 3.2). E para os coríntios Deus desejava os atender e socorrer com a salvação.
Mas, enquanto isso, os coríntios estavam esvaziando a mensagem da graça, fazendo com que se essa mensagem não tivesse valor, por causa do vaso (2Co 4.7), Paulo.
Paulo, precisou falar dele, não porque queria, “pois proclamava a Cristo como Senhor” (2Co 4.5), no entanto as circunstâncias o obrigou a falar dele mesmo. E nessa pericope (2Co 6.1-13) relata episódios, características que o ajudaram a ser o colaborador para que a mensagem do evangelho chegasse aos coríntios e muitos outros. Tanto que Paulo sabe que o que está em jogo não é a sua pessoa, mas a mensagem do evangelho. O problema não é Paulo, pois ele não censurou, ou seja, não criou dúvidas quanto ao evangelho, ele não tirou ninguém do caminho de Cristo (escanda-lo). O problema era dos coríntios que não estavam aceitando a mensagem do evangelho por não aceitarem os sofrimentos e tribulações que Paulo enfrentou (2Co 11.23-30). E por mais que fosse rejeitado, ele se recomenda aos coríntios como seu pastor e apostolo.
Todos os sofrimentos e tribulações foram oportunidades divinas para que o evangelho fosse anunciado através do cooperador na missão de Deus.
Assim como os israelitas não estavam entendendo que Deus estava agindo na história para salvar (2Co 6.2; Is 49.8), os coríntios não entendiam que Deus tivesse como embaixador e colaborar alguém como Paulo. Se para os coríntios, o apostolo Paulo não era recomendável por causa dos sofrimentos e tribulações, o apostolo disse que “em tudo mostramos que somos servos de Deus” (2Co 6.4), ou seja, ele só atende e executa os pedidos do seu Senhor Jesus Cristo. E por isso, mesmo que os coríntios estejam recebendo a graça de Deus como sendo sem valor por causa dos acontecimentos na vida de Paulo, o apostolo passa a enumerar as situações e ressaltar a ação de Deus em todas elas.
Ao escrever: “em tudo mostramos que somos servos de Deus” (2Co 6.4), “suportando com muita paciência ...” (2Co 6.4).
Paciência (hupomone): não há uma palavra na língua portuguesa capaz de expressar toda a plenitude do seu significado. Descreve uma planta capaz de sobreviver em circunstâncias severas e desfavoráveis. Relacionada com as aflições significa habilidade de suportar as situações de uma maneira profunda sabendo para onde está sendo conduzido. João Crisóstomo (347 – 407) ao falar sobre essa palavra, ressaltou que essa paciência é como um fruto que nunca se seca, uma fortaleza que não pode ser invadida, um porto que não conhece tormentas. É manter-se calmo em meio a uma forte tempestade. Nem a violência dos homens, nem os poderes do diabo podem lesá-la.
Ao escrever aos coríntios “em tudo mostramos que somos servos de Deus, suportando com muita paciência ...” (2Co 6.4), o apostolo enumera que diante de todos os tipos de pressões, saia de cada uma delas com um sorriso no rosto. Não ficou reclamando dos sofrimentos e tribulações, ao contrário, sabia que “todas essas coisas” (Rm 8.28) eram oportunidades para que Deus fosse glorificado. Paulo diz que não se perde pelo sofrimento e tribulação, pois mantém-se focado no alvo final (2Co 4.7 ss). Enquanto os coríntios insistissem em ver só a tribulação e o sofrimento, a graça de Deus, passaria despercebida.
Ao escrever aos coríntios “em tudo mostramos que somos servos de Deus, suportando com muita paciência as aflições ...” (2Co 6.4). a paciência é ressaltada, pois, não eram quaisquer aflições. O termo grego Thlipsis são as desilusões que podem destroçar a vida.
