segunda-feira, 2 de outubro de 2017

A justificação permite ao luterano ser fiel guardador da fé!

08 de outubro de 2017
18º Domingo após Pentecostes
Sl 80.7-19; Is 5.1-7; Fp 3.4-14; Mt 21.33-46
Tema: A justificação permite ao luterano ser fiel guardador da fé!

Por ocasião do 16º século, a Europa estava perturbada por muitas crises: a agrária que gerava fome e a peste e a crise de valores. Havia muitos levantes sociais por causa da corrupção moral e da confusão teológica.
Nesse meio surge Lutero. Baseado na Escritura Sagrada, revolucionou sua época e muitos hoje em pleno século XXI, usufruem os frutos da semente que foi plantada no século XVI.
Lutero e tantos outros junto com ele e após ele, muitos ainda em nossos dias, realizam aquilo que Jesus ressalta na parábola apresentada por Mateus 21.33-46. Qual é a mensagem central da parábola? Ser fiel guardador e servi da fé.
Se Lutero, seus amigos e muitos após ele e ainda hoje não fossem fiéis guardadores e servos da fé, a mensagem realmente evangélica já teria sido destruída e não haveria conhecimento da verdade sobre o amor e a misericórdia de Deus.
Em sua carta aos Filipenses, em especial Fp 3.4-14, o apóstolo Paulo fala sobre o perigo de educação religiosa distorcida. Sem os guardadores fiéis e servos da fé, a mensagem evangélica corre perigo.
O apóstolo Paulo diz aos Filipenses que sua educação religiosa foi extremada, a ponto de fazê-lo entender os outros como fanáticos e praticar atrocidades, tais como, assassinato, prisão e terrorismo na vida de pessoas que ele julgava serem imorais e depravados religiosamente.
Se por ocasião do 16º século a Europa ter sido perturbada por muitas crises, por ter que ter lidado com levantes sociais por causa da corrupção moral e da confusão teológica, o motivo era o mesmo que ocorre em nossos dias. Não é apenas falta de religião como muitos apontam. Falta uma religião que de fato represente a verdade do evangelho. Falta os fiéis guardadores e servos da fé proclamarem ainda mais a verdade a qual representam.
São 500 anos desde aquele ano em que um homem abriu sua boca contra todos. A pressão política e eclesiástica não o calou. Manteve-se firme como servo e guardador da fé. E aqui estamos nós, em pleno século XXI, orando para que tantos outros sejam como Lutero. Claro que é preciso ressaltar que não foi Lutero o responsável por tudo isso, a verdadeira responsabilidade é do evangelho transformador. O evangelho o impactou a ponto de buscar de todas as maneiras impactar a outros.
O evangelho sempre impactou a vida de muitas pessoas. Esse impacto é apresentado pelo apóstolo Paulo aos filipenses. Esse evangelho precisa continuar sendo pregado com insistência, pois, só no evangelho, na clareza do amor de Deus em Cristo, é que a sociedade e a igreja será mais viva e vibrante.
Quando ainda em pleno século XXI vê-se um país, assim como o Brasil, afundado em episódios de corrupção, sem um horizonte, pois perdeu valores morais, a razão não é porque falta religião. No Brasil, cerca de 85% da população se declara cristã. Se esse número é real, algo deve estar errado. Não é possível, acontecer tantos coisas ruins num país, onde sua extrema maioria se diz ser cristã.
A verdade continua sendo uma só. Esses cristãos são crentes em que? Esses supostos cristãos conhecem de fato e de verdade a mensagem pura do evangelho?
Não quero fazer apologia à igreja luterana. O quero trazer para vocês é uma reflexão sobre a verdade do evangelho, o evangelho transformador.
O grande apóstolo dos apóstolos, Paulo, foi educado zelosamente dentro de uma religião. Era educadíssimo religiosamente. Se tinha alguém em seus dias (ano 5 a 67 d.C.) que era exemplo de religioso, era esse jovem. No entanto, sua educação religiosa o havia tornado “...um fanático, que perseguiu a igreja...” (Fp 3.6).
Não é só necessário que as pessoas tenham uma religião, é necessário que as pessoas saibam a essência da religião, principalmente cristã.
A IELB já possui uma história no Brasil, está com 113 anos completos. No início, conforme registro, houve muito crescimento. Ao longo das últimas décadas esse crescimento não tem sido em nada surpreendente. Muitas são as respostas, mas, com muito respeito e carinho, vejo que em muitos círculos, a maior preocupação tem sido os Regimentos, Estatutos e sua própria tradição. Tradição essa que foi sendo implantada e inserida. Há muitos que sabem mais sobre os estatutos e regimentos da IELB do que do próprio evangelho, da sua característica fundamental. Qual é a doutrina chave do luteranismo? Por qual motivo, a falta do luteranismo no mundo, deixaria o evangelho prejudicado?
São perguntas difíceis de serem respondidas. Mas ao mesmo tempo, são perguntas fáceis para quem ainda não perdeu de vista a essência da descoberta do evangelho que se deu a 500 anos com Lutero.
A essência do evangelho descoberta por Lutero está nas páginas da Escritura Sagrada. O apóstolo Paulo fala sobre isso na sua carta aos Romanos: “Pois o evangelho mostra como é que Deus nos aceita: é por meio da fé, do começo ao fim. Como dizem as Escrituras Sagradas: “Viverá aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus” (Rm 1.17). Paulo indica a essência da mensagem evangélica e da religião cristã. A salvação se dá através da fé. Não esqueça: não é + alguma coisa = salvação. É tão somente a FÉ.
Paulo, o apóstolo, deixa isso muito bem claro ao escrever ais filipenses: “É verdade que eu também poderia pôr a minha confiança nessas coisas. Se alguém pensa que pode confiar nelas, eu tenho ainda mais motivos para pensar assim. Fui circuncidado quando tinha oito dias de vida. Sou israelita de nascimento, da tribo de Benjamim, de sangue hebreu. Quanto à prática da lei, eu era fariseu. E era tão fanático, que persegui a Igreja. Quanto ao cumprimento da vontade de Deus por meio da obediência à lei, ninguém podia me acusar de nada. No passado, todas essas coisas valiam muito para mim; mas agora, por causa de Cristo, considero que não têm nenhum valor. E não somente essas coisas, mas considero tudo uma completa perda, comparado com aquilo que tem muito mais valor, isto é, conhecer completamente Cristo Jesus, o meu Senhor. Eu joguei tudo fora como se fosse lixo, a fim de poder ganhar a Cristo e estar unido com ele. Eu já não procuro mais ser aceito por Deus por causa da minha obediência à lei. Pois agora é por meio da minha fé em Cristo que eu sou aceito; essa aceitação vem de Deus e se baseia na fé. Tudo o que eu quero é conhecer a Cristo e sentir em mim o poder da sua ressurreição. Quero também tomar parte nos seus sofrimentos e me tornar como ele na sua morte, com a esperança de que eu mesmo seja ressuscitado da morte para a vida” (Fp 3.4-11).
Pelo + algo a ser realizado, o apostolo Paulo não tinha do que se envergonhar. Pelo + algo a ser completado, o apostolo Paulo até era exemplo para outros, mas, a questão é que o apostolo ao conhecer o evangelho reconheceu que “Eu já não procuro mais ser aceito por Deus por causa da minha obediência à lei. Pois agora é por meio da minha fé em Cristo que eu sou aceito; essa aceitação vem de Deus e se baseia na fé” (Fp 3.9).
Sem o evangelho transformador a igreja passa a ser como qualquer outra instituição. O evangelho transforma pecadores em justos. Jesus Cristo redimiu o mundo. E ele pelo evangelho oferece essa redenção. O pecador por si só, por mais que tente através de sua religiosidade alcançar a salvação, não consegue. Jesus foi enviado por Deus e realizou tudo para salvação do pecador. E essa salvação é oferecida e dada pelo evangelho. Evangelho que transforma vidas, famílias, igreja.
O que falta para muitos pessoas, adeptos de religiões e até mesmo adeptos de correntes da religião cristã é “...conhecer a Cristo e sentir ... o poder da sua ressurreição...” (Fp 3.10).

