sábado, 1 de abril de 2017

Reflexão

Uma carta aos meus queridos amigos

A atual situação na qual encontra a IELB, com falta de pastores e muitas paróquias vacantes, tenho observado um certo desleixo por parte de muitos colegas. Um desses desleixos é que muitos chamados são de imediato ignorados. Os pastores chamados por determinada paróquia, nem sequer dão-se o respeito de receber e ler o que a Paróquia requer de seu pastor. Infelizmente, fazer isso com a Paróquia que gostaria de ter determinado pastor, não é justo e nem sequer ético.
Dias atrás, preparando um mini curso para colegas do Distrito Paraná Norte, me deparei com uma verdadeira joia de Carl Ferdinand Wilhem Walther. Entre os anos de 1884 – 1885, em suas preleções, disse:
Quando é designado um lugar para um candidato de Teologia desenvolver seu oficio de ministro Luterano, este lugar deve se tornar o lugar mais querido, mais lindo e mais precioso do mundo para ele. Ele não deve querer trocar o mesmo nem mesmo por um reino. Quer seja uma metrópole ou uma pequena cidade nos campos ou uma clareira em uma floresta, um lugar de grande crescimento ou o deserto, para ele deve ser uma miniatura do paraíso. Até os anjos abençoados descem do céu com alegria, seja quando e para onde for que o Pai os envia para ministrar àqueles que serão os herdeiros da salvação. Então, porque nós, pobres pecadores, deveríamos estar relutantes ou ter má vontade de segui-los com grande alegria a qualquer lugar onde podemos levar outras pessoas, nossos co-pecadores, para a salvação?
Pastores não deveriam escolher local, o local deve escolher os pastores! Eles sabem do que necessitam, e além das qualidades e dons, o que cada local precisa é de um evangelista, ou seja, alguém que lhes pregue o evangelho.
Infelizmente, o oficio ministerial, tem sido associado a uma vida de certas regalias. Assim, muitos apenas querem receber chamados de paróquias que lhes dê segurança total.
Lembre-se: as dificuldades, sejam elas quais forem, não deve desmotivar um pastor em aceitar um chamado, um novo desafio. A verdade é que ao receber um chamado de alguma paróquia com dificuldades, precisa encher o pastor com um ardente desejo em ir e despertar as pessoas de sua morte espiritual através dos meios da graça e fazer desses, cristãos vivos e ativos. Apesar do diabo, querer ainda dar o tombo final, mantendo muitos filhos de Deus sem um pastor, é preciso que alguém aceite o desafio e iniciar o ministério em determinado local com o poder da fé.
Tudo o que um evangelista tem e é a única coisa que precisa, é a poderosa Palavra de Deus. Com a Palavra de Deus, qualquer congregação, por mais que esteja sendo um deserto seco, pode se transformar em um jardim florescente de Deus.
Caro amigo, colega pastor!
Os desafios existem! Os desafios só são vencidos pela Palavra de Deus. Qual é a razão da vosso medo?
Quando um pastor se acomoda e acha que seus dias de trabalho e lutas terminaram, é alguém do qual só se pode ter muita pena. Está muito enganado se pensa que agora entrou num porto de descanso e paz, que quer aproveitar bem, já que agora ele é seu próprio chefe e não precisa aceitar ordens de pessoa alguma no mundo. Igualmente de penalizar, como atitude mencionada, é o ministro que olha seu ministério como uma profissão ou um negócio e decide preparar para si mesmo uma paróquia boa e confortável, sendo cuidadoso para não fazer inimigos e fazendo tudo para que todas as pessoas sejam seus amigos. Esses infelizes indivíduos planejam usar meios espirituais para proveito temporal. Eles não são verdadeiros ministros de Cristo e, no dia derradeiro, Deus lhes dirá: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade Mt 7.23.
A preocupação do ministro é que nenhuma alma se perca! E, ao escolher essa ou aquela paróquia, já que o momento está sendo muito propicio para isso, o ministro está fazendo acepção, julgando que só determinada paróquia merece o exercício do ministério que lhe foi confiado por Deus.
Cada ministro precisa olhar para um chamado, pensando tão somente nas pessoas que lhe serão confiadas. Infelizmente, o diabo está lançando a tentação de fazer com que o pastor olhe primeiro para suas regalias. E assim, as dificuldades paralisam qualquer análise de chamado.
Querido amigo, colega pastor, ao me dirigir a você por meio dessa carta, gostaria tão somente te levar a reflexão sobre o que de fato tem sido primordial em seu ministério.
Lembre-se: fomos separados para proclamar o evangelho. Diante de qualquer chamado, a primeira e única pergunta deve ser: há pessoas que querem e precisam ouvir o evangelho? Se a resposta for afirmativa, o chamado já merece ser analisado com muito carinho e respeito.
Deus abençoe a cada colega no exercício do ministério onde quer que esteja. E que ao deixar a atual paróquia para um novo desafio, o colega pastor possa testemunhar: aqui estou eu e todos aqueles que me confiaste; nenhum só se perdeu.
Forte abraço
Em Jesus
Edson Ronaldo Tressmann
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