Ao escrever aos coríntios “em tudo mostramos que somos servos de Deus, suportando com muita paciência as aflições, os sofrimentos ...” (2Co 6.4), ou angústias (stenochoria). Descreve alguém que está encurralado num lugar sem ter como escapar.
Ao escrever aos coríntios “em tudo mostramos que somos servos de Deus, suportando com muita paciência as aflições, os sofrimentos e as dificuldades” (2Co 6.4), necessidades da vida (anagké). Paulo descreve as cargas que retratam as necessidades materiais, emocionais e físicas.
Ao escrever aos coríntios “em tudo mostramos que somos servos de Deus, suportando com muita paciência as aflições, os sofrimentos e as dificuldades” (2Co 6.4), o apostolo fala sobre as pressões internas.
A IELB está comemorando 114 anos. Com paciência, muitos servos de Deus, suportaram pressões, se sentiram “apertados como que contra a parede”, passaram necessidades materiais, emocionais e físicas. Olhando para trás, vemos o quanto Deus nos abençoou com o trabalho desses servos. E hoje, podemos comemorar 114 anos.
Paulo escreveu que “em tudo mostramos que somos servos de Deus, ... (2Co 6.4) “Temos sido chicoteados, presos e agredidos nas agitações populares. Temos trabalhado demais, temos ficado sem dormir e sem comer” (2Co 6.5).
Conforme o apostolo relata na carta aos Gálatas (Gl 6.17), as chicotadas deixaram cicatrizes em seu corpo. Relatos de Lucas no livro dos Atos dos Apostolos, Paulo foi preso em Filipos, Jerusalém, Cesáreia e Roma (At 16.23; 21.33; 23.23; 28.20). Paulo foi agredido nas agitações populares (At 13.50-51).
Ao dizer que trabalhava demais e ficava sem dormir e sem comer, estava dizendo que seu trabalho o havia levado ao esgotamento, era um trabalhar até fatigar-se. Declarou que trabalhou mais que outros (1Co 15.10). Com o termo agrupnia, o apostolo relatou que voluntariamente ficava sem dormir ou encurtava suas noites de sono para devotar mais tempo ao trabalho evangelístico, ao cuidado da igreja e da oração. Voluntariamente jejuava, nesteia, para ter ais tempo para o trabalho.
Ao escrever “em tudo mostramos que somos servos de Deus, ... (2Co 6.4) “Temos sido chicoteados, presos e agredidos nas agitações populares. Temos trabalhado demais, temos ficado sem dormir e sem comer” (2Co 6.5), o apostolo Paulo enumera as pressões externas. Pressões que poderiam ter impedido de comunicar o evangelho.
A IELB está comemorando 114 anos! É possível olhar para trás e observar as pressões dos muitos servos de Deus e louvar a Deus, pois, mesmo em muitas situações difíceis o evangelho foi proclamado e continua sendo proclamado.
Em 1942, devido a uma revolta contra a comunidade teuto-brasileira, um de nossos templos (São João no Passo de Santana) foi invadida e teve sua torre dinamitada e para ofender ainda mais os alemães, o grupo de vândalos colocaram cavalos sobre o altar e simulou seu batizado e após incendiaram a igreja. (http://igrejaqueimada.blogspot.com/2011/06/historia-da-igreja-queimada.html).
Depois que o Brasil cortou relações com a Alemanha, o maior grupo de alemães fora da Alemanha e dos EUA, era o sul do Brasil. Leis foram criadas contra o uso da língua alemã e em 1917 o governo brasileiro proibiu publicações de periódicos em língua alemã e fechou escolas onde não era ensinado em português. Nenhum sermão pode mais ser pregado em alemão. O trabalho pastoral, por causa das proibições ao uso da língua alemã, foi prejudicado entre novembro de 1917 até abril de 1918.
Os pastores se esforçaram, mas, quando tentaram pregar em português, os templos ficaram vazios, pois, os congregados não entendiam. A vida congregacional parou por quase seis meses na maioria das congregações. O trabalho foi voltando a normalidade, quando a partir de abril de 1918, a proibição do uso da língua alemã foi gradualmente suspensa.
