segunda-feira, 25 de junho de 2018

Contribuição cristã


01 de julho de 2018

6º Domingo após Pentecostes

Sl 30; Lm 3.22-33; 2Co 8.1-9,13-15; Mc 5.21-43

Tema: Contribuição cristã!


É preciso reconhecer que dentro da IELB há duas realidades bem opostas e que podem ser usadas como exemplo quando o assunto é contribuição cristã. Por um lado temos congregações que desenvolveram uma mentalidade de auto dependência alheia. Congregações que apenas pedem .... É como se todos precisassem sustentar aquela congregação por que a mesma prega a Palavra. O que você pensa sobre isso?
Por outro lado, temos congregações riquíssimas. Congregações estruturadas, com as contas em dia, dinheiro na conta bancária e sem nenhum projeto para a congregação. Vivem com a mentalidade de que estão apenas guardando o dinheiro para a época das vacas magras. O que você pensa sobre essa situação?
É um assunto delicado, e poucos parecem ter coragem, ou até mesmo, ousadia em falar sobre o mesmo. No entanto, diante dessas duas realidades, é preciso falar sobre contribuição cristã.

Antes de estudar um dos grandes exemplos de contribuição cristã, é preciso destacar que a contribuição cristã inadequada é devida, em primeiro lugar, à falta de vigor espiritual. O sustento da igreja precisa estar enraizado na vida espiritual do cristão. Outro motivo para a falta e carência da contribuição cristã é a insistência apenas com foco no aspecto financeiro. Não precisamos de dinheiro apenas para nos manter, mas para evangelizar, pois a evangelização é o sangue que corre pelas veias da igreja. Na busca de manutenção tem levado muitas congregações a dar pouca atenção a evangelização. O sustento próprio tem assombrado de tal modo outras atividades, que a ajuda ao pobre, o serviço social, o esforço missionário externo e a evangelização local são vistos com desfavor e desgosto.

contribuição cristã é de ordem espiritual e precisa ser dialogado com seriedade que o mesmo merece. Por isso, há três fundamentos sobre os quais a Escritura abordam e estimulam a contribuição cristãPrimeiro: Deus, o possuidor de tudo (Sl 24.1; Sl 50.10-12; 1Cr 29.11,12,14; 29.16); Segundo: Deus, o doador de tudo (Sl 104.27-29; Gn 4; At 14.17; 17.28; Dt 16.9,10,12; Lv 23.10; Terceiro: Deus, o redentor de todos (2Co 8.9; 9.15).

Falar sobre contribuição cristã é apontar para o Deus criador e preservador desse mundo; é apontar para o Deus doador de todas as boas dádivas; é apontar para nosso Redentor. Falar sobre contribuição cristã é concluir que tudo que somos e temos, o somos e temos por causa de Deus.

Falar sobre contribuição cristã não é destacar pobreza ou riqueza, é falar sobre fé e senso de responsabilidade. contribuição cristã é um assunto de ordem espiritual.

Entre os muitos assuntos, Jesus forma muita clara e completa, ensinou sobre dinheiro. É possível observar esse ensino nas seguintes passagens (Lc 12.16-21; 16.1-13; 16.19-31; 16.32-34; Mc 10. 17-22; Mt 13.22; Jo 12.4-6). Além do ensino de Jesus, é possível analisar que tato no Antigo Testamento como no Novo há exemplos de contribuição dignas de nota.

Caim e Abel (Gênesis 4:2-4); Abraão (Gênesis 14:20; Hebreus 7:4); Os Israelitas e a Obra do Santuário (Êxodo 36:2-7); Os Israelitas e a Construção do Templo (1 Crônicas 29:1-14); Zaqueu (Lucas 19:1-8); O fariseu da parábola (Lucas 18:9-14); A Viúva Pobre (Marcos 12:14-44); A Igreja Primitiva de Jerusalém (Atos 2:4445); As Igrejas Gentílicas (Atos 11:27-30). E, conforme a pericope desse final de semana, o exemplo das igrejas da Macedônia (2Co 8 -9).

Os capítulos 8 e 9 da segunda epístola aos Coríntios são capítulos bíblicos clássicos sobre a Contribuição Cristã. Nesses capítulos o apostolo Paulo traz primeiramente perante à igreja de Corinto o exemplo das igrejas da Macedônia, e depois recomenda a causa dos pobres de Jerusalém com seus próprios e persuasivos argumentos. Estudaremos esses capítulos para tirar os princípios que o apostolo Paulo lança sobre este assunto.

Tema: A bênção da contribuição.

