01 de julho de 2018
6º Domingo após Pentecostes
Sl 30; Lm 3.22-33; 2Co 8.1-9,13-15; Mc 5.21-43
Tema: Contribuição cristã!
É preciso reconhecer que dentro da IELB há duas realidades bem
opostas e que podem ser usadas como exemplo quando o assunto é contribuição
cristã. Por um lado temos congregações que desenvolveram uma
mentalidade de auto dependência alheia. Congregações que apenas pedem .... É
como se todos precisassem sustentar aquela congregação por que a mesma prega a
Palavra. O
que você pensa sobre isso?
Por outro lado, temos congregações riquíssimas. Congregações
estruturadas, com as contas em dia, dinheiro na conta bancária e sem nenhum
projeto para a congregação. Vivem com a mentalidade de que estão apenas
guardando o dinheiro para a época das vacas magras. O que você pensa
sobre essa situação?
É um assunto delicado, e poucos parecem ter coragem, ou até mesmo,
ousadia em falar sobre o mesmo. No entanto, diante dessas duas realidades, é
preciso falar sobre contribuição
cristã.
Antes de estudar um dos grandes exemplos de contribuição cristã, é
preciso destacar que a contribuição
cristã inadequada é devida, em primeiro lugar, à falta de
vigor espiritual. O sustento da igreja precisa estar enraizado na vida
espiritual do cristão. Outro motivo para a falta e carência da contribuição
cristã é a insistência apenas com foco no aspecto financeiro. Não precisamos de
dinheiro apenas para nos manter, mas para evangelizar, pois a evangelização é o
sangue que corre pelas veias da igreja. Na busca de manutenção tem levado
muitas congregações a dar pouca atenção a evangelização. O sustento próprio tem
assombrado de tal modo outras atividades, que a ajuda ao pobre, o serviço
social, o esforço missionário externo e a evangelização local são vistos com
desfavor e desgosto.
A contribuição
cristã é de ordem espiritual e precisa ser dialogado com
seriedade que o mesmo merece. Por isso, há três fundamentos sobre os quais a
Escritura abordam e estimulam a contribuição
cristã. Primeiro: Deus,
o possuidor de tudo (Sl 24.1; Sl 50.10-12; 1Cr 29.11,12,14;
29.16); Segundo: Deus,
o doador de tudo (Sl 104.27-29; Gn 4; At 14.17; 17.28; Dt
16.9,10,12; Lv 23.10; Terceiro: Deus,
o redentor de todos (2Co 8.9; 9.15).
Falar sobre contribuição
cristã é apontar para o Deus criador e preservador desse
mundo; é apontar para o Deus doador de todas as boas dádivas; é apontar para
nosso Redentor. Falar sobre contribuição
cristã é concluir que tudo que somos e temos, o somos e temos
por causa de Deus.
Falar sobre contribuição cristã não é destacar
pobreza ou riqueza, é falar sobre fé e senso de responsabilidade. A contribuição
cristã é um assunto de ordem espiritual.
Entre os muitos assuntos, Jesus forma muita clara e completa,
ensinou sobre dinheiro. É possível observar esse ensino nas seguintes passagens
(Lc 12.16-21; 16.1-13; 16.19-31; 16.32-34; Mc 10. 17-22; Mt 13.22; Jo 12.4-6).
Além do ensino de Jesus, é possível analisar que tato no Antigo Testamento como
no Novo há exemplos de contribuição dignas de nota.
Caim e Abel (Gênesis
4:2-4); Abraão (Gênesis
14:20; Hebreus 7:4); Os Israelitas e a
Obra do Santuário (Êxodo 36:2-7); Os Israelitas e a
Construção do Templo (1 Crônicas 29:1-14); Zaqueu (Lucas
19:1-8); O fariseu da parábola (Lucas
18:9-14); A Viúva Pobre (Marcos
12:14-44); A Igreja Primitiva de
Jerusalém (Atos 2:4445); As Igrejas Gentílicas (Atos
11:27-30). E, conforme a pericope desse final de semana, o exemplo das igrejas
da Macedônia (2Co 8 -9).
Os capítulos 8 e 9 da segunda epístola aos Coríntios são capítulos
bíblicos clássicos sobre a Contribuição
Cristã. Nesses capítulos o apostolo Paulo traz primeiramente
perante à igreja de Corinto o exemplo das igrejas da Macedônia, e depois
recomenda a causa dos pobres de Jerusalém com seus próprios e persuasivos
argumentos. Estudaremos esses capítulos para tirar os princípios que o apostolo
Paulo lança sobre este assunto.
Tema: A bênção da
contribuição.
1 - Contribuir é Graça
“Irmãos, queremos que vocês saibam o que a graça
de Deus tem feito nas igrejas da província da Macedônia”.