Essa pressão externa contribuiu para a IELB, pois a partir de 1918, o trabalho missionário entre os alemães estendeu-se aos luso-brasileiros em Lagoa Vermelha, onde hoje acontece o culto nacional em comemoração aos 114 anos.
IELB – Parabéns pelos seus 114 anos. Louvemos a Deus, também pela pressão externa, assim como Paulo louvou e apontou como uma oportunidade para que Deus fosse louvado.
Ao escrever “em tudo mostramos que somos servos de Deus, ... (2Co 6.4). “Por meio da nossa pureza, conhecimento, paciência e delicadeza, mostramos que somos servos de Deus. Por meio do Espírito Santo, temos mostrado isso pelo nosso amor verdadeiro, pela mensagem da verdade e pelo poder de Deus. Por vivermos em obediência à vontade de Deus, temos as armas que usamos tanto para atacar como para nos defender” (2Co 6.6-7).
As pressões internas e externas só puderam ser superadas por causa do que Deus outorga a mente.
Ao escrever que “em tudo mostramos que somos servos de Deus, ... (2Co 6.4). “Por meio da nossa pureza,...” (2Co 6.6) - (hagnotes) – mostrando ao ser atingido pelo evangelho, sua vida e seus motivos se tornaram puros, ou seja, não anunciava o evangelho por pretensões pessoais. E isso se devia ao fato do que Paulo havia entendido do evangelho.
Seu conhecimento do evangelho, bem como sua pureza se revelava na paciência.
Essa palavra, apesar de ser a mesma na língua portuguesa, no grego foi escrita de maneira diferente da palavra usada no verso 4. Enquanto que no verso 4, Paulo enumerou que a paciência era conseguir vencer os obstáculos com um sorriso no rosto. Agora, ao fazer uso da palavra makrothumia, ressalta uma virtude cristã (2Co 6.6; 1Tm 1.16; 2Tm 3.10), ou seja, mesmo que há oportunidade para se vingar, não o faz.
Essa virtude não tinha nenhum valor para os gregos, para eles a grande virtude era a vingança.
Paulo sabia que era preciso suportar as pessoas, mesmo quando estão equivocadas e agem com crueldade.
Quando Paulo escreveu que “em tudo mostramos que somos servos de Deus, ... (2Co 6.4). “Por meio da nossa ... delicadeza” (chrestotes), estava dizendo que suportava tudo, por pensar mais nos outros que em si mesmo.
... mostramos que somos servos de Deus. Por meio do Espírito Santo, ...” (2Co 6.6). O apostolo sabia que não levaria a cabo a missão de Deus sem o Espírito Santo. Ele concede dons e os frutos do Espírito (Gl 5.22-23).
Paulo escreveu aos coríntios para “mostrar que ele e seus companheiros eram servos de Deus. Por meio do Espírito Santo, temos mostrado isso pelo nosso amor verdadeiro, ...” (2Co 6.6), ou melhor, amor não fingido. Esse amor não paga mal com mal, pelo contrário, vence o mal com bem. É uma amor que não busca a vingança.
Para as pressões internas e externas, Deus outorga a mente pelo poder do Espírito Santo, pureza, paciência, delicadeza e amor verdadeiro.
Paulo escreve aos coríntios para mostrar que “em tudo mostramos que somos servos de Deus, ... (2Co 6.4) inclusive em qualquer situações e consideração, tanto que escreve “... pela mensagem da verdade e pelo poder de Deus. ...” (2Co 6.7).
Essa mensagem da verdade, por mais que proferida por ele, é uma mensagem que provém de Deus e só pode ser proferida pelo poder de Deus.
Essa mensagem de é instrumento de ataque e defesa diante dos questionamentos dos coríntios (2Co 6.7).