1 - Contribuir é Graça

Irmãos, queremos que vocês saibam o que a graça de Deus tem feito nas igrejas da província da Macedônia”.

A disposição de contribuir e de maneira voluntária, é graça divina. É dom operado pelo Espírito de Deus no coração humano. Assim, contribuir, está intimamente ligado com o estado de vida espiritual. Onde há contribuição generosa, vê-se Deus e sua obra. Nessa atitude se vê e reconhece a ação do Espírito Santo. Onde falta contribuição generosa, é preciso deplorar, pois se há contribuição inadequada, falta vida espiritual. Contribuir generosamente e voluntariamente é o sinal da nova vida. É a evidência da obra graciosa de Deus nos corações humanos.

A palavra "graça" (2Co 8.1-15) ocorre seis vezes, associada com a contribuição. Graça é o favor divino contrário ao merecimento humano. Não merecemos nada de Deus, ele oferece e dá por amor e misericórdia.

2 - Aflição não é obstáculo para contribuição

Os irmãos dali têm sido muito provados pelas aflições por que têm passado. Mas a alegria deles foi tanta, que, embora sendo muito pobres, eles deram ofertas com grande generosidade” (2Co 8.2).

As igrejas da Macedônia contribuíram generosamente e voluntariamente, mesmo após terem passado por fortes aflições, ou seja, desilusões que poderiam ter destroçado a vida deles (At 16.20; Fp 1.28-29; 1Ts 1.6; 2.14; 3.3-9). A alegria deles em conhecer o evangelho foi tão grande que ofertaram.

Toda pessoa, ao conhecer a graça de Deus em Cristo, passa a sofrer opressão, perseguição e aflição. No entanto, essas situações não interrompem a relação com Deus – e não deveriam interferir em nossa contribuição.

Historiadores relatam que quase toda a Grécia nesse período estava enfrentando uma terrível condição de pobreza e opressão. Sem dúvida que havia também pessoas ricas nesse período. Lidia, a primeira convertida ao evangelho na Europa, a terrível situação da Grécia, não a fez deixar de ser generosa em sua contribuição. Lidia, sendo rica, não sofreu com a tentação do rico (ou seja, economiza para fazer um bom negócio).

Falar sobre contribuição cristã não é destacar pobreza ou riqueza, é falar sobre fé e senso de responsabilidade. Muitas pessoas dizem que sua falha na contribuição é a situação financeira, ou sua pobreza, mas, se querem ouvir a opinião bíblica sobre essa desculpa, leia o relato da viúva pobre (Mc 12.41-44).

Não importa a situação, a graça de Deus permite que a pessoa por mais pobre que seja participe da bênção da contribuição. Os Macedônios descobriram o quanto eram ricos na graça de Deus, e por terem esse tesouro, contribuíram generosamente.

3 – Quanto contribuir! (2Co 8.3)

Afirmo a vocês que eles fizeram tudo o que podiam e mais ainda. E, com toda a boa vontade,” (2Co 8.3).

Não há um valor determinado para a contribuição. O exemplo dos Macedônios mostra que os mesmos ofertaram não de maneira arbitraria, fixada pelas autoridades da Igreja. Cada um “fez tudo o que podia e mais ainda. E, com toda a boa vontade,” (2Co 8.3).
A contribuição deve representar uma proporção da renda, mas quem fixa esta proporção é o contribuinte e não outros. Uma taxação invariável sobre cada família é contrária a este princípio. Cada indivíduo ou chefe de família dará segundo Deus o tenha feito prosperar (Dt 16.17).

Os macedônios deram “tudo o que podiam e mais ainda”.

A pobreza, a dificuldade que passavam, as provações, nada os deteve na solidariedade da contribuição. O exemplo vinha de Jesus (2Co8.9).

4 – A contribuição deve ser espontânea e voluntária (2Co 8.3-4)

... pediram com insistência que os deixássemos participar da ajuda para o povo de Deus da Judeia e eles insistiram nisso. E fizeram muito mais do que esperávamos. Primeiro, eles deram a si mesmos ao Senhor e depois, pela vontade de Deus, eles se deram a nós também” (2Co 8.3-4).

Qualquer taxa ou proporção para a contribuição cristã, segundo este texto bíblico, é contrário à Escritura. Por que? É preciso fazer as pessoas ofertarem, então qualquer medida é justificável?

Taxação ou proporção afastam a espontaneidade das dádivas.

A taxação ou proporção impede que as pessoas aprendam e compreendam que a contribuição verdadeiramente bíblica é a voluntária.