A disposição de contribuir e de maneira voluntária, é graça
divina. É dom operado pelo Espírito de Deus no coração humano. Assim, contribuir,
está intimamente ligado com o estado
de vida espiritual. Onde há contribuição
generosa, vê-se Deus e sua obra. Nessa atitude se vê e reconhece a ação
do Espírito Santo. Onde falta contribuição
generosa, é preciso deplorar, pois se há contribuição inadequada, falta
vida espiritual. Contribuir generosamente e voluntariamente é o sinal da
nova vida. É a evidência da obra graciosa de Deus nos corações
humanos.
A palavra "graça" (2Co 8.1-15) ocorre seis
vezes, associada com a contribuição. Graça é o favor divino contrário ao
merecimento humano. Não merecemos nada de Deus, ele oferece e dá por amor e
misericórdia.
2 - Aflição não é obstáculo para contribuição
“Os irmãos dali têm sido muito provados pelas
aflições por que têm passado. Mas a alegria deles foi tanta, que, embora sendo
muito pobres, eles deram ofertas com grande generosidade” (2Co 8.2).
As igrejas da Macedônia contribuíram generosamente e
voluntariamente, mesmo após terem passado por fortes aflições, ou seja,
desilusões que poderiam ter destroçado a vida deles (At 16.20; Fp 1.28-29; 1Ts
1.6; 2.14; 3.3-9). A alegria deles em conhecer o evangelho foi tão grande que
ofertaram.
Toda pessoa, ao conhecer a graça de Deus em Cristo, passa a sofrer
opressão, perseguição e aflição. No entanto, essas situações não interrompem a
relação com Deus – e não deveriam interferir em nossa contribuição.
Historiadores relatam que quase toda a Grécia nesse período estava
enfrentando uma terrível condição de pobreza e opressão. Sem dúvida que havia
também pessoas ricas nesse período. Lidia, a primeira convertida ao evangelho
na Europa, a terrível situação da Grécia, não a fez deixar de ser
generosa em sua contribuição. Lidia, sendo rica, não sofreu com a tentação do rico (ou seja,
economiza para fazer um bom negócio).
Falar sobre contribuição cristã não é
destacar pobreza ou riqueza, é falar sobre fé e senso de responsabilidade.
Muitas pessoas dizem que sua falha na contribuição é a situação financeira, ou
sua pobreza, mas, se querem ouvir a opinião bíblica sobre essa desculpa, leia o
relato da viúva pobre (Mc 12.41-44).
Não importa a situação, a graça de Deus permite que a pessoa por
mais pobre que seja participe da bênção da contribuição. Os Macedônios
descobriram o quanto eram ricos na graça de Deus, e por terem esse tesouro,
contribuíram generosamente.
3 – Quanto contribuir! (2Co 8.3)
“Afirmo a vocês que eles fizeram tudo o que
podiam e mais ainda. E, com toda a boa vontade,” (2Co
8.3).
Não há um valor determinado para a contribuição. O exemplo dos
Macedônios mostra que os mesmos ofertaram não de maneira arbitraria, fixada
pelas autoridades da Igreja. Cada um “fez tudo o que podia e mais ainda. E, com toda
a boa vontade,” (2Co 8.3).
A contribuição deve representar uma proporção da renda, mas quem
fixa esta proporção é o contribuinte e não outros. Uma taxação invariável sobre
cada família é contrária a este princípio. Cada indivíduo ou chefe de família
dará segundo Deus o tenha feito prosperar (Dt 16.17).
Os macedônios deram “tudo o que podiam e mais ainda”.
A pobreza, a dificuldade que passavam, as provações, nada os deteve
na solidariedade da contribuição. O exemplo vinha de Jesus (2Co8.9).
4 – A contribuição deve ser espontânea e voluntária (2Co 8.3-4)
“... pediram com insistência que os deixássemos
participar da ajuda para o povo de Deus da Judeia e eles insistiram nisso. E
fizeram muito mais do que esperávamos. Primeiro, eles deram a si mesmos ao
Senhor e depois, pela vontade de Deus, eles se deram a nós também” (2Co 8.3-4).
Qualquer taxa ou proporção para a contribuição cristã, segundo
este texto bíblico, é contrário à Escritura. Por que? É preciso fazer as
pessoas ofertarem, então qualquer medida é justificável?
Taxação ou proporção afastam a espontaneidade das dádivas.
A taxação ou proporção impede que as pessoas aprendam e
compreendam que a contribuição verdadeiramente bíblica é a voluntária.
