segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Atitudes de um relacionamento com Deus!

17 de setembro de 2017
15º Domingo após Pentecostes
Sl 103.1-12; Gn 50.15-21; Rm 14.1-12; Mt 18.21-35
Tema: Atitudes de um relacionamento com Deus!

O cristão é um ser dividido, difícil de entender, afinal, interiormente, é fé, exteriormente, carne. Pela fé, o cristão é alguém puro, perfeito, sacerdote real. Mas, na carne e vivendo nesse mundo, o cristão é assaltado por inclinações malignas, tais como, impaciência, medo, ódio, rancor, desejo de vingança, ...
O grande problema é que a fé ainda não penetrou por completo sobre a carne. Nesse sentido, temos uma grande lição por aprender de José e Davi. Homens simples. Pecadores assim como nós o somos, no entanto, o relacionamento com Deus, os torna exemplos para cada nós em pleno século XXI.
Davi era filho numa família de oito irmãos. Era pastor de ovelhas. Foi nomeado rei pelo próprio Deus. José era filho numa família de 12 irmãos. Foi vendido, preso, foi feito governador pelo Faraó.
Davi e José são dois personagens, um presente no relato (Gn 50.15-21) e Davi, autor do Salmo 103.
Pensando nesses dois personagens destaco o tema: atitudes de um relacionamento com Deus!
1 – O exemplo de Davi.
Davi significa amado. Passou sua vida em Belém de Judá. Era o mais novo dos oito filhos de Jessé (1Sm 16.10,11; 17.12-14). No registro da tribo de Judá em 1Crônicas 2.13-15 aparece apenas sete desses filhos. Isso ocorreu por ter morrido um deles antes de ser registrado. A mãe de Davi era uma mulher terna e piedosa (Sl 86.16; 116.16). Davi tomava conta das ovelhas de seu pai. Foi feito rei em lugar de Saul. Como rei, Davi, num momento de deslize, cometeu dois graves pecados: adultério e assassinato.
O profeta Natã foi enviado por Deus para conversar sobre seu pecado. Após o relato da conhecida parábola da cordeirinho (2Sm 12.1-13), Davi profundamente arrependido, reconheceu seu pecado e recebeu perdão desses pecados que deveriam ser punidos pela morte em praça pública (Lv 20.10).
Essa experiência de pecado, arrependimento e perdão foi marcante na vida de Davi. Ele escreveu dois salmos sobre essa experiência (Sl 32 e 51). Davi teve uma experiência vivencial da desgraça que é ser pecador. Por ser pecador, o ser humano é capaz de todas as atrocidades que provém da carne.
O arrependimento, o perdão e a fé fizeram de Davi um homem diferente a medida em que o tempo foi passando.
No Salmo 103, Davi, que tinha o dom da música (1Samuel 16.16-18), canta a graça de Deus. Davi faz uma descrição bela e profunda de Deus. Davi exclama que Deus é amor. Por esse amor, um amor misericordioso, todo nosso ser louva a Deus. Todo o louvor brota do agir de Deus. Deus é aquele que perdoa, resgata, coroa e sacia. O agir de Deus revela quem Ele é. “Deus guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ...” (Ex 34.7).
Davi, que havia sido criado num lar piedoso e cristão, ouviu falar dos atos poderosos de Deus, tanto que o Salmo 103, nas palavras de Lutero, pode ser uma pequena Bíblia. Afinal, toda a Bíblia é aqui resumida. Davi pede que ninguém se “esqueça dos benefícios de Deus” (Sl 103.2).
Deus não ama o ser humano por uma razão, por uma qualidade do ser humano. Deus ama por que ele é amor, fonte de amor. Dessa fonte de amor sobressai todo o temor a Deus.
Temer a Deus significa guardar a sua aliança e lembrar-se de cumprir os seus preceitos (Sl 103.18). Os que temem ao Senhor é a composição da assembleia reunida no templo para adorar e rezar (Sl 22.26). O temor ao Senhor se dá na prática religiosa. Ensinar o temor não é imprimir medo, mas ensinar orações, os dez mandamentos, iniciar uma vida de confiança em Deus.
A relação de Davi com Deus, era uma relação ancorada no amor e na misericórdia de Deus. Por causa desse amor e misericórdia, Davi bendizia ao Senhor (Sl 103.1; 104.1; 146.1). Bendizer é a tradução do termo hebraico barakh e significa responder por algo recebido.
Atitudes de um relacionamento com Deus! Bendizer.
Atitudes de um relacionamento com Deus!
1 – O exemplo de José
Quando fala-se sobre as atitudes de um relacionamento com Deus precisamos nos lembrar de José. A atitude de José foi de perdão.
José significa possa ele acrescentar. Era o décimo dos onze filhos de Jacó. O filho preferido de Jacó. Isso, por que José foi um filho em sua velhice, provavelmente Jacó tinha entre 90 e 91 anos. Outro motivo era por ser filho de Raquel, sua esposa amada, por quem Jacó trabalhou quatorze anos (Gn 29.30).