... pediram com insistência que os deixássemos participar da ajuda para o povo de Deus da Judeia e eles insistiram nisso...” (2Co 8.4)

Os macedônios queriam e pediram para contribuir. Incrível! Não foi imposto. Foi voluntário!
Eles levaram as ofertas e pediram que as mesmas fossem aceitas. Afinal, eles entenderam que pelas suas ofertas participavam do ministério. Ministério da reconciliação (2Co 5.18-21).

Só para ilustrar a oferta voluntária quero lhes lembrar um fato. Quem disse que é preciso ter envelopes e o nome dos ofertantes? Se não houvesse os envelopes e o nome do controle da tesouraria, você ofertaria? A oferta voluntária é a oferta feita não com objetivo pessoal, mas gratidão a Deus. E a iniciativa para essa gratidão precisa ser voluntária.

5 – Contribuir é ser parceiro na missão de Deus (2Co 8.4)

“...pediram com insistência que os deixássemos participar da ajuda para o povo de Deus da Judeia e eles insistiram nisso” (2Co 8.4).
Paulo escreve que os macedônios pediram para “...participar da ajuda para o povo de Deus” (2Co 8.4).

Se falarmos de oferta apenas para manter a igreja, estaremos cometendo um erro. Afinal, ofertar, contribuir, é também ajudar o povo de Deus.

Nossas igrejas hoje, podem ser parceiras na missão de Deus. Ofertando para assistência aos cristãos pobres, na provisão do culto, na construção de templos, na manutenção do ministério, na pregação do Evangelho, na impressão e distribuição das Sagradas Escrituras, ... Meu sonho é que as congregações ricas, com abundância em sua conta bancária, usem cerca de 10% para apoiar outras congregações. Essa iniciativa faria com que o trabalho da igreja se expandisse mais e mais.

6 - Consagração a Deus Precede a Contribuição (2Co 8.5)

E fizeram muito mais do que esperávamos. Primeiro, eles deram a si mesmos ao Senhor e depois, pela vontade de Deus, eles se deram a nós também” (2Co 8.5)

Pela oferta voluntária e generosa, os cristãos macedônios aproveitaram a oportunidade de se dedicar à Deus. Por causa daquilo que Deus fez a eles em Cristo, os comprando e os enriquecendo, a mente e a decisão deles estava voltada toda para Deus. Assim, pela vontade de Deus, eles ofertaram voluntariamente.

Querido irmão e irmã em Jesus!

A oferta não é um momento de exibicionismo no sentido de bons e maus ofertantes de acordo com o valor. A verdadeira contribuição à Deus é aquela feita voluntariamente e com coração agradecido.

A bênção da contribuição.

7 – A contribuição é um serviço especial de amor!

De modo que pedimos a Tito, que começou a recolher essas ofertas, que continuasse e ajudasse vocês a completarem esse serviço especial de amor. Vocês mostram que, em tudo, são mais ricos do que os outros: na fé, na palavra, no conhecimento, na vontade de ajudar os outros e no nosso amor por vocês. E nesse novo serviço de amor queremos também que façam mais do que os outros” (2Co 8.6-7).

Colocar à disposição de outros o que recebemos de Deus é um serviço especial de amor.

Contribuição é graça cristã. Assim, quanto mais graça, mais crescem as contribuições. Não há como crescer na contribuição cristã, sem crescer na graça.

As famosas campanhas de arrecadação só surtirão efeito de acordo com a vontade de Deus, quando a graça for proclamada e quando a mesma frutifica. É preciso crescer na graça, crescer na contribuição, pois há muito para a igreja realizar na missão de Deus.

Querido irmão e irmã em Jesus!

A graça de Deus em Jesus não só me leva para o céu, mas também transforma a minha avareza em generosidade.

Destaco a frase de um bispo anglicano Azariah que trabalhou em Dornakal, na Índia, “arrependimento, fé, conversão, sinceridade e amor são imperfeitos enquanto não chegarem até ao fundo da bolsa, do bolso, da carteira”. A graça se revela aos olhos do mundo pela nossa contribuição.

Ser contribuinte generoso e voluntário é uma marca de um seguidor de Cristo.

A bênção da contribuição.

8 – Contribuição como exemplo a ser seguido.

Não estou querendo mandar em vocês. O que eu estou querendo é que conheçam o entusiasmo com que as igrejas da Macedônia deram ofertas, para que assim vocês vejam se o amor de vocês é verdadeiro ou não” (2Co 8.8)

É preciso recomendar que a contribuição cristã só deve ser incentivada de acordo com as páginas das Escrituras e pelo exemplo de outros cristãos. A oferta é voluntária e livre, sem imposição de qualquer que seja a autoridade eclesiástica.