114 anos da IELB – quantas críticas recebemos, quer seja dos de dentro, bem como dos de fora. E mesmo ante as críticas, “Por meio do Espírito Santo, temos mostrado isso pelo nosso amor verdadeiro, pela mensagem da verdade e pelo poder de Deus” (2Co 6.6-7).
Em tudo mostramos que somos servos de Deus!
Nos paradoxos que conflitam entre si
Quando algo ou alguém é avaliado, recebe algum parecer. Paulo enumera os pareceres, no entanto, pareceres do ponto de vista de Deus e do ponto de vista dos homens. “Somos elogiados e caluniados; alguns nos insultam, outros falam bem de nós. Somos tratados como mentirosos, mas falamos a verdade; somos tratados como desconhecidos, embora sejamos bem conhecidos de todos; somos tratados como se estivéssemos mortos, mas, como vocês estão vendo, continuamos vivos. Temos sido castigados, mas não fomos mortos. Às vezes ficamos tristes, outras vezes ficamos alegres. Parecemos pobres, mas enriquecemos muitas pessoas. Parece que não temos nada, mas na verdade possuímos tudo” (2Co 6.8-10).
A avaliação a um servo de Deus na perspectiva humana calunia, insulta, trata como mentiroso, considera como desconhecido, morto, traz castigo e causa tristeza. No entanto, não importa como se é avaliado nesse mundo, o importante é realizar o trabalho de um embaixador e colaborador na missão de Deus.
Paulo escreve aos coríntios para mostrar que “em tudo mostramos que somos servos de Deus, ... (2Co 6.4) “por honra e por desonra...” (2Co 6.8).
Para os coríntios e sua avaliação, Paulo era desonrado, (Atimia) é como se tivesse perdido seus direitos de cidadão e foi privado dos direitos civis. No entanto, sua honra estava em ser cidadão celestial.
Paulo escreve aos coríntios para mostrar que “em tudo mostramos que somos servos de Deus, ... (2Co 6.4) “...por infâmia e por boa fama ...” (2Co 6.8).
Os opositores do apostolo Paulo o odiavam e criticavam suas palavras e ações. Embora muitos reconheciam seu ministério, outros falavam dele pelas costas. No entanto, enquanto era difamado aqui e agora, sua boa fama devia-se a fidelidade ao ministério da reconciliação.
Paulo escreve aos coríntios para mostrar que “em tudo mostramos que somos servos de Deus, ... (2Co 6.4) “...como enganadores e sendo verdadeiros...” (2Co 6.8).
Para os inimigos um charlatão, para outros apostolo de Cristo. O ministério irrepreensível, sem censura e escanda-lo, mostrava que as acusações contra Paulo eram falsas. Ele andava de consciência limpa e sabia que a mensagem vinha de Deus, por isso era verdadeiro.
Paulo escreve aos coríntios para mostrar que “em tudo mostramos que somos servos de Deus, ... (2Co 6.4) “como desconhecidos e, entretanto, bem conhecidos; ...” (2Co 6.9).
Os judeus caluniavam o apostolo Paulo dizendo que ele era um “desconhecido”, ou seja, que não valia nada, não tinha credenciais adequadas. Mas, para os da fé, Paulo era bem conhecido e amado.
Paulo escreve aos coríntios para mostrar que “em tudo mostramos que somos servos de Deus, ... (2Co 6.4) “... como se estivéssemos morrendo e, contudo, eis que vivemos; ...” (2Co 6.9).
Não bastasse as calúnias e difamações ao apostolado de Paulo, o mesmo viveu sob constante ameaça de morte. Foi apedrejado, açoitado, enfrentou feras. Foi atacado por uma multidão furiosa em Jerusalém. Pelos padrões humanos, a carreira de Paulo foi miserável. Mas, Deus tinha um propósito para realizar através da vida e ministério do apostolo Paulo, e enquanto isso não foi cumprido, Deus o preservou.
Paulo escreve aos coríntios para mostrar que “em tudo mostramos que somos servos de Deus, ... (2Co 6.4) “...como castigados, porém não mortos...” (2Co 6.9).
