17
de setembro de 2017
15º
Domingo após Pentecostes
Sl
103.1-12; Gn 50.15-21; Rm 14.1-12; Mt 18.21-35
Tema:
Atitudes de um relacionamento com Deus!
O
cristão é um ser dividido, difícil de entender, afinal, interiormente, é fé, exteriormente,
carne. Pela fé, o cristão é alguém puro, perfeito, sacerdote real. Mas, na
carne e vivendo nesse mundo, o cristão é assaltado por inclinações malignas,
tais como, impaciência, medo, ódio, rancor, desejo de vingança, ...
O
grande problema é que a fé ainda não penetrou por completo sobre a carne. Nesse
sentido, temos uma grande lição por aprender de José e Davi. Homens simples.
Pecadores assim como nós o somos, no entanto, o relacionamento com Deus, os
torna exemplos para cada nós em pleno século XXI.
Davi
era filho numa família de oito irmãos. Era pastor de ovelhas. Foi nomeado rei
pelo próprio Deus. José era filho numa família de 12 irmãos. Foi vendido,
preso, foi feito governador pelo Faraó.
Davi
e José são dois personagens, um presente no relato (Gn 50.15-21) e Davi, autor
do Salmo 103.
Pensando
nesses dois personagens destaco o tema: atitudes de um relacionamento com Deus!
1 – O exemplo de Davi.
Davi
significa amado. Passou sua vida em
Belém de Judá. Era o mais novo dos oito filhos de Jessé (1Sm 16.10,11;
17.12-14). No registro da tribo de Judá em 1Crônicas 2.13-15 aparece apenas
sete desses filhos. Isso ocorreu por ter morrido um deles antes de ser
registrado. A mãe de Davi era uma mulher terna e piedosa (Sl 86.16; 116.16). Davi
tomava conta das ovelhas de seu pai. Foi feito rei em lugar de Saul. Como rei,
Davi, num momento de deslize, cometeu dois graves pecados: adultério e assassinato.
O
profeta Natã foi enviado por Deus para conversar sobre seu pecado. Após o
relato da conhecida parábola da cordeirinho (2Sm 12.1-13), Davi profundamente
arrependido, reconheceu seu pecado e recebeu perdão desses pecados que deveriam
ser punidos pela morte em praça pública (Lv 20.10).
Essa
experiência de pecado, arrependimento e perdão foi marcante na vida de Davi. Ele
escreveu dois salmos sobre essa experiência (Sl 32 e 51). Davi teve uma
experiência vivencial da desgraça que é ser pecador. Por ser pecador, o ser
humano é capaz de todas as atrocidades que provém da carne.
O
arrependimento, o perdão e a fé fizeram de Davi um homem diferente a medida em
que o tempo foi passando.
No
Salmo 103, Davi, que tinha o dom da música (1Samuel 16.16-18), canta a graça de
Deus. Davi faz uma descrição bela e profunda de Deus. Davi exclama que Deus é
amor. Por esse amor, um amor misericordioso, todo nosso ser louva a Deus. Todo
o louvor brota do agir de Deus. Deus é aquele que perdoa, resgata, coroa e
sacia. O agir de Deus revela quem Ele é. “Deus guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a
iniquidade, a transgressão e o pecado, ...” (Ex 34.7).
Davi,
que havia sido criado num lar piedoso e cristão, ouviu falar dos atos poderosos
de Deus, tanto que o Salmo 103, nas palavras de Lutero, pode ser uma pequena
Bíblia. Afinal, toda a Bíblia é aqui resumida. Davi pede que ninguém se “esqueça dos benefícios
de Deus” (Sl 103.2).
Deus
não ama o ser humano por uma razão, por uma qualidade do ser humano. Deus ama
por que ele é amor, fonte de amor. Dessa fonte de amor sobressai todo o temor a
Deus.
Temer
a Deus significa guardar a sua aliança e lembrar-se de cumprir os seus
preceitos (Sl 103.18). Os que temem ao Senhor é a composição da assembleia
reunida no templo para adorar e rezar (Sl 22.26). O temor ao Senhor se dá na
prática religiosa. Ensinar o temor não é imprimir medo, mas ensinar orações, os
dez mandamentos, iniciar uma vida de confiança em Deus.
A
relação de Davi com Deus, era uma relação ancorada no amor e na misericórdia de
Deus. Por causa desse amor e misericórdia, Davi bendizia ao Senhor (Sl 103.1;
104.1; 146.1). Bendizer é a tradução do termo hebraico barakh e significa responder por
algo recebido.
Atitudes de um
relacionamento com Deus! Bendizer.
Atitudes de um
relacionamento com Deus!
1 – O exemplo de José
Quando
fala-se sobre as atitudes de um
relacionamento com Deus precisamos nos lembrar de José. A atitude de José
foi de perdão.
José
significa possa
ele acrescentar. Era o décimo dos onze filhos de Jacó. O filho
preferido de Jacó. Isso, por que José foi um filho em sua velhice,
provavelmente Jacó tinha entre 90 e 91 anos. Outro motivo era por ser filho de
Raquel, sua esposa amada, por quem Jacó trabalhou quatorze anos (Gn 29.30).
