17
de junho de 2018
4º
Domingo após Pentecostes – Próprio 6
Sl
1; Ez 17.22-24; 2Co 5.1-10; Mc 4.26-34
Tema: Pastores e igreja não caminham para o fim!
Texto:
2Co 5.1-10
IELB - Parabéns pelos seus 114 anos.
O IBGE indica
que 86,8% da população brasileira é cristã. Desses, 64,6% são católicos e 22,2%
são evangélicos. Apesar dos evangélicos se vangloriarem de terem crescido
consideravelmente, há um outro fator aliado a esse crescimento. Cerca de 20
anos atrás era comum perguntar se um católico era praticante ou não.
Atualmente, esse mesmo fator ocorre dentro das igrejas evangélicas. Há o
evangélico praticante e o não praticante. Esse número está constatado nos
13,6%. SE há 100% da população e 86,8% se declara cristã, falta 13,6%. Nesses
números está incluso os não praticantes, os ateus, agnósticos, espiritas,
neoesotéricos.
Entre os jovens
o número é preocupante. A faixa etária entre os 18 a 34 anos, 34,3% são
católicos, 19,3% são ateus, evangélicos e espiritas são 14,9%, jovens que dizem
crer, mas sem igreja são 6,7% e os agnósticos somam 6,2%. A maioria desses
jovens estão concentrados na região sul e sudeste. Observe que os ateus,
agnóstico e sem igreja representam 32,14%.
No mundo, o
ateísmo na faixa etária entre 18 e 34 anos soma 54%. Na faixa etária entre os
35 e 49 anos é de 24%. A faixa etária entre os 50 e 64 anos é de 15%. E acima
dos 65 anos o ateísmo compõe um grupo de 7%. Somando a população total do
mundo, em todas as suas faixas etárias, 11% se declaram ateus, ou seja, 749,6
milhões de pessoas.
No Brasil, 137
milhões de pessoas dizem crer em algo. E esse crer em algo, não envolve apenas
o Deus único e verdadeiro.
A igreja cristã
tem uma importante tarefa no cenário mundial. Ela precisa continuar confessando
a sua fé.
Por
que apresentar esses números? Por mais que os
números assustem, na época em que Paulo escreveu a segunda carta aos coríntios,
a situação era pior, pois o número de cristãos era menor que os não cristãos. E
o cristianismo só se espalhou por todos os cantos da terra, porque pessoa como
o apostolo Paulo não tiveram medo de testemunhar.
Cristão estão
assustados com o crescimento desenfreado do ateísmo nas suas mais variadas
ramificações e muitos até tem deixado de testemunhar, julgando que o evangelho
não terá mais força diante dessa avalanche de descrentes e não praticantes do
evangelho.
Nesse mundo
conturbado é preciso confessar, assim como o apostolo fez ao escrever aos
Coríntios. E a confissão do apostolo Paulo a respeito da ressurreição, da
transformação dos vivos quando Jesus voltar, foi dada num contexto onde os
gnósticos, filosofia grega e romana desprezavam o corpo e valorizavam a alma,
espírito. Pode se dizer que atualmente há muita valorização ao corpo e
desvalorização ao espírito, afinal, a vida eterna está sendo ignorada, assim
como sempre foi.
O apostolo Paulo
fala sobre a vida aqui e agora e também sobre a eternidade.
Para que os
coríntios entendam sua argumentação, Paulo usa duas figuras de linguagem. Ele
fala sobre barraca, casa e vestimenta.
Paulo tinha como
oficio, fabricar tendas (Atos 18.3). E compara o corpo humano, enquanto nesse
mundo, a uma tenda. Ou seja, devido à natureza pecaminosa, o ser humano nesse
mundo é frágil. Por essa fragilidade, o corpo humano está sujeito ao
sofrimento, a doença e a morte. Quem de nós nunca ficou doente? Sofreu?
Enterrou algum ente querido?
Somos simples
barracas nesse mundo. Frágeis e sujeitas qualquer sofrimento e tribulação. E
enquanto a filosofia, o gnosticismo e as seitas, ignoravam a ressurreição, por
desprezarem o corpo e se ainda hoje ignoram a ressurreição por ignorarem o espírito,
Paulo testemunha com palavras inspiradas pelo Espírito Santo que “de fato, nós
sabemos que, quando for destruída esta barraca em que vivemos, que é o nosso
corpo aqui na terra, Deus nos dará, para morarmos nela, uma casa no céu. ...”
(2Co 5.1).
Paulo se diz
sabedor da ressurreição e da transformação do corpo, afinal, aos coríntios já
havia escrito, como um testemunho assinado: “Escutem bem este segredo: nem todos vamos morrer , mas todos nós vamos
ser transformados, num instante, num abrir e fechar de olhos, quando tocar a
última trombeta. Ela tocará, os mortos serão ressuscitados como seres imortais,
e todos nós seremos transformados. Pois este corpo mortal precisa se vestir com
o que é imortal; este corpo que vai morrer precisa se vestir com o que não pode
morrer. Assim, quando este corpo mortal se vestir com o que é imortal, quando
este corpo que morre se vestir com o que não pode morrer, então acontecerá o
que as Escrituras Sagradas dizem: “A morte está destruída! A vitória é
completa!”. Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu poder
de ferir?” O que dá à morte o poder de ferir é o pecado, e o que dá ao pecado o
poder de ferir é a lei. Mas agradeçamos a Deus, que nos dá a vitória por meio
do nosso Senhor Jesus Cristo!” (1Co 15.51-57).
