terça-feira, 26 de setembro de 2017

A mensagem da justificação motiva os luteranos comemorar!

01 de outubro de 2017
17º Domingo após Pentecostes!
Sl 25.1-10; Ez 18.1-4,25-32; Fp 2.1-4, 14-18; Mt 21.23-27
Tema: A mensagem da justificação motiva os luteranos comemorar!

Que belo texto temos a oportunidade para meditar. Jesus, conforme registrado no Evangelho de Mateus 21.23-27, fala sobre arrependimento e fé.
Jesus faz uma pergunta: “E que vos parece?” A partir daí passa a contar a parábola dos dois filhos. Apesar de termos nas Escrituras quatro evangelhos, a parábola dos dois filhos foi registrada apenas pelo evangelista Mateus.
Essa parábola faz parte de um bloco de três parábolas, onde Jesus ataca a ideia de merecimento que os líderes religiosos tinham sobre o ser membro do reino de Deus.
Ao responder aos líderes judeus, Jesus liga sua autoridade a autoridade de João Batista. Tanto Jesus como João Batista eram bem aceitos entre as pessoas comuns e as que eram rejeitadas pelos líderes judeus da época.
Na parábola, ambos os filhos receberam o mesmo convite: trabalhar na vinha do pai. O primeiro disse que iria, mas não foi. O segundo disse rudemente que não iria, mas “depois, arrependido, foi” (Mt 21.29 Revista e Atualizada). A Nova Tradução na Linguagem de Hoje traduz dizendo que “depois mudou de ideia e foi”. As duas traduções estão corretas. Ambas traduziram o verbo grego metamelomai.
O termo metamelomai foi usado por Mateus por ocasião do relato de Judas após a traição. Judas se arrependeu, lastimou sua traição, mas, infelizmente não achou o caminho de volta.
Arrependimento tem um sentido amplo (a conversão como um todo) e um sentido restrito (reconhecimento do pecado, coração quebrantado e contrição). O segundo filho apresentado na parábola, arrependeu-se em sentido restrito, ou seja, reconheceu seu erro e sentiu tristeza. Sentiu o pesar de não ter cumprido a vontade do pai. O primeiro filho apresentado na parábola, não passou por essa tristeza. O mesmo não se preocupou com seus pecados. C.F.W. Walther, pastor Luterano disse em suas preleções sobre lei e evangelho que “não pode haver fé num coração que, primeiramente, não esteve atemorizado”.
Aqui é o ponto de Jesus. Os fariseus e os líderes religiosos judeus por nunca terem reconhecido seus pecados e nem sentido contrição por eles, estavam entre os que se achavam sãos e que não necessitavam de médico.
O que impedia os fariseus e líderes religiosos judeus reconhecerem a necessidade de se arrependerem era sua justiça própria. Não importava o quanto fossem convidados ao arrependimento, eles não conseguiriam voltar, pois se julgavam auto suficientes. Assim, as prostitutas, os cobradores de impostos e outros pecadores, julgando-se indignos, reconheciam que não haviam feito a vontade do Pai e se arrependeram e se agarraram em Jesus.
Os líderes judeus confiavam na sua dignidade.
Dignidade essa, que segundo eles vinha da observância da lei de Moisés, da participação assídua na sinagoga, das ofertas e dos dízimos, das doações e esmolas, da prática diária da oração. Os judeus, o primeiro filho da parábola, não julgavam necessário se arrependerem, pois eram obedientes e assim, justos diante de Deus.
Após contar a parábola (Mt 21.28-30), Jesus perguntou: “Qual dos dois filhos fez a vontade do Pai?” (Mt 21.31). Ao que os próprios judeus responderam, “o segundo” (Mt 21.31). E concordando com a resposta, Jesus declara que “publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus” (Mt 21.31).
Essa resposta de Jesus é a declaração de que Deus não aceita o pecador pela sua suposta obediência. A relação entre o ser humano e Deus é marcada pelo arrependimento e a fé.
Os líderes judeus não passaram pela metamelomai, ou seja, não se arrependeram e nem sequer creram na mensagem da justiça provinda através de Cristo.
Se os lideres judeus responderam e Jesus confirmou que o segundo filho agiu corretamente e arrependido voltou para fazer a vontade do Pai, cabe a pergunta: Qual é a vontade do Pai?
Bem, a vontade de Deus antes da obediência é que todos se acheguem a Ele, de graça, tocados por seu amor, depositando nEle toda a sua confiança e esperança.
Os líderes judeus estavam sendo convidados a experimentar aquilo que os publicanos, as prostitutas e tantos outros já haviam experimentado. Reconheceram sua indignidade e sentiram profunda tristeza por sua vida porca que estavam levando e sabiam que em Jesus estavam sendo aceitos por Deus.
Ser aceito por Deus era a angústia de Martinho Lutero e tantos outros na idade média. Como ser aceito por Deus? A resposta foi encontrada nas Escrituras Sagradas. Só se é aceito por Deus através da obra realizada por Jesus. Todo aquele que crê no sacrifício vicário de Cristo, tem a salvação. A fé não é uma obra humana, é um presente dado pelo Espírito Santo que atua pela Palavra.

Estamos em pleno século 21, cercado por esses dois filhos descritos na parábola contada por Jesus e registrada por Mateus.
Mesmo que a igreja cristã está celebrando 500 anos de Reforma, mesmo que a milhares de anos há a Palavra de Deus, ainda há filhos que querem se justificar pelas obras da lei.
Nesse mês de outubro de 2017, luteranos do mundo inteiro, estarão celebrando 500 anos da Reforma. Qual é a razão para essa comemoração? A razão principal é que a Escritura Sagrada continua sendo comunicada. O amor de Deus continua sendo proclamado. E por meio dessa pregação pessoas se arrependem e voltam a Deus em Jesus. Amém!

Rev. Edson Ronaldo Tressmann

Bibliografia
Revista Igreja Luterana. Junho, 2008. Volume 67, Nº 1. Júlio Jandt e Vilson Scholz.

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