A bênção da contribuição.

9 – Contribuição que provém de uma fonte inesgotável de riqueza. (2Co 8.9).

Porque vocês já conhecem o grande amor do nosso Senhor Jesus Cristo: ele era rico, mas, por amor a vocês, ele se tornou pobre a fim de que vocês se tornassem ricos por meio da pobreza dele” (2Co 8.9).

Falar sobre contribuição cristã é apontar para o Deus criador e preservador desse mundo; é apontar para o Deus doador de todas as boas dádivas; é apontar para nosso Redentor.

Muitas pessoas cristãs não querem mais que s fale sobre oferta. O motivo é porque muitos tem se apoiado apenas certos textos do antigo testamento. A contribuição cristã tem como fundamento a obra de Cristo na cruz. “Porque vocês já conhecem o grande amor do nosso Senhor Jesus Cristo: ele era rico, mas, por amor a vocês, ele se tornou pobre a fim de que vocês se tornassem ricos por meio da pobreza dele” (2Co 8.9).

A contribuição apresenta a minha riqueza, não material, mas, a riqueza da fé.

A bênção da contribuição.

10 – O ministro de Cristo habilita os cristãos para que contribuam. (2Co 8.10-12)

Minha opinião sobre o assunto é esta: é melhor para vocês que terminem agora o que começaram no ano passado. Vocês foram os primeiros não somente a ajudar, mas também a querer ajudar. Portanto, continuem e completem o trabalho. Façam isso com o mesmo entusiasmo que tiveram no princípio, dando de acordo com o que têm. Porque, se alguém quer dar, Deus aceita a oferta conforme o que a pessoa tem. Deus não pede o que a pessoa não tem” (2Co 8.10-12).

Ao falar sobre contribuição cristã, o apostolo Paulo fala que a mesma é um dos meios pelos quais os discípulos podem continuar o bom trabalho de Deus.
Tito foi enviado especialmente para ajudar aos cristãos Macedônios neste assunto (v.6). Agora Paulo recomenda que os cristãos cumpram com o que haviam prometido antes.

Por mais que haja críticas, é, pois, perfeitamente legítimo que ministros descubram meios fáceis pelos quais o povo possa fazer suas ofertas e lhes providenciem facilidades para contribuir em ocasiões propícias: ofertas por ocasião das colheitas para os que lidam com a agricultura; arrecadações semanais ou mesmo diária de tarefeiros; oportunidades para ofertas mensais para os mensalistas — tudo é aceitável.
11 – Contribuir é agir solidariamente.

Não estou querendo aliviar os outros e pôr um peso sobre vocês. Já que agora vocês têm bastante, é justo que ajudem os que estão necessitados. Em alguma outra ocasião, se vocês precisarem, e eles tiverem bastante, aí eles poderão ajudá-los. Assim todos são tratados com igualdade (2Co 8.13-14)

O cristianismo lança sobre os cristãos o sagrado dever da solidariedade em prol dos necessitados.

Ser solidário é ir em auxílio da pessoa quando a mesma necessita de apoio e ajuda. Não importa se sua ajuda é insignificante ou não. O que importa é ir ao encontro da pessoa.

Paulo escreve aos coríntios, dizendo que no presente momento, a abundância deles, deve suprir as necessidades dos irmãos na fé da Judéia.

Querido irmão e irmã Jesus!

Sua congregação está abastada financeiramente nesse momento? Que tal aceitar o desafio de auxiliar financeiramente uma congregação necessitada?

Àqueles que têm sido abençoados com posses terrenas devem considerar privilégio seu, o distribuir com outros irmãos que estão oprimidos e passando necessidades.

Àquelas que recebem auxílio financeiro, é justo que retribuam em termos de valores espirituais, tais como: orações, partilha dos dons espirituais, ....

Lembre-se: há grandes recompensas em que outros tenham comunhão generosa em nossos bens terrenos, (v.15).

Querido irmão e irmã em Jesus, quando você contribui generosamente e voluntariamente, “Vocês mostram que, em tudo, são mais ricos do que os outros: na fé, na palavra, no conhecimento, na vontade de ajudar os outros e no nosso amor por vocês. E nesse novo serviço de amor queremos também que façam mais do que os outros” (2Co 8.7). Amém!

Edson Ronaldo TREssmann

Fonte Bibliográfica:

AZARIAH, VEDANAYAGAM SAMUEL. Bispo anglicano em Dornakal, na Índia. Tradução de Luiz A. Caruso. 2ª Edição 1968, Imprensa Metodista — São Paulo — SP.



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