A
história entre José e seus irmãos é uma das mais longas da Bíblia. Vai desde o
capítulo 37 de Gênesis até o capítulo 50. Uma história marcada por preferência,
inveja, ódio, traição, prisão, sofrimento e por fim perdão e reconciliação.
O
relato de Gênesis 50.15-21 é o final de uma triste vida de irmãos que
desconfiavam do perdão do irmão. Jacó, o pai havia morrido e os irmãos de José estavam
medo. José já os havia perdoado (Gn 45.5), mas achavam que o perdão iria terminar
com a morte do pai e seriam escravizados por José. E com mais uma mentira, os
irmãos insistiram no perdão. Diante desse novo pedido dos irmãos, José, um
homem que vivia em atitude a sua relação com Deus, novamente (Gn 45.5) lhes
disse: “Não
temais; acaso, estou eu em lugar de Deus?” (Gn 50.19).
A
vida de José foi uma vida marcada pela misericórdia, graça e amor de Deus.
A
misericórdia, a graça e ao amor de Deus esteve com ele quando foi jogado na
cisterna, já que alguns irmãos queriam matá-lo (Gn 37). O amor e a misericórdia
de Deus esteve com José quando ele foi vendido pelos irmãos a uma caravana de
ismaelitas que descia para o Egito. José reconheceu que a graça, o amor e a
misericórdia de Deus estava com ele, até mesmo no momento da prisão. A relação
de José com Deus foi uma relação fundamentada na graça, amor e misericórdia
divina. José vivenciou o fato de que Deus controla tudo.
Deus
controla todos os eventos da humanidade. Isso com um objetivo. O objetivo é que
todos cheguem ao arrependimento e assim sejam salvos (Gn 42.21; Is 45.7; Am
3.6; Rm 8.28).
José
aprendeu na sua relação com o Deus misericordioso e amoroso que tudo coopera
para os propósitos de Deus. O propósito de Deus em nossa vida é sempre revelar
seu amor, sua graça e sua misericórdia.
Se
temos, pela fé, uma relação com esse Deus amoroso e misericordioso, a nossa
vida nesse mundo, ainda na carne, precisa ser uma vida de atitude em relação a
Deus e as pessoas. Em relação a Deus, a nossa atitude é de resposta, de ação de
graças, de louvor. Em relação ao próximo, a nossa atitude precisa ser de
perdão.
Querido
irmão e irmã em Jesus.
Muitas
pessoas encontram dificuldade em perdoar. Lembre-se de José. Após anos, teve
uma enorme oportunidade para se vingar dos seus irmãos, mas, ao invés da
vingança, ele simplesmente viu a mão poderosa, amorosa e misericordiosa de Deus.
Todo
aquele mal que fizeram à você, Deus, em amor, graça e misericórdia, reverteu
para o teu bem. As pessoas fazem maldades por estarem na carne e por que a fé
ainda não penetrou por completo sobre a carne. Por outro lado, muitos que com a
boca confessam-se cristãos, não perdoam, por que não conseguem ver a mão
amorosa, misericordiosa de Deus, que transformou os eventos ruins para o nosso
bem.
Nesse
momento me lembro do episódio do chamado de Moisés. Num primeiro momento,
Moisés não quis aceitar o chamado (Ex 3.1-15) por estar chateado com Deus. Deus
precisou curá-lo ao longo de seu chamado e caminhada.
Deus
reverte o mal para o nosso bem e para o bem de muitas pessoas. José, num
momento, que para muitos deveria ser de vingança, foi um momento precioso de
confissão de fé: “Estamos aqui a salvo, porque Deus, reverteu a maldade de vocês até
mesmo para o bem de vocês”.
Muitas
pessoas, assim como os discípulos, não compreenderam que toda a maldade do
homens para com Jesus, o filho de Deus, era para salvação. O “...é necessário
ir a Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e
dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia” (Mt 16.21),
causou espanto não só em Pedro, mas também em muitos judeus, gregos e demais
raças.
Jesus,
o pendurado na cruz, “... o maldito de Deus ...” (Dt 21.23), se fez
maldição em nosso lugar, para que recebêssemos a salvação (Gl 3.13-14). A cruz,
loucura para os que se perdem, é o poder de Deus para os que são salvos (1Co
1.18).
Na
cruz, Deus em seu Filho, se relaciona conosco. A relação de Deus conosco é uma
relação de amor, graça e misericórdia. Assim sendo, nossa vida precisa ser uma
vida de atitude.
Atitudes de um
relacionamento com Deus! Uma atitude de resposta ao amor de
Deus, de louvor, ação de graças, oração. Também uma vida de perdão para com
aquele que fez algum mal contra nós, pois, Deus por amor e misericórdia
reverteu para o nosso próprio bem e até mesmo para o bem da pessoa que tentou
nos prejudicar.
Deus
nos abençoe numa vida de atitude que provém de um relacionamento com Deus. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
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