“... pediram com insistência que os deixássemos
participar da ajuda para o povo de Deus da Judeia e eles insistiram nisso...” (2Co 8.4)
Os macedônios queriam e pediram para contribuir. Incrível! Não foi imposto. Foi
voluntário!
Eles levaram as ofertas e pediram que as mesmas fossem aceitas.
Afinal, eles entenderam que pelas suas ofertas participavam do ministério.
Ministério da reconciliação (2Co 5.18-21).
Só para ilustrar a oferta voluntária quero lhes lembrar um fato. Quem
disse que é preciso ter envelopes e o nome dos ofertantes? Se não houvesse os
envelopes e o nome do controle da tesouraria, você ofertaria? A oferta
voluntária é a oferta feita não com objetivo pessoal, mas gratidão a Deus. E a
iniciativa para essa gratidão precisa ser voluntária.
5 – Contribuir é ser parceiro na missão de Deus (2Co 8.4)
“...pediram com insistência que os deixássemos
participar da ajuda para o povo de Deus da Judeia e eles insistiram nisso” (2Co
8.4).
Paulo escreve que os macedônios pediram para “...participar da ajuda para o povo de Deus” (2Co 8.4).
Se falarmos de oferta apenas para manter a igreja, estaremos
cometendo um erro. Afinal, ofertar, contribuir, é também ajudar o povo de Deus.
Nossas igrejas hoje, podem ser parceiras na missão de Deus.
Ofertando para assistência aos cristãos pobres, na provisão do culto, na
construção de templos, na manutenção do ministério, na pregação do Evangelho,
na impressão e distribuição das Sagradas Escrituras, ... Meu sonho é que as congregações ricas, com abundância
em sua conta bancária, usem cerca de 10% para apoiar outras congregações. Essa
iniciativa faria com que o trabalho da igreja se expandisse mais e mais.
6 - Consagração a Deus Precede a Contribuição (2Co 8.5)
“E fizeram muito mais do que esperávamos.
Primeiro, eles deram a si mesmos ao Senhor e depois, pela vontade de Deus, eles
se deram a nós também” (2Co 8.5)
Pela oferta voluntária e generosa, os cristãos macedônios
aproveitaram a oportunidade de se dedicar à Deus. Por causa daquilo que Deus
fez a eles em Cristo, os comprando e os enriquecendo, a mente e a decisão deles
estava voltada toda para Deus. Assim, pela vontade de Deus, eles ofertaram voluntariamente.
Querido irmão e irmã em Jesus!
A oferta não é um momento de exibicionismo no sentido de bons e
maus ofertantes de acordo com o valor. A verdadeira contribuição à Deus é
aquela feita voluntariamente e com coração agradecido.
A bênção da contribuição.
7 – A contribuição é um serviço especial de amor!
“De modo que pedimos a Tito, que começou a
recolher essas ofertas, que continuasse e ajudasse vocês a completarem esse
serviço especial de amor. Vocês
mostram que, em tudo, são mais ricos do que os outros: na fé, na palavra, no
conhecimento, na vontade de ajudar os outros e no nosso amor por vocês. E nesse
novo serviço de amor queremos também que façam mais do que os outros” (2Co
8.6-7).
Colocar à disposição de outros o que recebemos de Deus é um
serviço especial de amor.
Contribuição é graça cristã. Assim, quanto mais graça, mais
crescem as contribuições. Não há como crescer na contribuição cristã, sem
crescer na graça.
As famosas campanhas de arrecadação só surtirão efeito de acordo
com a vontade de Deus, quando a graça for proclamada e quando a mesma
frutifica. É preciso crescer na graça, crescer na contribuição, pois há muito
para a igreja realizar na missão de Deus.
Querido irmão e irmã em Jesus!
A graça de Deus em Jesus não só me leva para o céu, mas também
transforma a minha avareza em generosidade.
Destaco a frase de um bispo anglicano Azariah que trabalhou em
Dornakal, na Índia, “arrependimento, fé,
conversão, sinceridade e amor são imperfeitos enquanto não chegarem até ao
fundo da bolsa, do bolso, da carteira”. A graça se revela aos olhos do
mundo pela nossa contribuição.
Ser contribuinte generoso e voluntário é uma marca de um seguidor
de Cristo.
A bênção da contribuição.
8 – Contribuição como exemplo a ser seguido.
“Não estou querendo mandar em vocês. O que eu
estou querendo é que conheçam o entusiasmo com que as igrejas da Macedônia
deram ofertas, para que assim vocês vejam se o amor de vocês é verdadeiro ou não” (2Co 8.8)
É preciso recomendar que a contribuição cristã só deve ser
incentivada de acordo com as páginas das Escrituras e pelo exemplo de outros
cristãos. A oferta é voluntária e livre, sem imposição de qualquer que seja a
autoridade eclesiástica.