E já que ainda
estamos aqui no mundo, “gememos” (2Co 5.2). Por mais que os coríntios
quisessem ignorar, por mais que a filosofia com seu argumentos quisesse negar,
por causa do pecado, nesse mundo enfrentamos a dor, o sofrimento, a tribulação.
Ao dizer que o gemido se deve ao fato
de sermos uma barraca, ou seja, por sermos frágeis e sujeitos as intempéries
desse mundo, o apostolo ressalta que o gemido não se deve ao fato de querer se livrar do corpo,
mas, por saber que mesmo ante a esse gemido, vamos receber um corpo glorioso
(2Co 5.4).
Paulo está
dizendo que, enquanto, as pessoas ignoram os sofrimentos e tribulações, e ficam
se queixando pelos mesmos, o que vive pela fé, diante do sofrimento, também
geme, mas, certo da casa que Deus lhe preparou em Jesus (2Co 5.4). A glória do
cristão não está nesse mundo. Pois, enquanto gememos por causa dos
sofrimentos nesse mundo aos quais estamos sujeitos, nosso desejo, gosto é de nos mudar
para nossa nova casa no céu (2Co
5.2).
Por mais que o
apostolo saiba que devido a vida eterna, morrer é lucro (Fp 1.21), ele não quer morrer.
E não fala sobre isso aos coríntios. Ele fala sobre a segunda vinda Jesus.
Paulo diz que mesmo diante do sofrimento, imposto a ele, por ser uma barraca,
ele vive na expectativa da volta de Cristo, por isso diz que “gostaria de se
mudar ...” (2Co 5.2).
Muitas pessoas
tem perdido de vista o fato, a certeza de que Jesus voltará. Tenho ouvido
muitas pessoas dizerem que a única certeza dessa vida é que vão morrer. No
entanto, o apostolo Paulo apresenta que a única certeza é a volta de Jesus. E
quando ele voltar os mortos irão ressuscitar e os vivos receberão o corpo celestial
(2Co 5.4).
O apostolo fala
ainda que Deus
nos preparou para essa mudança (2Co 5.5). Essa mudança do corpo
corruptível para o incorruptível, do corpo mortal para o imortal, da barraca
para a casa celestial, é uma expectativa que Deus colocou em seus filhos e
filhos. Desde que Adão e Eva foram expulsos do Éden, o homem deseja voltar para
o Éden.
De
onde vem essa expectativa? Não vem de nós mesmos. Ela vem do
Espírito. O Espírito que nos tirou das trevas para a maravilhosa luz; o
Espírito que nos regenerou.
Esse Espírito é
como um cheque pré-datado com saldo em conta para sua quitação. Esse Espírito
nos dá a certeza de que a dívida já teve sua parcela paga e que iremos receber
o que temos para receber. O Espírito Santo é a nossa garantia de que deixaremos
essa barraca e entraremos na casa celestial.
A IELB está
completando 114 anos. Assim como tantas outras igrejas cristãs, enfrenta a
secularização. Os cristãos, estão voltados para o aqui e agora. Tudo está
voltado para o hoje, para o momentâneo. A igreja secularizada não aceita o
sofrimento, não quer saber da mensagem da ressurreição. A igreja secularizada
não tem mais saudade do céu, não quer saber do céu, pois tudo está voltado as
coisas desse mundo.
Para a igreja
secularizada o apostolo escreve: “porque vivemos pela fé e não pelo que vemos”
(2Co 5.7).
O apostolo Paulo
sempre viveu no limiar da morte. Ele sofreu prisões, apanhou, teve que fugir as
presas, mordido por cobra, passou por naufrágios, passou fome e falta de
vestimenta. Mas, não se abalou, pois não perdeu de vista a eternidade, por isso
“estava muito
animado e gostaria de deixar a barraca e ir morar na casa celestial”
(2Co 5.8).
No entanto,
querido irmão e irmã em Jesus. Por mais que temos a certeza da nossa casa
celestial, por mais que sabemos que a nossa glória está no céu, não podemos
ignorar a vida de boas obras.
O cristão é salvo pela fé, mas recompensado
pelas boas obras que provém da fé.
Todos nós
estamos no caminho do céu e do juízo. Chegará o dia em que iremos sentar no
tribunal divino. E nesse tribunal ouviremos a sentença da salvação baseada na fé
e receberemos a recompensa de acordo com nossas obras. Não há fé calada e não
há fé sem obras.
Todos nós
sabemos que não estamos caminhando para o nada. Não estamos caminhando para o
fim. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
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