A história entre José e seus irmãos é uma das mais longas da Bíblia. Vai desde o capítulo 37 de Gênesis até o capítulo 50. Uma história marcada por preferência, inveja, ódio, traição, prisão, sofrimento e por fim perdão e reconciliação.
O relato de Gênesis 50.15-21 é o final de uma triste vida de irmãos que desconfiavam do perdão do irmão. Jacó, o pai havia morrido e os irmãos de José estavam medo. José já os havia perdoado (Gn 45.5), mas achavam que o perdão iria terminar com a morte do pai e seriam escravizados por José. E com mais uma mentira, os irmãos insistiram no perdão. Diante desse novo pedido dos irmãos, José, um homem que vivia em atitude a sua relação com Deus, novamente (Gn 45.5) lhes disse: “Não temais; acaso, estou eu em lugar de Deus?” (Gn 50.19).
A vida de José foi uma vida marcada pela misericórdia, graça e amor de Deus.
A misericórdia, a graça e ao amor de Deus esteve com ele quando foi jogado na cisterna, já que alguns irmãos queriam matá-lo (Gn 37). O amor e a misericórdia de Deus esteve com José quando ele foi vendido pelos irmãos a uma caravana de ismaelitas que descia para o Egito. José reconheceu que a graça, o amor e a misericórdia de Deus estava com ele, até mesmo no momento da prisão. A relação de José com Deus foi uma relação fundamentada na graça, amor e misericórdia divina. José vivenciou o fato de que Deus controla tudo.
Deus controla todos os eventos da humanidade. Isso com um objetivo. O objetivo é que todos cheguem ao arrependimento e assim sejam salvos (Gn 42.21; Is 45.7; Am 3.6; Rm 8.28).
José aprendeu na sua relação com o Deus misericordioso e amoroso que tudo coopera para os propósitos de Deus. O propósito de Deus em nossa vida é sempre revelar seu amor, sua graça e sua misericórdia.
Se temos, pela fé, uma relação com esse Deus amoroso e misericordioso, a nossa vida nesse mundo, ainda na carne, precisa ser uma vida de atitude em relação a Deus e as pessoas. Em relação a Deus, a nossa atitude é de resposta, de ação de graças, de louvor. Em relação ao próximo, a nossa atitude precisa ser de perdão.
Querido irmão e irmã em Jesus.
Muitas pessoas encontram dificuldade em perdoar. Lembre-se de José. Após anos, teve uma enorme oportunidade para se vingar dos seus irmãos, mas, ao invés da vingança, ele simplesmente viu a mão poderosa, amorosa e misericordiosa de Deus.
Todo aquele mal que fizeram à você, Deus, em amor, graça e misericórdia, reverteu para o teu bem. As pessoas fazem maldades por estarem na carne e por que a fé ainda não penetrou por completo sobre a carne. Por outro lado, muitos que com a boca confessam-se cristãos, não perdoam, por que não conseguem ver a mão amorosa, misericordiosa de Deus, que transformou os eventos ruins para o nosso bem.
Nesse momento me lembro do episódio do chamado de Moisés. Num primeiro momento, Moisés não quis aceitar o chamado (Ex 3.1-15) por estar chateado com Deus. Deus precisou curá-lo ao longo de seu chamado e caminhada.
Deus reverte o mal para o nosso bem e para o bem de muitas pessoas. José, num momento, que para muitos deveria ser de vingança, foi um momento precioso de confissão de fé: “Estamos aqui a salvo, porque Deus, reverteu a maldade de vocês até mesmo para o bem de vocês”.
Muitas pessoas, assim como os discípulos, não compreenderam que toda a maldade do homens para com Jesus, o filho de Deus, era para salvação. O “...é necessário ir a Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia” (Mt 16.21), causou espanto não só em Pedro, mas também em muitos judeus, gregos e demais raças.
Jesus, o pendurado na cruz, “... o maldito de Deus ...” (Dt 21.23), se fez maldição em nosso lugar, para que recebêssemos a salvação (Gl 3.13-14). A cruz, loucura para os que se perdem, é o poder de Deus para os que são salvos (1Co 1.18).
Na cruz, Deus em seu Filho, se relaciona conosco. A relação de Deus conosco é uma relação de amor, graça e misericórdia. Assim sendo, nossa vida precisa ser uma vida de atitude.
Atitudes de um relacionamento com Deus! Uma atitude de resposta ao amor de Deus, de louvor, ação de graças, oração. Também uma vida de perdão para com aquele que fez algum mal contra nós, pois, Deus por amor e misericórdia reverteu para o nosso próprio bem e até mesmo para o bem da pessoa que tentou nos prejudicar.
Deus nos abençoe numa vida de atitude que provém de um relacionamento com Deus. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

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