Deus preservou o apostolo Paulo da morte para cumprir a tarefa de levar o evangelho aos gentios. As aflições decorrentes do evangelho não são reprovação de Deus, mas oportunidades oferecidas pelo Senhor, para que seu nome seja glorificado.
Paulo escreve aos coríntios para mostrar que “em tudo mostramos que somos servos de Deus, ... (2Co 6.4) “...entristecidos, mas sempre alegres; ...” (2Co 6.10).
Paulo sabia que as tristezas vinham das circunstâncias que envolviam ser cooperador e embaixador de Cristo. Alegria da comunhão com Deus (At 16.19-26) o fazia superar todas essas tristezas. O apostolo mantinha-se alegre, pois seu olhar alvo estava no céu e não nas coisas do aqui e agora.
Paulo escreve aos coríntios para mostrar que “em tudo mostramos que somos servos de Deus, ... (2Co 6.4) “...pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo.” (2Co 6.10).
O apostolo Paulo não mercadejava a Palavra (2Co 2.17), por isso, ao fazer uso da palavra (ptokós – pobres) diz que mesmo parecendo um miserável, indigente e mendigo, possuía um grande tesouro (2Co 4.7). Sua pobreza não lhe permitia ter influência, poder e prestígio nesse mundo, por isso não podia recorrer a esse mundo, mas tão somente em Deus. Por não possuir nada, sua total confiança estava em Deus. Sua esperança estava somente na graça de Deus. E era essa graça, esse tesouro que havia enriquecido e enriquecia a muitos, pois, era a única coisa para apresentar diante de Deus.
Paulo escreve aos coríntios para mostrar que “em tudo mostramos que somos servos de Deus, ... (2Co 6.4).
Essa segunda carta de Paulo aos coríntios é considerada por muitos como sendo a carta das lágrimas. Pode ser também considerada a carta da reconciliação.
O jeito de Deus em reconciliar consigo o mundo, foi enviar Jesus, seu único filho para morrer pelo homem pecador. E para que essa mensagem da reconciliação chegasse aos coríntios, Deus usou um homem que não parecia possuir nada. Deus usou um homem em meio aos sofrimentos e tribulações. E justamente esses episódios aparentemente contraditórios à um homem de Deus, levaram a um conflito entre os coríntios e Paulo.
E ao enviar essa carta, tem por objetivo fortalecer o seu relacionamento com os coríntios. Por isso, termina essa pericope (2Co 6.1-13), com as seguintes palavras: “Queridos amigos de Corinto, temos falado francamente e temos aberto completamente o nosso coração para vocês. Não temos fechado o nosso coração; vocês é que têm fechado o coração de vocês é que têm fechado o coração de vocês para nós. Eu falo como vocês como se vocês fossem meus filhos. Tenham por nós os mesmos sentimentos que temos para com vocês e abram completamente o coração de vocês para nós” (2Co 6.11-13).
A influência negativa dos falsos mestres havia estremecido a relação entre os coríntios e o apostolo Paulo. O verdadeiro passou a ser mentiroso, o valioso, sem valor. O ministério da reconciliação, o maior tesouro que Deus coloca a nossa disposição, é facilmente distorcido e por essa distorção, Paulo foi renegado e seu apostolado questionado. No entanto, Paulo, não se cala. Não há fé calada. Ele testemunha aos coríntios o quanto Deus, mesmo em meio aos seus sofrimentos e tribulações, fez para que soubesse da reconciliação que há em Cristo Jesus.
IELB – hoje, dia 24 de junho, completa 114 anos. Louvamos a Deus, pois, mesmo que tantas coisas ruins tenham acontecido ao longo desses anos, Deus, através desses eventos têm conduzido muitos a reconciliação com Ele.
IELB – parabéns, pois “em tudo mostramos que somos servos de Deus, ... (2Co 6.4). Amém.
Edson Ronaldo TREssmann

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