As pessoas não carecem de religião, elas carecem daquilo que somente a verdadeira religião pode oferecer no evangelho, ou seja, Jesus Cristo é a justiça do pecador.

Essa justiça é recebida pela fé em Cristo, “Eu já não procuro mais ser aceito por Deus por causa da minha obediência à lei” (Fp 3.9). Essas obediências só me levam ao fanatismo e a obediência de estatutos e regimentos humanos. “Pois agora é por meio da minha fé em Cristo que eu sou aceito; essa aceitação vem de Deus e se baseia na fé” (Fp 3.9). Amém!


Rev. Edson Ronaldo Tressmann

Um comentário:

  1. Fé e somente fé!! Em Thiago aprendemos que fé sem obras é fé morta. Fé sem atitudes de fé é hipocrisia. Fé sem resultados ( frutos) é pregação vã, crença em graça barata. Fé sem obediência, sem compromisso é libertinagem religiosa. Nem todo o que diz Senhor, Senhor entrará no reino dos Céus. Apenas confessar um determinado credo nada significa; religião nenhuma seja lá qual for, não te garante a salvação. A conversão e vida digna diante de Deus sim! O sr Jesus foi prometido e cumpriu sua missão nesse mundo exatamente prá isso: criar novas criaturas dignas do seu "Novo Nome"

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