A bênção da contribuição.
9 – Contribuição que provém de uma fonte inesgotável de riqueza.
(2Co 8.9).
“Porque vocês já conhecem o grande amor do nosso
Senhor Jesus Cristo: ele era rico, mas, por amor a vocês, ele se tornou pobre a
fim de que vocês se tornassem ricos por meio da pobreza dele” (2Co 8.9).
Falar sobre contribuição
cristã é apontar para o Deus criador e preservador desse
mundo; é apontar para o Deus doador de todas as boas dádivas; é apontar para
nosso Redentor.
Muitas pessoas cristãs não querem mais que s fale sobre oferta. O
motivo é porque muitos tem se apoiado apenas certos textos do antigo testamento.
A contribuição cristã tem como fundamento a obra de Cristo na cruz. “Porque vocês já conhecem o grande amor do nosso
Senhor Jesus Cristo: ele era rico, mas, por amor a vocês, ele se tornou pobre a
fim de que vocês se tornassem ricos por meio da pobreza dele” (2Co 8.9).
A contribuição apresenta a minha riqueza, não material, mas, a
riqueza da fé.
A bênção da contribuição.
10 – O ministro de Cristo habilita os cristãos para que
contribuam. (2Co 8.10-12)
“Minha opinião sobre o assunto é esta: é melhor
para vocês que terminem agora o que começaram no ano passado. Vocês foram os
primeiros não somente a ajudar, mas também a querer ajudar. Portanto, continuem
e completem o trabalho. Façam isso com o mesmo entusiasmo que tiveram no
princípio, dando de acordo com o que têm. Porque, se alguém quer dar, Deus
aceita a oferta conforme o que a pessoa tem. Deus não pede o que a pessoa não
tem” (2Co 8.10-12).
Ao falar sobre contribuição cristã, o apostolo Paulo fala que a
mesma é um dos meios pelos quais os discípulos podem continuar o bom trabalho
de Deus.
Tito foi enviado especialmente para ajudar aos cristãos Macedônios
neste assunto (v.6). Agora Paulo recomenda que os cristãos cumpram com o que
haviam prometido antes.
Por mais que haja críticas, é, pois, perfeitamente legítimo que
ministros descubram meios fáceis pelos quais o povo possa fazer suas ofertas e
lhes providenciem facilidades para contribuir em ocasiões propícias: ofertas por ocasião das colheitas para os que lidam com a
agricultura; arrecadações semanais ou mesmo diária de tarefeiros; oportunidades
para ofertas mensais para os mensalistas — tudo é aceitável.
11 – Contribuir é agir solidariamente.
“Não estou querendo aliviar os outros e pôr um
peso sobre vocês. Já que agora vocês têm bastante, é justo que ajudem os que
estão necessitados. Em alguma outra ocasião, se vocês precisarem, e eles
tiverem bastante, aí eles poderão ajudá-los. Assim todos são tratados com
igualdade (2Co 8.13-14)
O cristianismo lança sobre os cristãos o sagrado dever da
solidariedade em prol dos necessitados.
Ser solidário é ir em auxílio da pessoa quando a mesma necessita
de apoio e ajuda. Não importa se sua ajuda é insignificante ou não. O que
importa é ir ao encontro da pessoa.
Paulo escreve aos coríntios, dizendo que no presente momento, a
abundância deles, deve suprir as necessidades dos irmãos na fé da Judéia.
Querido irmão e irmã Jesus!
Sua congregação está abastada financeiramente nesse momento? Que
tal aceitar o desafio de auxiliar financeiramente uma congregação necessitada?
Àqueles que têm sido abençoados com posses terrenas devem
considerar privilégio seu, o distribuir com outros irmãos que estão oprimidos e
passando necessidades.
Àquelas que recebem auxílio financeiro, é justo que retribuam em
termos de valores espirituais, tais como: orações, partilha dos dons
espirituais, ....
Lembre-se: há grandes recompensas em que outros tenham comunhão
generosa em nossos bens terrenos, (v.15).
Querido irmão e irmã em Jesus, quando você contribui generosamente
e voluntariamente, “Vocês mostram que, em tudo, são mais ricos do
que os outros: na fé, na palavra, no conhecimento, na vontade de ajudar os
outros e no nosso amor por vocês. E nesse novo serviço de amor queremos também
que façam mais do que os outros”
(2Co 8.7). Amém!
Edson
Ronaldo TREssmann
Fonte Bibliográfica:
AZARIAH, VEDANAYAGAM SAMUEL. Bispo anglicano em
Dornakal, na Índia. Tradução de Luiz A. Caruso. 2ª Edição 1968, Imprensa
Metodista — São Paulo — SP.
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