01 de outubro de 2017
17º Domingo após Pentecostes!
Sl 25.1-10; Ez 18.1-4,25-32; Fp 2.1-4, 14-18; Mt 21.23-27
Tema: A mensagem da
justificação motiva os luteranos comemorar!
Que belo texto temos a oportunidade
para meditar. Jesus, conforme registrado no Evangelho de Mateus 21.23-27, fala sobre arrependimento e fé.
Jesus faz uma pergunta: “E que vos
parece?” A partir daí passa a contar a parábola dos dois filhos.
Apesar de termos nas Escrituras quatro evangelhos, a parábola dos dois filhos
foi registrada apenas pelo evangelista Mateus.
Essa parábola faz parte de um bloco de três parábolas, onde
Jesus ataca a ideia de merecimento que os líderes religiosos tinham sobre o ser
membro do reino de Deus.
Ao responder aos líderes judeus,
Jesus liga sua autoridade a autoridade de João Batista. Tanto Jesus como João
Batista eram bem aceitos entre as pessoas comuns e as que eram rejeitadas pelos
líderes judeus da época.
Na parábola, ambos os filhos
receberam o mesmo convite: trabalhar na vinha
do pai. O primeiro disse que iria, mas não foi. O segundo disse
rudemente que não iria, mas “depois, arrependido, foi” (Mt 21.29 Revista e
Atualizada). A Nova Tradução na Linguagem de Hoje traduz dizendo que “depois mudou de
ideia e foi”. As duas traduções estão corretas. Ambas traduziram o
verbo grego metamelomai.
O termo metamelomai
foi usado por Mateus por ocasião do relato de Judas após a traição. Judas se
arrependeu, lastimou sua traição, mas, infelizmente não achou o caminho de
volta.
Arrependimento tem um sentido amplo (a
conversão como um todo) e um sentido restrito (reconhecimento do pecado,
coração quebrantado e contrição). O
segundo filho apresentado na parábola, arrependeu-se em sentido restrito,
ou seja, reconheceu seu erro e sentiu tristeza. Sentiu o pesar de não ter
cumprido a vontade do pai. O primeiro
filho apresentado na parábola, não passou por essa tristeza. O mesmo não se
preocupou com seus pecados. C.F.W. Walther, pastor Luterano disse em suas
preleções sobre lei e evangelho que “não pode haver fé num coração que, primeiramente, não
esteve atemorizado”.
Aqui é o ponto de Jesus. Os fariseus e os líderes religiosos judeus por nunca terem
reconhecido seus pecados e nem sentido contrição por eles, estavam entre os que
se achavam sãos e que não necessitavam de médico.
O que impedia os fariseus e líderes
religiosos judeus reconhecerem a necessidade de se arrependerem era sua justiça
própria. Não importava o quanto fossem convidados ao arrependimento, eles não
conseguiriam voltar, pois se julgavam auto suficientes. Assim, as prostitutas,
os cobradores de impostos e outros pecadores, julgando-se indignos, reconheciam
que não haviam feito a vontade do Pai e se arrependeram e se agarraram em
Jesus.
Os líderes judeus confiavam na sua dignidade.
Dignidade essa, que segundo eles
vinha da observância da lei de Moisés, da participação assídua na sinagoga, das
ofertas e dos dízimos, das doações e esmolas, da prática diária da oração. Os judeus,
o primeiro filho da parábola, não julgavam necessário se arrependerem,
pois eram obedientes e assim, justos diante de Deus.
Após contar a parábola (Mt 21.28-30),
Jesus perguntou: “Qual dos dois filhos fez a vontade do Pai?”
(Mt 21.31). Ao que os próprios judeus responderam, “o segundo” (Mt 21.31). E concordando
com a resposta, Jesus declara que “publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus”
(Mt 21.31).
Essa resposta de Jesus é a declaração
de que Deus não aceita o pecador pela sua suposta obediência. A relação entre o ser humano e
Deus é marcada pelo arrependimento e a fé.
Os líderes judeus não passaram pela metamelomai, ou seja, não se arrependeram e nem sequer
creram na mensagem da justiça provinda através de Cristo.
Se os lideres judeus responderam e
Jesus confirmou que o segundo filho agiu corretamente e arrependido voltou para
fazer a vontade do Pai, cabe a pergunta: Qual é a vontade do Pai?
Bem,
a vontade de Deus antes da obediência é que todos se acheguem a Ele, de graça,
tocados por seu amor, depositando nEle toda a sua confiança e esperança.
Os líderes judeus estavam sendo
convidados a experimentar aquilo que os publicanos, as prostitutas e tantos
outros já haviam experimentado. Reconheceram sua indignidade e sentiram
profunda tristeza por sua vida porca que estavam levando e sabiam que em Jesus
estavam sendo aceitos por Deus.
Ser aceito por Deus era a angústia de
Martinho Lutero e tantos outros na idade média. Como ser aceito por Deus? A
resposta foi encontrada nas Escrituras Sagradas. Só se é aceito por Deus
através da obra realizada por Jesus. Todo aquele que crê no sacrifício vicário
de Cristo, tem a salvação. A fé não é uma obra humana, é um presente dado pelo
Espírito Santo que atua pela Palavra.
Estamos em pleno século 21, cercado
por esses dois filhos descritos na parábola contada por Jesus e registrada por
Mateus.
Mesmo que a igreja cristã está celebrando
500 anos de Reforma, mesmo que a milhares de anos há a Palavra de Deus, ainda
há filhos que querem se justificar pelas obras da lei.
Nesse mês de outubro de 2017,
luteranos do mundo inteiro, estarão celebrando 500 anos da Reforma. Qual é a razão
para essa comemoração? A razão principal é que a Escritura Sagrada
continua sendo comunicada. O amor de Deus continua sendo proclamado. E por meio
dessa pregação pessoas se arrependem e voltam a Deus em Jesus. Amém!
Rev.
Edson Ronaldo Tressmann
Bibliografia
Revista Igreja Luterana. Junho, 2008. Volume 67, Nº 1.
Júlio Jandt e Vilson Scholz.
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